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Escola Secundária 25 de Setembro - Angoche

Silogismos Categóricos Irregulares e Hipotéticos


Falácias
12a. Turma B1/2

Discente: Docente:
Atija Jaleia Abdala dr. Cândido Tavares

Angoche, Março de 2024

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Atija Jaleia Abdala

Silogismos Categóricos Irregulares e Hipotéticos


Falácias

Trabalho individual de pesquisa


bibliográfica, de carácter avaliativo
referente a disciplina de filosofia,
12a. Classe, Turma B1/2, Orientado
pelo Docente:
dr. Cândido Tavares

Escola Secundária 25 de Setembro - Angoche


Angoche, Março de 2024

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3

2. Silogismo ................................................................................................................................ 4

2.1. Noção de Silogismo ............................................................................................................. 4

2.2. Silogismos Categóricos Irregulares ..................................................................................... 4

2.2.1. Tipos de Silogismos Categóricos Irregulares ................................................................... 4

2.3. Silogismos Hipotéticos ........................................................................................................ 6

2.3. Tipos de Silogismos Hipotéticos ......................................................................................... 6

2.3.1. Silogismos Hipotéticos Condicionais ............................................................................... 6

2.3.2. Silogismos Hipotéticos Disjuntivos ................................................................................. 6

2.3.3. Silogismo Hipotético Dilemático ..................................................................................... 7

3. Falácias ................................................................................................................................... 7

3.1. Noção de Falácia ................................................................................................................. 7

3.2. Tipos de falácias .................................................................................................................. 7

Conclusão ................................................................................................................................. 10

Bibliografia ............................................................................................................................... 11

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1. Introdução
A lógica é uma ferramenta fundamental na análise e construção de argumentos válidos
e coerentes. Dentro do campo da lógica, os silogismos categóricos irregulares e hipotéticos
representam estruturas de raciocínio que ajudam a entender como as premissas levam a
conclusões. No entanto, é essencial não apenas compreender essas formas de argumentação,
mas também estar ciente das falácias que podem comprometer a validade dos raciocínios.
Neste trabalho, examinaremos os silogismos categóricos irregulares e hipotéticos, assim como
as falácias associadas a eles, destacando a importância de reconhecer e evitar erros lógicos em
nossos argumentos.

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2. Silogismo
2.1. Noção de Silogismo
O silogismo é um raciocínio constituído por três proposições das quais duas são
premissas e uma é conclusão e três termos que são maiores (predicado da conclusão, menor
(sujeito da conclusão) e médio.
Segundo Geque e Biriate (2010, p. 28) o silogismo é uma forma de inferência mediata
ou raciocínio dedutivo formado por três (3) proposições, sendo as duas primeiras designadas
por premissas e a terceiro por conclusão.

2.2. Silogismos Categóricos Irregulares


Dá-se o nome de silogismos irregulares aos silogismos categóricos que, têm menos de
três proposições e menos de três termos, ou ainda mais de três proposições e mais de três
termos. Estas são estruturas argumentativas que, embora válidas, não obedecem a uma forma
canónica, isto é, a um padrão do silogismo categórico (Geque & Biriate, 2010).

2.2.1. Tipos de Silogismos Categóricos Irregulares


Entimema (silogismo incompleto): - é um silogismo, ou argumento, em que uma das
premissas, ou inclusive as duas, não estão expressas por poderem ser subentendidas (Geque &
Biriate, 2010)
Ex.: Penso, logo existo (Neste silogismo esta subentendida a premissa maior: O que pensa,
existe) (Chambisse & Nhumaio, 2017)

Epiquerema – é um silogismo em que uma ou ambas as premissas contêm as


respectivas provas ou justificações.
Ex.: Os cristãos são hospitaleiros, porque a hospitalidade é uma das virtudes
recomendadas pelo evangelho; ora, os moçambicanos por natureza são hospitaleiros, porque a
hospitalidade é um valor cultural e logo, os moçambicanos por natureza são cristãos
(Chambisse & Nhumaio, 2017).

Polissilogismos – conjunto de silogismos encadeados de tal modo que a conclusão de um é


uma premissa maior ou menor do silogismo seguinte, chamando-se por silogismo progressivo
ou regressivo, respectivamente.

