Psicologia do Desenvolvimento 2
Adolescência e desenvolvimento físico
Adolescência → Período evolutivo de transição entre a
infância e a idade adulta, durante o qual se produz o
desenvolvimento necessário para adaptar-se às
características da vida adulta.
Puberdade → ‘’(.. ) caracterizada pelas mudanças
biológicas que se manifestam na adolescência, e
representam, para o ser humano, o início da capacidade
reprodutiva. A puberdade não é, portanto, sinónimo de
adolescência, mas uma parte dela.
o Mudanças corporais + Maturação sexual
Puberdade = Adolescência
Desenvolvimento físico, o corpo e a sexualidade
→ Puberdade (surgimento dos caracteres sexuais
secundários, como aumento mamário, mudança do tom
de voz, etc).
→ Estas transformações corporais escapam ao domínio
do eu, e impõem-se ao adolescente como uma
necessidade, sendo vividas, algumas vezes, com
incerteza e medo. É necessário integrar uma nova
imagem do corpo, reapropriar-se do próprio corpo →
Imagem corporal
→ Enfoque no ‘’físico’’;
→ Mudanças físicas ‘’drásticas’’, com crescimento
‘’acelerado’’;
um aumento dramático na altura e no peso, bem como
mudanças na gordura corporal e no conteúdo muscular.
→ O surto de crescimento na adolescência é
desencadeado por um aumento no nível dos hormônios
de crescimento que circulam pelo corpo durante a
adolescência.
→ Rapazes e raparigas crescem em ritmos diferentes,
assim como diferentes partes do corpo. A taxa máxima
de crescimento das raparigas para altura é de pouco
menos de 12 anos e para os rapazes é de 13,4 anos;
→ Maturação sexual
• A maturação sexual inclui a mudança nas
características sexuais primárias, que se referem aos
órgãos que estão diretamente envolvidos na
reprodução. Isso inclui ovários, útero e vagina nas
raparigas e escroto, testículos e pénis nos rapazes. A
maturação sexual também inclui mudanças nas
características sexuais secundárias, que são sinais físicos
de maturidade não diretamente ligados aos órgãos
reprodutivos. Isso inclui o crescimento dos seios e o
alargamento da pélvis nas raparigas, o aparecimento de
pelos faciais e o alargamento dos ombros nos rapazes,
e o aparecimento de pêlos no corpo e mudanças na
voz e na pele em ambos os géneros.
• Raparigas
→ Para as raparigas, o evento mais dramático no
processo de maturação sexual é a menarca - a
primeira menstruação - normalmente entre 11 e 14 anos,
com uma média de cerca de 12 anos '' → Menarca
• Rapazes
→ O marcador de maturação sexual mais parecido
com a menarca nas raparigas é a semenarca, ou a
primeira ejaculação - a emissão de fluido seminal em
um "sonho molhado" ou durante a masturbação.
Normalmente ocorre por volta dos 13 anos →
espermarca ou semenarca
 O que dá início a esta maturação?

o Glândula pituitária/hipófise
→ Auxilia a regulação do desenvolvimento físico
através da libertação da hormona do crescimento e
‘’signals’’ outras glândulas para segregar hormonas;
o Mas o início da puberdade também é
regulado, em parte, pela genética;
o O impulso sexual aumenta;
o Estádio Genital (Freud);
o Relações de maior intimidade com o ‘’Outro’’;
o Busca por uma identidade sexual;
→ O aumento do desejo sexual leva a
comportamentos probatórios e de experimentação
com diferentes papéis sexuais.
→ A sexualidade infantil autoerótica e não genital dá
lugar à sexualidade genital e objetal do adolescente.
→ A masturbação torna-se uma atividade normal, as
paixões e idealizações são frequentes e as primeiras
relações sexuais acontecem (.. )
o Imagem corporal
→ Maior preocupação;
→ Olham-se ao espelho regularmente;
→ Raparigas preocupam-se mais com a aparência do
que os rapazes, mas estes também se preocupam
quando esperam ter uma forma ‘’ideal’’ muscular e não
a têm;
 Adolescência e desenvolvimento cognitivo
→ Embora tenham existido enormes avanços na
cognição desde a infância até o fim da infância, outras
transformações da mente estão reservadas para o
adolescente.
→ Se os adolescentes se tornam introspetivos,
questionam a autoridade dos seus pais, sonham com
mundos perfeitos e contemplam o seu futuro, o
desenvolvimento cognitivo pode ajudar a explicar
porquê;
o Estádio das Operações Formais (Piaget, 11-12 anos)
o Metacognição;
o Pensamento abstrato;
o Raciocínio hipotético-dedutivo;
→ Assim, o adolescente que adquire operações
formais pode fazer malabarismos mentalmente e
pensar logicamente sobre ideias, que não podem ser
vistas, ouvidas, saboreadas, cheiradas ou tocadas.
→ O pensamento mais sofisticado dos adolescentes
também é demonstrado na sua capacidade de retirar
conclusões adequadas a partir de fatos, o que é
conhecido como raciocínio dedutivo.
o Porém a teoria de Piaget não consegue
explicar toda a complexidade cognitiva:
→ Superestima a competência cognitiva em
adolescentes, é vago em relação aos processos de
mudança, não leva em conta a variabilidade no
desempenho das crianças e subestima a influência do
ambiente sociocultural;
Processamento da informação
→ ‘’A adolescência é a altura em que os processos
cognitivos são ajustados aos níveis dos adultos’’
o Memória de trabalho;
o Aumento do conhecimento;
o Identificação de estratégias apropriadas (Ex:
sublinhar um texto);
o Resolução de problemas e argumentação;
Um ‘’aparte’’
→ Mudanças cerebrais durante os primeiros anos da
adolescência estabelecem quatro qualidades de nossas
mentes durante a adolescência: busca de novidades,
envolvimento social, aumento da intensidade emocional
e exploração criativa.
→ A procura pela novidade
o + estar aberto à mudança, explorar, fascínio
pela vida;
o – buscar extrema por sensações pode levar a
comportamentos de risco;
→ Envolvimento social
o + relações de suporte e amizade;
o – isolamento, aumento de comportamento de
risco;
→ Aumento da intensidade emocional
o + energia, felicidade por viver e estar vivo;
o – impulsividade, extremos de humor,
reatividade;
→ Exploração criativa (nova forma de pensar;
raciocínio abstrato, etc.)
o + se mantiver a imaginação, o pensar novas
possibilidades, e minimizar a sensação de estar
‘’preso’’ a uma rotina, pode experimentar uma
vida extraordinário invés de normal;
o – procurar e explorar pode levar uma crise de
identidade, vulnerabilidade e falta de sentido ou
propósito;
→ Em vez de ver o estágio do desenvolvimento do
cérebro no adolescente como meramente um
processo de maturação, de deixar para trás formas
obsoletas ou inúteis de pensar e fazer a transição para
a maturidade adulta, é realmente mais preciso e mais
útil vê-lo como uma parte vital e necessária de nossas
vidas individuais e coletivas.
→ A adolescência não é uma fase para simplesmente
superar, é uma fase da vida para se cultivar bem;

→ Mudanças cerebrais
o Redução do número de (conexões) neurónios
(‘’pruning’’)

‘’ na adolescência, podamos essas conexões em

excesso, deixando as que usamos e descartando as que
parecemos não precisar mais ’’ ;
o Mielinização

‘’. Para permitir o fluxo de informações mais rápidas e

sincronizadas. Quando fluem rápido e coordenadas,
torna-se um processo mais eficaz e eficiente.’’

