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W DE FONÉTICA E FONOLOGIA DO PORTUGUÊS
W DE FONÉTICA E FONOLOGIA DO PORTUGUÊS
Estrutura da sílaba
Estrutura da sílaba
Tutor: D Nhatuve
1.1.Objectivos
1.2.Objectivo geral
✓ Falar sobre a estrutura da sílaba;
1.3.Objectivos específicos
✓ Identifique os constituintes da sílaba;
✓ Descrever os elementos da sílaba.
1.4.Métodos de pesquisa
De acordo com LAKATOS & MARCONI (1991:p.39) definem “O método como
sendo o caminho pelo qual se chega a determinados resultados, ainda que esse caminho
não tenha fixado de antemão do modo reflectido deliberado”.
Para a efectivação deste trabalho o autor baseou-se no uso de metodologia de
pesquisa bibliográfica onde culminou com a pesquisa em fontes físicos como manuais,
revistas, artigos que retratam assuntos ligados ao tema em desenlace e a consulta de
algumas obras dos autores da literatura nacional e internacional sobre o tema, sendo
examinados livros, artigos científicos e sites da Internet, constituindo-se um ensaio
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2. MARCO TEÓRICO
2.1. Conceituando sílaba
Segundo MATEUS et all, (2003, p.45) sílaba é uma construção perceptual, isto é,
criada no espírito do ouvinte, com propriedades específicas que não decorrem da simples
segmentação fonética das sequências de segmentos.
Universalmente todas as palavras são compostas por sílabas. Uma sílaba é um som
ou grupo de sons pronunciados na mesma emissão de voz. Por exemplo, nas palavras
caminho e capinar, se estas forem pronunciadas muito devagar, teremos as sílabas ca-mi-
nho e ca-pi-nar.
É óbvio que na diversidade das palavra como galo praticamente não encontramos
somente os fonemas que a constituem e que podem identificar por oposição as outras
palavras (galo, cama, gato, etc.). Para um falante do Português é sem sombra de dúvida
que possa dividir essa palavra em duas partes (ga-lo), as suas duas sílabas. A sílaba é uma
construção perceptual, isto é, criada no espírito do ouvinte.
Portanto, as sílabas que mostra a sua maior frequência nas línguas do mundo são
constituídas geralmente por uma consoante e uma vogal e são também as mais frequentes
em Português. Praticamente a consoante e a vogal correspondem a sua grande divisão
interna no que concerne aos seguintes itens como: o ataque e a rima.
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✓ Coda: O núcleo pode ainda estar seguido por consoantes; esta posição que se
segue o núcleo é a coda (Cd).
✓ Rima: os segmentos que seguem a vogal (os que estão na coda) têm mostrado
relações de maior afinidade com esta do que os segmentos que a precedem (os
que estão no ataque), diz-se que Núcleo e a Coda fazem parte de um mesmo
constituinte hierarquicamente superior, a Rima (R).
a) Ataque
MATEUS, FALÉ E FREITAS (2005:p.248) afirmam que “o constituinte Ataque pode
não estar segmentalmente preenchido”. Existem também dois tipos de Ataques: Ataque
ramificado e Ataque não ramificado, este último que se divide em simples e vazio.
Os Ataques não ramificados vazios, à imagem do que se observa com os simples podem
ocorrer tanto no início como no interior de palavra. O exemplo a seguir, ilustra:
O Ataque- refere-se às consoantes representadas de forma isolada ou sequenciada no
inicio ou no meio da palavra. Por exemplo: pa-pa [p-p], branco [bɾ], ablução [bl].
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No português existem ainda Ataques ramificados, também conhecidos por Ataques
complexos que são formados por duas consoantes. Estes Ataques são constituídos por
uma sequência de obstruinte + líquida, e também por uma sequência de fricativa +
líquida. Os exemplos abaixo demonstram:
Ataques ramificados
a) oclusiva + vibrante /R/ [pr]e.to
b) [br]na.co [kr]i.na des.[gr]a.ça.do
c) oclusiva + lateral /l/ [kl]i.ma en.[gl]o.bar a.[tl]e.ta [pl]u.ma
d) fricativa + vibrante /R/ [fr]u.to la.[vr]a
e) fricativa + lateral a.[fl]u.ir
No modelo que se está trabalhar, um Ataque projecta duas posições de esqueleto, às quais
estão associadas as duas consoantes que o constituem. A seguir, representa – se o Ataque
da sílaba inicial da palavra crina [krinɐ]:
Ataque não ramificado na sílaba inicial da palavra <crina>
σ
A R Nu
X X X
K r í nɐ
b) Rima
De acordo com MATEUS, FALÉ E FREITAS (2005:248) “ A Rima é o único constituinte
não terminal, dominador dos constituintes terminais Núcleo e Coda. Deste modo, a Rima
pode apresentar uma estrutura não ramificada (Rima não ramificada) com presença
somente do Núcleo ou pode ramificar em Núcleo e Coda (Rima ramificada).”
A rima pode ser de dois tipos:
✓ Rima não ramificada – é constituída apenas pelo núcleo: ['pa.tɐ]<pata>;
✓ Rima ramificada – éconstituída por um núcleo seguida de uma consoante em coda:
['paɾ.tu]<parto> e ['paʃ.tɐ]<pasta>.
Os exemplos abaixo ilustram palavras que possuem sílabas com Rimas ramificadas:
(a) Rimas não ramificadas
(b) Rimas ramificadas p[á]
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p [ár]
p[áj] p [ájʃ]
c[ɐ].f[έ] m[έɫ]
A R A R
Nu Nu Cd
X X X X X
p á p á ʃ
c) Núcleo
Como já se referiu, a presença de um Núcleo é responsável pela presença de uma sílaba.
