Copyright © Carolina Schiavinato, Thiago Wada, Cláudia Silva, Fábio Lemos, Cristiane Rodrigues,

Sérgio Araújo, Daniela Buso, Ricardo Genin, Fernanda Salomão, Oscar Rodrigues, Gabriela, Daniel
Martarello, Gabriela Costa, Demétrio Godoy, Guidil Simão, Rui Last-Man, Heloisa Yamashiro,
Lucas Tatibano, Jéssica Ramalho, Vitor Hugo, Kárita, Cido da Mata, Kerlin Shmitz, Marcos
Costacurta, Letícia Fedrizzi, Gefferson Pompeu, Márcia Garcia, Joacir Borges, Milena Bezerra,
Luciano de Figueiredo Bezerra, Núbia de Freitas, Thonnys Athos 2023.
Todos os direitos desta edição são reservados à Editora Gregory.
Rua: Lázaro José Gonçalves, 239 – Jardim Avelino, CEP: 03227-060 – São Paulo/SP.
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Usando as estratégias de Sun Tzu como reflexão, os casais empreendedores
explicam como administrar um negócio com seu cônjuge sem perder a
cabeça
A ARTE DA GUERRA DOS CASAIS EMPREENDEDORES
Carolina Schiavinato e Thiago Wada
Cláudia Silva e Fábio Lemos
Cristiane Rodrigues e Sérgio Araújo
Daniela Buso e Ricardo Genin
Fernanda Salomão e Oscar Rodrigues
Gabriela e Daniel Martarello
Gabriela Costa e Demétrio Godoy
Guidil Simão e Rui Last-Man
Heloisa Yamashiro e Lucas Tatibano
Jéssica Ramalho e Vitor Hugo
Kárita e Cido da Mata
Kerlin Shmitz e Marcos Costacurta
Letícia Fedrizzi e Gefferson Pompeu
Márcia Garcia e Joacir Borges
Milena Bezerra e Luciano de Figueiredo Bezerra
Núbia de Freitas e Thonnys Athos
 CONSIDERAÇÕES DA EDITORA
O general e filósofo chinês Sun Tzu escreveu a obra A arte da guerra no
século IV antes de Cristo e seus conselhos teriam sido usados por muitos
estrategistas militares do longo da História. Agora, dois milênios e meio
depois, o mundo corporativo se apropriou destes ensinamentos para
potencializar os negócios. Tornou-se o livro de cabeceira de muitos
empreendedores.
A obra firmou-se na História não só pelos aconselhamentos, mas também
pela força narrativa e pelas metáforas aplicáveis ao mundo dos negócios. É
justamente disso que trata este livro reflexões a partir do uso da obra A arte
da guerra que o ajudará a navegar por muitos dos principais problemas
como: falta de direção, mistura de funções, comunicação ineficaz e má
gestão do dinheiro que os casais enfrentam quando se tornam parceiros de
negócios.
Há muitos conselhos sobre negócios e casamento por aí, mas pouco para
fazer bem às duas coisas ao mesmo tempo.
Muitos dizem que amor e negócios não devem se juntar, mas há quem
aposte em estender a relação pessoal para a profissional. São muitos os
casais que decidem empreender juntos, muitas vezes, para seguir um novo
rumo de trabalho, outras, para ter um negócio próprio. As possibilidades de
crescimento em conjunto são grandes, mas é preciso, de toda forma, ter
algumas estratégias para que uma relação não acabe interferindo e
atrapalhando a outra.
De acordo com Sun Tzu, as estratégias transmitidas pelo general chinês
carregam um profundo conhecimento da natureza humana. Elas
transcendem os limites dos campos de batalha e alcançam o contexto das
pequenas ou grandes lutas cotidianas, sejam em ambientes competitivos –
como os do mundo empreendedor –, sejam nos desafios internos em que
temos de encarar nossas próprias dificuldades.
Embora o livro tenha sido escrito há cerca de dois milênios e meio, muitas
de suas orientações se aplicam a qualquer conflito. Foi por isso que
decidimos convidar 16 casais empreendedores para compartilharem suas
estratégias e decisões que tomaram ao longo do caminho, moldando o
sucesso crescente de seus negócios e aprofundando seu amor pelo processo.
As guerras empresariais na vida de um casal, no fim das contas, não são
casos frios e sem vida. São histórias de pessoas com ideias que, às vezes,
divergem, mas que têm um mesmo objetivo: oferecer lições sobre como
enfrentar as adversidades, rechaçar oportunidades, assumir o comando e
promover grandes mudanças. O conteúdo do livro é, realmente, um
instrumento para orientação nos rumos da vida profissional e afetiva, que
são, de forma análoga, uma “arte da guerra”.
Esta obra nos oferece uma oportunidade incomum de comparar e
constatar diferentes exemplos de sucesso. Não é mais um daqueles livros
que tentam nos ensinar a enriquecer sem esforço ou a fazer sucesso a
qualquer custo, da noite para o dia. São conselhos fáceis de colocar em
prática para obter resultados nos negócios e com seu cônjuge.
Assim, queremos que o livro A arte da guerra dos casais empreendedores
seja um instrumento de transformação e inspiração para você. Aproveite-o
ao máximo e coloque em prática o que faz sentido para você!
Boa leitura!
Regina Gregório - Editora Gregory
 Sumário

Carolina Schiavinato Wada

e Thiago André Wada
SCHIWA COSMÉTICOS
DA NATUREZA PARA SUA BELEZA

Cláudia Silva Rocha Souza

e Fábio Lemos de Souza
VOCÊ É O ÚNICO CAMINHO PARA O SUCESSO

Cristiane Rodrigues e
Sérgio Araújo
A FORMAÇÃO DE VERDADEIROS EMPREENDEDORES

Daniela Buso e
Ricardo Martelliti Genin
COMO TRANSFORMAMOS NOSSA PAIXÃO POR VINHOS EM
UM NEGÓCIO

Fernanda Salomão Rodrigues e

Oscar Rodrigues Junior
QUAL O SEGREDO DA RECEITA DE BOLO?

Gabriela Costa E
Demétrio Godoy
TODO EMPREENDEDOR COMEÇA COM UM SONHO

Gabriela CURDOV e
Daniel Martarello
SONHE, ACREDITE E FAÇA ACONTECER

Guidil Simão e
Rui Last-Man
EMPREENDER COM O PARCEIRO PODE SER UMA GRANDE
AVENTURA

Heloisa Yamashiro
e Lucas Tatibano
como transformar seu talento em negócio

Jéssica Ramalho e
Vitor Hugo Nascimento
COLOQUE-SE EM MOVIMENTO PARA REALIZAR SONHOS

Kárita fernanda
e Cido da Mata
COMECE COM A SUA HISTÓRIA

Kerlin Schmitz e
Marcos Costacurta
PENSANDO E AGINDO COMO EMPREENDEDORES

Letícia Fedrizzi e
Gefferson Pompeu
QUEBRE AS REGRAS

Márcia Garcia
e Joacir Borges
PARCEIROS NA VIDA E NOS NEGÓCIOS
Milena Bezerra e
Luciano de Figueiredo Bezerra
TRANSFORMANDO CRISE EM PROJETO DE VIDA

Núbia de Freitas
e Thonnys AtHos
SÓ DÁ VINHO NESSE NEGÓCIO!

CONCLUSÃO
AGORA É COM VOCÊ
CAPÍTULO 1

Carolina Schiavinato Wada

e Thiago André Wada

Carolina Schiavinato Wada, farmacêutica, apaixonada pelo segmento de

cuidados com a pele, especialista em cosméticos naturais e veganos, com
MBA em Cosmetologia e Marketing e pós-graduação em Farmácia Estética
e cofundadora da SchiWa Cosméticos.
Thiago André Wada, advogado, consultor em gestão de pessoas e gestão
de empresas, sócio-fundador da SchiWa Cosméticos, Wada Assessoria
Empresarial e Queiroz & Wada Advogados Associados.
@schiwacosmeticos
 SCHIWA COSMÉTICOS
DA NATUREZA PARA SUA
BELEZA
Ficamos muitos felizes quando recebemos o convite para escrever o
capítulo deste livro, primeiramente, por podermos contar o início de nossa
história pessoal e fantástica trajetória profissional e, principalmente, para
inspirar novos casais a empreenderem.
Neste capítulo, queremos compartilhar com os leitores os desafios e
dificuldades encontrados desde o início da criação e fundação da SchiWa
Cosméticos, sob a ótica de conciliar o trabalho, a criação da nova empresa,
a família e o relacionamento do casal.
Esclarecemos que não temos a pretensão de escrever um manual sobre
negócios, mas, sim, contar como conseguimos superar as crises e
dificuldades, tendo em mente que, no mundo dos negócios, assim como no
relacionamento pessoal, não temos o controle de todos os fatores externos,
sendo que a magia está na habilidade de utilizar a criatividade,
conhecimento técnico, inovação e, principalmente, o companheirismo para
extrair o melhor de cada situação, mantendo, sempre, a admiração e a
cumplicidade.
Antes de contar o início da SchiWa Cosméticos, precisamos voltar à
cidade de Sertãozinho, interior de São Paulo, em meados de julho de 2001,
mais precisamente, durante o 25º Campeonato de Hóquei Sobre Patins,
momento em que nos conhecemos.
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Eu, Thiago, havia, recentemente, chegado ao país, após seis anos
residindo no Japão, quando fui até Sertãozinho, cidade da minha família
materna, para assistir o Campeonato Brasileiro de Hóquei, em que meu
irmão jogava pela equipe do Português de Recife.
Durante o torneio, através de amigos em comum, conheci a Carolina, uma
linda menina com brilho nos olhos que veio a se tornar, alguns anos mais
tarde, minha esposa e companheira de vida. Nosso relacionamento
permanece por mais de vinte anos.
Acredito muito na lei da atração e na sinergia do Universo, o que algumas
pessoas também chamam de força do destino, que me deu a oportunidade
de conhecer a mulher da minha vida e futura esposa durante um torneio de
hóquei.
O que mais me chamou a atenção nela, além de sua inigualável beleza, foi
a mulher forte e destemida que ela é, com o desejo de transformar a vida
das pessoas ao seu redor, sendo essa a qualidade que mais admiro em
Carolina. Ela possui a incrível magia de despertar o melhor das pessoas,
inclusive em mim, transmitindo segurança e confiança para atravessar as
inúmeras dificuldades impostas pela vida bem como os desafios do mundo
dos negócios.
Tenho orgulho de ver a trajetória pessoal e profissional da menina de
olhos brilhantes de Sertãozinho, que, através unicamente de seus esforços,
com o objetivo de melhorar e conscientizar o mundo ao seu redor, criou,
desenvolveu e fundou uma marca de cosméticos, Clean Beauty e Cruelty-
Free, sempre visando à sustentabilidade, preservação do meio ambiente e,
principalmente, à oferta de saúde, beleza limpa e bem-estar aos nossos
clientes.
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O Thiago relatou, com lindas palavras, a nossa trajetória. Sou
extremamente grata a Deus, que me presenteou com um maravilhoso
parceiro que esteve e está presente nos principais momentos da minha vida.
Um companheiro incrível e iluminado que, por onde passa, deixa a sua luz
irradiante. O que mais admiro no Thiago é a sua bondade: ele sempre
enxerga o lado bom de tudo, sempre vê o melhor de cada pessoa.
Pego-me olhando para ele e fico paralisada em seu sorriso único e
contagiante. Não seria possível empreender sem ele ao meu lado.
Nossa trajetória profissional foi na área corporativa. Thiago prestava
consultoria jurídica e de gestão de pessoas para empresas dos mais variados
segmentos, e eu no segmento da indústria farmacêutica.