→ Essas duas mudanças fundamentais - poda e

mielinização - ajudam o cérebro do adolescente a se
tornar mais integrado. A integração, a ligação de
diferentes partes, cria mais coordenação no próprio
cérebro;
 Adolescência e o desenvolvimento moral
→ À medida que os adolescentes ganham a capacidade
de pensar sobre ideias abstratas e hipotéticas e
começam a mapear suas identidades futuras, muitos
deles refletem sobre seus valores e padrões morais e
alguns tornam a moralidade uma parte central de suas
identidades;
→ No outro extremo estão os adolescentes que
acabam se envolvendo em comportamentos antissociais
graves;
Moralidade
Capacidade de distinguir entre o certo e o errado,
sendo que tendemos a atuar de acordo com esta
distinção, experienciando orgulho quando fazemos o
que é certo e culpa ou vergonha quando fazemos algo
errado;
Componente afetiva ou emocional → sentimentos
(culpa, preocupação pelos sentimentos dos outros, etc.)
que circundam as ações certas ou erradas e que
motivam pensamentos e ações morais;
Componente cognitiva → conceptualização individual de
certo e errado e tomada de decisões sobre como se
comportar;
Componente comportamental → comportamento
realizado quando, por exemplo, somos tentados a
enganar ou somos chamados a ajudar alguém em
necessidade;
A visão de Piaget
→ Piaget estudou, também, o conceito de regras que
as crianças apresentam questionando-as acerca dos
seus jogos, tendo explorado os conceitos de justiça
através de dilemas;
Período pré-moral → Pré-escola, crianças demonstram
pouca compreensão acerca das regras;
Moralidade heterónoma → Crianças entre os 6 e os 10
anos levam as regras muito a sério, acreditando que
elas são transmitidas pelos pais ou outras figuras de
autoridade e são sagradas e inalteráveis;
Moralidade autónoma → Por volta dos 10/11 anos, Piaget
afirmou que as crianças entram no estágio final do
desenvolvimento moral no qual começam a observar
que as regras são acordos entre os indivíduos, que
podem ser alteradas através de um consenso entre os
mesmos;
A perspetiva de Kohlberg
→ Inspirada no trabalho de Piaget formulou uma teoria
cognitiva do desenvolvimento moral;
→ Desenvolvimento moral progride por meio de uma
sequência universal e invariável de 3 níveis morais, cada
qual subdividido por 2 estágios;
→ Cada estágio representa uma forma mais complexa
de pensamento sobre assuntos morais;
Dilema Moral de Kohlberg
→ Uma mulher estava à beira da morte devido a um
cancro. Um medicamento desenvolvido pelo
farmacêutico da cidade poderá salvá-la, contudo este
está a cobrar 2000€, 10 vezes mais do que custou
fazer o medicamento. O marido da mulher, o Heinz,
pediu dinheiro a toda a gente que conhecia, mas só
conseguiu cerca de metade da quantia. Ele disse ao
farmacêutico que a sua mulher estava a morrer e pediu
para lhe vender mais barato ou deixá-lo pagar mais
tarde. Porém o farmacêutico negou-se. O marido,
desesperado, assaltou a loja para roubar o
medicamento;
o O que faria nesta situação?
Estádio I
o Heinz não deve roubar, porque uma figura de
autoridade (pai, polícia, etc.) disse que ele não
devia fazê-lo;
o Ou, é possível argumentar que ele deve
roubar, porque senão ele terá problemas se
deixar a sua mulher morrer;
Estádio II
o Se Heinz roubar o medicamento, a sua mulher
poderá devolver-lhe o favor no futuro;
o Ou, Heinz não deverá roubar, porque irá criar
mais problemas para ele se a sua mulher
continuar doente, pois terá que cuidar dela;
Nível pré-convencional
o Moralidade baseada em fatores externos;
o Controlada por recompensas e punições;
Estádio I
o Os indivíduos fazem o que as autoridades
dizem ser correto para não serem punidas;
Estádio II
o Orientação instrumental;
o Têm em conta as suas próprias necessidades;
o Indivíduos são bondosos para com os outros
porque esperam que no futuro essa atitude
seja retribuída;
Estádio III
o Heinz não deve roubar, porque ele deve
manter a sua reputação como homem
honesto;
o Ou, ele deve roubar porque ninguém iria
pensar mal dele por tentar salvar a mulher;
Estádio IV
o Heinz não deve roubar, mesmo que a sua
mulher morra, pois é ilegal e ninguém está
acima da lei;
o Ou, ele deve roubar para manter o voto de
casamento de proteção à sua mulher, mesmo
que enfrente consequências negativas;
Nível convencional
Estádio III
o Moralidade é baseada nas normas interpessoais
(viver de acordo com a expetativa do outro);
o O objetivo é ganhar a aprovação do outro ao
ser ‘’bom rapaz’’ e ‘’boa rapariga’’;
Estádio IV
o Foca a moralidade do sistema social (segue as
normas/leis para manter a ordem social);
o Os papeis sociais, expectativas e leis existem
para manter a ordem na sociedade e
promover o bem-estar de todos;
Estádio V
o Heinz deve roubar, pois as normas sociais
acerca dos direitos de propriedade deixaram de
beneficiar o bem-estar da sua mulher;
o Ou, não deve roubar, porque poderá criar uma
anarquia social;
Estádio VI
o Heinz deve roubar porque salvar uma vida
procede a qualquer coisa, incluindo a lei;
o Ou, a mulher de Heinz tem direito a morrer e
ele não deve forçar as suas ideias ao roubar e
administrar o medicamento;
Nível pós-convencional
o Moralidade é baseada num código moral
pessoal;
Estádio V

o Moralidade baseada num contrato social

(protege os seus direitos e dos outros);
o Adultos concordam que grupos sociais adiram a
um contrato social porque um conjunto
comum de expectativas/leis beneficia a todos
(as leis podem ser desafiadas, o que não
acontece no IV);
Estádio VI

o Moralidade é denominada por princípios éticos

universais (sistema moral pessoal baseado em
princípios abstratos);
o Princípios como a justiça, a compaixão e a
igualdade formam a base de um código moral
que pode entrar em conflito com as
expectativas e leis sociais;

Então onde se encontra a adolescência no

desenvolvimento moral?