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Ex.:
a) Silogismo progressivo
Os racionais são mortais;
Ora, o homem é mortal;
Logo, o homem é mortal (conclusão do silogismo anterior e premissa maior do
silogismo seguinte)
Ora, Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal (Chambisse & Nhumaio, 2017, p. 36).

b) Silogismo regressivo
Os aficamos são hospitaleiros
Ora, os moçambicanos são africanos
Por tanto, os moçambicanos são hospitaleiros (conclusão e premissa menor)
Os hospitaleiros são virtuosos.
Portanto, os moçambicanos são virtuosos (Idem).

Sorites – espécie de polissilogismo simplificado, mas com vários termos médios. Pode
ser progressivo ou regressivo.
a) Sorites progressivo: o sujeito de uma proporção aparece como predicado na
proposição seguinte e, sucessivamente até que na conclusão, o sujeito da ultima proposição se
encontre com o predicado da proposição final.
Ex.: Os africanos são hospitaleiros.
Ora, os moçambicanos são africanos
Os beirenses são moçambicanos.
Logo, os beirenses são hospitaleiros (Chambisse & Nhumaio, 2017).

b) Sorites regressivos: o predicado de uma proposição se torne sujeito da proposição


seguinte, assim sucessivamente até na conclusão, se encontrem o sujeito da primeira premissa
e o predicado da última (Idem).
Ex.: Os alunos inteligentes são dedicados ao estudo.
Os dedicados ao estudo tiram notas excelentes nos testes.
Os que tiram notas excelentes nos testes, passam de classe.
Logos, os alunos inteligentes passam de classe (Chambisse & Nhumaio, 2017).

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2.3. Silogismos Hipotéticos
São silogismos cuja premissa maior não afirma nem nega de forma categórica ou
absoluta, mas sim sob condição ou, então, aqueles em que nessa premissa se estabelece uma
alternativa.
2.3. Tipos de Silogismos Hipotéticos
Os silogismos hipotéticos classificam-se em condicionais e disjuntivas.

2.3.1. Silogismos Hipotéticos Condicionais


É um silogismo formado, na premissa maior, por uma proposição hipotética
condicional seguida por duas proposições categóricos na premissa menor e na conclusão,
resultantes da afirmação.
Existem dois tipos de silogismos condicionais: modus ponens (afirmativo) e modus
tollens:
a) Modus ponens (positiva): este tipo de silogismo hipotético é construído a partir de uma
condicional afirmativa e sua antecedente afirmativa, levando à conclusão afirmativa.
Ex.: Se tenho malária, então estou doente.
Ora, tenho malária.
Por isso, estou doente
b) Modus Tollens (Negativo): este tipo de silogismo hipotético é construído a partir de uma
condicional afirmativa e sua consequente negativa, levando à conclusão negativa.
Ex.: Se tenho malária, então estou doente.
Ora, não estou doente.
Por isso, não tenho malária.

2.3.2. Silogismos Hipotéticos Disjuntivos


É aquele cuja premissa maior é uma proposição disjuntiva. A premissa menor afirma
ou nega um dos membros. A conclusão afirma ou nega o outro.
a) Modus ponendo-tollens (Modo positivo-negativo): a premissa menor afirma uma das
alternativas e a conclusão nega a outra ou as outras, ou seja, a premissa menor é
afirmativa e a conclusão é negativa.
Ex.: Sou bombeiro ou padeiro ou professor
Sou bombeiro
Logo, não sou padeiro nem professor

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b) Modus tollendo – ponens (ou modo negativo – positivo): a premissa menor nega uma das
alternativas. A conclusão afirma a outra.
Ex.: Neste momento, ou chove ou faz sol.
Não chove
Logo, faz sol.

2.3.3. Silogismo Hipotético Dilemático


É um silogismo que tem como premissa maior um juízo disjuntivo com dois
disjuntivos que conduzem, inevitavelmente, à mesma conclusão (Chambisse & Nhumaio,
2017).

3. Falácias
3.1. Noção de Falácia
Uma falácia é um raciocínio errado ou inválido, mas que aparenta ser verdadeiro ou
válido. Uma falácia comete-se quando se desrespeita uma das regras das inferências.
Designa-se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. Este
vocábulo provém do grego fallere (de falacia, enganar) (Geque & Biriate, 2010, p. 42).

3.2. Tipos de falácias


Ambiguidade ou equívoco - acontece sempre que usamos, num argumento, acidental
ou deliberadamente, a mesma palavra em dois sentidos diferentes.
Ex.: Só o homem é que pensa.
Ora, nenhuma mulher é homem.
Logo, nenhuma mulher pensa.