A MUDANÇA PELA CONSCIÊNCIA

 Em 2015, ano de nosso casamento, Carolina cursava pós-graduação em
Cosmetologia em São Paulo, e, durante o nosso longo trajeto de ida e vinda
da capital, conversávamos sobre a possibilidade de aplicarmos nossos
conhecimentos em um projeto que pudesse promover a saúde com impacto
ambiental, social e de governança.
Após a concretização do nosso casamento, iniciamos as pesquisas para
levantamento de dados sobre as necessidades e dores dos consumidores no
segmento de cosméticos clean beauty.
Com o passar dos meses, Carolina apresentou uma irritação na região dos
lábios, cuja origem da alergia não foi identificada, mesmo após a realização
de vários exames. Carolina, como estudiosa e profunda conhecedora de
cosmetologia, optou por deixar de utilizar alguns cosméticos e maquiagens
convencionais que possuíam, em sua formulação, ativos disruptores
endócrinos, considerados nocivos à pele, para verificar a relação com sua
irritação na região dos lábios.
Após a migração dos cosméticos convencionais para os cosméticos com a
filosofia “clean beauty”, também conhecida como “beleza limpa”, Carolina
obteve uma melhora significativa, cessando, de forma definitiva, o quadro
de irritação na região dos seus lábios em um curto espaço de tempo.
Durante esse processo de migração dos cosméticos convencionais para os
cosméticos clean beauty, verificamos a grande dificuldade e dor dos
consumidores para encontrarem produtos desse último tipo. Notamos que o
mercado brasileiro possuía muitos cosméticos com apelo natural, mas que,
em suas formulações, utilizavam ativos nocivos à pele – eram os
cosméticos conhecidos como greenwashing1.
Em uma de nossas viagens a São Paulo, decidimos que tínhamos o dever
de criar uma marca de dermocosméticos, inovadores e sustentáveis, que
atendesse às necessidades dos consumidores que buscam pela beleza limpa
e consumo consciente. No ano de 2017, fundamos o setor de pesquisa e
desenvolvimento – P&D – da SchiWa Cosméticos, no qual foram
formatados e criados todos os pilares e filosofia da empresa, iniciando o
desenvolvimento de nossa linha de produtos skincare.
A SchiWa nasceu com o propósito de inovar e fornecer dermocosméticos
de alta performance, com ativos naturais e veganos. O projeto surgiu com a
preocupação de fornecer aos consumidores cosméticos sustentáveis, sempre
respeitando o meio ambiente e animais.
 Em busca do desenvolvimento de produtos de qualidade, realizamos uma
viagem para a Europa, onde visitamos a Alemanha, que é o berço da
cosmetologia natural, realizando uma imersão nos cosméticos orgânicos e
naturais para intensificar nossas pesquisas de ativos, ingredientes,
embalagens e formulações para o desenvolvimento de produtos clean
beauty: inovadores, sustentáveis e veganos. Verificamos a grande
preocupação das marcas de cosméticos europeias, com a aplicação das
diretrizes ESG de governança ambiental, social e corporativa, entregando
produtos de qualidade e eficácia, com respeito ao meio ambiente e à
sociedade.
Na Europa, os consumidores são conscientes e optam pela utilização de
produtos e cosméticos naturais, orgânicos e que não realizam testes em
animais, sendo livres de ativos nocivos à pele. Ao retornar da Europa, com
os pilares da empresa muito bem definidos, iniciamos o desenvolvimento
das formulações no laboratório, quando encontramos grandes dificuldades
em adquirir insumos e embalagens em pequenas quantidades para a
realização dos testes de bancada.
SENDO INOVADORES
Desde o começo, queríamos ser honestos com relação aos produtos que
estávamos desenvolvendo e sobre os benefícios que poderiam oferecer.
Constatamos na prática e vivenciamos a dificuldade que as indie brands —
marcas independentes – enfrentam para iniciar os seus negócios, seja pela
dificuldade de linhas de crédito para o pequeno empreendedor, seja pelo
sistema tributário complexo, seja pelas exigências do mercado de
quantidades mínimas elevadas para a aquisição de insumos e embalagens
que encarecem e, muitas vezes, inviabilizam o lançamento de novos
projetos.
Como solução para os desafios que poderiam desestimular a criação da
nossa marca, procuramos realizar parcerias, junto ao Sebrae e outras
empresas do segmento de cosméticos, que acreditaram em nosso projeto e,
com sinergia e muito trabalho, conseguimos estruturar toda nossa cadeia
produtiva, de logística, distribuição e vendas.
Como sugestão aos leitores e empresários, diante de situações e/ou
cenários de dificuldades, sempre busquem ajuda junto a parceiros e/ou
instituições de desenvolvimento empresarial. Os empresários,
independentemente do setor em que atuam, devem se conscientizar sobre a
obrigatoriedade da regulamentação da empresa junto aos órgãos públicos
competentes e sobre o diferencial competitivo que as certificações podem
proporcionar ao seu produto.
A SchiWa possui como pilar a governança ambiental, social e corporativa.
Assim, firmamos parceria com a empresa Eureciclo, com o objetivo de
retirar da natureza embalagens plásticas e de papel, através das cooperativas
de reciclagem, protegendo o meio ambiente e gerando riqueza para a
sociedade.
PAIXÃO PERSUASIVA
Os apaixonados são os únicos advogados que sempre convencem. O
homem mais simples, mas dotado de paixão, será mais persuasivo do que
aquele que, sendo o mais eloquente, não é movido por ela. René Descartes2.
Assim como para Descartes, paixão é a única coisa capaz de
transformar e de motivar a sociedade em tudo o que se fizer. Carolina e
eu também queríamos transformar a vida das pessoas através do nosso
negócio.
Estava tudo programado para a realização do evento de lançamento da
inovadora marca de cosméticos SchiWa, quando, em março de 2020, a
pandemia de covid-19 chegou ao Brasil, sendo adotado o lockdown, com a
paralisação das empresas e indústrias, que acarretou a falta de insumos,
então, tivemos que adiar o lançamento. Contudo, tínhamos convicção de
que, brevemente, lançaríamos a marca. Aproveitamos para estudar, nos
desenvolver profissionalmente e nos inspirar em alguns livros:
Casais inteligentes enriquecem juntos – Gustavo Cerbasi;
O segredo – Rhonda Byrne;
Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes – Stephen R. Covey;
Pai rico, pai pobre – Robert T. Kiyosaki;
Pense e enriqueça – Napoleon Hill;
A arte da guerra – Sun Tzu, que inspirou a criação deste livro.
Ter um negócio exige, além de planejamento e objetivos claros, estudos,
investimento em capacitação e leitura. Busque acesso, conhecimento e
junte-se a pessoas que o ajudem a evoluir. Agora que você tem essas dicas
de livros, não perca tempo. Leia, estude e cresça!
Durante o período da pandemia, continuamos trabalhando e acreditando
que lançaríamos a SchiWa. De acordo com os ensinamentos de Sun Tzu, “A
arte da guerra” nos ensinou que devemos estar sempre preparados para o
ataque do inimigo, estando em prontidão para defender nossas posições.
Contrariando todas as opiniões de terceiros que diziam que não era o
momento econômico correto para realizar investimentos, decidimos lançar,
de maneira on-line, a marca. As empresas estavam migrando para o digital,
e enxergamos um mercado aquecido – era a nossa oportunidade para
lançarmos nossos produtos no mercado.
Como empreendedores, temos que ter em mente que, independentemente
do quanto você planeje cuidadosamente seu negócio, estamos à mercê de
circunstâncias fora de nosso controle. É aí que precisamos agir como
camaleões nos negócios, modificando-nos de acordo com o ambiente e
adaptando-nos a ele. Hoje, temos a certeza de que foi uma decisão acertada,
uma vez que, na pós-pandemia, houve uma alta no preço dos insumos que
poderia inviabilizar todo o projeto.
Após o lançamento da SchiWa Cosméticos, o trabalho e as dificuldades
não pararam. Pelo contrário, com o crescimento da empresa, os desafios
cresceram exponencialmente, como exemplo, citamos a necessidade de
ampliar o setor de marketing e de logística, precisando de muita resiliência
e determinação para nos reinventar diariamente, mantendo a filosofia e os
pilares da empresa e posicionando a marca no mercado nacional.
Como solução para o desafio da ampliação da estrutura da empresa em
busca do crescimento das vendas, optamos por terceirizar o setor de
marketing e de logística, firmando parcerias de sucesso.
Sempre acreditando na proposta (beleza limpa e sustentabilidade) e
qualidade de nossos produtos, o próximo passo será a internacionalização
da marca para atendermos o mercado mundial, que possui alta demanda de
cosméticos clean beauty e procura por empresas preocupadas com o meio
ambiente, sociedade e governança corporativa.
A SchiWa busca conscientizar os consumidores, através de nossos
produtos, sobre a importância de procurarem marcas com responsabilidade
ambiental e social. Acreditamos que uma empresa só evolui quando ela tem
visão do todo – de si mesma, das pessoas que trabalham nela e do mundo
que está ao seu redor. Quanto mais você se relacionar, quanto mais for
humano, quanto mais ouvir e servir, mais impactará a vida do seu cliente e
da sociedade.
Esperamos que nosso capítulo tenha feito sentido para a sua vida.
Abraços de Carol e Thiago!