→ Em suma, a principal tendência de desenvolvimento

no raciocínio moral durante a adolescência é uma
mudança do raciocínio pré-convencional para o
convencional.
→ Durante esse período, a maioria dos indivíduos
começa a expressar uma preocupação genuína em
seguir os padrões morais que os pais e outras
autoridades lhes ensinaram e em garantir que as leis
destinadas a tornar as relações humanas justas e sejam
levadas a sério e mantidas. O raciocínio pós-
convencional não surge até a idade adulta - se é que
surge;
 Adolescência e desenvolvimento afetivo e social
O que significa falar de desenvolvimento afetivo e social A relação com os pais

na adolescência? → Os adolescentes parecem necessitar da segurança,

→ Em primeiro lugar relembremos Erickson bem como do incentivo para explorar, proporcionado
por pais solidários para se tornarem indivíduos

o Identidade vs difusão independentes e autônomos (.. ).

→ A principal tarefa deste estádio é a resolução da → Os adolescentes podem se sentir em conflito

crise da identidade pessoal; enquanto buscam maior autonomia de seus pais, mas

→ A definição que fazemos de nós (self), como nos continuam a precisar de seu apoio, mas um equilíbrio

vemos a nós próprios e como os outros nos vêem, entre exploração e apego é a chave para o

forma os alicerces da nossa personalidade adulta; desenvolvimento bem-sucedido nesta idade.

→ Se esses alicerces forem firmes e fortes resulta → Os adolescentes que desfrutam de relacionamentos

uma identidade pessoal sólida; se não, o resultado é de apego seguro com seus pais geralmente têm um

aquilo a que Erickson chama uma identidade difusa; senso de identidade mais forte, maior autoestima, maior
competência social, melhor ajuste emocional e menos

o A busca pela identidade problemas de comportamento do que seus pares com

→ Durante a adolescência o indivíduo começa a apego menos seguro

experimentar o sentimento de que possui uma → Separação-individuação predomina;

identidade própria, o sentimento de que é um ser → Consolidação de níveis mais complexos de

humano único e, contudo, preparado para se encaixar autonomia;

em algum papel significativo na sociedade; → O adolescente passa a ser capaz de ‘’pensar em

→ Devido à difícil transição da infância para a idade perspetiva’’ e de reconhecer o caráter de mutualidade

adulta, e também à sensibilidade às mudanças sociais e das relações com os pais;

históricas, o adolescente, neste estágio de formação da → Capacidade de estabelecer novas relações de

identidade, sofre talvez mais do que nunca uma objeto e procura de novas figuras de vinculação;

confusão de papéis ou uma confusão de identidade. → Por um lado, o desejo de ficar no espaço de

Este estado pode causar sentimentos de isolamento, de proteção da família e manter a sua vinculação aos pais

vazio, de ansiedade e de indecisão; e por outro o desejo de partir, de aumentar os

comportamentos exploratórios fora da esfera e do

o As mudanças controlo parental;

→ Na relação com os pais, com os pares e com os .

pares-românticos; → Uma das principais tarefas de desenvolvimento

adolescente é a autonomia;

→ O adolescente e os pais têm que se ajustar

mutuamente e encontrar novos papéis, novas
hierarquias na relação do poder parental. As relações
familiares evoluem da dependência para uma cada vez
maior mutualidade e reciprocidade;
→ O adolescente precisa se sentir ligado aos pais por
um sistema vinculativo seguro para poder levar a cabo
a sua separação-individuação;
A relação com os pares
→ Assim como as crianças, os adolescentes fazem
amizade com colegas que são semelhantes a eles de
maneiras observáveis.
→ No entanto, os adolescentes cada vez mais
escolhem amigos cujas qualidades psicológicas -
interesses, atitudes, valores e personalidades -
correspondem às suas.
→ O grupo possibilita aos adolescentes uma identidade
social;
→ Tem implicações na sua identidade (pessoal) e
autoestima;
→ O pertencer a um grupo reflete traços de
personalidade, habilidades, valores, etc, que existiam
antes de se envolverem com um grupo também
ajudam a moldar o desenvolvimento futuro;
→ Os nomes podem variar, mas todas as escolas têm
grupos, ‘’os populares’’, ‘’os desportistas’’, ‘’os falhados’’,
‘’os nerds’’, ‘’os góticos’’, etc., cada qual consistindo de
adolescentes que se consideram semelhantes de
alguma forma;
→ As multidões de escolas secundárias não apenas
unem meninos e meninas, mas também dão aos
adolescentes uma identidade social e um lugar na
ordem social. Todos no ensino médio parecem
reconhecer essas diferenças: “[Os cérebros] todos
usam óculos e 'beijam' os professores e depois da
escola vão todos para a biblioteca na parte alta da
cidade” (.. ) “Os foliões idiotas off muito mais (.. ); é mais
fácil para ela se sentir bem consigo mesma sendo uma
“popular” ou “atleta” do que se ela for uma (.. ) isolada
social (.. ) que não pertence a nenhuma multidão.
Sentimento de pertença
→ As influências de colegas e amigos no
desenvolvimento costumam ser saudáveis, mas podem
ser destrutivas, dependendo de quais panelinhas e
multidões os adolescentes pertencem, quão bom é seu
relacionamento com os pais e quanto eles precisam da
segurança dos colegas aceitação.
→ Embora o desenvolvimento humano não pudesse
prosseguir normalmente sem os pares, os
desenvolvimentistas reconhecem que também há um
lado negro nas relações entre pares.
o Pressão do grupo
o Bullying
A relação com os pares – romântica
→ Relacionamentos de namoro no início da
adolescência são mais superficiais e de curta duração
do que relacionamentos de namoro no final da
adolescência.
→ Não só os relacionamentos românticos se tornam
mais comuns à medida que as crianças se
desenvolvem, mas também suas funções mudam: para
os adolescentes mais jovens, os relacionamentos
românticos oferecem uma companhia como a de um
melhor amigo e uma válvula de escape para a
exploração sexual.
→ Para adolescentes mais velhos, confiança e apoio
tornam-se características importantes dos
relacionamentos românticos;
→ Romances de adolescentes (.. ) são frequentemente
significativos para o desenvolvimento.
→ Por um lado, os adolescentes envolvidos em um
relacionamento amoroso muitas vezes são mais
autoconfiantes. Por outro lado, relatam mais transtorno
emocional e conflito (.. ). Além disso, o namoro precoce
com muitos parceiros diferentes está associado a uma
série de problemas na adolescência (por exemplo, uso
de drogas, notas baixas) e com relacionamentos
românticos menos satisfatórios na idade adulta.
→ A exploração sexual é uma característica
importante dos relacionamentos românticos
para adolescentes mais jovens.
→ A atividade sexual tem significados muito diferentes
para meninos e meninas (.. ) para rapazes, o
comportamento sexual é visto como recreativo e
autodirigido; para as raparigas, o comportamento sexual
é visto como romântico e é interpretado por meio de
sua capacidade de formar relacionamentos interpessoais
íntimos;
Alguns aspetos/características importantes a reter
→ Apesar das crianças já estarem muito envolvidas em
atividades com o grupo de pares, os adolescentes
passam ainda mais tempo com estes e menos com os
seus pais;

