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SL 080nv23 Basico Administrativas Atemp
SL 080nv23 Basico Administrativas Atemp
CARREIRAS
ADMINISTRATIVAS
TÉCNICO E ANALISTA
BÁSICO CONCURSOS
CÓD: SL-080NV23
7908433247050
INTRODUÇÃO
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
Editora
Língua Portuguesa
1. Ortografia . ................................................................................................................................................................................. 9
2. Acentuação................................................................................................................................................................................. 9
3. Classes De Palavras..................................................................................................................................................................... 11
4. Semântica; Sinônimos E Antônimos; Denotação E Conotação; Significação De Vocábulo E Expressões.................................... 16
5. Sintaxe; Frase, Oração E Período; Orações Subordinadas........................................................................................................... 16
6. Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses Etc.);................................................................................................. 21
7. Regência Nominal E Verbal......................................................................................................................................................... 23
8. Crase........................................................................................................................................................................................... 26
9. Concordância (Verbal E Nominal); ............................................................................................................................................. 26
10. Coerência E Coesão..................................................................................................................................................................... 27
11. Colocação Pronominal;............................................................................................................................................................... 28
12. Tipos De Discurso (Direto, Indireto E Indireto Livre);.................................................................................................................. 29
13. Figuras De Linguagem ................................................................................................................................................................ 32
14. Vícios De Linguagem (Pleonasmo, Ambiguidade, Cacofonia Etc.);............................................................................................. 35
15. Interpretação De Textos.............................................................................................................................................................. 37
Direito Administrativo
1. Origem, Conceito E Fontes Do Direito Administrativo................................................................................................................ 49
2. Regime Jurídico Administrativo: Regime Jurídico Da Administração E Regime Jurídico Administrativo; Princípios Expressos,
Explícitos Ou Constitucionais E Princípios Implícitos, Reconhecidos E Infraconstitucionais....................................................... 52
3. Atos Administrativos................................................................................................................................................................... 63
4. Poderes E Deveres Da Administração......................................................................................................................................... 74
5. Organização Administrativa: Organização Administrativa Da União........................................................................................... 83
6. Responsabilidade Civil Do Estado............................................................................................................................................... 87
7. Serviços Públicos......................................................................................................................................................................... 91
8. Controle Da Administração......................................................................................................................................................... 103
9. Domínio Público - Bens Públicos ................................................................................................................................................ 109
Editora
Arquivologia
1. Conceitos Fundamentais De Arquivologia; Gestão Da Informação E De Documentos: Conceitos E Fases Da Gestão Da Infor-
mação E De Documentos, Ciclo Vital (Teoria Das Três Idades), Classificação E Organização (Função Arquivística), Avaliação
(Função Arquivística), Tabela De Temporalidade De Documentos , Descrição (Função Arquivística), Protocolo E Suas Ativida-
des; Preservação, Conservação E Restauração De Acervos........................................................................................................ 165
Editora
Editora
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e – Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis,
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico, grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
âncora, avô. – Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com tônus.
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba – Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons.
tônica! – Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns,
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de quórum, quóruns.
determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a – Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs,
sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.
indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til
(˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro Acentuação das palavras Proparoxítonas
exemplo semelhante é a palavra bênção. Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
— Monossílabas Tônicas e Átonas bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer tática, trânsito.
alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe
o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração Ditongos e Hiatos
da preposição “de” + artigo “o”). Ao comparar esses termos, Acentuam-se:
percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, – Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica mausoléu, sóis, véus.
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como – As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
abaixo: um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.” (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).
“Finalmente encontrei a chave do carro.”
Não se acentuam:
Recebem acento gráfico: – A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.:
– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s); moinho, rainha, bainha.
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs. – As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, juuna, xiita. xiita.
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói. – Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
enjoo, magoo.
Não recebem acento gráfico:
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis. O Novo Acordo Ortográfico
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles em vigor em 2009:
lêem leem.
1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”. vôo – voo; zôo – zoo.
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
Eles têm; Ele vem → Eles vêm. 2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
Acentuação das palavras Oxítonas – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide;
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas européia – europeia.
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé, 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo –
Ex.: caqui, urubu. taoismo.
Acentuação das palavras Paroxítonas 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima possuem -e tônico em hiato.
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
abaixo. Observe as exceções: revêem.
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis,
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis. 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue;
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax. linguïça – linguiça.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo de seres da mesma espécie, buquê (de flores)
“parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição mesmo quando empregado
“para”. no singular e constituem um
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim: substantivo comum.
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo /
preposição] NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / QUE NÃO ESTÃO AQUI!
preposição]
Flexão dos Substantivos
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
CLASSES DE PALAVRAS; no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
CLASSES DE PALAVRAS uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
Substantivo – Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
Classificação dos substantivos macho/palmeira fêmea.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/ testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/ c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
sua estrutura. macaco/sabão para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ o/a estudante, o/a colega.
são formados por mais de um porta-voz/ • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
radical em sua estrutura. pé-de-moleque – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/
são os que dão origem a mundo/
• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
outras palavras, ou seja, ela é população
diminutivo.
a primeira. /formiga
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/ – Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
são formados por outros populacional/formigueiro – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
radicais da língua. – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula.
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo
designa determinado ser /Brasil Adjetivo
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo:
espécie. São sempre iniciados Liberdade imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão com-
por letra maiúscula. posta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por
preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo:
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/ golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vesper-
referem-se qualquer ser de cachorro/prima tino).
uma mesma espécie.
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente Flexão do Adjetivos
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas • Gênero:
própria. Esses seres podem /lobisomem – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê no: homem feliz, mulher feliz.
reais ou imaginários. – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/ japonesa, aluno chorão/ aluna chorona.
nomeiam ações, estados, bondade/
qualidades e sentimentos que confiança/ • Número:
não tem existência própria, ou lembrança/ – Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
seja, só existem em função de amor/ número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
um ser. alegria res, japonês/ japoneses.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO
Conceito
De início, convém ressaltar que o estudo desse ramo do Direito, denota a distinção entre o Direito Administrativo, bem como entre as
normas e princípios que nele se inserem.