1 “Greenwashing” é um termo em inglês que pode ser traduzido como “lavagem verde”. É praticado
por empresas que fingem que um produto e/ou serviço é ecológico e sustentável através de ações de
marketing.
2 René Descartes foi um filósofo, físico e matemático francês. Durante a Idade Moderna, também era conhecido por seu nome
latino Renatus Cartesius.
PARTINDO PARA A AÇÃO
Explique, de maneira simples, o que o seu negócio faz e como ele impacta
a vida das pessoas.
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CAPÍTULO 2

Cláudia Silva Rocha Souza

e Fábio Lemos de Souza

Fundadores da Brothermix. Pais do Vinicius e do Leandro.

@panelabrothermix
VOCÊ É O ÚNICO CAMINHO PARA
O SUCESSO
Sentimo-nos felizes por poder dividir nossas experiências como
empreendedores, tudo o que aprendemos nesses 27 anos, nossos percalços,
desafios e nossas conquistas.
A maioria das pessoas acredita que existe uma fórmula mágica para
conquistarmos o sucesso profissional e que, no geral, essa fórmula permite-
nos chegar ao sucesso em pouco tempo e com pouco esforço. Se isso
acontece, não sabemos, pois, para nós, o sucesso só veio depois de uma
construção que envolveu e envolve tempo, estudo e paciência. Para nós, o
sucesso é a somatória de ações, habilidades e constância. E todos esses
ingredientes são treináveis. O treinamento ajuda a ter constância. Assim
como acontece com um atleta, também acontece na vida: quem treina mais,
chega mais rápido ao objetivo.
É este o nosso convite para você neste capítulo: façamos, juntos, um
mergulho em nossa jornada, nosso comprometimento, nossas ações
assertivas e outras nem tantos. Nossa mensagem é para você que quer
vencer e é à prova de crise.
Sou Claudia. Juntamente com Fábio, somos os gestores da Brothermix,
uma empresa que está no mercado desde 2018. Fabricamos panelas que
misturam massas, um produto de alta qualidade feito para misturar doces e
recheios para quem trabalha com confeitaria.
Antes de me tornar empreendedora na Brothermix, era confeiteira, fazia
bolos para casamentos e eventos em geral. Conforme a demanda das
encomendas crescia, também crescia a minha necessidade de ter mão de
obra e de ter panelas adequadas para fazer os recheios dos bolos. Houve
dias em que mexia entre dez e quinze panelas de recheio por dia.
Fábio era do ramo de informática e me ajudava em seu tempo livre. Ele
conta que, desde criança, tinha muita vontade de empreender. Começou a
fazer seus próprios negócios; certa vez, comprou uma bicicleta com um
dinheiro que o seu pai tinha lhe dado e desmontou-a para vender as peças
separadamente, fez um caixa e comprou uma bicicleta melhor. Fábio era
conhecido como o menino que gostava de negociar.
Fábio, vendo que eu mexia em muitas panelas de recheio à mão, quis
fazer algo que facilitasse meu trabalho. Começou a fazer teste nas panelas
que eu usava, as chamadas “gambiarras”, uma gíria para improvisação. Foi
aperfeiçoando os testes e equipamentos até que nasceu uma panela
mexedora. Dessa forma, diminuiu o esforço e aumentou a minha produção
de bolos.
Fábio começou oferecendo o produto para amigas e confeiteiras próximas
a nós, e, dessa forma, a comercialização do produto foi expandindo. O
negócio começou a tomar uma proporção imensa, a qual não esperávamos.
Decidimos que nos dedicaríamos ao novo empreendimento. Parei com a
confeitaria e fui me juntar ao Fábio. Percebemos que, se uníssemos nossas
forças, teríamos mais chances de fazer nosso negócio evoluir.
Acreditávamos naquele negócio e não iríamos desistir dele.

ACREDITE E FAÇA
Nessa caminhada empreendedora, é necessário entendermos que é preciso
muito esforço, suor e lágrimas para construir um projeto de longo prazo e
duradouro para fazer com que um empreendimento se torne um sucesso,
não importa o mercado, não importa o tamanho, não importam as
dificuldades que surjam a cada momento. Qualquer jornada não é um sonho
cor-de-rosa, mas, sim, sinônimo de muito trabalho. É cada vez mais raro
encontrar um negócio feito para durar que faça sucesso da noite para o dia.
Trabalhávamos muito para dar conta da alta demanda de pedidos. A
empresa era formada por Fábio, eu e nossos filhos Vinicius, que estava com
17 anos, e Leandro, que estava com onze anos. Era o momento de darmos
mais um passo e encontrarmos pessoas para trabalharem conosco. A
empresa começou a crescer e avançar por todo o Brasil. Claro que
encontramos muitas pessoas que abriram portas, pessoas que nos ajudaram
a divulgar o produto.
A empresa, que começou na cozinha da nossa casa, agora tinha uma
fábrica própria e muitos colaboradores. Entendemos que aquelas pessoas
dependiam de nós para seu sustento. Tínhamos que lutar com mais
forças para que o sucesso fosse contínuo.
 Para alcançar um objetivo desejado, o segredo é não desistirmos em meio
às adversidades, pois são elas que vão nos lapidando para chegar onde
desejamos. O sucesso é adquirido pelo trabalho e pela dedicação. Para
conseguir chegar onde sonhamos e alcançar todas as metas e todos os
objetivos, precisamos ter muita determinação, pois o esforço e a
perseverança são os principais caminhos para concretizar o que foi
idealizado, com o intuito de obter bons resultados, principalmente, na área
profissional.
A primeira coisa para atingir o sucesso é entender o que ele significa em
na sua vida. De acordo com o Dicionário Aurélio, “sucesso” significa, em
uma das definições, “qualquer resultado de um empreendimento”. É
sinônimo de vitória, êxito e relutância. Se o objetivo é alcançá-lo, então,
será necessário ter foco, disciplina e dedicação, a fim de não permitir
quaisquer interferências que bloqueiem esse processo.
Diante dessa trajetória, aprendemos que a única pessoa capaz de construir
e atingir o êxito é a gente mesmo, pois nossas ações são reflexos de nossas
personalidades. Portanto, o insucesso pode ser meramente uma projeção da
própria essência, alimentada pela arte de desistir quando as dificuldades se
tornam aparentes.
Nesses anos em que a Brothermix está se consolidando no mercado,
temos aprendido a ser autores da nossa trajetória. Não ficamos assistindo a
vida acontecer. Corremos atrás, definimos objetivos, tivemos disciplina e
fomos determinados em fazer nossa empresa evoluir.
O sucesso não se obtém imediatamente. É gradativo. É preciso ir em
busca dele com determinação. Saia da sua zona de conforto. O mérito é de
quem se arrisca.
Os desafios aparecerão na vida de quem quer chegar ao topo, e muitas
coisas vão dar errado, sim. É natural.
A arte da guerra nos ensina a não confiar na possibilidade de que o
inimigo não venha, mas na nossa prontidão para recebê-lo; não na
possiblidade de que ele não ataque, mas no fato de que fazemos nossa
posição inexpugnável3.
Os desafios fazem parte do universo de quem empreende. Temos vários
exemplos de empresários que, para acertar o alvo, passaram por muitos
desafios. Todo mundo acumula insucesso, porque faz parte do processo.
Tenha um objetivo e persiga-o até dar certo.
 Compartilhamos com você alguns passos para alcançar seus objetivos:

1º passo: TENHA UM OBJETIVO DEFINIDO

Escolha o caminho que irá percorrer para atingir o seu sucesso.

2º passo: TENHA DISCIPLINA

A disciplina é a ferramenta mais importante para a construção de um
negócio de sucesso.
3º passo: ELIMINE O MEDO
O medo traz angústia e ansiedade, fazendo você fugir daquilo para que
realmente nasceu, além de impedi-lo de arriscar-se e mostrar seu potencial
como empreendedor.
4º passo: ESTUDE
Como empreendedores, precisamos estar bem-antenados em relação ao
mundo para que possamos desenvolver produtos e serviços inovadores. Por
isso, nunca podemos deixar de estudar para adquirir novos conhecimentos,
a fim de aplicá-los na gestão de nossos negócios.

REALIZEM JUNTOS
Nosso relacionamento profissional é o melhor possível, mas sabemos que
nem sempre a união de casamento e sociedade profissional é algo que dá
certo.
Sabemos que o fardo, muitas vezes, é pesado para quem abre um negócio.
Quando o seu parceiro ou sua parceira está com você nessa caminhada, essa
carga pode ficar mais suave, porque você terá alguém de confiança para
dividir os problemas e dúvidas que aparecerem no meio do caminho. A
responsabilidade também é compartilhada, assim como os medos e a
preocupação. Estando no mesmo lugar, é mais fácil entender as angústias do
outro. O principal segredo para o sucesso da nossa vida profissional e
afetiva é o respeito mútuo às competências de cada um e a divisão de
tarefas.
A Arte da guerra, de Sun Tzu, é um clássico que traz muitas lições sobre
ação, planejamento e resolução de conflitos. O livro é um tratado militar
escrito 500 anos antes de Cristo. Gostamos da ideia de que a força de um
exército está em sua união e não em seu tamanho. É nisto que acreditamos:
na força do trabalho e da parceria.
Começamos de forma modesta, na cozinha da nossa casa e com a ideia
genial do Fábio. E aqui estamos, fazendo a diferença na vida das pessoas.
Torcemos para que você tenha sucesso, que venha sem limites e que seja
do tamanho de sua vontade de crescer!