→ A qualidade da relação com os pais continua a ser

muito importante ao longo da adolescência, mas os
pares, incluindo os parceiros românticos começam a
rivalizar ou ultrapassam os pais como fonte de
intimidade e suporte;

→ A qualidade das relações entre pares modifica-se.

Não apenas os adolescentes começam a formar
relações entre rapazes e raparigas, mas também se
tornam capazes de desenvolver relações mais
profundas e íntimas;

No geral,

o A adolescência é claramente um momento

importante de mudança nas relações de apego.

o À medida que os adolescentes ficam mais

velhos, eles olham mais para os pares, amigos e
parceiros românticos, para cumprir algumas das
necessidades de apego que os pais preencheram
quando eram mais jovens - as necessidades de
proximidade, uma base segura para exploração e um
porto seguro em tempos de stress.

o Mesmo assim, os pais, especialmente as mães,

continuam sendo uma fonte crítica de segurança ao
longo dos anos da adolescência.

Resumindo,

o A sociedade impõe uma mudança de estatuto

que inclui a necessidade de independência, de
autonomia;
o Estados emocionais intensos e sentimento de
pertença ao grupo de pares;
o O grupo torna-se ‘’mais importante’’ do que a
família;
o O adolescente adquire novos papéis (deixa de ser
criança);
o Identidade pessoal;
 Adolescência e a aprendizagem/educação
Aprendizagem
o Ao pensar em aprendizagem não podemos
esquecer que o desenvolvimento adolescente não é
linear, sendo esta uma ideia fundamental para o
constituir de situações de aprendizagem que possam
ser bem-sucedidas.
o 5 áreas do desenvolvimento adolescente são
fundamentais para compreender e responder às
necessidades destes alunos na sala-de-aula.
→ Desenvolvimento físico
o Crescimento rápido, mudanças corporais,
movimentos ‘’não-coordenados’’ (ex: Aulas de
educação física, espaços como os balneários.. );
→ Desenvolvimento cognitivo
o Curiosidade, motivação para concretizar
objetivos quando desafiados, capacidade de
pensamentos complexos. (Ex: Matemática, química,
física, filosofia.. );
→ Desenvolvimento Social (Emocional)
o Necessidade de pertencer e ser aceite pelos
pares, ao mesmo tempo que procuram o seu lugar no
mundo,.. . (Ex. os intervalos; o ‘’responder certo’’ e o
‘’não ser gozado’’.. . .)
→ Desenvolvimento psicológico/pessoal
o Autoconsciência, vulnerabilidade, mudanças de
humor muitas vezes imprevisíveis,..
→ O comportamento...
o Idealização, desejo de ter impacto ao seu redor
Ou seja,
→ A nível individual:
o Capazes de analisar as consequências;
o Interpretar o feedback dos professores;
o Interferir sobre comportamentos/capacidades;
o Conseguem saber os seus pontos fortes e
fracos de forma realista;
→ A nível familiar:
o Algumas características estão associadas a
insucesso escolar e absentismo:
→ Grupos minoritários
→ Famílias monoparentais
→ Problemas de saúde mental
o Contudo, uma família que oferece suporte,
com disciplina consistente pode potenciar o
desempenho académico;
São as perceções dos alunos sobre o envolvimento dos
pais e não o envolvimento real que está relacionado
aos níveis de motivação.
→ A nível do grupo
o O sucesso escolar e a motivação é influenciado
pela crescente importância do grupo de pares, o que
pode ‘’minar’’ os esforços dos pais e dos professores
para um melhor desempenho escolar.
→ Uma preocupação
o Os alunos podem, de fato, formar expectativas
mais realistas de sucesso, pois suas crescentes
habilidades cognitivas permitem que eles usem o
feedback cada vez mais informativo que recebem dos
professores.
o Experimentar mudanças na puberdade ao
mesmo tempo que outras mudanças estressantes e a
necessidade de subestimar os acadêmicos para ganhar
popularidade também pode prejudicar o desempenho
escolar.
o Os adolescentes são mais propensos a se fixar
na linguagem corporal e nas emoções demonstradas
pelo adulto do que na mensagem que estava tentando
ser transmitida.
o Os próprios adolescentes disseram que
preferem relaxar na escola, parecer desinteressados
em sua aprendizagem ou até mesmo hostilizar os
professores, tudo para obter a aprovação dos colegas;
 o Professores e líderes educativos referem o
ambiente social e emocional da escola como um
aspeto da preocupação.
o A aceitação ou rejeição social por pares, a
procura ‘’desesperada’’ por aprovação, pode levar a
comportamentos desafiantes;
o Os adolescentes, por vezes tomam más
decisões ou fazem julgamentos errados. Quando estão
em grupos desestruturados e sem supervisão, estes
podem levar a consequências negativas;
o A capacidade cerebral para a aprendizagem na
adolescência é imensa.
o Estudos revelam que numa mesma tarefa, o
cérebro de adolescentes e adultos ‘’acedem’’ a
diferentes áreas do cérebro nas fases de
processamento e execução;
o Nos adolescentes, as zonas responsáveis pelas
emoções ‘’disparam’’ em quase todas as tarefas que
lhes são apresentadas, enquanto que os adultos
aparentam mitigar a resposta emocional na maioria das
tarefas;
o Em estudos de laboratório, na ausência de
pares ou estímulos emocionais, os adolescentes atuam
de forma semelhante aos adultos nas tarefas. Ao
introduzir os pares ou emoções (positivas ou negativas)
o desempenho dos adolescentes diminui
drasticamente;
o Por isso, não é de estranhar que os
adolescentes quando são chamados a ir ao quadro em
frente da sua turma fiquem com vergonha. A
antecipação de julgamento dos seus pares é por si
própria uma experiência ‘’terrível’’;
o Porém, os professores não são amigos, são
professores;
o Os adolescentes não necessitam de ‘’amigos’’
(eles têm muitos) mas de adultos que lhes deem
estrutura e limites;
o Eles vão nos dar resistência; isso é o que eles
devem fazer. Não podemos desistir deles; é isso que
eles esperam que façamos.
o Eles precisam que acreditemos neles. (.. )
o Relacionamentos positivos com mentores
adultos desempenham um papel significativo em ajudar
os adolescentes a desenvolver essa autorregulação;
o Para aprender as necessidades de
aprendizagem dos adolescentes, necessitamos de
conversar com estes sobre a sua própria
aprendizagem, contudo este diálogo não é uma
realidade;
o Apesar dos inúmeros estudos sobre a
importância de promover ‘’pensadores’’ na sala de aula
esta não é uma experiência ainda ‘’comum’’ na
aprendizagem dos alunos;
o Educadores e instituições educativas estão
numa posição privilegiada para criar ambientes
apropriados os quais os adolescentes podem explorar,
fazer ‘’asneiras’’, aprender o que fazer e o que não
fazer;
o A colaboração com os pais permite também
criar uma aliança de apoio aos alunos adolescentes;
o Os educadores devem manter os adolescentes
envolvidos na sua educação:
o Criando bons ambientes, adequados às
suas necessidades e interesses;
o Relações de suporte com os
professores;
o Desafios intelectuais;
o Oportunidades de desenvolvimento
pessoal;
o Envolvimento com os pais;
Contudo não podemos esquecer que:
o Os adolescentes tomam decisões críticas sobre
a sua aprendizagem, por exemplo, quanto tempo
dedicam aos estudos, se vão continuar e seguir para a
universidade ou sobre o que querem ser ‘’quando
crescerem’’;
o São agora mais capazes de tomar decisões
educacionais e vocacionais à medida que as suas
competências sociais e cognitivas expandem: por sua
vez, estas decisões também irão moldar o seu próprio
desenvolvimento;
Então, após tantos ‘’desenvolvimentos’’...

