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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM

O PROFESSOR:
•Felito Miguel José de Almeida

Menongue, 31 de Janeiro de 2024


TEMA # 3. PSICOLOGIA SOCIAL

SUBTEMAS:
• Relativismo cultural
• Grupo (conceito)
• Tipos de grupo
RELATIVISMO CULTURAL
O relativismo cultural, é uma ideologia política ou social, que defende a
validade e a riqueza de se observar sistemas culturais, não partindo dos
conceitos ocidentais-modernos, de moral e ética. É, por esse facto, uma
forma de cada sociedade, independentemente de todas as
semelhanças existentes, defender a sua cultura específica, sem
descurar as demais.
O relativismo cultural defende, assim, que o bem e o mal, o certo e o
errado, entre outras categorias de valores, são relativos a cada cultura.
Como é óbvio, o bem coincide quase sempre com o que é socialmente
aprovado, numa dada cultura: os princípios morais, na realidade,
descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas experiências
e normas compartilhadas pela sociedade em causa.
CONCEITO DE GRUPO
• Um grupo não é uma soma de indivíduos reunidos num espaço físico,
um aglomerado de pessoas que se encontra por um determinado
tempo num lugar circunscrito. Por exemplo: pessoas em um
autocarro não configura um grupo. Por mais que se dirijam a um
mesmo destino e estão ali pelas mesmas razões, compartilhem mais
ou menos as mesmas regras de convivência social, bem como as
normas internas do uso do transporte público; falta-lhes interacção e
interdependência de seus componentes, algo que é fundamental para
a constituição de um grupo. O espaço físico não pode ser simples
determinante de uma relação grupal.
Em sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de interacção
recorrente entre pessoas.
Ao longo da nossa vida, como é evidente, podemos fazer parte dos mais diferentes
grupos sociais, seja por escolha própria, seja por circunstâncias que não dependem
da nossa vontade.
O termo “grupo” designa dois ou mais indivíduos que compartilham um conjunto
de normas, valores e crenças com relações definidas a tal ponto em que o
comportamento de cada um traz efeito para os demais, de forma implícita ou
explícita. Essas propriedades do grupo e a definição dos vínculos entre seus
membros emergem da interacção entre eles, algo que também traz efeitos para
estes membros, que estão comprometidos com, pelo menos, um objectivo
comum.
Portanto, as características podem ser listadas da seguinte maneira,
conforme Aguiar (2006):
a) A necessidade de um objectivo comum.
b) A capacidade de o objectivo satisfazer às necessidades dos membros
do grupo.
c) A interacção dos membros do grupo como factor fundamental da
definição de grupo.
d) A impossibilidade de conceber sem interacção e interdependência
de seus membros.
DINÂMICAS E TIPO DE GRUPOS
A dinâmica de grupo é o conjunto de processos pelo qual o grupo
produz efeitos.
Estas forças (acção, reacção, interacção, movimento, etc.) constituem o
aspecto dinâmico do grupo e, por conseguinte, afectam a sua conduta.
A dinâmica de grupo como disciplina moderna, pertencente ao campo
da psicologia social, estuda e analisa a conduta de todo grupo e as
variações da conduta individual por parte de seus membros, as
reacções entre os grupos ao formularem leis e princípios, e ao
introduzirem técnicas que aumentem a eficácia dos grupos.
Em termos de dinâmica de grupo, os grupos classificam-se em
primários e secundários.
INTERACÇÃO GRUPAL
Na dinâmica de grupos destaca-se a interacção grupal, que é o processo
segundo o qual a acção de um indivíduo afecta o grupo e vice-versa.
entretanto., no desenrolar desse processo ocorrem dois fenómenos
distintos, nomeadamente: influência do grupo e o
conformismo/inconformismo.
• Influência do grupo: é característica da interacção grupal que se
estabelece devido à acção de um sujeito, sobre os outros elementos do
grupo.
• conformismo: mudança de comportamento de um indivíduo por influência
directa do grupo, de modo a adquirir os modelos de comportamento
aceites pelo grupo.
A interacção grupal ainda pode ser vista como um tipo de acção que ocorre
entre duas ou mais entidades, quando a acção de uma delas, provoca uma
reacção da outra ou das restantes
Grupo primário – composto por um número reduzido de pessoas que se
relacionam ligadas por laços emocionais com relações directas, em que
se mantém um processo de associação e cooperação íntima. Exemplo:
grupo de amigos, grupo familiar, o grupo de vizinhança, grupo de estudo,
o próprio grupo de trabalho, o grupo de ócio (lazer, folga) ou de jogo, etc.
Distinguem-se geralmente duas categorias de grupos primários:
Os grupos naturais, em que nos achamos sem termos directamente
procurado ou querido, está neste caso a família, as ligações de
parentesco, a vizinhança.
Os grupos de associação a que se adere por afinidade ou comunidade de
interesse: clube, sociedade desportiva ou cultural.
b) Grupo secundário – as relações nesse tipo de grupo se mantêm mais
frias, impessoais e formais. Estas se estabelecem através de
comunicações indirectas, como é o caso das empresas, instituições, etc.
A mobilidade característica das relações grupais pode aproximar as
classificações ou fazê-las mais distintas.
c) Grupo de referência – as atitudes, os comportamentos e os valores
do indivíduo, são condicionados pelo respectivo grupo de referência,
tais como a família, o grupo de amigos, etc., que desta forma, assume-
se também como grupo de referência (grupo modelo). O grupo de
referência é aquele no qual nos revemos na sua plenitude. No entanto,
existem situações onde tal relação parece distorcida e que pode pôr em
causa a sua coesão, é o caso, por exemplo, dos membros das classes
altas com ideologias mais radicais.
Assim, é essencial recorrer ao grupo de referência do indivíduo, que não só
funciona como fonte de normas, de valores e de atitudes (grupo de
referência normativo, que pode ser positivo ou negativo), de acordo com a
sua importância, como também permite estabelecer certas comparações
(grupo de referência, comparativo).
De forma geral, grupos de alto desempenho apresentam características
como:
• Coesão – interesse dos membros na continuidade do grupo.
• Envolvimento psicológico – factores motivacionais oferecidos pela tarefa.
• Afinidade e confiança – sintonia e sensação de conforto entre os
membros.
• Compreensão das interdependências – percepção dos membros da
necessidade de actividade conjunta para atingir os objectivos.
• Autorregulação – capacidade do grupo de cuidar de si quando na ausência
de uma liderança formal, o grupo mantém sua iniciativa.
OBRIGADO!