O sucesso não se obtém imediatamente. É

gradativo. É preciso ir em busca dele com
determinação.
3 Sun Tzu. A Arte da Guerra/Cap 8
PARTINDO PARA A AÇÃO
Trace seu plano de voo para os próximos doze meses. E, ao lado dos
objetivos, indique como irá viabilizar seu projeto.
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CAPÍTULO 3

Cristiane Rodrigues e
Sérgio Araújo

Cristiane é administradora de formação, amante do terceiro setor e muito

focada em tudo que faz, seja com a família, no trabalho ou no esporte.
Sérgio também é administrador de formação, supervisor de engenharia em
uma multinacional e professor universitário. Estão há 25 anos juntos e são
os pais de Artur e Isabela, duas bênçãos que Deus lhes concedeu e que
alegrou ainda mais as suas vidas. São sócios na cafeteria Mais1 Café Betim,
em Minas Gerais.
@mais1cafe.betim
 A FORMAÇÃO DE VERDADEIROS
EMPREENDEDORES

Vencerá aquele cujo exército for animado pelo mesmo espírito em todas as
suas fileiras.
Sun Tzu, “A arte da guerra”
Há relatos de pessoas e nos livros de que o empreendedorismo está na
veia, de que nascemos com ele, mas, sinceramente, nunca imaginamos ter
essa característica. Acreditamos que ninguém esperava que um dia nós
teríamos nosso próprio negócio. Sempre fomos um casal centrado,
assalariado, que gostava de apreciar os tempos de folga do trabalho, os
finais de semana, de viajar, receber amigos em casa... e, de repente, muita
coisa mudou. Mudou tanto que nossos valores, objetivos e sonhos
ganharam uma grandeza diferente. Ousamos dizer que nos tornamos
pessoas diferentes do que éramos. Mudamos muito, mas mudamos para
melhor!
Neste capítulo, vamos contar um pouquinho da nossa história e da nossa
jornada empreendedora. Queremos que a nossa mensagem fortaleça sua
vida profissional e afetiva de maneira genuína e mostre que os sonhos,
mesmo que despercebidos, devem ser buscados. Nossa vida pode e deve ser
adaptada a cada momento. A mudança faz parte, e a busca pela felicidade e
pelo bem ao próximo deve ser o propósito de vida de todos.

A CONSTRUÇÃO DE UMA FAMÍLIA

Conhecemo-nos no bairro onde morávamos e apaixonamo-nos pela
simples troca de olhares. Desde o início do relacionamento já falávamos em
casamento e nos preparamos para, em julho de 2001, concretizar esse que
foi o primeiro dos nossos sonhos realizados.
Nossa união sempre foi de muita admiração um pelo outro. Para mim,
Cris, o que sempre admirei no Sérgio, além da sua simpatia, foi seu caráter
e dedicação a tudo que se propõe a realizar. Um bom filho, marido, amigo e
um pai exemplar, de sorriso deslumbrante e caráter fora do normal.
 Para mim, Sérgio, Cris é sinônimo de perseverança e dedicação. Além de
ser uma pessoa maravilhosa por dentro e por fora, consegue transmitir o
bem por onde passa. É encantadora e extremamente simpática com todos.
Temos dois maravilhosos filhos, Artur e Isabela, que vieram para unir
ainda mais nossa família. Não podemos nos esquecer de incluir, também,
nesta família, a saudosa Meggie, nossa agora anjinha Golden Retriever mais
meiga e brincalhona que tanto nos encantou.
TEMPO DE MUDANÇA
No livro milenar A arte da guerra, de Sun Tzu, são revelados nove
diferentes tipos de terreno e a importância de se adaptar a cada um deles. É
dada alta importância à capacidade da unidade militar de se adaptar à
variação das circunstâncias. A vitória depende de ínfimos detalhes para
triunfar sobre as adversidades.
Em nossa trajetória, assim como descrito no livro de Tzu, pisamos em
vários tipos de terreno: alguns acessíveis, outros tortuosos, acidentados e
até mesmo indecisos. Entretanto, o que nos faz vencer é como nos
portarmos em cada um desses terrenos.
O ano de 2017 representou o início de uma grande mudança. Durante um
jogo de vôlei, a Cris fraturou o pé e teve que ficar imobilizada por alguns
meses, o que resultou num quadro grave de embolia pulmonar e internação.
Logo na sequência, passamos por uma experiência ainda mais dolorosa, que
trouxe preocupação a toda a família: a Cris foi diagnosticada com câncer de
mama, e nos deparamos com uma situação totalmente fora do nosso
controle. Ficamos impotentes diante do diagnóstico e nos restava dois
caminhos: nos desesperar e entregar a batalha ou nos encher de coragem e
otimismo. Embora o terreno fosse difícil, decidimos lutar e conquistar o
território.
Apoiamo-nos em nossa fé e pensamento positivo para enfrentar aquela
situação. Foi um ano dedicado ao tratamento, em que a apreensão e
preocupação nos rondavam, mas, ao mesmo tempo, várias lições foram
aprendidas: que o otimismo sempre deve ser levado em consideração, assim
como a vontade de superar os obstáculos. Devemos conter a ansiedade e ser
gratos a cada dia que nos é dado. Precisamos valorizar cada momento, cada
gesto de atenção e, mesmo nas dificuldades, temos que ter foco. Se algo
ruim aconteceu não é um acaso... é para nos proporcionar novas
oportunidades de mudança ou uma forma diferente de ver a vida. A todo
instante, devemos acreditar que podemos seguir adiante.
Se os nossos pensamentos e sentimentos estiverem alinhados de forma
positiva e esperançosa, alcançaremos o ponto da virada. Quando irradiamos
pensamentos positivos, como o amor, a cura e a gratidão, isso volta para nós
em diversas formas e circunstâncias – é como um ímã, ao seu redor, que
atrai coisas benéficas. E foi com essas convicções e atitudes que
atravessamos essa situação.

VEIA EMPREENDEDORA
No início deste capítulo, revelamos que não tínhamos espírito
empreendedor ou, pelo menos, não acreditávamos nisso. Também não
tivemos pais empreendedores nem irmãs, tios ou amigos próximos. Porém,
sempre desejamos ter algum negócio próprio. Não sabíamos por onde
começar, e, para falar a verdade, sempre nos faltava coragem. Acreditamos
que empreender é ter ousadia o bastante para assumir o risco. Contudo, não
sabíamos se estávamos dispostos e se tínhamos o conhecimento suficiente
para minimizar esses riscos.
Sergio e eu tínhamos uma carreira estável em uma multinacional,
entretanto, com o nascimento da Isabela, conversamos e decidimos que
seria melhor eu dedicar-me aos nossos filhos pequenos. Foi então que
deixei de ser CLT e iniciei no ramo de estética como autônoma, uma área
que sempre me atraiu. Foram 16 anos de muita dedicação, e, durante todo
esse tempo trabalhando por conta própria, nunca me dei conta de que já era
uma empreendedora.
Como consequência do câncer, antes e pós-tratamento, precisei conviver
com algumas limitações no desenvolvimento de minhas atividades como
esteticista. Foi quando começamos a pensar em outras possibilidades, e o
sentimento reverberado de empreender voltou a tomar conta dos nossos
pensamentos. Queríamos um negócio que engajasse toda a família: algo
diferente e desafiador para nossos filhos e que pudesse ser um novo
estímulo para mim. Contudo, toda vez que o Sergio tocava no assunto de
abrir um negócio, eu me desviava. O medo das consequências negativas
pulsava mais alto do que as possibilidades positivas.
Como casal, Sergio sempre foi mais ousado e sonhador, e eu a medrosa.
Segundo Sun Tzu, “o medo é o verdadeiro e único inimigo”, e eu precisava
quebrar essa barreira. Hoje, enxergo as coisas de forma diferente. Entendo
que a primeira característica que um empreendedor precisa ter é a
autoconfiança. Se você não acreditar que pode e tem o necessário para
vencer suas dificuldades, pode apostar que ninguém mais vai acreditar
nisso. Aqui, aplico mais um ensinamento de Tzu: a vitória está reservada
àqueles que estão dispostos a pagar o preço.
Sergio sempre foi um líder que lidera pelo exemplo, não pela força. Ele
não tomava decisões sozinho, e suas ideias eram compartilhadas e
discutidas. Como citado no livro Casais inteligentes enriquecem juntos, de
Gustavo Cerbasi, “[...] um casamento só dá certo quando seu verdadeiro
sentido é o da união”. Baseado nos nossos princípios e nesses
ensinamentos, constatamos que, realmente, éramos cúmplices em tudo que
sonhávamos e fazíamos. Nunca agimos por impulso, e sempre o
planejamento era estruturado: viagens, filhos e finanças. Para este último,
entendemos que é justa e necessária a discussão do tema entre o casal. Que
todo plano financeiro seja feito em conjunto e que o dinheiro de um some
ao do outro. Os sonhos do casal e dos filhos devem ser compartilhados e
buscados.
Comecei a compreender que tinha que mudar a minha mentalidade
pessimista e de medo. Hoje, como empreendedora, acredito que todo
pensamento gera um sentimento, todo sentimento gera uma ação, e toda
ação um resultado. Tornei-me protagonista de ações empreendedoras e
projetos futuros para a minha família.