o Quais são algumas das principais

tarefas/características desenvolvimentais da
adolescência?

o O medo e o desejo de crescer – o medo

puxando para a dependência e o desejo de crescer
puxando para a autonomia;

o Todos os comportamentos de autonomia que

são amplamente desejados pelos adolescentes são
simultaneamente fonte de ansiedade e de insegurança
– apropriar-se do corpo e da sexualidade é também
aproximar o enigma, o desconhecido, e pôr-se à
prova; separar-se emocionalmente dos pais é ficar
mais só e desamparado; escolher e decidir por si
próprio traz a responsabilidade e o não poder atribuir a
culpa aos outros;

Quando termina a adolescência?

o A adolescência, que começa no nível biológico,

termina no nível psicossocial.
o O fim da adolescência não tem uma data
biológica precisa, mas sim determinantes psicológicos e
socioculturais.
o A adolescência não é totalmente abandonada
até que se experimente a autonomia econômica e
psicológica, a independência do ambiente parental e o
estabelecimento de uma visão sexual adulta.
o Ao final, o adolescente fica à vontade com seu
corpo, adquire uma identidade sexual e de gênero,
além da capacidade de estabelecer relações íntimas e
duradouras.
 Adultez Emergente
O que é a adultez emergente?
o Tão recentemente quanto os anos 60, com 21
anos:
o Casado/a ou prestes a casar;
o Com recém-nascidos ou esperando;
o Educação terminada;
o Emprego para o resto da vida ou mãe
a tempo inteiro;
E hoje?
o Hoje, com 21 anos:
o Casamento e parentalidade só ‘’mais
para a frente’’;
o Educação ainda não terminada, com
mais alguns anos ainda por terminar;
o Mudança constante de emprego;
→ Os jovens de hoje, ao contrário, vêem a idade
adulta e suas obrigações sob uma luz totalmente
diferente.
→ No final da adolescência e no início dos vinte anos, o
casamento, o lar e os filhos são vistos pela maioria não
como conquistas a serem perseguidas, mas como
perigos a serem evitados.
→ Não é que rejeitem a perspetiva de casamento, lar
e filhos - eventualmente. A maioria deles quer assumir
todos esses papéis adultos, e a maioria terá feito isso
quando chegarem aos 30 anos. O que acontece é que,
no final da adolescência e no início dos vinte anos, eles
ponderam sobre essas obrigações e pensam: "Sim, mas
ainda não."
→ A idade adulta e seus compromissos oferecem
segurança e estabilidade, mas também representam
um fechamento de portas - o fim da independência, o
fim da espontaneidade, o fim de um senso de
possibilidade aberta;
o Adultez emergente
→ Inicia-se por volta dos 18 anos (final do secundário)
até aos 25 anos (mais ou menos), quando se iniciam
compromissos que estruturam a vida adulta: casamento
ou relação duradoura, parentalidade, e emprego de
longa-duração;
o Adultez emergente é primeiramente definida
por características ‘’demográficas’’ como:
→ Educação mais longa e espaçada no tempo;
→ Entrada mais tardia no casamento e na
parentalidade;
→ Transição prolongada e inconstante no encontro de
um emprego estável;
→ Países desenvolvidos (sobretudo);
→ Número considerável de anos entre o término da
adolescência e a adoção de papéis adultos estáveis
(amor, emprego);
o No entanto, a experiência dos jovens na idade
adulta emergente tende a variar consideravelmente
entre os contextos nacionais, culturais e
socioeconômicos.
o É melhor pensar nisso como um estágio, com
características demográficas distintas, mas com muitos
caminhos possíveis através desse estágio, em termos
de como os adultos emergentes vivenciam sua
educação, trabalho, crenças, autodesenvolvimento e
relacionamentos;
o Características distintivas na adultez emergente
o Exploração da identidade;
o Instabilidade
o Autofoco
o Ambivalência
o Possibilidades/otimismo
o Exploração da identidade
→ Amor e emprego;
→ Quem são e o que querem da sua vida
Independência dos pais, mas não ainda em
compromissos estáveis;
Oportunidade para experimentar diferentes formas de
viver e diferentes possibilidades no amor e no
emprego;
→ Segundo Arnett:
o É claro que é a adolescência, e não a idade
adulta emergente, que costuma ser associada à
formação da identidade.
o Se a adolescência é o período de 10 a 18 anos e
a idade adulta emergente é o período de
(aproximadamente) 18 a 25 anos, a maior parte da
exploração da identidade ocorre na idade adulta
emergente, e não na adolescência;
o Embora a pesquisa sobre formação de
identidade tenha se concentrado principalmente na
adolescência, esta pesquisa mostrou que a conquista da
identidade raramente foi alcançada ao final do ensino
médio e que o desenvolvimento da identidade continua
até o final da adolescência e os anos vinte;
→ No amor
o Maior intimidade;
o Busca por um parceiro mais ‘’parecido’’ –
identidade
o Ao envolverem-se com diferentes pessoas,
aprendem sobre as qualidades que lhes são mais
importantes e aquelas que não gostam
→ No emprego
o Também com um maior ênfase em ‘’o que é
que eu faço bem?’’ – identidade
o Ao explorar diferentes opções (emprego e
educação) também estão a se preparar para o futuro
profissional e a aprender sobre si próprios:
competências, interesses e habilidades;
o Tanto no trabalho quanto no amor, as
explorações na idade adulta emergente geralmente