Em português o Núcleo está sempre associado a segmentos [-consonânticos], ou seja um
Núcleo pode dominar uma vogal uma sequência de vogal e semivogal. No primeiro caso
trata- se de um Núcleo não ramificado, o segundo caso corresponde a um Núcleo
ramificado.
O núcleo pode ser classificado sob duas maneiras:
1. Núcleo simples ou não ramificado – é preenchido exclusivamente por uma vogal:
['pa.tɐ]<pata>;
2. Núcleo complexo ou ramificado – é preenchido apenas por uma vogal e uma
semi-vogal: ['paw.tɐ]<pauta>.
A seguir apresenta- se palavras onde existem Núcleos ramificado e não
ramificado. Núcleo
(a) Núcleo não ramificado
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(b) Núcleo ramificado m[á]s
m[áw].s
d[á] b[ó]j
M[á]r.te c[έw]
Como se pode verificar no exemplo acima, um Núcleo não ramificado ocorre em Rima
ramificadas (más) e em rimas não ramificadas (dá) do mesmo modo, um Núcleo
ramificado coexiste com Rimas ramificadas (maus) e com Rimas não ramificadas (boi)
são apresentadas as estruturas dos dois tipos de Núcleos possíveis em português.
Tipos de Núcleos (na sílaba de <dá> e na sílaba de <céu>
a) Núcleo não ramificado b) Núcleo ramificado
ơ σ
A R A R
Nu X N
X X X X
d á s έ w
d) Coda
A coda domina as consoantes que ocorrem à direita do Núcleo. Há línguas, como as do
grupo Bantu, que não apresentam constituintes silábicos ramificados, logo, não
apresentam consoantes em Coda, ou seja, a Rima não ramifica.
A coda pode ser classificado sob duas formas:
1. Coda não ramificada – é preenchida exclusivamente por uma consoante:
['paɾ.tu]<parto>;
2. Coda ramificada – é preenchida praticamente por mais de duas consoantes:
[pɨɾʃ.pƐ'tivɐ]<perspetiva>.
Codas
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(a) consoante /s/ (b) consoante /l/ (c) consoante /r/
flo.re[ʃ].ta[ʃ] ma[ɫ].va e[r].bá.rio
pa[ʃ].ta.gem mu[ʒ].go co[ɫ].mo ga[r].ça
a.gri.cu[ɫ].tor po.ma[r]
a[ʒ]ma ca.na[ɫ]
a.gri.cul.to[r]
Coda σ
A R
Nu Cd
X X X
m ú ʒ gu
Contrariamente ao que a ortografia sugere (campo; lenda; constante), o português não
apresenta consoantes nasais em Coda. Assume-se que, no nível fonológico, as vogais
nasais [ɐ, ẽ, ĩ,õ, ũ ] são representadas da forma seguinte:
Representação da sílaba da palavra <fim>
σ
A R
Nu
X X
f i [+nasal]
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Como se pode notar na representação acima, não existem consoantes nasais em posição
de Coda em língua portuguesa, a nasalidade da vogal é representada pelo autossegmento
nasal associado ao nó Núcleo e sem posição de esqueleto atribuída.
A R
Nu Cd
m a ɾ
Com recurso às ferramentas acima apresentadas, faça-se agora a descrição dos tipos de
Ataques, de Rimas, de Núcleos e de Codas que o português apresenta. Em português, as
posições Ataque e Coda são preenchidas por consoantes e a posição núcleo é preenchida
por uma vogal ou por sequência que contenha uma vogal e uma semivogal (um ditongo).
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3. CONCLUSÃO
Terminado a realização deste trabalho pude concluir que o ataque predomina
frequentemente com as consoantes que ocorrem à esquerda da vogal da sílaba, podendo
não estar sequencialmente preenchido. O constituinte rima é levada a cabo através dos
seguintes elementos: núcleo e coda. O Núcleo é o elemento chave que se responsabiliza
na existência da unidade sílaba, logo está presente em qualquer sílaba de qualquer língua
e domina, no mínimo uma vogal. A Coda domina as consoantes à direita do Núcleo e
pode não estar seguimentalmente preenchida. Os constituintes terminais Ataque, Núcleo
e Coda dominam posições rítmicas na fiada do esqueleto, que podem estar
seguimentalmente preenchidas ou vazias. Na representação acima, os símbolos fonéticos
[m], [ɛ] e [ɫ] substituem os nós Raiz que dominam a estrutura em Geometria de traços
correspondente a cada um dos segmentos.
Porém, importa salientar que a sílaba é uma construção é criada no espírito do
ouvinte, com propriedades específicas que não decorrem da simples segmentação
fonética das sequências de segmentos.
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4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Mateus, M. H. M. et all. (2005). Fonética e Fonologia do português, Lisboa.
Callou, D. & Leite, Y. (2009). Iniciação à fonética e à fonologia. 11. ed. Rio de Janeiro:
Zahar.
Henriques, C. C. (2009). Fonética, fonologia e ortografia: estudos fono-ortográficos do
português. 3.ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier.
Malmberg, B. (s/d). A Fonética. Lisboa, Edição Livros do Brasil, s.d. (Trad. do original:
La Phonetique. Paris, Presses Universitaires de France, 1954).
Silva, T. C. (2009). Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de
exercícios. 9. ed. rev. e atual. São Paulo, Contexto.
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