4 - Psicologia Transcultural IV - Origem, Cultura e Etnocentrismo

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PSICOLOGIA SOCIAL

Psicologia Transcultural IV: Origem, Cultura e Etnocentrismo


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PSICOLOGIA TRANSCULTURAL IV: ORIGEM, CULTURA E


ETNOCENTRISMO

RELEMBRANDO
A psicologia social muda o seu contexto de um entendimento universal para um entendi-
mento mais particularizado.

Origem

A Psicologia transcultural surge em resposta aos questionamentos provocados pela crise


da Psicologia Social. Durante as décadas de 60, 70, a psicologia passou a ser questionada
em relação as suas abordagens, experimentalismo, um certo distanciamento de realidade,
um foco muito na psicologia individual, mas reações de sujeitos dentro de grupos, da influ-
ência de grupos sobre o comportamento individual, sob a ideia de que conceitos e teorias
criadas, em um contexto norte-americano, seriam naturalmente aplicados em vários con-
textos etc.
A partir desse questionamento, surgem ideias de psicologias pensadas para outro tipo de
raciocínio. Com isso, existe a psicologia social-crítica, a comunitária, uma psicologia voltada
para uma formação mais política e a transcultural como uma forma de tentar responder a
esses questionamentos.
As teorias e conceitos universalizados da Psicologia encontram resistência e precisam
ser testados e corroborados dentro de uma perspectiva sócio-histórica. A concepção de que
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alguns fatores são universais enquanto outros são específicos (socialmente determinados)
traz a necessidade de um olhar transcultural. Portanto, a psicologia transcultural tem esse
princípio de teste, de validação.

Cultura

Configura-se em um sistema simbólico, comum ao conjunto de pessoas que a consti-


tuem e orienta o modo como o ser humano faz e pensa sobre a realidade. Com isso, há um
compartilhamento e construção desses símbolos. Desse modo, as pessoas são produtoras
de cultura e consumidoras.
ANOTAÇÕES

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Assim, representa um conjunto de características compartilhadas entre determinado


grupo de pessoas, incluindo história, valores, instrumentos, estruturas, crenças e costumes
que são transmitidos entre gerações. A cultura é sempre dinâmica, integrando e adaptando-
-se às mudanças históricas e sociais presentes em determinado grupo/sociedade.
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A cultura é um ente vivo que faz parte do conjunto social, visto que constitui e é cons-
tituído por essa estrutura social e compõe tudo aquilo que o indivíduo entende e comparti-
lha, o que é comum. Isso não impede a variação, porém é o que representa o ser humano,
enquanto unidade, grupo, nação etc.
É intencional, serve a um propósito e reflete um posicionamento ideológico e político
daquele determinado contexto. A Cultura é constituída na interação dialética entre os diver-
sos sujeitos que compõem este grupo/sociedade. Por isso, culturas ao redor do mundo parti-
lham muitas semelhanças entre si, mas também são marcadas por diferenças significativas.
Principalmente, com o advento das tecnologias, o acesso a outras culturas se tornou pos-
sível. Desse modo, datas festivas como o Halloween ou Dia das Bruxas, que originário de
culturas pagãs medievais, também é comemorado em diversos outros países. E isso ocorre
porque não é algo exclusivo de um país ou comunidade, visto que é um patrimônio. Sendo
assim, a partir do momento que uma cultura faz sentido para determinado grupo, absorve-se
parte dessa cultura para o seu funcionamento.
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Etnocentrismo

É a tendência de estabelecer a sua própria cultura como referência/padrão para avaliar


outras culturas. Quando se diz que é estranho ou esquisito, parte-se do princípio que se está
comparando a própria cultura para avaliar a outra. Ao adotar uma perspectiva etnocêntrica
acerca de outra cultura assumimos um olhar normativo.
Estabelece-se julgamentos de valor, o que torna a nossa percepção enviesada, tenden-
ciosa, potencialmente preconceituosa e, “cega” as próprias influências culturais. Além disso,
às vezes, é possível ser preconceituoso com as próprias culturas, no momento que o esse
indivíduo valoriza a cultura de outro local em detrimento a sua. Este comportamento influen-
cia a maneira de interagir, nos comportamentos e perceber os indivíduos de outras culturas
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(xenofobia).

ATENÇÃO
É por isso que se deve ter muito cuidado ao avaliar o outro para entender de onde está
partindo o entendimento. Com isso, deve-se perguntar: “Eu estou me permitindo conhecer
esse outro? Ou eu já parto de um princípio que eu já sei?”.

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Psicologia transcultural

A psicologia transcultural analisa as influências de fatores culturais sobre o comporta-


mento humano, as experiências e percepções vivenciadas pelas pessoas e pelos grupos.
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Investiga como os comportamentos convergem e divergem entre as várias culturas em todo
o mundo (comportamentos universais e comportamentos particulares). Logo, tem uma pro-
posta de conhecimento.
O comportamento não acontece fora de um contexto sócio-histórico, visto que ele é
proposital.
Destacam-se duas abordagens na Psicologia transcultural:
– Abordagem ética – estuda as semelhanças entre as diferentes culturas;

Busca-se a universalidade do fenômeno. Verifica se as teorias derivadas em um deter-


minado contexto cultural são aplicáveis em outros contextos, se é possível estabelecer
generalização.
– Abordagem êmica – estuda as diferenças entre culturas.

Analisa e compreende os comportamentos específicos em cada contexto cultural.


Dentro desta perspectiva, a Psicologia Transcultural aponta três orientações teóricas
importantes: absolutismo, relativismo e universalismo.
– Absolutismo – considera que o fenômeno psicológico é o mesmo em todas as culturas;
– Relativismo – afirma que o fenômeno psicológico deve ser explicado a partir da
diversidade humana, explicada em seu contexto cultural. Pouco interesse pelas
similaridades;
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– Universalista – compreende que há características comuns (compartilhadas) nos
processos psicológicos básicos e que a cultura influencia o desenvolvimento e a
forma como tais características se explicitam, suas variações.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Rafael Rodrigues Vieira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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