incluem a experiência de fracasso ou deceção. Mas,
como no amor, os fracassos e deceções no trabalho
podem ser esclarecedores para a autocompreensão.
o Embora os adultos emergentes se tornem mais
focados e sérios em suas escolhas no amor e no
trabalho do que quando adolescentes, essa mudança
ocorre gradativamente.
o Muitas das explorações de identidade dos anos
adultos emergentes são simplesmente para diversão,
uma espécie de jogo, parte da obtenção de uma
ampla gama de experiências de vida antes de “se
estabelecer” e assumir as responsabilidades da vida
adulta.
o Instabilidade
→ A exploração da identidade e as múltiplas mudanças
que os adultos emergentes realizam são intensas, mas
também são muito instáveis;
→ É suposto existir nesta fase ‘’um plano’’ sobre o
caminho a percorrer desde a adolescência até a idade
adulta e a maioria até o tem;
→ Contudo, este ‘’plano’’ é revisto inúmeras vezes
durante estes anos, consequência natural das suas
explorações;
o Entram na universidade, e descobrem que o
curso não é o que pensavam ou querem – ‘’revisão
do plano’’;
o Ou vão trabalhar e descobrem que querem
estudar – ‘’revisão do plano’’;
o Ou vão viver com a/o namorada/o e
descobrem que afinal não é para ‘’a vida toda’’ –
revisão do plano;
→ Todo esse movimento torna a idade adulta
emergente um período instável, mas também reflete
as explorações de identidade que acontecem durante
os anos adultos emergentes;
→ Muitos dos movimentos que os adultos
emergentes fazem são com o propósito de algum
novo período de exploração, no amor, no trabalho ou
na educação. Exploração e instabilidade andam de
mãos dadas.;
→ Autofoco
Múltiplas decisões que têm que fazer (na sua maioria)
sozinhos:
o Vou para a universidade?
o Vou trabalhar?
o Universidade e trabalho?
o Mudo de curso?
o Saio de casa?
→ Ser autocentrado não significa necessariamente ser
egoísta, e dizer que a idade adulta emergente é uma
época autocentrada não significa pejorativamente.
→ Não há nada de errado em ser autocentrado
durante a vida adulta emergente; é normal, saudável e
temporário.
→ Concentrando-se em si mesmos, os adultos
emergentes desenvolvem habilidades na vida diária,
obtêm uma melhor compreensão de quem são e o
que desejam da vida e começam a construir uma base
para sua vida adulta.
→ O objetivo de seu autofoco é aprender a ficar
sozinho como uma pessoa autossuficiente;
→ Ambivalência (sentimento de sentir-se ‘’no meio’’)
o Entre a adolescência (viver com os pais, acabar
o secundário, etc) e a adultez (casamento,
parentalidade, emprego estável);
o Entre as restrições da adolescência e as
responsabilidades da idade adulta estão as explorações
e a instabilidade da idade adulta emergente;
o A razão pela qual tantos adultos emergentes se
sentem intermediários fica evidente pelos critérios que
consideram os mais importantes para se tornarem
adultos. Seus principais critérios são graduais, portanto,
sua sensação de se tornar um adulto também é
gradual;
o Aceitar a responsabilidade por si próprio;
o Tomar decisões de forma independente;
o Tornar-se financeiramente independente;
o Os critérios dos “Três Grandes” são graduais,
incrementais, em vez de todos de uma vez.
o Consequentemente, embora os adultos
emergentes comecem a se sentir adultos por volta
dos 18 ou 19 anos, a maioria não se sente
completamente adulta até anos mais tarde, por volta
dos vinte e poucos anos.
o A essa altura, eles estão confiantes de que
chegaram a um ponto em que aceitam
responsabilidades, tomam suas próprias decisões e são
financeiramente independentes. Enquanto eles estão
no processo de desenvolver essas qualidades, eles se
sentem entre a adolescência e a plena idade adulta;
→ Possibilidade/otimismo
o Possibilidade de diferentes futuros;
o Grandes ‘’esperanças’’ e expetativas;
o Bom emprego com um grande ordenado;
o Casamento com a sua ‘’alma gémea’’;
o Filhos felizes, inteligentes e ‘’acima da média’’,
etc;
o Por esta janela limitada de tempo - sete, talvez
dez anos - o cumprimento de todas as suas
esperanças parece possível, porque para a maioria das
pessoas a gama de suas escolhas de como viver é
maior do que nunca e maior do que jamais será
novamente;
→ Adolescência tardia ou adultez emergente?
o Os adolescentes e a maioria dos adultos
emergentes têm em comum o fato de ainda não
terem se casado e terem sido pais.
o Adolescentes (de 10 a 18 anos) moram em casa
com um ou ambos os pais.
o Muitos adultos emergentes deixaram a casa de
seus pais, e suas situações de vida são extremamente
diversas.
o Todos os adolescentes estão vivenciando as
mudanças físicas dramáticas da puberdade. Os adultos
emergentes atingiram a maturidade física.
o Todos os adolescentes frequentam o ensino
médio. Muitos adultos emergentes estão matriculados
em educação ou formação, mas longe de todos eles.
o Os adolescentes também têm em comum o
fato de terem a condição de menores, não de adultos.
Eles não podem votar, não podem assinar documentos
legais e estão legalmente sob a autoridade e
responsabilidade de seus pais de várias maneiras.
o A partir dos 18 anos os adultos emergentes
têm todos os direitos legais dos adultos. Em todas
essas formas, os adultos emergentes são diferentes