ENCONTRANDO O NEGÓCIO CERTO

O maior risco é não arriscar: [...] “Em um mundo que está mudando tão
rapidamente, a única estratégia garantida para o fracasso é não correr risco”,
frase de Mark Zuckerberg. Para abrir um negócio, é necessário estudar,
avaliar, treinar e ouvir pessoas. Não podemos, simplesmente, ter uma
ideia e agir sem consultar nosso parceiro e estudar o terreno. É como se
quiséssemos escalar o Monte Everest: é necessário fazer um treinamento
pesado, conversar com quem já fez a escalada e adquirir os equipamentos
corretos.
No segundo ano da pandemia de covid-19, tínhamos muitas ideias de
negócio, mas sem um direcionamento. Buscamos o conhecimento e a
avaliação das possibilidades: o planejamento é indispensável.
 Primeiramente, definimos que o melhor modelo de negócio deveria ser
uma franquia. Listamos alguns valores pessoais que tínhamos como base e
começamos a pesquisar alternativas que atendessem às nossas expectativas:
o empreendimento deveria ser inovador, tecnológico, sustentável, prático e
não poderia depender de muitos funcionários. Além de tudo, deveria
oferecer algo que gostássemos e em que pudéssemos acreditar que fosse
bom para as pessoas.
Após várias opções de negócio, chegamos a uma que atendia aos nossos
requisitos. Era uma franquia de cafeteria de Curitiba, recém-criada num
formato parecido com as cafeterias do exterior. Possuía um visual marcante,
design moderno e uma área operacional otimizada. Utilizava tecnologia no
seu atendimento e sistema de gestão. Tinha um estilo prático em sua
operação, totalmente alinhado com o que buscávamos, num formato To Go,
daqueles com a opção de pegar e levar, um padrão visionário para o nosso
cenário brasileiro. Era a combinação perfeita, e não tínhamos outra escolha
a não ser mergulhar na concretização do nosso sonho! Nascia, então, o casal
empreendedor da MAIS1 Café Betim.
O INÍCIO DA MAIS1 CAFÉ BETIM
A busca pelo ponto comercial sempre é um desafio para o sucesso do
empreendimento, por isso, dedicamos tempo e atenção a esse assunto. Após
várias opções e análises, decidimos por um local que julgávamos, junto com
a franquia, ser aquele ideal para o nosso negócio.
Iniciamos as compras dos equipamentos, materiais e produtos diversos
para a operação e as adaptações necessárias ao local e, em tempo recorde,
estávamos prontos para a inauguração. Foram, aproximadamente, trinta dias
de obra. Acompanhamos todos os detalhes, e, no dia cinco de novembro de
2021, a Mais1 Café Betim estava abrindo as portas para a cidade.
Estávamos felizes com nosso empreendimento e tivemos, do nosso lado,
muitas pessoas que torciam por nós. Tínhamos e temos convicção de que é
isso que queremos para a nossa vida como casal empreendedor e para
nossos filhos. Não temos só convicção, mas também paixão, coragem,
autoconfiança, iniciativa e resiliência como um casal empreendedor.
A Mais1 Café Betim foi a primeira loja da franquia na nossa cidade, e sua
aceitação foi imediata. Conseguimos oferecer uma proposta inovadora e
tecnológica para a região, que se encantou com os nossos produtos, com o
visual da cafeteria, praticidade e, principalmente, com o atendimento e
atenção dados a cada cliente. Constatamos, também, que a escolha de ponto
havia sido assertiva. O local, além de acolhedor, estava próximo de pontos
estratégicos do centro de Betim.
A cafeteria por si só já era atrativa pelos cinco sentidos: olfato, visão, tato,
audição e paladar. O cheiro das fornadas dos pães e do café despertando o
olfato, o design da cor amarela em destaque no campo da visão, a textura
dos copos como ponto forte do tato, a música ambiente representando a
audição e o paladar destacando o sabor diferenciado de todos os produtos.
Todos os sentidos e estímulos fazendo com que os clientes e adoradores de
café terem experiências incríveis. Mesmo com esses pontos favoráveis, nos
deparávamos diariamente com o desafio de atrair e de fidelizar clientes.
Estávamos sempre estudando as dinâmicas do mercado, maneiras de
divulgação e parcerias.
Sabemos que o trabalho é árduo, que a jornada como empreendedores é
intrinsecamente perigosa e repleta de obstáculos. Porém, a nossa vontade de
transformação do mundo em um lugar melhor através do nosso negócio faz
com que busquemos forças para avançar sempre.

DIFERENCIAIS PARA O SUCESSO

Em uma caminhada de sucesso, sempre existe um passo a passo que você
treina, repete e em que busca aperfeiçoamento. Ter uma cartilha de gestão
empreendedora é a base para qualquer início de negócio, seja ele qual for.
Aspectos de planejamento estratégico, financeiro, marketing e gestão de
pessoas, por exemplo, sempre devem ser seguidos para que o negócio tenha
um padrão alinhado aos objetivos traçados. Contudo, se não fossem os
diferenciais de cada pessoa, as características de cada empreendedor e o que
se está disposto a fazer, tudo seria igual.
Listamos alguns pontos que nos ajudaram no sucesso da nossa jornada
empreendedora:

1. COLOQUE ENERGIA E ENTUSIASMO NA SUA

CAMINHADA: temos o privilégio de ser uma equipe totalmente
engajada e com a família toda envolvida. Fazer o que se gosta é um
diferencial para a excelência no atendimento e qualidade do serviço
 prestado. Ter foco em seu propósito e os objetivos claros do que
espera do seu empreendimento é fundamental.

2. TENHA CONSTÂNCIA: seguir procedimentos, definir métodos e

padrões é uma base para a manutenção e melhoria dos seus
processos. É importante ter gestão à vista, indicadores definidos e
alinhados com todo o time e, principalmente, comunicação eficiente
e eficaz.

3. CRIE E CULTIVE UMA BOA REDE DE

RELACIONAMENTOS: é essencial formar parcerias, se
relacionar com a sua “vizinhança” e interessados no seu ramo de
atuação. Identifique o seu público-alvo e saiba as suas necessidades
e opiniões, mas também conheça e dê a devida importância aos
demais públicos. O que poderíamos fazer para atraí-los? Rede
social é importantíssima, mas não pode ser a única ferramenta.
Avalie e teste aquela mais indicada de acordo com a sua região e
tipos de cliente.
4. SEJA UM INSTRUMENTO DE MUDANÇA NA VIDA DAS
PESSOAS: entendemos que o financeiro é consequência no nosso
propósito. Fazer o bem e ter o nosso empreendimento como um
meio de tocar as pessoas é tudo. Cada experiência positiva, cada
brilho no olhar e cada resultado alcançado significam que toda a
preocupação com oferecer o melhor produto, a maior atenção e
importância a cada cliente foi concretizada.
5. USE REFERÊNCIAS E BONS EXEMPLOS: trace o seu perfil
empreendedor e utilize referenciais teóricos e boas práticas que
possam servir de base em suas decisões.
6. DEIXAMOS AQUI ALGUMAS INDICAÇÕES
INTERESSANTES DE LIVROS que nos ajudaram e que podem
ajudar você na sua vida profissional e pessoal:

A arte de encantar clientes - Erik Penna;

Não existe gestão sem comunicação - Daniel Costa;
Casais inteligentes enriquecem juntos - Gustavo Cerbasi.
 Quando olhamos para trás, percebemos que todos os percalços nos
trouxeram para onde estamos hoje. Não foi por acaso: todos os desafios nos
fortaleceram e nos deram oportunidades para aprender e evoluir. A fé e a
coragem sempre nos guiaram e nos guiarão, com Deus à frente das nossas
vidas! Deus na frente!
Nosso desejo é que você encontre o que o(a) motiva a acordar e trabalhar
conectado ao seu propósito. Pare de ficar com medo do que pode dar errado
e faça acontecer. Só depende de você.
PARTINDO PARA AÇÃO
Qual o seu grande sonho? Qual plano de ação tem feito para realizá-lo?
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CAPÍTULO 4

Daniela Buso e
Ricardo Martelliti Genin

Fundadores da Winedoc e Alma Colors.

@winedocbrasil
COMO TRANSFORMAMOS NOSSA
PAIXÃO POR VINHOS EM UM
NEGÓCIO

Vinho é arte coletiva. A arte de vender vinhos também é4. Com base
nesse propósito, vamos compartilhar como transformamos nossa paixão por
vinhos em negócio, fundando a Winedoc.
Um mercado em plena expansão, a oportunidade de empreender em um
setor consolidado e com um produto que todo mundo quer provar, a
conveniência de aliar prazer e conhecimento… são muitas as razões que nos
levaram a nos aventurar pelo mundo dos vinhos. De simples consumidores
a empreendedores.
Já adiantamos que empreender significa sair da zona de conforto, não tem
como. A jornada é inevitavelmente árdua. É uma jornada que demanda
paixão, coragem, autoconfiança e iniciativa, além de bom senso e
resiliência.
Mas, antes, nos deixe apresentar a você, caro leitor.
Sou Ricardo, administrador, pós-graduado em Finanças, tenho três filhos
e gosto de esportes. Daniela é advogada por formação, sommelière de
vinhos e mãe da Rafaela. Nosso objetivo é que você chegue até o final deste
capítulo, pois vamos compartilhar um pouco dos nossos medos e desafios,
“os sabotadores”, e como fizemos para nos livrar deles para que possa
motivá-lo, de alguma forma, a buscar empreender seus sonhos
adormecidos.
Conhecemo-nos no mercado financeiro. Na época, trabalhávamos num
grande banco internacional: eu como gestor de um time comercial de
grandes empresas, e Daniela na seguradora do banco. Encantamo-nos um
pelo outro e, no primeiro encontro, descobrimos que tínhamos uma paixão
em comum: o vinho.
Somos descendentes de famílias italianas, criados com a presença do
vinho à mesa desde pequenos. Nossa infância e juventude, os fins de
semana eram de casa cheia, mesa farta de boas comidas, conversas e risadas
altas...

