CÂNCER DE PULMÃO
É a doença maligna que mais mata homens e está
quase ultrapassando o CA de mama em mulheres.
O maior desafio dessa doença é que ela
assintomática, ou seja, o diagnóstico precoce quase
nunca é feito. Além disso, é composto de 4 estágio,
que juntos, chegam a 85% de mortalidade. Isso é
explicado pelo comportamento silencioso da doença,
o perfil do fator de risco (o fumante é dependente
de nicotina e, muitas vezes, mesmo querendo parar,
não consegue) e o desconhecimento médico da
doença (muitos médicos deixam passar sintomas e
sinais). Como já tocamos no assunto de tabagismo:
os fumantes tem 25% mais chances
desenvolverem um câncer de pulmão. Mas, nos
últimos anos, percebeu-se que o tabagismo está
regredindo (está regredindo mais em classes sociais
mais altas, as pessoas mais humildes fumam). E,
outra perspectiva que está se verificando nos
últimos anos é que houve um aumento no número
de câncer de pulmão em pessoas não tabagistas (por
conta da poluição, industrialização,...), de forma
que, antigamente, adenocarcinoma de pulmão não
era nada comum (carcinoma epidermoide era+comum
Normalmente, quando o paciente procura ajuda é
porque ele já tem sintomas. Nosso objetivo é
encontrar o câncer antes que ele se manifeste com
sintomas, já que o paciente tem uma sobrevida de
20% se descobrir antes (alta). Para isso, é
importante fazermos o rastreamento/screening de
câncer de pulmão, que seria uma Tomografia
Computadorizada (TC) de baixa dose para
população de baixo risco, ou seja, pessoas sem
sintomas, com mais de 50 anos e fumante ativo
ou ex-fumante até os 80 anos. É importante que
seja esse tipo de TC, pois ela tem baixa radiação
e serve como monitoramento (não podemos expor
o paciente a altas doses de radiação, pois ele pode
é desenvolver um câncer por isso). Se esse exame vier
alterado, será classificado pelo grau de malignidade
(classificação por Lang e Hads)
SINTOMATOLOGIA: quando os sintomas surgem, o
paciente se torna de alto risco, sendo normalmente
fumantes passivos e ativos com mais de 45-50
anos. Os sintomas mais comuns são os descritos
abaixo, mas analise que eles também são comuns
em outras doenças respiratórias, por isso, é
importante sempre considera a presença da doença.
de
• Tosse (irritativa ou produtiva)
• Escarro
• Dispneia
• Dor torácica
• Chiado/sibilo
DIAGNÓSTICO: Quando o paciente apresenta um ou
mais desses sintomas, a primeira medida que
devemos tomar é pedir um Raio-X de tórax (obs:
se o paciente não tem sintomas o melhor é TC,
mas se ele tem sintomas, o melhor é RX). Se esse
exame for normal, então tudo certo. Já se o exame
vier alterado, o segundo passo é solicitar uma TC
(nesse exame, tudo que é preto = ar e o que não
é preto = outras estruturas). Dessa forma, uma
lesão suspeita será aquela que que não é preta, que
é consolidativa, no meio com halos de infiltração
periférica. Mas só com isso não conseguimos fazer
a nenhum diagnóstico, precisamos coletar o material
(jamais podemos confirmar com exame de imagem).
Para isso, é solicitado o terceiro exame, um exame
de escarro, o qual vai ser mandado para um exame
patológico , o qual vai identificar células malignas.
Esse tipo de exame funciona melhor em lesões
centrais, pois são aquelas que tem contato com a
via aérea central. Sendo assim, se o resultado der
positivo= diagnostica CA de pulmão, e se o resultado
der negativo = pode ser negativo, mas pode ser
também falso negativo (é importante tomar
cuidado). Além desse exame, podemos pedir uma
broncoscopia, a qual entra na via aérea e vai até
onde a lesão está, se essa for visível = retiramos o
material e mandamos para a biópsia -> exame
histopatológico e, caso ela não seja visível, pegamos
o líquido e enviamos para o exame citopatológico.
Em lesões periféricas, podemos fazer a punção
pulmonar transcutânea.
CLASSIFICAÇÃO: Com o resultado da biópsia, o
câncer pode ser classificado em:
 Adenocarcinoma escamoso indiferenciado de
Grandes células/ não pequenas células
 Adenocarcinoma epidermóide indiferenciado de
Grandes células/ não pequenas células
 Carcinoma escamoso indiferenciado de Pequenas
células (é mais perigoso, pois se dissemina muito
rápido -> o tratamento é quimioterapia, sendo
que cirurgias são pouco feitas)
 Carcinoma epidermoide indiferenciado de
Pequenas células
ESTADIAMENTO: Após a classificação do tipo de
câncer, devemos entender a doença, até onde ela
chegou (CA pulmão pode chegar em qualquer órgão).
Para isso, fazemos o estadiamento, que pode ser
convencional ou por PET-CT (isso só vale para o
adenocarcinoma de grandes células/não pequenas
células)
 Convencional: fazemos TC tórax, TC abdome e

TC de crânio -> RM tem mais acuidade para
pequenas lesões, cintilografia óssea (se o paciente
tiver dor nos ossos). Com esses exames, vou
conseguir identificar se tem disseminação sistêmica
e hematogênica.
 PET-CT: é a melhor forma saber até onde o CA
chegou. PET-CT é um exame de imagem que capta
o metabolismo das células, ou seja, ele identifica
células que estão no ciclo celular (células tumorais
tem bastante metabolismo celular), por isso, no
cérebro é difícil de usar, já que as células tem mais
bastante atividade. Se o resultado der positivo:
temos uma lesão suspeita, mas não definida como
maligna, já que nem tudo que reflete é câncer (tem
valor preditivo positivo=baixo). Já se o resultado
der negativo, não tem câncer (valor preditivo
negativo = alto)
CLASSIFICAÇÃO TNM: Após o estadiamento,
chegou o momento de classificarmos dentro do
sistema TNM. O “T” significa tamanho, o “N”
significa o acometimento de linfonodos e o “M”
significa metástase.
 T: tamanho do tumor
♦ Ts = tumor in situ (não ultrapassa a
mucosa)
♦ T1 = 0-3 cm + totalmente circundando por
parênquima pulmonar
♦ T2 = 3-5 cm ou invasão da pleura pulmonar
♦ T3 = 5-7 cm + invasão de estrutura
intratorácica ressecavel (costela, pericárdio,
parede torácica)
♦ T4 = >7 cm ou invasão de estrutura
irressecável (coração, esôfago, V.Cava)
 N: linfonodos
♦ N0 = sem linfonodos comprometidos
♦ N1 = linfonodos comprometidos estão dentro no
pulmão (no máximo no hilo pulmonar)
♦ N2 = quando os linfonodos atingidos estão no
mediastino (paciente não faz mais cirurgia)
♦ N3 = linfonodos estão nas cadeias paratraqueais
D/E, subcarinal, mediastinal posterior
 M: metástase
♦ M0 = sem metástase
♦ M1 = com metástase