dos adolescentes;
→ A relação com os pais
o Aprender a aceitar a responsabilidade por si
mesmo significa assumir responsabilidades que antes
eram assumidas por seus pais, e não mais esperar que
eles assumam a responsabilidade pelas consequências
de seus erros.
o Tomar decisões independentes significa não ter
mais decisões importantes sobre sua vida feitas por
seus pais.
o Tornar-se financeiramente independente
significa não ter mais que seus pais paguem algumas
ou todas as suas contas.
o Os adultos emergentes estão a caminho de
alcançar a independência em todos esses três aspetos,
mas eles estão no meio, ainda não chegaram lá. Eles
ainda dependem de seus pais de maneiras que
esperam não continuar quando se tornarem
totalmente adultos, especialmente por dinheiro, mas
também por conselhos e apoio emocional;
o Eles se tornam mais próximos de seus pais.
 o A hierarquia do pai como figura de autoridade e
do filho como dependente e subordinado desaparece.
O que resta, na maioria dos casos, é o afeto mútuo e
o apego que têm um pelo outro com base em muitos
anos de experiência compartilhada.
o Eles aprendem a ver uns aos outros como
pessoas, como indivíduos, em vez de serem definidos
um pelo outro estritamente por seus papéis de pai e
filho.
o Eles falam sobre uma gama mais ampla de
assuntos do que antes, e mais abertamente, mais
como amigos.
o Mesmo assim, há um limite para sua abertura e
um limite para o grau em que seu relacionamento
transformado é como uma amizade.
o Uma das razões pelas quais eles se dão melhor
é que os adultos emergentes editam suas vidas ao
falar com os pais, retendo informações que podem ser
uma fonte de conflito e os pais aprendem a não
perguntar muito;
→ Relação com o outro – Amor
o No decorrer da idade adulta emergente, os
jovens mudam de várias maneiras que os tornam cada
vez mais prontos para o casamento.
o Os adultos emergentes tornam-se mais
capazes de uma intimidade duradoura. Eles passam a
apreciar as recompensas de ficar com uma pessoa por
um longo período de tempo e desenvolver uma
proximidade emocional mais profunda.
o Eles também passam a desejar mais segurança
e comprometimento em seus relacionamentos.
Eventualmente, envelhece mudar de um parceiro para
o outro a cada poucas semanas ou meses e começar
tudo de novo.
o Eles podem desejar esperar pelo casamento
até que terminem os estudos, ou tenham uma carreira
estabelecida, ou tenham tido oportunidades suficientes
para viver de forma independente e se concentrar em
seu próprio desenvolvimento e desejos por alguns
anos.
o Mas eles esperam se comprometer com o
casamento assim que se sentirem prontos, e a maioria
deles, até mesmo os “guys”, eventualmente o fazem.
Eles temem algumas coisas sobre o casamento, mas o
sonho de um verdadeiro amor para toda a vida supera
esses medos;
→ Educação
o Agora tu precisas de pensar em como tua
educação te impulsionará para uma carreira. Em vez
de simplesmente ires para a escola secundária local, tu
deves escolher entre uma ampla gama de faculdades
ou programas de treinamento ocupacional possíveis.
o As apostas também são maiores na faculdade
porque alguém, provavelmente você ou seus pais, está
pagando dinheiro de verdade para você ir, dinheiro que
será desperdiçado se você não passar nas aulas.
o Assim, tanto a escola, como o amor, torna-se
mais séria na idade adulta emergente, mais focada em
lançar as bases para a vida adulta;
o Universidade?
o Competências para encontrar um
emprego;
o Divertimento;
o Amizades, romance, festas;
o Local de inspiração;
o Experiências intelectuais;
Desenvolvimento e crescimento pessoal
o A faculdade é uma ilha social separada do resto
da sociedade, um refúgio temporário onde adultos
emergentes podem explorar possibilidades de
identidade no amor, trabalho e visões de mundo com
muitas das responsabilidades da vida adulta minimizadas,
adiadas, mantidas sob controle;
→ Emprego
o Pensar seriamente sobre o futuro profissional (a
longo-prazo);
o Tipo de trabalho que querem fazer;
o Parte central da vida, e pilar na construção da
vida adulta;
o Os adultos emergentes querem mais
desempregados do que um salário decente e um
salário estável.
o Eles querem que seu trabalho seja uma
expressão de si mesmos, que se encaixe bem com
seus interesses e habilidades, seja algo que eles achem
satisfatório e agradável e que façam algo de bom no
mundo.
 o Se necessário, eles estão dispostos a suportar
mudanças de emprego frequentes e uma longa série
de salários relativamente baixos, de curto prazo;
o Mesmo em meio à instabilidade e incerteza de
seu trabalho na idade adulta emergente, muitos deles
permanecem esperançosos de que sua identidade a
busca terminará em sucesso e eles encontrarão um
trabalho baseado em identidade.
→ Quando nos tornamos adultos?
o À medida que gradualmente assumem a
responsabilidade por si mesmos, tomam decisões
independentes e pagam seu próprio caminho pela vida,
cresce neles a sensação de que se tornaram adultos;
Resumindo:
o Critério mais utilizado para decidir se uma
pessoa atingiu a adultez: mudança de papéis;
o Novas responsabilidades e obrigações:
→ Votar; terminar a educação; trabalhar a tempo
inteiro; morar sozinho; casar; ser pai/mãe, etc.