No entanto, o Direito Administrativo, como sistema jurídico de normas e princípios, somente veio a surgir com a instituição do Estado
de Direito, no momento em que o Poder criador do direito passou também a respeitá-lo. Tal fenômeno teve sua origem com os movimentos
constitucionalistas, cujo início se deu no final do século XVIII. Por meio do novo sistema, o Estado passou a ter órgãos específicos para o
exercício da Administração Pública e, por isso, foi necessário a desenvoltura do quadro normativo disciplinante das relações internas da
Administração, bem como das relações entre esta e os administrados. Assim sendo, pode considerar-se que foi a partir do século XIX que
o mundo jurídico abriu os olhos para a existência do Direito Administrativo.
Destaca-se ainda, que o Direito Administrativo foi formado a partir da teoria da separação dos poderes desenvolvida por Montesquieu,
L’Espirit des Lois, 1748, e acolhida de forma universal pelos Estados de Direito. Até esse momento, o absolutismo reinante e a junção
de todos os poderes governamentais nas mãos do Soberano não permitiam o desenvolvimento de quaisquer teorias que visassem a
reconhecer direitos aos súditos, e que se opusessem às ordens do Príncipe. Prevalecia o domínio operante da vontade onipotente do
Monarca.
Conceituar com precisão o Direito Administrativo é tarefa difícil, uma vez que o mesmo é marcado por divergências doutrinárias, o
que ocorre pelo fato de cada autor evidenciar os critérios que considera essenciais para a construção da definição mais apropriada para o
termo jurídico apropriado.
De antemão, ao entrar no fundamento de algumas definições do Direito Administrativo,
Considera-se importante denotar que o Estado desempenha três funções essenciais. São elas: Legislativa, Administrativa e
Jurisdicional.
Pondera-se que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são independentes, porém, em tese, harmônicos entre si. Os poderes
foram criados para desempenhar as funções do Estado. Desta forma, verifica-se o seguinte:
O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público que regula as relações entre o Estado e os particulares, bem como a organização
e o funcionamento da Administração Pública. O Direito Administrativo tem sua origem na França, no século XVIII e no início do século
XIX, sendo reconhecido como um ramo autônomo do direito no início do processo de desenvolvimento do Estado de Direito, baseado
no princípio da legalidade e da separação dos poderes. O Direito Administrativo surgiu da necessidade de se criar normas e instituições
específicas para disciplinar a atuação do Estado, que passou a exercer funções cada vez mais amplas e complexas, visando à satisfação do
interesse público.1
Funções do Estado:
– Legislativa
– Administrativa
– Jurisdicional
Infere-se que cada poder exerce, de forma fundamental, uma das funções de Estado, é o que denominamos de FUNÇÃO TÍPICA.
PODER LEGISLATIVO PODER EXERCUTIVO PODER JUDICIÁRIO
Função típica Legislar Administrativa Judiciária
Redigir e organizar Julgar e solucionar conflitos
Administração e
Atribuição o regramento jurídico do por intermédio da interpretação e
gestão estatal
Estado aplicação das leis.
1 https://profalmeidajunior.com.br/direito-administrativo-origem-conceito-e-fontes/
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO
Além do exercício da função típica, cada poder pode ainda exercer as funções destinadas a outro poder, é o que denominamos de
exercício de FUNÇÃO ATÍPICA. Vejamos:
Diante da difícil tarefa de conceituar o Direito Administrativo, uma vez que diversos são os conceitos utilizados pelos autores modernos
de Direito Administrativo, sendo que, alguns consideram apenas as atividades administrativas em si mesmas, ao passo que outros, optam
por dar ênfase aos fins desejados pelo Estado, abordaremos alguns dos principais posicionamentos de diferentes e importantes autores.
No entendimento de Carvalho Filho (2010), “o Direito Administrativo, com a evolução que o vem impulsionando contemporaneamente,
há de focar-se em dois tipos fundamentais de relações jurídicas, sendo, uma, de caráter interno, que existe entre as pessoas administrativas
e entre os órgãos que as compõem e, a outra, de caráter externo, que se forma entre o Estado e a coletividade em geral.” (2010, Carvalho
Filho, p. 26).
Como regra geral, o Direito Administrativo é conceituado como o ramo do direito público que cuida de princípios e regras que
disciplinam a função administrativa abrangendo entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na
consecução do interesse público.
Vale lembrar que, como leciona DIEZ, o Direito Administrativo apresenta, ainda, três características principais:
1 – constitui um direito novo, já que se trata de disciplina recente com sistematização científica;
2 – espelha um direito mutável, porque ainda se encontra em contínua transformação;
3 – é um direito em formação, não se tendo, até o momento, concluído todo o seu ciclo de abrangência.
Entretanto, o Direito Administrativo também pode ser conceituado sob os aspectos de diferentes óticas, as quais, no deslindar desse
estudo, iremos abordar as principais e mais importantes para estudo, conhecimento e aplicação.
– Ótica Objetiva: Segundo os parâmetros da ótica objetiva, o Direito Administrativo é conceituado como o acoplado de normas que
regulamentam a atividade da Administração Pública de atendimento ao interesse público.
– Ótica Subjetiva: Sob o ângulo da ótica subjetiva, o Direito Administrativo é conceituado como um conjunto de normas que comandam
as relações internas da Administração Pública e as relações externas que são encadeadas entre elas e os administrados.
Nos moldes do conceito objetivo, o Direito Administrativo é tido como o objeto da relação jurídica travada, não levando em conta os
autores da relação.