COLOCANDO O SONHO EM PRÁTICA

Todos precisamos de uma visão para nossa vida, e o sucesso vem quando
nos rendemos a determinado sonho e deixamos que ele nos leve a um lugar.
A aventura de todo empreendedor começa com um sonho, uma ideia de que
ele pode usar seu talento e construir um negócio.
Desde o nosso primeiro encontro, Daniela comentava que o sonho dela
era ter algo ligado ao vinho, uma vinícola, um comércio ou um vinho
próprio, inclusive, já tinha escolhido até o nome, WINEDOC. O nome
WINE porque se relacionava ao mundo do vinho, e o DOC porque remete a
conhecimento, documentação, certificação de origem e credibilidade.
Então, seguimos a vida com isso em mente.
Porém, só sonhar não nos leva a lugar nenhum, pois é o esforço que faz
as coisas acontecerem. É o esforço que cria a mudança.
Começamos a participar de eventos e cursos relacionados a vinho.
Como trabalhávamos no mercado financeiro, e como conhecimento é algo
que carregamos em nós, alguns de nossos clientes começaram a nos
procurar para pedir dicas sobre vinhos e harmonizações.
Em junho de 2018, decidimos, junto a amigos, passar o Dia dos
Namorados em Mendoza, na Argentina, visitando algumas vinícolas,
degustando e vivenciando algumas experiencias incríveis. Desfrutamos de
boas comidas e vinhos. Aquele ambiente nos encantou, e o sonho de
Daniela de empreender na área de vinhos reascendeu. Em outubro do
mesmo ano, Daniela retornou a Mendoza para fazer o curso de sommelier
de vinhos. Voltou cheia de ideias e disposta a começar um negócio.
O desgaste e a pressão do mercado financeiro durante a pandemia fizeram
com que enxergássemos que era o momento de focar em nossos sonhos.
Quando um sonho incrível aparecer, não o deixe escapar! Cada pessoa deve
permitir que seu sonho pessoal cresça o máximo possível. Entendemos que
era o momento de tirar o sonho do papel e fazer acontecer.
Não existe momento certo ou perfeito para colocar nossos sonhos em
prática, o que existe são objetivos palpáveis e realizáveis. Ou seja, é
necessário definirmos como chegaremos lá, sempre medindo os resultados e
estabelecendo o tempo no qual desejamos atingir nossos objetivos.
Observamos a evolução do mercado brasileiro de vinhos desde o final dos
anos 1970 e vimos que ele passou por transformações radicais e profundas.
As pessoas estavam conhecendo e consumindo mais vinho. Deixou de ser
elitizado e passou a ser frequente na mesa dos brasileiros.
Foi durante março de 2021, em meio à crise mundial de covid, que
decidimos colocar em prática aquilo que há tempos pulsava dentro de nós,
ou melhor, de Daniela: fundamos a WINEDOC. A partir desse momento,
ficou claro que um novo capítulo em nossas vidas estava nascendo.
Foi nesse instante que percebemos que, para empreender, é preciso ter
coragem, competência e visão. Coragem, porque partimos para o
enfrentamento. Competência, porque colocamos nosso projeto prática.
Visão, porque enxergamos uma oportunidade no negócio do vinho.
Sabíamos que não haveria conforto em nosso caminho, que a jornada
seria repleta de obstáculos, mas que era parte do jogo, e estávamos
dispostos a enfrentar os jogadores. Precisaríamos nos posicionar no
mercado do vinho, e muitas indagações começaram a nos cercar: qual o
mercado? Qual o tamanho dele? Qual portfólio devo montar? Qual o valor
do produto?
Fomos nos aprofundar no mercado de vinhos, fazer mentorias, contratar
serviços de marketing e estudar muito. O caminho parece simples e até
obvio para alguns, mas é necessário coragem para posicionarmos o negócio
como ele precisa ser.
No começo, mais erramos do que acertarmos. O primeiro erro que
cometemos foi montar um portfólio de acordo com nosso gosto pessoal e
não com o do consumidor. Não pensamos no que as pessoas queriam, no
quanto elas queriam pagar nem em suas expectativas sobre o produto.
Entendemos que nosso serviço precisaria ir além de um bom produto/vinho.
Precisaríamos entender os nossos consumidores, seus desejos e
insatisfações.
Repensamos nosso negócio e:

Identificamos a necessidade;
Desenvolvemos um portifólio focado no cliente;
 Percebemos a causa que não gerou resultado;
Traçamos metas com pequenas conquistas.

Para nos tornar relevantes e lembrados pelo consumidor, era preciso ouvir
e tomar atitudes baseadas nas suas necessidades e vontades. Segundo a
Wine Intelligence5, o número de bebedores de vinhos saltou de 39 milhões
para 51 milhões de pessoas de 2020 para 2021. Um crescimento expressivo,
então, tínhamos que focar no consumidor.
Focamos fortemente no digital, em lives e nas plataformas de entregas.
Em muitos casos, nós mesmos fazíamos a entrega – uma oportunidade de
conhecer e conversar com o cliente.
O consumidor estava e está mais exigente e desejando humanização.
Então, nos capacitamos para atender esse público. Entendemos que, quanto
mais nos relacionarmos, quanto mais formos humanos e quanto mais
ouvirmos e entendermos, mais impactamos a vida do nosso cliente.
COLOQUE-SE EM MOVIMENTO
Daniela sempre foi uma mulher visionária para os negócios que consegue
extrair muitas informações e apoiar as necessidades do cliente em uma
única conversa. Ela buscou um profissional do mercado para auxiliá-la na
construção da empresa, Diego Bertolini, cofundador da Educa Vinhos, uma
comunidade de empreendedores com uma missão muito clara: expandir a
cultura do vinho. Ele propôs um desafio à Daniela: elaborar um produto que
satisfizesse o mercado atual, que fosse inovador e tivesse seu toque
comercial.
Então, Daniela buscou na memória, em uma viagem internacional de
férias que fez certa vez, uma moça bebendo um vinho em lata. Pronto!
Produto encontrado, mas Daniela não queria vinho, porque achava que
espumantes tinham mais a cara do Brasil. Visitamos cerca de 17 vinícolas e
encontramos o espumante perfeito! Batizamo-lo de Alma Colors. Pois bem,
encontramos um novo jeito de degustar espumantes: em lata. Nascia o
produto que, hoje, é produzido nas versões Moscatel e Brut, e já estamos
presentes em 18 estados brasileiros.
Criar um produto para lançar no mercado é uma tarefa complexa, envolve
comprometimento, teste, ações e acreditar no sucesso. Acima de tudo, o
produto precisa conquistar o cliente. Não só Alma Colors conquistou o
mercado como foi o precursor de muitas latas que estão no mercado.
Muita gente tem ideias, mas poucas decidem fazer algo a respeito delas. O
verdadeiro empreendedor é um realizador, não um sonhador. Façam
tentativas até dar certo.
Não paramos. Fomos até a Argentina e fizemos nossa primeira
importação de dois rótulos de uvas ícones daquele país: Andanças Cabernet
Franc e Andanças Torrontès.
Como o Brasil produz excelentes vinhos, tínhamos que ter nosso próprio,
agora em garrafa. Surge o Vivência: o próprio nome já diz tudo, tínhamos
que engarrafar nossas vivências e nada melhor que um espumante brasileiro
para selar essa conquista.
A WINEDOC está em crescimento. Ampliamos nossa atuação do
mercado de pessoas físicas, algo chamado de bussines to consumer, para o
mercado de atacado, bussines to bussines, fazendo com que nossa empresa
apresentasse crescimento de mais de 300% nos últimos doze meses. Hoje,
somos referência para muitos empreendedores e empresários do setor.
Atuamos em vários canais de venda: e-commerce próprio, delivery através
de plataformas de vendas digitais, restaurantes, hotéis, empórios e
supermercados, temos um clube de assinatura mensal, em que você recebe
em sua casa, todo mês, vinhos escolhidos pela sommelière Daniela, além de
vendermos para outras empresas do mesmo ramo. Somos convidados para
palestras e participação em algumas feiras importantes, como a Wine South
America e Prowine, ambas focadas na comercialização de vinhos. Nossa
mais recente investida é o curso de vinhos que Daniela coordena: “Minha
verdadeira paixão é ensinar”, diz ela. Nossos vinhos são reconhecidos por
sua qualidade devido à curadoria, responsabilidade, atenção aos detalhes e
muito foco no cliente.
Qualquer empresa deve ter como objetivo ganhar dinheiro, mas queremos
fazer isso de forma ética, com responsabilidade ambiental e privacidade do
consumidor. Não temos pressa para crescer, queremos que a WINEDOC
tenha sucesso a longo prazo.
Queremos que os consumidores sintam que não estão comprando um
produto, mas a cultura e os valores da empresa. Que sintam uma ligação
com a marca e com seus proprietários. Trabalhamos para que nosso negócio
faça a diferença em nossas vidas e na vida de outras pessoas.
PENSANDO COMO UM CASAL
“Sonho que se sonha só é só um sonho…” E “(…) sonho que se sonha
junto é realidade”, já dizia Raul Seixas. Um casal que sonha junto é um
casal que evolui e amadurece junto. E um negócio a dois é a realização de
um sonho. É um objetivo que vocês vão dividir e vão ter que cuidar para
que não pare de aumentar. É como um filho, que exige dedicação, carinho e
paciência.
Não é fácil conviver, praticamente, 24h juntos, mas nosso relacionamento
é baseado em boa comunicação, respeito e harmonia, e grande parte do
nosso sucesso é garantir que estamos seguindo na mesma direção. Somos
divergentes em muitas coisas, porque somos diferentes. É desafiador
conviver como sócios, pais, amigos sem nunca discutir.
Contudo, empreender juntos dá certo sim, principalmente, quando as duas
pessoas se propõem a fazer dar certo. Temos em mente que a WINEDOC
nasceu para dar certo. Nossos esforços em conjunto e os resultados
apresentados mostram isso.
O sucesso é realmente alcançável para aqueles que estão dispostos a se
dedicar, aprender e persistir em seus esforços.
Esforce-se e seu crescimento chegará!
4 educavinhos.com.br/ebook
5 blogdosvinhos.com.br
PARTINDO PARA A AÇÃO
Todo pensamento gera um sentimento, todo sentimento gera uma ação, e
toda ação gera um resultado. Como você tem atuado para gerar resultados
em seus sonhos? Você faz as mesmas coisas sempre e espera algo novo?
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CAPÍTULO 5

