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ESCOLA SECUNDARIA ELLEN G.

WHITE

Trabalho de Filosofia

12ª Classe
Turma: B
Período: Noturno

Tema:
Falacia

Discentes:
Castigo Sousa Luís
Docente:

Beira, Março de 2024


Índice
1. Introdução..................................................................................................................2
1.1 Objectivo.....................................................................................................................2
1.1.1 Objetivo Geral..........................................................................................................2
1.1.2 Objetivos Específicos...............................................................................................2
1.2 Metodologia.................................................................................................................2
2. Falácias.......................................................................................................................3
2.1 Espécimes de falácias..................................................................................................3
2.2 Falácias verbais ou de linguagem................................................................................3
2.3 Falácias lógicas ou de pensamento..............................................................................5
2.4 Falácias de indução......................................................................................................5
2.5 Falácias de dedução.....................................................................................................6
2.6 Falácias materiais........................................................................................................6
3. Falácias de argumentação..........................................................................................7
3.1 Falácias causais...........................................................................................................9
3.2 Inversão de causa e efeito............................................................................................9
3.3 Terceira causa............................................................................................................10
3.4 Causa complexa.........................................................................................................10
4. Conclusão.................................................................................................................11
5. Referencia Bibliográfica..........................................................................................12
1. Introdução

Neste presente trabalho de pesquisa com tema falácias que são erros de raciocínio que
podem tornar um argumento inválido, enganoso ou persuasivo de maneira injusta. Elas
surgem quando há uma falha na lógica subjacente a um argumento, muitas vezes
levando a conclusões falsas ou inadequadas. As falácias podem ser cometidas tanto
intencionalmente quanto por engano, e são frequentemente usadas na retórica para
manipular a opinião pública, em debates, na política, na publicidade e em muitos outros
contextos.

1.1 Objectivo

1.1.1 Objetivo Geral


 Conhecer as falácias na retórica e no pensamento crítico.

1.1.2 Objetivos Específicos


 Identificar e definir os principais tipos de falácias;
 Analisar exemplos de falácias em discursos políticos.

1.2 Metodologia
Para o presente trabalho recorreu-se a pesquisa documental e bibliográfica para
acedera informação para a realização do mesmo, neste sentido, apresentam citando as
fontes de cada consulta feita, distanciando se de plagio ou mal entendido sobre a origem
material do conteúdo e o autor, quanto a natureza do problema recorreu-se a uma
metodologia qualitativa.

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2. Falácias

Falácias são erros de raciocínio que podem tornar um argumento inválido, enganoso
ou persuasivo de maneira injusta. Elas surgem quando há uma falha na lógica
subjacente a um argumento, muitas vezes levando a conclusões falsas ou inadequadas.
As falácias podem ser cometidas tanto intencionalmente quanto por engano, e são
frequentemente usadas na retórica para manipular a opinião pública, em debates, na
política, na publicidade e em muitos outros contextos.

Aristóteles tem o mérito, no capítulo da Lógica, não só de ter sido o fundador da Lógica
como estudo dos princípios do raciocínio válido, mas igualmente de ter sido o primeiro
a estudar e a classificar as falácias e a explicar como evitá-las, sobretudo as treze
falácias frequentes nos argumentos dos seus contemporâneos sofistas. Desde então as
falácias foram definidas como um erro de raciocínio, ou seja, como um raciocínio
psicologicamente convincente entretanto imbuído de erro lógico.

Esta definição tradicional de falácias se teve enorme aceitação durante muitos séculos,
foi denuncia da como parcial e portanto não abrangente pelos novos estudos de que
foram alvo as falácias no século XX. Os erros de raciocínio nos quais a definição
aristotélica se baseava verificavam-se na Lógica formal, entretanto ignorava as
deficiências de argumentação que ocorriam nas diversas situações dialógicas do dia-a-
dia. Por isso, esses estudos redefiniram e analisaram as falácias, de um modo geral,
como raciocínios enganosos com aparência de correctos e verdadeiros, isto é, como
paralogismos.

2.1 Espécimes de falácias


Os raciocínios enganosos mas com aparência de correctos podem originar-se, no
mínimo, de três fontes: do mau uso da linguagem (lembrar a relação da linguagem e
pensamento, matéria de início do capítulo de Lógica, na 11.ª classe), do erro de
formulação do próprio raciocínio (na Lógica formal), e da insuficiência dos argumentos
com que se pretende provar uma determinada ideia. Assim, as falácias, respectivamente,
podem ser de linguagem, lógicas e de argumentação.