O conceito de Direito Administrativo surge também como elemento próprio em um regime jurídico diferenciado, isso ocorre por que
em regra, as relações encadeadas pela Administração Pública ilustram evidente falta de equilíbrio entre as partes.
Para o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Fernando Correia, o Direito Administrativo é o sistema de
normas jurídicas, diferenciadas das normas do direito privado, que regulam o funcionamento e a organização da Administração Pública,
bem como a função ou atividade administrativa dos órgãos administrativos.
Correia, o intitula como um corpo de normas de Direito Público, no qual os princípios, conceitos e institutos distanciam-se do Direito
Privado, posto que, as peculiaridades das normas de Direito Administrativo são manifestadas no reconhecimento à Administração Pública
de prerrogativas sem equivalente nas relações jurídico-privadas e na imposição, em decorrência do princípio da legalidade, de limitações
de atuação mais exatas do que as que auferem os negócios particulares.
Entende o renomado professor, que apenas com o aparecimento do Estado de Direito acoplado ao acolhimento do princípio da
separação dos poderes, é que seria possível se falar em Direito Administrativo.
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello aduz, em seu conceito analítico, que o Direito Administrativo juridicamente falando, ordena a
atividade do Estado quanto à organização, bem como quanto aos modos e aos meios da sua ação, quanto à forma da sua própria ação, ou
seja, legislativa e executiva, por intermédio de atos jurídicos normativos ou concretos, na consecução do seu fim de criação de utilidade
pública, na qual participa de forma direta e imediata, e, ainda como das pessoas de direito que façam as vezes do Estado.
Observação importante: Note que os conceitos classificam o Direito Administrativo como Ramo do Direito Público fazendo sempre
referência ao interesse público, ao inverso do Direito Privado, que cuida do regulamento das relações jurídicas entre particulares, o Direito
Público, tem por foco regular os interesses da sociedade, trabalhando em prol do interesse público.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO
Por fim, depreende-se que a busca por um conceito completo Definir o objeto do Direito Administrativo é importante no sentido
de Direito Administrativo não é recente. Entretanto, a Administração de compreender quais matérias serão julgadas pelo tribunal
Pública deve buscar a satisfação do interesse público como um todo, administrativo, e não pelo Tribunal de Justiça.
uma vez que a sua natureza resta amparada a partir do momento Depreende-se que com o passar do tempo, o objeto de estudo
que deixa de existir como fim em si mesmo, passando a existir como do Direito Administrativo sofreu significativa e grande evolução,
instrumento de realização do bem comum, visando o interesse desde o momento em que era visto como um simples estudo
público, independentemente do conceito de Direito Administrativo das normas administrativas, passando pelo período do serviço
escolhido. público, da disciplina do bem público, até os dias contemporâneos,
quando se ocupa em estudar e gerenciar os sujeitos e situações
Objeto que exercem e sofrem com a atividade do Estado, assim como
De acordo com a ilibada autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a das funções e atividades desempenhadas pela Administração
formação do Direito Administrativo como ramo autônomo, fadado Pública, fato que leva a compreender que o seu objeto de estudo
de princípios e objeto próprios, teve início a partir do instante em que é evolutivo e dinâmico acoplado com a atividade administrativa
o conceito de Estado de Direito começou a ser desenvolvido, com e o desenvolvimento do Estado. Destarte, em suma, seu objeto
ampla estrutura sobre o princípio da legalidade e sobre o princípio principal é o desempenho da função administrativa.
da separação de poderes. O Direito Administrativo Brasileiro não
surgiu antes do Direito Romano, do Germânico, do Francês e do Fontes
Italiano. Diversos direitos contribuíram para a formação do Direito Fonte significa origem. Neste tópico, iremos estudar a origem
Brasileiro, tais como: o francês, o inglês, o italiano, o alemão e das regras que regem o Direito Administrativo.
outros. Isso, de certa forma, contribuiu para que o nosso Direito Segundo Alexandre Sanches Cunha, “o termo fonte provém
pudesse captar os traços positivos desses direitos e reproduzi-los do latim fons, fontis, que implica o conceito de nascente de água.
de acordo com a nossa realidade histórica. Entende-se por fonte tudo o que dá origem, o início de tudo. Fonte
Atualmente, predomina, na definição do objeto do Direito do Direito nada mais é do que a origem do Direito, suas raízes
Administrativo, o critério funcional, como sendo o ramo do direito históricas, de onde se cria (fonte material) e como se aplica (fonte
que estuda a disciplina normativa da função administrativa, formal), ou seja, o processo de produção das normas. São fontes
independentemente de quem esteja encarregado de exercê-la: do direito: as leis, costumes, jurisprudência, doutrina, analogia,
Executivo, Legislativo, Judiciário ou particulares mediante delegação princípio geral do direito e equidade.” (CUNHA, 2012, p. 43).
estatal”, (MAZZA, 2013, p. 33).
Sendo o Direito Administrativo um ramo do Direito Público, o Fontes do Direito Administrativo:
entendimento que predomina no Brasil e na América Latina, ainda
que incompleto, é que o objeto de estudo do Direito Administrativo A) Lei
é a Administração Pública atuante como função administrativa A lei se estende desde a constituição e é a fonte primária e
ou organização administrativa, pessoas jurídicas, ou, ainda, como principal do DireitoAdministrativo e se estende desde a Constituição
órgãos públicos. Federal em seus artigos 37 a 41, alcançando os atos administrativos
De maneira geral, o Direito é um conjunto de normas, normativos inferiores. Desta forma, a lei como fonte do Direito
princípios e regras, compostas de coercibilidade disciplinantes da Administrativo significa a lei em sentido amplo, ou seja, a lei
vida social como um todo. Enquanto ramo do Direito Público, o confeccionada pelo Parlamento, bem como os atos normativos
Direito Administrativo, nada mais é que, um conjunto de princípios expedidos pela Administração, tais como: decretos, resoluções,
e regras que disciplina a função administrativa, as pessoas e os incluindo tratados internacionais.