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ESCOLA DO MAGISTÉRIO Nº 79 CCM2 - “MWENE
VUNONGUE”
magisteriovunongue@gmail.com

Felito Miguel José de Almeida

Menongue, 2024
TEMA # 3. PSICOLOGIA SOCIAL

SUBTEMAS:
Rede de comunicação
Liderança
Tipos de liderança
REDES DE COMUNICAÇÃO
No interior dos grupos estabelecem-se redes de comunicação entre
os seus membros. Estas redes referem-se aos canais ou modo como
as pessoas se relacionam no grupo, condicionando de forma
significativa as relações que estabelecem entre elas. Muitos autores
têm estudado as implicações do recurso aos diferentes canais de
comunicação. O estudo mais conhecido é o de Kurt Lewin (1890-
1947), conduzindo a sua investigação com grupos constituidos por
cinco indivíduos e organizados em três diferentes tipos de redes de
comunicação: rede em estrela, rede em círculo e rede em cadeia.
Rede em estrela: é uma rede centralizada, onde toda a informação passa pelo
líder; o número de mensgens é baixo e os erros cometidos irrelevantes; o grupo
solucionaas questões com maior rapidez; é usada preferencialmente pelo líde
autoritário; a satisfação dos elementos do grupo é baixa.

Rede em cadeia: é uma rede descentralizada; possibilidade de ocorrerem


inúmeros erros e deturpação da mensagem no grupo; a comunicação é muito
lenta; pouca satisfação dos integrantes.
Rede em círculo: é uma rede descentralizada, onde os membros podem
comunicar livremente entre si; ocorre maior número de mensagens e
erros; o grupo leva mais tempo na solução dos problemas; é notória a
satisfação na realização das tarefas por parte dos integrantes do grupo.
LIDERANÇA
Não existe uma definição universal para o conceito de liderança, mas é certa a
variedade de teorias desenvolvidas ao longo das últimas décadas. Uma das
definições mais recentes pertence a Rego e Cunha (2016, p. 21), que perfilham:
“A liderança é um processo de influência através do qual alguém, individual ou
colectivamente, conduz outras pessoas ou entidades a actuarem em prol de
objectivos comuns”.
“A liderança é a capacidade de um indivíduo para influenciar, motivar e habilitar
outros a contribuírem para a eficácia e o sucesso das organizações de que são
membros” (House, et al., 1999, p. 184).
O papel dos líderes extravasa a mera ordem. Condicionam a segurança
profissional e a confiança emocional dos liderados. Fomentam o espírito crítico
em prol da criatividade e do desenvolvimento de capital de inteligência no
interior da equipa.
TIPO DE LIDERANÇA
O tipo de liderança pode ser entendida através do comportamento/atitude
que um líder exerce sobre as pessoas; classificando-se em:
Liderança autocrática ou autoritária: caracterizada pelo poder que o líder
exerce sob seus liderados. O líder fixa a directriz toma decisão; centraliza o
poder. É dominador e pessoal na aprovação e julgamento ao grupo –
“manda quem pode, obedece quem tem juízo.” (senso comum).
Liderança democrática: o líder planeja as directrizes, que são discutidas
pelo grupo, incentiva a participação de todos nas decisões e descentraliza o
poder. Conduz e orienta o grupo e limita-se aos fatos em seus elogios e
críticas ao grupo.
Liderança liberal: o líder quase não participa das acções, supervisiona de
longe, dá total liberdade para as decisões individuais ou de grupo. Não
avalia, não comanda as acções das pessoas envolvidas.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Almeida, F. M. J. (2021). Manual de apoio de psicologia do trabalho. Menongue:
ISPPM.
Matias, G. J. (2015). Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem (manual
do aluno). Luanda: Letras

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OBRIGADO!

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