2.2 Falácias verbais ou de linguagem


Noção - Estas falácias derivam do uso incorrecto das palavras, daí a designação de
verbais. Ou seja, estas falácias surgem da identidade aparente de certas palavras ou

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expressões (gráfica e foneticamente iguais) mas que no fundo foram usadas em sentidos
diferentes num mesmo raciocínio. Por isso, estas falácias são definidas como erro
provocado pela falta de rigor na linguagem usada que expressa o pensa- mento. Os seus
principais tipos são:

Ambiguidade ou equívoco verifica-se quando, no mesmo raciocínio, existe um termo


(dai, a designação de homonímia por que é também conhecida esta falácia) tomado em
dois sentidos diferentes, pois na verdade o termo representa dois conceitos diferentes,
embora seja o mesmo.

Exemplo:

O fim (isto é, a finalidade, a realização plena) de uma coisa é a sua perfeição. Ora, o fim
(ou seja, o término) da vida é a morte.

Logo, a morte é perfeição da vida.

Metáfora é um erro de raciocínio causado pela interpretação do sentido figurado em que


um. termo foi empregue como se do sentido próprio se tratasse.

Exemplo:

Os Mambas (nome popular da selecção nacional de futebol do país) qualificaram-se


para o CAN/Angola 2010.

Os Mambas são répteis.

Logo, alguns répteis qualificaram-se para o CAN/Angola 2010.

Anfibologia ou ambiguidade - esta falácia é frequente no dia-a-dia. Consiste no uso de


expressões gramaticalmente incorrectas que admitem vários sentidos, originando, por
isso, mal-entendidos.

Exemplo:

<Duas vezes dois e três pode significar tanto (2 x 2) +3 como 2 x (2+3).

Confusão entre sentido colectivo e o sentido individual - erro que se origina quando não
distinguimos o sentido colectivo e o sentido individual em que um mesmo termo pode
ser usado ou quando atribuímos uma característica do todo a cada uma das suas partes e
vice-versa.

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Exemplo:

 Os moçambicanos são hospitaleiros.


 João e Maria são moçambicanos.
 Logo, João e Maria são hospitaleiros.

2.3 Falácias lógicas ou de pensamento


Noção erros que decorrem da falta de rigor das ideias que compõem o próprio
pensamento ou raciocínio. Estas falácias subdividem-se, tal como o próprio raciocínio,
em falácias de indução, de dedução e de analogia, conforme decorram da ilegitimidade
de cada um dos três raciocínios.

2.4 Falácias de indução


Falácia de acidente é um erro que consiste em considerar como essencial o que é
apenas acidental, mera coincidência ou vice-versa.

Exemplo:

Um doente morre nas mãos de um cirurgião. Logo, todos os cirurgiões matam os seus
doentes.

Ignorância de causa consiste em considerar como verdadeira causa o que é apenas


circunstancial, ocasional e de mera coincidência.

Exemplo:

Joana partiu um espelho, e, pouco depois, sofreu um pequeno acidente. Joana concluiu
que o acidente foi provocado pelo espelho partido, pois vidros partidos são pre núncio
de desgraça.

Enumeração imperfeita - quando se chega a conclusões repentinas e precipitadas,


generalizando aquilo que só pode atribuir-se a algumas partes, ou se carece de razões
suficientes para o atribuir ao todo.

Exemplo:

Os professores de Filosofia Alcido, Abrisse e Patricio Sando tém estatura baixa. Logo,
todos os professores de Filosofia são de estatura baixa.

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Sofisına de falsa analogia é um erro que resulta do facto de se atender apenas às
semelhanças aparentes entre dois objectos, em prejuízo das diferenças entre os objectos,
chegando a conclusões precipitadas e realmente falsas.

Exemplo:

A Lua é um planeta como a Terra.

A Terra é habitada.

Logo, a Lua também é habitada.

2.5 Falácias de dedução


Dividem-se, por sua vez, em formais e materiais, conforme o erro proceda da forma ou
da matéria do silogismo.

As falacias formais têm a ver com os erros que decorrem da violação das regras da
oposição, da conversão e do próprio silogismo.