órgãos que a exercem. Desta forma, considera-se como seu objeto, Desta maneira, sendo a Lei a fonte primária, formal e
toda a estrutura administrativa, a qual deverá ser voltada para a primordial do Direito Administrativo, acaba por prevalecer sobre
satisfação dos interesses públicos. as demais fontes. E isso, prevalece como regra geral, posto que as
São leis específicas do Direito Administrativo a Lei n. 8.666/1993 demais fontes que estudaremos a seguir, são consideradas fontes
que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, secundárias, acessórias ou informais.
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública A Lei pode ser subdividida da seguinte forma:
e dá outras providências; a Lei n. 8.112/1990, que dispõe sobre o
regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias – Lei em sentido amplo
e das fundações públicas federais; a Lei n. 8.409/1992 que estima Refere-se a todas as fontes com conteúdo normativo, tais
a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de como: a Constituição Federal, lei ordinária, lei complementar,
1992 e a Lei n. 9.784/1999 que regula o processo administrativo no medida provisória, tratados internacionais, e atos administrativos
âmbito da Administração Pública Federal. normativos (decretos, resoluções, regimentos etc.).
O Direito Administrativo tem importante papel na identificação
do seu objeto e o seu próprio conceito e significado foi de grande – Lei em sentido estrito
importância à época do entendimento do Estado francês em dividir Refere-se à Lei feita pelo Parlamento, pelo Poder Legislativo por
as ações administrativas e as ações envolvendo o poder judiciário. meio de lei ordinária e lei complementar. Engloba também, outras
Destaca-se na França, o sistema do contencioso administrativo normas no mesmo nível como, por exemplo, a medida provisória
com matéria de teor administrativo, sendo decidido no tribunal que possui o mesmo nível da lei ordinária. Pondera-se que todos
administrativo e transitando em julgado nesse mesmo tribunal. mencionados são reputados como fonte primária (a lei) do Direito
Administrativo.
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ADMINISTRAÇÃO GERAL E
PÚBLICA
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a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Aspectos da conclusão da Abordagem Científica: A percepção de que os coordenadores, gerentes e dirigentes deveriam se preocupar
com o desenho da divisão das tarefas, e aos operários cabia única e exclusivamente a execução do trabalho, sem questionamentos, apenas
execução da mão de obra.
— Comando e Controle: o gerente pensa e manda e os trabalhadores obedecem de acordo com o plano.
— Uma única maneira correta (the best way).
— Mão de obra e não recursos humanos.
— Segurança, não insegurança. As organizações davam a sensação de estabilidade dominando o mercado.
Teoria Clássica
• Aumento da eficiência melhorando a disposição dos órgãos componentes da empresa (departamentos);
• Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento);
• Abordagem do topo para a base (nível estratégico tático);
• Do todo para as partes.
A Abordagem Clássica, junto da Burocrática, dentre todas as abordagens, chega a ser uma das mais importantes.
Abordagem Neoclássica
No início de 1950 nasce a Teoria Neoclássica, teoria mais contemporânea, remodelando a Teoria Clássica, colocando novo figurino
dentro das novas concepções trazidas pelas mudanças e pelas teorias anteriores. Funções essencialmente humanas começam a ser inseri-
das, como: Motivação, Liderança e Comunicação. Preocupação com as pessoas passa a fazer parte da Administração.
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a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Teoria Burocrática
Tem como pai Max Weber, por esse motivo é muitas vezes chamada de Teoria Weberiana. Para a burocracia a organização alcançaria
a eficiência quando explicasse, em detalhes, como as coisas deveriam ser feitas.
Burocracia não é algo negativo, o excesso de funções sim. A Burocracia é a organização eficiente por excelência. O excesso da Burocra-
cia é que transforma ela em algo negativo, o que chamamos de disfunções.
• Características
— Caráter formal das normas e regulamentos.
— Caráter formal das comunicações.
— Caráter racional e divisão do trabalho.
— Impessoalidade nas relações.
— Hierarquia de autoridade.
— Rotinas e procedimentos padronizados.
— Competência técnica e meritocracia.
— Especialização da administração.
— Profissionalização dos participantes.
— Completa previsibilidade de comportamento.
• Disfunções
— Internalização das regras e apego aos procedimentos.
— Excesso de formalismo e de papelório.
— Resistência às mudanças.
— Despersonalização do relacionamento.
— Categorização como base do processo decisório.
— “Superconformidade” às rotinas e aos procedimentos.
— Exibição de sinais de autoridade.
— Dificuldade no atendimento.
Abordagem Estruturalista
A partir da década de 40, tínhamos:
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização.
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pessoas.
As duas correntes sofreram críticas que revelaram a falta de uma teoria sólida e abrangente, que servisse de orientação para o admi-
nistrador.
A Abordagem Estruturalista é composta pela Teoria Burocrática e a Teoria Estruturalista. Além da ênfase na estrutura, ela também se
preocupa com pessoas e ambiente, se aproxima muito da Teoria de Relações Humanas.
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ARQUIVOLOGIA
– Arquivo: um conjunto de documentos produzidos ou Nesse sentido, a Arquivologia contribui para a elaboração de
recebidos por uma pessoa, família, empresa, organização ou políticas e estratégias de acesso à informação, assim como para o
instituição, que são reunidos e conservados por sua importância desenvolvimento de mecanismos que garantam a sua efetivação.
para a administração, a história ou a cultura. Gestão de arquivos permanentes
– Ciclo de vida do documento: um conceito que descreve as A gestão de arquivos permanentes é uma das principais áreas
diferentes fases pelas quais um documento passa desde sua criação de atuação da Arquivologia, que tem como objetivo garantir a
até seu arquivamento ou descarte. O ciclo de vida do documento preservação e o acesso à informação ao longo do tempo. Para isso,
inclui as fases de produção, utilização, arquivamento e destinação são adotadas técnicas de gestão documental que buscam assegurar
final. a autenticidade, a integridade e a acessibilidade dos documentos.