Fernanda Salomão Rodrigues e

Oscar Rodrigues Junior

Fernanda Salomão é empreendedora, gestora de RH, formada em Letras,

mãe, esposa, escritora, apreciadora da culinária afetiva e casada com Oscar
Rodrigues Junior, que é empresário, empreendedor, formado em Desenho
Industrial, pós-graduado em Computação Gráfica, analista de finanças da
empresa, gestor de compras e pai da Amanda.
@casadospresentesshop
 QUAL O SEGREDO DA RECEITA
DE BOLO?
Pode ser que você esteja achando estranho o título do nosso capítulo. Mas
calma! Vamos explicar.
Na cozinha, as receitas são o melhor caminho para você replicar algo feito
por outra pessoa com a mesma qualidade ou, ainda, repetir várias vezes o
mesmo processo. Para empreender, precisamos entender os pré-requisitos
para um negócio funcionar, desde a concepção da ideia, o controle de fluxo
de caixa, o marketing até as vendas. Porém, um negócio pode nascer,
evoluir e atingir a maturidade sem seu dono nunca ter parado para fazer sua
gestão. O problema é que, a partir do momento em que você observa
alguma dificuldade em evoluir, você precisa profissionalizar o seu negócio.
Imagine um bolo de chocolate na sua frente, com a cobertura escorrendo
nas bordas. Além de delicioso, a imagem do bolo remete à casa da avó, o
bolo quentinho, o café... chamamos isso de memória afetiva – é quando
sons, cheiros, sabores e cores nos lembram de algo especial e ajudam a
construir a nossa história.
Qual o segredo para transformar os ingredientes farinha, ovo, óleo, açúcar
etc. numa receita deliciosa de bolo? Acreditamos que seja amor e
dedicação. Digo tudo isso porque aprendemos com as pessoas mais
experientes, e nossas avós sempre transformavam os ingredientes que
tinham no alimento das refeições. Ao empreender, podemos fazer do nosso
dia um dia saboroso ou sem sabor. Tudo depende da perspectiva com a qual
você quer encarar o dia.
Junior e eu nos juntamos profissionalmente e formamos a receita ideal,
cada um com seus ingredientes. Juntando os componentes, fundamos a
Casa dos Presentes. Estamos juntos nessa jornada há 25 anos e temos
aprendido muito um com o outro.
Para Junior, sou uma mulher extremamente ousada, que não tem medo de
tentar o novo, que ama aventuras e que não se importa com correr riscos –
claro que tudo isso é feito de modo sempre calculado. Gosto de falar em
público e tenho uma imaginação para criar meios de vendas de produtos
incríveis!
Junior, para mim, é um homem centrado, que gosta de calcular tudo e
fazer planejamentos. A ousadia não faz parte da sua rotina, porém, gosta de
fazer pesquisas e projeção de tudo o que pode e irá acontecer, de tal forma
que fez a previsibilidade e abastecimento de produtos quando iniciou a
pandemia, já imaginado a falta de produtos, quando mantivemos as vendas
e a equipe empregada.
No início, passamos por muitas adversidades profissionais, não
encontramos o ponto certo para fazer o bolo/negócio crescer. Mas, com
ação e persistência, conseguimos mudar as estratégias, e tudo começou a
fluir. Hoje, a nossa empresa é referência na cidade e no mercado, e tudo isso
graças à junção das nossas qualidades, sabendo olhar a visão, a missão e
valores de cada um.

CULINÁRIA É UMA ARTE, E EMPREENDER

TAMBÉM É!
Saber o que quer para si na vida empresarial faz você sair na frente de
muita gente que ainda está quebrando a cabeça tentando decidir. Se você
tem um mínimo de oportunidade de parar e planejar o seu negócio,
aproveite. Aproveite cada segundo para traçar metas, fazer capacitações e
analisar onde você quer chegar.
A seguir, apresentamos dez lições de empreendedorismo da Casa dos
Presentes.

1. O ERRO PODE SER UMA OPORTUNIDADE

Todo erro pode ser a preparação para um acerto. Nossos primeiros

produtos podem ter sido bons para os lançarmos no mercado, mas, com
certeza, não é o mesmo que vendemos hoje. Para alcançar a qualidade
dos produtos que temos hoje, foi necessário esforço, investimento de
tempo e financeiro até “acertarmos o ponto”.
Cometemos erros em coisas diferentes, mas tomamos a decisão
intencional de progredir e nos tornar a melhor loja de casa e decoração
do país, especializada em casa e decoração, com mais de 21 anos de
mercado. Possuímos grande variedade de produtos, entre artigos de
decoração, utensílios de cozinha, mesa posta, eletroportáteis, cutelaria e
organização.

2. O SUCESSO EXIGE TEMPO E PACIÊNCIA

O sucesso profissional é um doce sem receita. Quanto melhor for o

resultado que você quer, mais ingredientes de qualidade e procedimentos
difíceis vai ter que buscar para o seu repertório. E tudo isso demanda
tempo e paciência.
Quem se apressa pode errar a mão, se atrapalhar na calda e deixar ela
queimar. Tenha paciência, seja resiliente e tire o bolo do forno na hora
certa para não embatumar.
Todo empreendedor precisa ter paciência e persistência para alcançar o
sucesso nos negócios, pois empreender da forma certa não acontece da
noite para o dia, ou seja, até que você comece a ver os resultados, é
preciso investir, se dedicar e realizar suas ações com consistência tanto
da empresa para dentro quanto da empresa para fora.

3. ÉTICA, QUALIDADE E RESPEITO COMO PILARES

Não dá para mentir. Ser desonesto, muitas vezes, é, sim, o atalho para o
sucesso, nos faz pular várias etapas de avanço. Mas qual o custo disso?
Você se sentirá bem chegando lá sabendo que precisou prejudicar os
outros, incluindo clientes?
A diferença entre a Casa dos Presentes e outras lojas está no amor
traduzido na entrega final dos produtos aos clientes. E quem ama é
honesto, é sincero. Quando fizer um doce, ou outro produto e/ou serviço
que você gosta, lembre-se do propósito de tudo isso. Seja fiel aos seus
princípios e à sua clientela.
Doce bom é o que faz todo mundo sorrir.

4. DETERMINAÇÃO É UMA GRANDE ALIADA

A vida pode ser doce como merengue, mas, se você desistir antes de
pegar o ponto, tudo vai desandar. Seja firme e não desista do seu
propósito. A diferença entre o sucesso e o fracasso pode ser só um dia de
luta a mais.
É normal as pessoas sentirem vontade de desistir. O motivo para
continuar a lutar pelos seus sonhos é que só você pode fazer isso.
Ninguém, por mais rico e benevolente que seja, pode alcançar seus
objetivos por você, porque, se lhe derem pronto, não foi você quem fez.

5. ANALISE A CONCORRÊNCIA

Você não precisa olhar o mercado como se fosse um campo de batalha,

mas isso não significa que não haja disputas ocorrendo. O cliente só vai
comprar um produto hoje, mas, se decidir comprar um segundo, vai ser
de você ou do concorrente?
Quando for analisar a concorrência, sugerimos anotar o que ela faz ou
não. É comum as pessoas quererem imitar o que está dando certo, mas,
assim, você arrisca viver à sombra do outro, de ser a segunda (ou até
terceira) opção.

6. PERMITA SE SENTIR DESAFIADO

Obstáculos são nada mais do que o material para a construção do seu

futuro. Abrace todos os desafios que aparecerem. Não se sinta mal por
sentir medo. Saiba que o medo é o combustível da coragem e abrace
essa sensação com toda sua força.

7. TENHA PESSOAS BOAS AO SEU LADO

Ninguém vai a lugar algum sozinho. Somos seres sociais. Então, cerque-
se de pessoas boas. Uma equipe de sucesso é constituída por pessoas
motivadas, que conhecem os objetivos da empresa e são engajadas em
ajudar a alcançá-los.
Desenvolva metas e desafios claros. A clareza nas metas e nos desafios é
primordial para que todos saibam onde se espera chegar e qual é o
caminho a ser percorrido para isso. Dessa forma, fica mais fácil definir
as responsabilidades e os papéis de cada um dentro da equipe.
 8. BUSQUE CONHECIMENTO

O empreendedor precisa buscar conhecimento para ser inovador e

promover qualidade em seus produtos e serviços. A experiência em
participar do EMPRETEC, por meio do SEBRAE, foi única. É um curso
intensivo em que adquirimos conhecimentos para gerir, empreender e
inovar. O EMPRETEC nos ensinou a enxergar nossa loja como uma
máquina que possui peças e engrenagens; algumas dependem de energia,
e outras de força humana; precisam de insumos e pessoas.

9. PERSISTA ATÉ ACERTAR

Se todos acertassem na primeira tentativa, não existiriam derrotas nem

desistências: essas palavras, provavelmente, nem existiriam. E na
segunda e na terceira tentativas? A taxa de derrota também é
grande. Entenda: você vai errar, mas é do erro que nasce o acerto.
Ninguém nasce sabendo de tudo de forma pronta. Pense nas lições de
vida que você teve desde criança até a vida adulta. Você sempre acertou?
Ou você errou, aprendeu com o erro e amadureceu? Ser um
empreendedor de sucesso depende de amadurecer como
profissional.

10. ESTEJA ABERTO A NOVAS IDEIAS

Ninguém chega a lugares diferentes fazendo a mesma coisa sempre.

Abra sua mente para testar novas coisas, como receitas, modelos de loja,
tratamento ao cliente e ferramentas de gestão. Afinal, a tecnologia é a
maior aliada do empreendedor moderno.
Por fim, um casal precisa ter uma base sólida de amizade para que possa
enfrentar qualquer problema junto. Respeite a individualidade de cada.
Divida as tarefas de cada um de acordo com os pontos fortes. Deixar a
gestão de pessoas e o marketing para a parte mais extrovertida do casal é
um exemplo de divisão sensata.
Saiba sempre definir assuntos profissionais em determinados horários
bem como assuntos familiares em outro, assim, tudo fluirá da melhor
maneira rumo ao sucesso!
Em suma, um casal precisa de amor, compreensão, respeito e
comunicação para ser feliz. Se você chegou até o final deste capítulo, só
podemos acreditar em sua vontade de evoluir. Sucesso em suas receitas
de bolos e nos negócios!
PARTINDO PARA A AÇÃO
Um negócio pode nascer, evoluir e atingir a maturidade sem o seu dono
nunca ter parado para fazer sua gestão. O problema é que, a partir do
momento em que você observa alguma dificuldade em evoluir, você precisa
profissionalizar o seu negócio.
É nessa hora que a receita de bolo pode ajudar. Quais ingredientes você
colocaria em seu negócio?
Faça, aqui, sua autoanálise, aproveite este tempinho para rascunhar como
está sua receita de bolo, coloque os seus pontos fracos e fortes e
potencialize-se!
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CAPÍTULO 6

Gabriela Costa E
Demétrio Godoy

Empresários do segmento estética avançada e marketing digital.