o Tornar-se um adulto hoje significa se tornar

autossuficiente, aprendendo a ficar sozinho como uma o Adultez emergente: um período onde os
pessoa independente; indivíduos não são já adolescentes, nem são ainda
adultos;
o Tempo de exploração de carreiras,
o Responsabilidade; autoconhecimento e compromissos;
o Decisões independentes;
o Independência financeira;

Þ Responsabilidade

o Assumir a responsabilidade pelas nossas ações

e suas consequências;

Þ Decisões independentes

o Pequenas ou grandes (amor, trabalho, casa);

o Rotina do dia-a-dia;
o Crenças e valores, etc;

Þ Independência financeira

o Ganhar dinheiro suficiente para ‘’pagar as

contas’’;

o Como não é tanto mudança que importa, mas

sim assumir as três grandes transições (de
responsabilidades, tomada de decisões independentes e
independência financeira) que a mudança geralmente
requer, os adultos emergentes podem sentir que
atingiram a idade adulta, mesmo que tenham voltado
para casa ou nunca saído;

o Entrar na idade adulta não é mais tão definido e

claro como se casar. Pelo contrário, o caminho para a
idade adulta jovem é tortuoso, e o fim dele geralmente
não chega até o final dos anos vinte.

o Os jovens atingem a idade adulta não por

causa de um único evento, mas como consequência
do processo gradual de se tornarem autossuficientes e
aprenderem a ficar sozinhos.
 Adultez
o O que significa ser um adulto?
o Quando foi a primeira vez que se sentiram um
adulto?
o Onde estavam? Com quem? Como se sentiram?
Definindo...
o A definição legal de idade adulta, que tem
variado com o lugar e a época, está relacionada à
noção de responsabilidade. Adulto é a pessoa capaz de
assumir a responsabilidade pelos próprios assuntos
o . A lei também reconhece, no entanto, que a
responsabilidade individual e o conceito relacionado de
competência - a capacidade de lidar com a própria vida
e propriedade - variam não apenas com a idade
cronológica, mas também com o estado físico,
cognitivo e emocional da pessoa;
o Período de realização da vida, em que o
indivíduo adquire cada vez mais equilíbrio, atingindo
estabilidade duradoura, proporcionando o mergulho em
profundidade que leva ao alargamento da consciência
de si e de si mesmo no mundo;
→ Características físicas
o Pequenas mudanças físicas ocorrem durante os
20 e os 30 anos; expoente máximo do funcionamento
físico;
o A maioria apercebe-se de mudanças quando
chega aos 40 anos;
o Rugas, cabelo grisalho, ganho de peso, etc;
o Menopausa e andropausa;
→ Características sensoriais
o Capacidades sensoriais e percetuais declinam ao
longo da idade (Ex: sussurros tornam-se cada vez mais
difíceis de ouvir, ver no escuro torna-se cada vez mais
complicado, a comida por vezes não tem o mesmo
sabor);
o Alterações são normalmente graduais e
pequenas, sendo que possibilitam a compensação das
mesmas (Ex: aumentando o volume da televisão, ou
colocando mais tempero na comida);
o Os adultos mais velhos têm dificuldades no
processamento e interpretação da informação
sensorial (ex: podem ter dificuldade ao procurar algo
visualmente ou em compreender um discurso num
lugar barulhento);
o De todas estas mudanças na perceção, as que
envolvem a audição e a visão parecem ser mais
importantes e universais;
Características cognitivas
o O estádio operações formais parece
dependente da educação formal e influenciado pela
cultura e área de especialidade, sendo que muitos
adultos parecem funcionar no estádio das operações
concretas particularmente em tarefas não familiares;
o Outros adultos parecem adquirir níveis mais
avançados do que o considerado por Piaget;
o Pensamento pós-formal
→ Reconhecimento de que:
o A verdade (resposta correta) pode variar de
situação para situação;
o As soluções têm que ser realísticas para serem
razoáveis;
o A ambiguidade e a contradição são a regra e
não a exceção;
o Fatores emocionais e subjetivos têm um papel
no pensamento;
→ Investigações indicam que este tipo de pensamento
terá início no princípio da idade adulta;
→ Este tipo de pensamento representa uma mudança
qualitativa para além das operações formais;
Aprendizagem
o A crença popular de que os idosos têm
dificuldade em aprender coisas novas porque estão
“determinados em seus caminhos” e porque velhas
memórias e experiências atrapalham as novas, pode
ter algum mérito.
o Mas, embora o desempenho de aprendizagem
possa diminuir na idade adulta, na maioria dos casos, o
declínio só é acentuado depois dos 70 anos ou mais (.. ).
o Com motivação apropriada, tempo suficiente e
instrução especializada, e um ambiente que conduza
ao aprendizado, os adultos mais velhos podem
continuar a expandir suas capacidades, interesses e
atitudes;
Algumas características (gerais) dos adultos alunos:
o Preferência por ritmos mais lentos de ensino;
o Mais cautelosos;
o Menos atentos;
o Menos provável que utilizem mnemónicas
espontaneamente;
o Menos motivados a aprender material ou
procedimentos que consideram irrelevantes na sua
vida;
Características psicossociais
o As relações com a família e amigos não são
menos importantes na adultez, mas tomam diferentes
qualidades;
o As redes sociais dos adultos diminuem com a
idade;
o Apesar da maioria dos adultos estar envolvida
em relações românticas, continuam a valorizar
amizades, especialmente duradoura e equitativas;
o Adultos mais jovens têm tipicamente mais
amigos do que adultos mais velhos;
o De acordo com o desenvolvimento pessoal de
Erickson..
→ Estádio Generatividade vs estagnação (idade adulta)
o Contribuir para os mais jovens (cuidar dos filhos
ou trabalhos produtivos);
Geratividade vs estagnação (30 aos 60 anos)
o Caracteriza-se pela relação do que é produzido
– prole, produtos, ideias e assim por diante – com o
estabelecimento e o desenvolvimento de linhas de
conduta para as gerações seguintes;
o Quando a produtividade é fraca, ou não pode
ser expressa, a personalidade regride, e adquire um
sentimento de empobrecimento e de estagnação;
o Kahn e Antonucci propuseram que cada um de
nós tem o que chamaram de ‘’proteção social’’, uma
rede social e um sistema de suporte que acompanha a
nossa vida, e modifica-se ao longo desta;
o Esta proteção social providencia suporte social
na forma de ajuda, afeta, etc;
o A proteção social de uma criança é
habitualmente os seus pais. Ao longo dos anos
aumenta e abrange outros (familiares, amigos,
parceiros, colegas, etc.) e tende a diminuir mais tarde
na vida;
o Relações próximas com outras pessoas são
essenciais para o desenvolvimento cognitivo, social e
emocional normal;
o A qualidade mais do que a quantidade das
relações sociais de um indivíduo está mais relacionada
com o bem-estar e a satisfação de vida da pessoa;
A família enquanto grupo e o seu ciclo vital
o Sequência previsível de transformações na
organização familiar, em função do cumprimento de
tarefas bem-definidas que caracterizam as suas etapas;
o As tarefas de desenvolvimento da família, para
além de se relacionarem com as características
individuais dos elementos que a compõem, têm que
ver com a pressão social para o desempenho
adequado de tarefas essenciais à continuidade funcional
do sistema-família;
o Formação do casal;
o Família com filhos pequenos;
o Família com filhos na escola;
o Família com filhos adolescentes;
o Família com filhos adultos;
o A família terá que resolver com sucesso duas
tarefas, também elas básicas: a criação de um
sentimento de pertença ao grupo e
individualização/autonomização dos seus elementos.
o O desenvolvimento processa-se tendo sempre
como meta essas duas funções e tarefas; de facto são
elas que exigem, para cada etapa, a criação de
objetivos diferenciados e específicos;
Resumindo...
→ Algumas tarefas/eventos que caracterizam a adultez:
o Curso ou educação terminada;
o Iniciar um emprego e adaptar-se a essa nova
condição;
o Estabelecer uma relação amorosa/sexual
relativamente permanente;
o Ter filhos e criá-los;
o Manter e reforçar laços com a família e com
os amigos;
o Manter-se ‘’a par’’ dos eventos da comunidade
do mundo;
 o Estabelecer uma base financeira segura
(compras bem pensadas, planear o futuro
financeiramente, etc.)
o Educação dos filhos e planos para o seu futuro
(Ex: universidade);
o Envolver-se em atividades/hobbies satisfatórios;
o Considerar o seu desenvolvimento espiritual,
ético e ‘’filosofia de vida’’;
o Adaptar-se às mudanças físicas relacionadas
com a idade, doenças e lesões;
o Adaptar-se à morte de amigos, conhecidos e
preparar-se face à sua própria mortalidade;