– Classificação: o processo de agrupar documentos de acordo Além disso, são criados instrumentos de acesso à informação, como
com um sistema previamente estabelecido, com base em suas os inventários, catálogos e guias, que facilitam a pesquisa e o uso
características e conteúdo. dos documentos pelos usuários.
– Descrição: o processo de elaborar instrumentos de pesquisa
que permitam o acesso e a identificação dos documentos de Gestão de arquivos eletrônicos
um arquivo. A descrição pode ser feita por meio de inventários, Com o advento das tecnologias da informação, a gestão de
catálogos, guias ou outros tipos de instrumentos. arquivos eletrônicos tem se tornado cada vez mais importante.
Nesse sentido, a Arquivologia tem se dedicado a desenvolver
— A importância da Arquivologia na gestão da informação técnicas e estratégias para a gestão de arquivos digitais, que
A gestão da informação é um dos maiores desafios enfrentados garantam a sua autenticidade, integridade e acessibilidade. Para
pelas organizações contemporâneas. Com a crescente produção e isso, são utilizados sistemas de gestão eletrônica de documentos,
circulação de dados, documentos e informações em geral, torna- que permitem o controle e a organização dos arquivos digitais.
se cada vez mais complexo garantir sua organização, preservação e A Arquivologia é uma disciplina que tem como objetivo a gestão
acessibilidade. da informação, buscando garantir a sua preservação, organização e
Nesse contexto, a Arquivologia tem um papel fundamental a acesso ao longo do tempo. Com isso, contribui para a transparência,
desempenhar. Como disciplina que se dedica ao estudo da produção, a accountability e o fortalecimento das instituições, assim como
gestão e preservação de documentos, ela oferece ferramentas e para a promoção do desenvolvimento social e econômico.
técnicas que permitem às organizações lidar com seus documentos Os fundamentos teóricos da Arquivologia estão baseados em
de forma mais eficiente e eficaz. conceitos como documento, informação, memória, proveniência e
Entre as principais contribuições da Arquivologia para a gestão função, que buscam entender a natureza e a função dos arquivos na
da informação, destacam-se a preservação e acesso à informação, sociedade e na administração pública.
a organização e gestão de documentos, o acesso a informação e Além disso, a Arquivologia conta com uma série de instrumentos
transparência e a gestão de arquivos eletrônicos, estes serão de pesquisa, como o inventário, o catálogo e o guia, que permitem
especificados a diante. a identificação, descrição e acesso aos documentos arquivísticos.
Esses instrumentos são fundamentais para a organização e gestão
Preservação e acesso à informação dos arquivos permanentes e intermediários.
Uma das principais preocupações da Arquivologia é a Nesse sentido, a Arquivologia apresenta-se como uma disciplina
preservação da informação ao longo do tempo, garantindo que ela fundamental para a gestão da informação em instituições públicas
possa ser acessada no futuro. Para isso, são adotadas técnicas de e privadas. Seus fundamentos teóricos, práticas e instrumentos
conservação preventiva, como o controle das condições ambientais de pesquisa permitem uma gestão eficiente e eficaz dos arquivos,
e o uso de materiais adequados para o armazenamento dos garantindo a preservação e a acessibilidade aos documentos
documentos. Além disso, são criados instrumentos de acesso à arquivísticos. Com isso, é possível garantir a transparência, a
informação, como os inventários, catálogos e guias, que facilitam a accountability e o fortalecimento das instituições, assim como
pesquisa e o uso dos documentos pelos usuários. contribuir para o desenvolvimento social e econômico da sociedade.
Por fim, a Arquivologia é uma área de grande importância
Organização e gestão de documentos para concursos públicos, já que sua aplicação é cada vez mais
A Arquivologia contribui para a organização e gestão valorizada pelos órgãos públicos em todo o país. Para obter sucesso
de documentos, desde a sua criação até o seu descarte ou em concursos dessa área, é fundamental conhecer bem seus
transferência para um arquivo permanente. É importante destacar fundamentos teóricos, práticas e instrumentos de pesquisa, bem
que a organização e gestão de documentos não se limita apenas como suas aplicações e implicações na gestão da informação em
ao âmbito interno das instituições, mas também está relacionada instituições públicas e privadas.
com as exigências legais e administrativas impostas pelos órgãos
reguladores. Nesse sentido, a Arquivologia oferece ferramentas e A arquivística é uma ciência que estuda as funções do ar-
técnicas para a criação de políticas de gestão de documentos, com quivo, e também os princípios e técnicas a serem observados
o objetivo de garantir a sua efetivação e cumprimento. durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por
objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser regis-
Acesso a informação e transparência tradas em documentos de arquivos.
A Arquivologia tem como um de seus princípios fundamentais o
acesso à informação, que é um direito do cidadão e uma ferramenta A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arqui-
essencial para a transparência e a accountability das instituições. vos públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos
dá sobre arquivo:
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a solução para o seu concurso!
ARQUIVOLOGIA
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, insti-
tuições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física,
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”
De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar
o acervo.
A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.
Vejamos:
O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza como
um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utilização e
conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade da ins-
tituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas atividades ou das
suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.
Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da
arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade explica-se
pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não funcio-
narão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o
mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
⊅: não contém
CONJUNTOS /: tal que
⟹: implica que
⇔: se,e somente se
Conjunto está presente em muitos aspectos da vida, sejam eles ∃: existe
cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo, formamos conjun- ∄: não existe
tos ao organizar a lista de amigos para uma festa agrupar os dias da ∀: para todo(ou qualquer que seja)
semana ou simplesmente fazer grupos. ∅: conjunto vazio
Os componentes de um conjunto são chamados de elementos. N: conjunto dos números naturais
Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma letra Z: conjunto dos números inteiros
maiúscula. Q: conjunto dos números racionais
Q’=I: conjunto dos números irracionais
Representações R: conjunto dos números reais
Pode ser definido por:
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, 5, 7, 9} Igualdade
-Simbolicamente: B={x>N|x<8}, enumerando esses elementos Propriedades básicas da igualdade
temos: Para todos os conjuntos A, B e C,para todos os objetos x ∈ U,
B={0,1,2,3,4,5,6,7} temos que:
(1) A = A.
– Diagrama de Venn (2) Se A = B, então B = A.
(3) Se A = B e B = C, então A = C.
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B.
Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C.
Exemplos
N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é infi-
nito (∞));
A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2);
B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1)
{ } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0)
Pertinência
O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de perti-
nência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas designam
os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos. Assim,
o conjunto das vogais (V) é:
V={a,e,i,o,u}
A relação de pertinência é expressa por: a∈V Exemplo:
A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele- A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
mento b não pertence ao conjunto V. Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Inclusão Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é sub- Complementar
conjunto dele mesmo. Sejam A e B dois conjuntos tais que A⊂B. Chama-se comple-
Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B mentar de A em relação a B, que indicamos por CBA, o conjunto
Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C. cujos elementos são todos aqueles que pertencem a B e não per-
tencem a A.
Operações A⊂B⇔ CBA={x|x∈B e x∉A}=B-A
União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado Exemplo
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a A={1,2,3} B={1,2,3,4,5}
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B. CBA={4,5}
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈ A ou x ∈ B}
Exemplo: Representação
A={1,2,3,4} e B={5,6} -Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5}
A∪B={1,2,3,4,5,6} -Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses elemen-
tos temos:
Interseção B={3,4,5,6,7}
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada - por meio de diagrama:
por : A∩B. Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}
Relação de Pertinência
Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação que o
elemento pertence (∈) ou não pertence (∉) Exemplo:
Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5} A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
0∈A A∩B={d,e}
2∉A
Diferença
Relações de Inclusão Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
Relacionam um conjunto com outro conjunto. par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), ⊃(contém), A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
⊅ (não contém) mentar de B em relação a A.
A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten-
A Relação de inclusão possui 3 propriedades: cem a B.
Exemplo:
{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5} A\B = {x : x ∈A e x∉B}.
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}
Subconjunto
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é tam-
bém elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}
Operações B-A = {x : x ∈B e x∉A}.
União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈A ou x∈B}
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}
Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado pelos
Interseção elementos do conjunto universo que não pertencem a A.
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x ∈A e x ∈B}
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a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA E MATEMÁTICA FINANCEIRA
ESTATÍSTICA DESCRITIVA: FORMAS DE APRESENTAÇÃO DE DADOS, MEDIDAS DE POSIÇÃO, MÉDIA, MEDIDAS DE DISPERSÃO,
ASSIMETRIA
As formas de apresentação de dados são as maneiras de organizar, resumir e exibir os dados coletados em uma pesquisa ou experi-
mento. As formas mais comuns são a gráfica e a tabular, que têm características e finalidades diferentes.
Tabelas: as informações nela são apresentadas em linhas e colunas, possibilitando uma melhor leitura e interpretação. Exemplo:
Fonte: SEBRAE
Observação: nas tabelas e nos gráficos podemos notar que a um título e uma fonte. O título é utilizado para evidenciar a principal
informação apresentada, e a fonte identifica de onde os dados foram obtidos.
Tipos de Gráficos
Gráfico de linhas: são utilizados, em geral, para representar a variação de uma grandeza em certo período de tempo.
Marcamos os pontos determinados pelos pares ordenados (classe, frequência) e os ligados por segmentos de reta. Nesse tipo de
gráfico, apenas os extremos dos segmentos de reta que compõem a linha oferecem informações sobre o comportamento da amostra.
Exemplo:
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a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA E MATEMÁTICA FINANCEIRA
Onde:
Ft = frequência total
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a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA E MATEMÁTICA
MATÉRIA FINANCEIRA
Pictograma ou gráficos pictóricos: em alguns casos, certos gráficos, encontrados em jornais, revistas e outros meios de comunicação,
apresentam imagens relacionadas ao contexto. Eles são desenhos ilustrativos. Exemplo:
Histograma: o consiste em retângulos contíguos com base nas faixas de valores da variável e com área igual à frequência relativa da
respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente densidade definida pelo
quociente da área pela amplitude da faixa. Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na construção do histogra-
ma, o que pode ocasionar distorções (e, consequentemente, más interpretações) quando amplitudes diferentes são utilizadas nas faixas.
Exemplo:
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231
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
E ORÇAMENTÁRIA, DIREITO FINANCEIRO
E CONTABILIDADE PÚBLICA
çamentos são organizados e acompanhados com a participação do Como evidência de cumprimento deste princípio pode-se citar
Ministério do Planejamento (MPO), ou seja, não são apreciados a Atividade 4775, cujo título é “Capacitação de agentes atuantes
pelo Legislativo. A inclusão de seus investimentos no Orçamento nas culturas de oleaginosas”. Mas, também, existem vários exem-
da União é justificada na medida que tais aplicações contam com o plos do não cumprimento como, por exemplo, a Ação 0620 “Apoio
apoio do orçamento fiscal e até mesmo da seguridade. a projetos municipais de infraestrutura e serviços em agricultura
familiar’, ou o subtítulo “Ações de Saneamento Básico em pequenas
- Anualidade ou Periodicidade: o orçamento deve ser elabo- cidades da Região Sul”
rado e autorizado para um determinado período de tempo, geral-
mente um ano. A exceção se dá nos créditos especiais e extraordi- - Não Vinculação ou Não Afetação das Receitas: nenhuma par-
nário autorizados nos últimos quatro meses do exercício, reabertos cela da receita geral poderá ser reservada ou comprometida para
nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do atender a certos casos ou a determinado gasto. Ou seja, a receita
exercício subsequente. não pode ter vinculações. Essas reduzem o grau de liberdade do
Este princípio tem origem na questão surgida na Idade Média gestor e engessa o planejamento de longo, médio e curto prazos.