Falácias de oposição de proposições são erros que decorrem da violação das regras de
oposição de proposições, sobretudo na oposição dos valores de verdade. Por exemplo,
da falsidade de uma proposição conclui-se a falsidade da sua contraditória, ou a verdade
da sua contrária, assim por diante.

Falácias de conversão são erros que resultam do desrespeito das regras da conversão de
proposições. Tal é o caso, da conversão indevida de uma proposição do tipo A por
conversão simples sem que se trate de uma definição, entre muitos exemplos.

Falácias de silogismo diz se de todos os erros decorrentes da violação das regras do


silogismo já estudadas, tanto dos silogismos regulares como dos irregulares ou
hipotéticos, sobretudo a falácia da negação da condição ou da afirmação do
condicionado

2.6 Falácias materiais


São a tautologia, a petição de princípio, o círculo vicioso e a ignorância da questão.

Petição de principio - é um erro que apresenta uma conclusão baseada em premissas que
já pressupõem essa mesma conclusão.

Exemplo:

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O que é a Sociologia? É a ciência que estuda os factos sociais.

Circulo vicioso ou dialelo é uma espécie de petição de princípio complexa, ou seja,


equivale a uma dupla ou tripla petição de principio. Consiste em provar uma questão
por outra ou outras que também carecem de demonstração, provando estas últimas pela
primeira. Trata-se, por assim dizer, de apre sentar duas questões que se provam
mutuamente.

Exemplo:

É verdade que Deus existe porque a Bíblia o diz e a Bíblia diz sempre a verdade porque
foi Deus quem a escreveu.

Ignorância da questão consiste num afastamento do assunto da discussão, apresentando


argumentos que levam a uma conclusão que, aparentemente, parece consequência lógica
da questão, ape- nas com o objectivo de desviar a atenção ou fazer esquecer o assunto
em discussão. Esta falácia é frequentemente usada por advogados na defesa dos
acusados.

Exemplo:

Num tribunal, um advogado está apostado em provar que X é um cidadão respeitável,


bom pai e bom marido, etc., para desviar as atenções das acusações que pesam sobre X.

Dilema ou argumento de dois gumes é uma falácia que consiste no estabelecimento de


falsas dicotomias na premissa melhor, de tal sorte que sempre se conduza o adversário à
mesma conclusão quer se afirme ou se negue cada uma das alternativas ou partes da
dicotomia.

Exemplo:

O famoso dilema com que se pretendia legitimar a destruição da Biblioteca de


Alexandria (a maior da Antiguidade, na cidade egípcia com o mesmo nome):

«Estes livros ou contêm os ensinamentos do Corão ou não os contém.

Se os contém são supérfluos e, por isso, devem ser queimados.

Se não os contém, então são nocivos e portanto devem também ser queimados. Assim,
os livros da biblioteca de Alexandria devem ser queimados».

3. Falácias de argumentação

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Argumento de autoridade - consiste em provar a verdade ou falsidade de uma
asserção evocando a autoridade (seja ela científica ou de qualquer tipo) de alguém nessa
área.

Exemplo:

A soma dos ângulos internos de um triângulo é 180 graus porque o dizem os professores
de Matemática.

Argumento ad hominem ou contra o Homem-consiste em refutar ou provar a


falsidade de uma proposição pondo em causa a dignidade do adversário.

Exemplo:

Procurar provar a incompetência profissional de alguém justificando-se pelo facto de ele


ser um divorciado.

Argumento ad terrorem - consiste em fazer valer uma opinião ressaltando apenas as


consequências negativas que decorreriam da sua não aceitação.

Exemplo:

Se não deres esmola aos pobres, queimar-te-ás nos Céus. Por isso, deves dar esmola.

Argumento ad misercordiam consiste em apelar à compaixão para obter um


tratamento especial ou vantagem pessoal.

Exemplo:

Obtive uma classificação negativa no teste porque perdi a minha mãe. Por isso, o
professor deve administrar-me uma classificação positiva.

Argumento ad populum consiste em apelar à emoção ou paixão para excitar o


entusiasmo, a ira ou o ódio dos ouvintes a seu favor.

Exemplo:

A pátria alemã nunca foi pátria de escravos, por isso não se deve submeter ao tratado de
Versalhes. (teor do discurso de Hitler para conseguir o apoio do povo para a 2. Guerra
Mundial).