Falácia da analogia - ocorre quando a comparação é mal feita e se desprezam as


diferenças relevantes entre os objectos a comparar.
Ex.: Os macacos não são herbívoros.
Os gatos não são herbívoros.
Logo, os gatos são macacos.

Falácia do acidental - acontece quando tomamos o que é acidental pelo que é


essencial e vice-versa. É uma generalização abusiva (Geque & Biriate, 2010).
Ex.: um doente morre nas mãos de um cirurgião.

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Logo, todos os cirurgiões matam os seus pacientes (Chambisse & Nhumaio, 2017).

Falácia de ignorância da causa – ocorre quando tomamos por causa um simples


antecedente ou qualquer circunstância acidental (Geque & Biriate, 2010).
Ex.: Depois das cheias no rio Púnguè houve epidemias.
Logo, as cheias do rio Púnguè são causadoras de epidemias.

Falácia da conversão – ocorre quando se convertem proposições sem respeitar as


regras.
Ex.: Os molwenes andam pelas ruas da cidade.
Logo, quem anda pelas ruas da cidade é molwene.

Falácia de oposição - ocorre quando no são respeitadas as regras da oposição de


proposições.
Ex.: Todos os africanos são hospitaleiros.
Logo, nenhum africano é hospitaleiro (Geque & Biriate, 2010).

Falácia do círculo vicioso (ou petição de princípio) – quando se pretende resolver


uma questão com a própria questão.
Ex.: O que é a lógica? É a ciência da lógica (Geque & Biriate, 2010).

Falácia da falsa dicotomia: ocorre quando se apresentam duas alternativas como


sendo as únicas existente em dado universo, ignorando ou omitindo alternativas possíveis.
Ex.: Ou estás do meu lado ou estás contra mim (Idem).

Falácia do ataque ao homem (argumentum ad hominem) - ocorre quando se ataca a


pessoa e não o argumento.
Ex.: O senhor afirma estar inocente da acusação que pesa sobre si. Mas como podemos
acreditar num homem cujo passado é melindroso? (Geque & Biriate, 2010)

Falácia de apelo à Ignorância - argumentos baseados na inexistência de provas.


Ex.: Até hoje, ninguém conseguiu provar a não existência de seres racionais
superiores aos homens.
Logo, existem também outros seres racionais superiores ao homem.

Apelo à autoridade - argumento baseado na voz de autoridade reconhecida na área.

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Ex.: A soma dos ângulos internos de um triângulo é 180oC, porque dizem os
professores de Matemática (Chambisse & Nhumaio, 2017).

Falácia de apelo à emocional - argumentos baseados na carga emocional das


premissas.

Falácia de apelo à misericórdia – quando há sentimentos de piedade e de


compreensão;

Falácia de apelo à novidade - quando se refere que o novo é sempre melhor, sem
apresentar uma justificação;

Falácia de apelo à tradição ou antiguidade - quando o argumento se baseia na


imutabilidade de factos e valores históricos;

Falácia da afirmação do consequente – ocorre quando não se respeita a regras que


diz nada resulta necessariamente da aceitação ou afirmação do condicionado ou consequente;

Falácia da negação do antecedente – ocorre quando se desrespeita a regra que diz


que negar a condição ou antecedente não implica negar o consequente ou condicionado.

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Conclusão
Em conclusão, os silogismos categóricos irregulares e hipotéticos representam
estruturas lógicas valiosas para a análise de argumentos. Ao compreendermos esses tipos de
raciocínio e as falácias que podem surgir, estamos melhor equipados para avaliar a validade
dos argumentos que encontramos no discurso quotidiano, na retórica política, nos debates
académicos e em muitos outros contextos. Ao praticarmos a arte da lógica e da argumentação
sólida, podemos fortalecer nossas habilidades de pensamento crítico e promover um diálogo
mais informado e construtivo em todas as áreas da vida.

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Bibliografia
Chambisse, E. D., & Nhumaio, A. M. (2017). Fil 12: Flosofia 12.a Classe (2.a ed.). Maputo:
Texto Editores, Lda. Moçambique.
Geque, E., & Biriate, M. (2010). Pré - universitário - Filosofia 12 (1a ed.). Maputo: Longman
Moçambique.

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