sobre a anualidade do imposto. E aí se encontra a principal conse- Este princípio encontra-se claramente expresso no inciso IV do
quência positiva em relação a este princípio, pois dessa forma exi- art. 167 da CF de 88, mas aplica-se somente às receitas de impostos.
ge-se autorização periódica do Parlamento. No Brasil, o exercício “São vedados “a vinculação de receita de impostos a órgão,
financeiro coincide com o ano civil, como sói acontecer na maioria fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecada-
dos países. Mas isso não é regra geral. Na Itália e na Suécia o exercí- ção dos impostos a que se referem os arts., 158 e 159, a destinação
cio financeiro começa em 1/7 e termina em 30/6. Na Inglaterra, no de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino (art.
Japão e na Alemanha o exercício financeiro vai de 1/4 a 31/3. Nos 212), prestação de garantias às operações de crédito por antecipa-
Estados Unidos começa em 1/10, prolongando-se até 30/9. ção de receita, previstas no art. 165, §8º”.
O §5º do art. 165 da CF 88 dá respaldo legal a este princípio As evidências de receitas afetadas são abundantes:
quando dispõe que: “A lei orçamentária anual compreenderá:” Taxas, contribuições: servem para custear certos serviços
O cumprimento deste princípio torna-se evidente nas ementas prestados;
das Leis Orçamentárias, como por exemplo, a da Lei 10.837/2004: Empréstimos: comprometidos para determinadas finalida-
“Estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício finan- des;
ceiro de 2004.” Fundos: receitas vinculadas.
Observe-se, finalmente, que a programação financeira, trimes- Observe-se ainda que as vinculações foram eliminadas no go-
tral na Lei 4.320/64 e mensal nos Decretos de Contingenciamento, verno Figueiredo, mas, infelizmente, ressuscitadas na Constituição
limitando a faculdade de os órgãos empenhar despesas, não mais de 1988.
ao montante das dotações anuais, pode ser entendido como um
abandono parcial do princípio da anualidade. - Orçamento Bruto: este princípio clássico surgiu juntamente
com o da universalidade, visando ao mesmo objetivo. Todas as par-
- Exclusividade: a lei orçamentária deverá conter apenas ma- celas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em
téria orçamentária ou financeira. Ou seja, dela deve ser excluído seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução.
qualquer dispositivo estranha à estimativa de receita e à fixação de A intenção é a de impedir a inclusão de valores líquidos ou de
despesa. O objetivo deste princípio é evitar a presença de “caldas saldos resultantes do confronto entre receitas e as despesas de de-
e rabilongos” terminado serviço público.
Não se inclui na proibição a autorização para abertura de cré- Lei 4.320/64 consagra este princípio em seu art. 6º: “Todas as
ditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda receitas e despesas constarão da Lei do Orçamento pelos seus to-
que por antecipação de receita. tais, vedadas quaisquer deduções. Reforçando este princípio, o §1º
Este princípio encontra-se expresso no art. 165, §8º da CF de do mesmo artigo estabelece o mecanismo de transferência entre
88: “A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à unidades governamentais “
previsão da receita e à fixação da despesa.” Dessa forma, as cotas de receita que uma entidade pública
deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento
- Especificação, Especialização ou Discriminação: as receitas e da entidade obrigada à transferência e, como receita, no orçamento
as despesasdevem aparecer de forma discriminada, de tal forma da que as deva receber. Como exemplo desse procedimento pode-
que se possa saber, pormenorizadamente, as origens dos recursos -se citar o caso da Arrecadação do Imposto Territorial Rural, que se
e sua aplicação. Como regra clássica tinha o objetivo de facilitar a constitui numa receita prevista no orçamento da União para 2004
função de acompanhamento e controle do gasto público, pois inibe com o valor de R$ 309,4 milhões. No mesmo orçamento, fixa-se uma
a concessão de autorizações genéricas (comumente chamadas de despesa relativa à Transferência para Municípios (UO 73108-Trans-
emendas curinga ou “rachadinhas”) que propiciam demasiada fle- ferências Constitucionais) no valor de R$ 154,7 milhões.
xibilidade e arbítrio ao Poder Executivo, dando mais segurança ao Ou seja, se o Orçamento registrasse apenas uma entrada líqui-
contribuinte e ao Legislativo. da para a União de apenas R$ 154,7 milhões, parte da história es-
A Lei nº 4.320/64 incorpora o princípio no seu art. 5º: “A Lei taria perdida.
de Orçamento não consignará dotações globais para atender indife-
rentemente as despesas…, “ - Equilíbrio: princípio clássico que tem merecido maior aten-
O art. 15 da referida Lei exige também um nível mínimo de de- ção, mesmo fora do âmbito específico do orçamento, pautado nos
talhamento: “...a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo, por ideais liberais dos economistas clássicos (Smith, Say, Ricardo). O
elementos”. keynesianismo (a partir dos anos 30) tornou-se uma contraposição
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a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA, DIREITO FINANCEIRO E CONTABILIDADE PÚBLICA
ao princípio do orçamento equilibrado, justificando a intervenção exige-se um superávit (fiscal), ou seja, a receita (primária) deve su-
do governo nos períodos de recessão. Admitia-se o déficit (dívida) perar a despesa (primária) de forma que o saldo possa ser utilizado
e seu financiamento. Economicamente haveria compensação, pois para pagamento do serviço da dívida pública.
a utilização de recursos ociosos geraria mais emprego, mais renda, Essa variação do princípio do equilíbrio faz parte das orienta-
mais receita para o Governo e, finalmente, recolocaria a economia ções orçamentárias constantes das leis de diretrizes orçamentá-
na sua rota de crescimento. rias. O art. 15 da Lei nº 10.707, de 30 de julho de 2003 (LDO 2004)
No Brasil, as últimas Constituições têm tratado essa questão dispõe, por exemplo, que: “Art. 15. A elaboração do projeto da lei
ora de maneira explícita ora de forma indireta. A Constituição de orçamentária de 2004, a aprovação e a execução da respectiva lei
1967 dispunha que: “O montante da despesa autorizada em cada deverão levar em conta a obtenção de superávit primário em per-
exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas es- centual do Produto Interno Bruto - PIB, conforme discriminado no
timadas para o mesmo período.” Anexo de Metas Fiscais, constante do Anexo III desta Lei.”