Argumento ad baculum- consiste no apelo à força ou intimidação para fazer valer uma
determina- da ideia.

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Exemplo:

Senhor policia, sei que conduzo sob efeito de álcool... mas devia antes saber com quem
está a falar e avaliar as consequências disso para o seu emprego.

Argumento ad ingnorantiam- consiste em defender a falsidade de um enunciado


alegando a falta de provas da sua veracidade; ou o inverso, defender a veracidade de um
enunciado justificando-se pela ausência de provas da sua falsidade. Embora se considere
enganosa esta argumentação, ela é acolhida no tribunal para determinar a inocência dos
réus em juízo.

Exemplo:

Na falta de provas que incriminem um determinado cidadão acusado da autoria de um


crime, concluir a sua inocência.

3.1 Falácias causais


Afirma que apenas porque dois eventos ocorreram juntos, eles estão relacionados, (com
isso, logo, por causa disso)

Ex: Ao apontar para um gráfico complicado, Rogério mostra que as temperaturas vêm
aumentando nos últimos séculos, enquanto o número de piratas vem diminuindo; logo,
os piratas causam resfriamento global e, portanto, o aquecimento global é uma farsa.

Post hoc ergo propter hoc (depois disso, logo, por causa disso)

Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro,
eles têm uma relação de causa e efeito. Porém, correlação não implica causalidade.

Ex.: O Sol nasce porque o galo canta.

3.2 Inversão de causa e efeito


Considerar um efeito como uma causa.

Ex.: O investimento na educação sexual causou a propagação da SIDA (AIDS).

Na verdade, foi exatamente o contrário. A epidemia de SIDA (AIDS) levou ao


incremento da educação sexual como forma de prevenção.

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3.3 Terceira causa
Ignorar a existência de uma terceira causa, não levada em conta nas premissas.

Ex.: Estamos vivendo uma fase de elevado desemprego, que é provocado por um baixo
consumo.

Há uma causa tanto para o desemprego como para o baixo consumo.

Ex.: A Alemanha está em crise, que é provocada pelos banqueiros judeus.

Existem outros motivos para a crise (ter perdido a Primeira Guerra pode ser uma
terceira causa).

Causa diminuta

Apontar uma causa pouco importante.

Ex.: Fumar causa a poluição do ar em Edmonton.

A causa maior é a poluição industrial e dos automóveis.

3.4 Causa complexa


Supervalorizar uma causa quando há várias ou um sistema de causas.

Ex.: O menino não teria sido atingido pela bola se não houvesse acabado o recreio.

Mas também não teria sido atingido se o colega não tivesse chutado a bola para cima,
quando o recreio acabou.

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4. Conclusão

Ao finalizarmos com presente trabalho de pesquisa exploramos diversos tipos de


falácias, desde as de relevância até as de ambiguidade e presunção, destacando
exemplos práticos de como elas são utilizadas na retórica, na política e na mídia. Ficou
claro que as falácias podem distorcer argumentos, manipular opiniões e prejudicar a
busca pela verdade. O estudo das falácias não se limita à análise teórica, mas tem
ramificações práticas significativas em nossa vida cotidiana. Ao compreendermos e
aplicarmos os princípios da lógica e do raciocínio válido, podemos nos tornar cidadãos
mais críticos, responsáveis e capacitados para enfrentar os desafios do mundo
contemporâneo.

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5. Referencia Bibliográfica
 Livro de Filosofia da 12ª Classe.
 Walton, Douglas N. "Argumentation Schemes." Cambridge University Press,
2008.

 Carlos Fontes, Falácias e Paradoxos, Navegando na Filosofia.


 «Argumentum ad misericordiam», Fallacies and the Art of Debate [Falácias e
a arte do debate] (em inglês), CSUN.
 «Argumentum ad Misericordiam», Introduction to Logic [Introdução à
Lógica] (em inglês).
 «Britannica» (em inglês). Consultado em 3 de maio de 2009
 «Falácia ad hominem». Dicionário escolar de filosofia. Def na Rede.
Consultado em 3 de maio de 2009. Arquivado do original em 13 de abril de
2009
Ir para:a b c
 «Falácias da ambiguidade». Guia das Falácias. Crítica na Rede
Ir para:a b c d e
 «Apelo a motivos (em vez de razões)». Guia das Falácias. Crítica na
Rede

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