Observa-se a existência de dificuldades estruturais para o cum-
primento desse princípio, principalmente em fases de crescimento - Legalidade: historicamente, sempre se procurou dar um
da economia, pois as despesas públicas normalmente crescem mais cunho jurídico ao orçamento, ou seja, para ser legal, tanto as re-
que as receitas públicas quando há crescimento da renda interna. ceitas e as despesas precisam estar previstas a Lei Orçamentária
De qualquer forma,ex-ante, o equilíbrio orçamentário é respeita- Anual, ou seja, a aprovação do orçamento deve observar processo
do, conforme pode ser verificado nos Arts. 2º e 3º da Lei 10.837/2003, legislativo porque trata-se de um dispositivo de grande interesse da
onde: A Receita Total é estimada em R$ 1.469.087.336,00, e a Des- sociedade.
pesa Total é fixada em R$ 1.469.087.336,00. O respaldo a este princípio pode ser encontrado nos art. 37 166
Entretanto, nas cifras acima encontra-se um tremendo déficit, da CF de 1988. O Art. 166 dispõe que: “Os projetos de lei relativos
devidamente financiado por empréstimos. O déficit aparece embu- ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anu-
tido nas chamadas Operações de Crédito que classificam tanto os fi- al e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do
nanciamentos de longo prazo contratados para obras, as operações Congresso Nacional, na forma do regimento comum.”
de curto prazo de recomposição de caixa e que se transformam em A evidência de seu cumprimento encontra-se na própria
longo prazo pela permanente rolagem e a receita com a colocação ementa das leis orçamentárias, como por exemplo, a da Lei nº
de títulos e obrigações emitidas pelo Tesouro. 10.837/2003: “O Presidente da República Faço saber que o Con-
A CF 88 adotou uma postura mais realista. Propôs o equilíbrio gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:”
entre operações de crédito e as despesas de capital. O art. 167, in-
ciso III, veda: “a realização de operações de créditosque excedam o - Publicidade: o conteúdo orçamentário deve ser divulgado
montante das despesas de capital…”; (publicado) nos veículos oficiais de comunicação para conhecimen-
Qual a mensagem que se encontra vinculada a esse disposi- to do público e para eficácia de sua validade. Este princípio é con-
tivo? Claramente a de que o endividamento só pode ser admitido sagrado no art. 37 da CF de 88: “A administração pública direta e
para a realização de investimento ou abatimento da dívida. Ou seja, indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
deve-se evitar tomar dinheiro emprestado para gastar com despesa Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
corrente, mas pode pegar emprestado para cobrir despesa de capi- impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
tal (o déficit aqui é permitido). Essa é uma norma lógica e de grande ao seguinte: ...”
importância para as finanças públicas do País. Na verdade, é a Regra
de Ouro reforçada na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, art. 12, - Clareza ou Objetividade: o orçamento público deve ser apre-
§2º): “O montante previsto para as receitas de operações de crédito sentado em linguagem clara e compreensível a todas pessoas que,
não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do por força do ofício ou interesse, precisam manipulá-lo. Difícil de ser
projeto de lei orçamentária.” empregado em razão da facilidade de a burocracia se expressar em
Essa Regra também significa, por outro lado, que a receita cor- linguagem complexa. Observe-se, por exemplo, o título da ação nº
rente deve cobrir as despesas correntes (não pode haver déficit cor- 0373 do orçamento para 2004: “Equalização de Juros e Bônus de
rente).A Regra de Ouro vem sendo adequadamente cumprida nos Adimplência no Alongamento de Dívidas Originárias do Crédito Ru-
últimos orçamentos, exceto nos dois últimos (2003 e 2004). Para o ral”.
exercício de 2004, o valor das operações de crédito dos orçamen-
tos fiscal e da seguridade é de R$ 629,7 bilhões. Se somado a esse, - Exatidão: de acordo com esse princípio as estimativas devem
o valor corresponde ao Orçamento de Investimento das Estatais ser tão exatas quanto possível, de forma a garantir à peça orçamen-
&mdash OIE - (R$ 5,9 milhões) chega-se ao total de R$ 635,6 mi- tária um mínimo de consistência para que possa ser empregado
lhões. como instrumento de programação, gerência e controle. Indireta-
Já as despesas de capital dos orçamentos fiscal e da seguridade mente, os autores especializados em matéria orçamentária apon-
social somam R$ 612,7 milhões. Com R$ 23,8 do OIE, chega-se ao tam os arts. 7º e 16 do Decreto-Lei nº 200/67 como respaldo ao
total de R$ 636,5 milhões. Ou seja, só se cumpre a regra de ouro mesmo.
se se considera na contabilização os dados relativos ao Orçamento
das Estatais. Tipos e Técnicas de Orçamento
As técnicas orçamentárias também conhecidas como espécies
Ainda com relação ao princípio do equilíbrio, um terceiro con- ou tipos de orçamento, podem ser classificadas da seguinte forma:
ceito surge a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal &mdash o cha-
mado Equilíbrio Fiscal. Na verdade, exige-se mais que o equilíbrio,
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