@empreendemos.com.amor
TODO EMPREENDEDOR COMEÇA
COM UM SONHO
Empreendedor é uma pessoa que assume um empreendimento ou negócio
com chance de lucro e perda. O que queremos dizer é que empreendedor é
um indivíduo que assume a maior parte do risco e as consequências do seu
negócio, mas também desfruta das recompensas resultantes.
Neste capítulo, contaremos a vocês sobre nossa transição de carreira e
como protagonizamos nossa jornada como casal empreendedor.
Antes de iniciar nossa conversa, queremos que pense na seguinte
pergunta: a jornada empreendedora não é fácil, então, você está preparado
para enfrentar as adversidades que aparecerão no caminho?
Inevitavelmente, a jornada empreendedora é árdua, e os desafios não
mapeados no início aparecem mesmo, o que faz com que você tenha que
repensar e muitas vezes recomeçar.
Iremos contar para você a experiência que estamos vivenciando no ano de
2023. Compartilharemos os desafios, as decisões, coragem e resiliência na
nossa caminhada empreendedora.
Somos um casal que iniciou no empreendedorismo, a princípio, por
motivos diferentes, mas descobrimos durante o caminho que temos o
mesmo propósito. Ao longo deste capítulo, falaremos o quanto ter um
propósito claro e definido é fundamental para se armar para a guerra que é
empreender.
A Gabriela tem no seu DNA a coragem e vontade de vencer. Começou a
trabalhar como jovem aprendiz aos 16 anos e dois anos depois decidiu sair
do interior de Minas Gerais e ir para São Paulo buscar oportunidades,
conhecimento e crescimento profissional, enquanto eu, sempre muito
determinado, ingressei no mercado de trabalho ainda durante os estudos do
ensino médio para fazer estágio de técnico em Eletrônica em uma empresa
de tecnologia.
Após alguns anos, formados na área de Tecnologia da Informação, quis o
destino que nós nos conhecêssemos no ramo do trabalho em uma grande
empresa nacional do setor de seguros. Eu sou nove anos mais velho que a
Gabriela; tínhamos vidas totalmente distintas. Os dois eram casados e
podemos dizer que tínhamos objetivos diferentes, mas a coragem e
determinação eram atributos que iriam mudar nossa história.
Eu era gestor da Gabriela e por conta dos nossos projetos em comum
começamos a nos conhecer e ter admiração um pelo outro, admiração esta
que nos fez tornarmo-nos amigos, depois namorados e, por fim, cônjuges.
Tivemos dois filhos, o Lucas e a Sofia, que se juntaram ao Bruno, filho do
meu primeiro casamento. Assim que a Sofia nasceu, em 2013, a nossa babá,
que já havia cuidado do Lucas, sofreu um AVC (Acidente Vascular
Cerebral) e precisou se afastar do trabalho. Conversamos e decidimos que a
Gabriela deveria estar mais presente em casa com o objetivo de acompanhar
a rotina diária do Lucas e da Sofia, e fizemos um combinado de que após
três anos ela retornaria ao mercado de trabalho.
É fundamental destacar que uma das bases sólidas da nossa história,
enquanto casal, foi a parceria e a comunicação constantes entre nós. Sempre
decidindo juntos, enfrentamos desafios, superamos obstáculos e
construímos um caminho de sucesso. Isso não apenas fortaleceu a nossa
relação enquanto casal e família, mas também impulsionou o nascimento do
nosso projeto de empreender em casal.
Durante esse período, eu continuei trabalhando no mercado corporativo e
fui conquistando posições de destaque na empresa, porém, alimentava um
sonho que tinha desde meus vinte anos de ter meu negócio. Esse sonho
surgiu quando me deparei com a minha primeira experiência profissional.
Desde sempre, tive um espírito empreendedor e sempre tomei minhas
próprias decisões. Para mim, todas as pessoas são iguais, e não há ninguém
superior a ninguém. Mas quando comecei a trabalhar em uma grande
empresa, percebi que havia uma enorme distância entre quem estava
iniciando a carreira e gerentes de área. Era difícil para mim, por exemplo,
apresentar uma nova ideia ou propor um novo produto. Lembro-me de uma
vez em que apresentei uma proposta para um gerente, mas ela foi rejeitada
sem muita consideração ou feedback. Isso me desmotivou muito.
Além disso, pude ver como as pessoas mudavam sua maneira de tratar os
outros à medida que subiam na hierarquia da empresa. Lembro-me de outro
colega que, ao se tornar gerente de área, começou a agir de maneira
arrogante e tratava seus subordinados com desrespeito. Isso me chocou
bastante, pois sempre acreditei que a liderança deveria servir para inspirar e
motivar as pessoas a trabalharem juntas por um objetivo em comum.
Testemunhei colegas que aceitavam situações com as quais não
concordavam apenas para obter destaque e promoções. Recordo-me de uma
colega que aceitou liderar um projeto que ela sabia que estava fadado ao
fracasso apenas para impressionar seu chefe e obter uma promoção. Isso me
fez questionar o valor que essa empresa dava à integridade e ao
compromisso com o sucesso do projeto.
Esses exemplos ilustram bem a cultura organizacional ultrapassada que eu
encontrei naquela empresa. Eu sabia que precisava encontrar um ambiente
mais colaborativo e inclusivo, em que minhas ideias e contribuições fossem
valorizadas.
Eu acreditava que tendo um negócio próprio eu poderia de certa forma
extinguir as distâncias ou barreiras e proporcionar um ambiente em que as
pessoas pudessem ser elas mesmas sem a necessidade de ter que exercer um
personagem para crescer ou sobreviver dentro de uma organização. Porém,
eu precisava antes conviver no ambiente corporativo para aprender e
evoluir e assim fiz durante trinta anos.
Nesses anos de profissão, adquiri experiências, passei por diversas áreas
de atuação e, o principal, me relacionei com diversos tipos de pessoas e
histórias de vida. Eu queria fazer a diferença na vida dessas pessoas, tocá-
las, encantá-las e criar impacto. Gabriela já estava há cinco anos em casa
cuidando da família. Ela queria voltar ao trabalho, e eu a apoiava. Foi então
que vimos uma oportunidade de iniciar nossa jornada empreendedora.

TODO EMPREENDEDOR COMEÇA COM UM

SONHO
A aventura de todo empreender começa com um sonho. Aqui, nosso
conselho é: quando um sonho incrível aparecer, não o deixe escapar. Todos
os empreendedores são, em maior ou menor grau, sonhadores. Mas é a
capacidade de usar seus sonhos e ambições como estímulo para a ação que
transforma um mero sonhador em um empreendedor. Queríamos deixar de
ser meros sonhadores para ser realizadores.
Morávamos em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, porém, as
oportunidades de emprego na área de tecnologia de informação em 2018
estavam na capital. Mostrei a ideia à Gabriela de iniciarmos um negócio
próprio em nossa cidade. Não tínhamos ideia em que empreenderíamos. O
que tínhamos era: iniciativa. Éramos sensatos e ambiciosos.
No início, Gabriela refutou, pois achava que não teria habilidades e
competências necessárias para abraçar a ideia. Após muitas conversas,
algumas não agradáveis, ela se encheu de coragem e decidiu encarar o
desafio. Pronto, era o que eu precisava: ter o apoio da minha mulher e agora
sócia. Eu ainda trabalhava na seguradora, entendia que não era o momento
de renunciar a isso.
Começamos a estudar possíveis modelos de microfranquias no segmento
de serviços, segmento no qual eu sempre investi tempo para o meu
desenvolvimento profissional e, de certa forma, era onde eu mais poderia
ajudar a Gabriela nas minhas horas vagas.
Recorda que em parágrafos acima relatei o problema como estagiário?
Queríamos um modelo de negócio que fosse inverso a toda aquela
experiência. Um negócio que nos conectasse com pessoas, que pudesse
fazer a diferença na vida delas.
Estabelecemos nossa missão no negócio: aprendizagem e oportunidade
para as pessoas. Definimos, então, dois objetivos: o primeiro chamamos de
“MBA na prática”. Como a Gabriela até então não tinha tido a oportunidade
de cursar um MBA de Gestão Empresarial, gerir uma empresa, ainda que
micro, era uma oportunidade para conhecer outras disciplinas ou áreas de
atuação de uma estrutura empresarial. Para mim, que já havia feito um
MBA em uma das melhores instituições de ensino da América Latina, a
Fundação Dom Cabral, era a oportunidade de estudar melhor o mundo do
empreendedorismo. O nosso segundo objetivo era poder dar oportunidade a
outras pessoas, especialmente, as com mais dificuldades em entrar no
mercado de trabalho.
Após muitos estudos e pesquisa de mercado, optamos por empreender no
segmento de limpeza profissional. Tudo foi meticulosamente planejado.
Parecia tudo perfeito, a melhor forma de iniciarmos uma jornada
empreendedora, mas falhamos em não observar se o tipo de serviço
escolhido era algo que gostávamos. É verdade que no início não temos uma
visão clara do que encontraremos pela frente, mas a conclusão foi que
realmente era um setor que não fazia brilhar nossos olhos e, principalmente,
os olhos da Gabriela.
 Aqui, aplicamos um ensinamento de Sun Tzu, autor do livro A arte da
guerra: “Em operações militares, o terreno é um aliado importante do
comandante.
Avaliar, corretamente, a situação do inimigo, criando condições
favoráveis para a vitória, e analisar os tipos de terreno e distâncias com
muito cuidado, são os deveres básicos de um comandante sábio.
Aquele que avalia corretamente esses aspectos e sabe aplicá-los,
vencerá; aquele que é ignorante nestas normas e não sabe como empregá-
las em guerra, será derrotado”.
Pesquisamos, planejamos e nos esquecemos de avaliar o terreno em que
empreenderíamos. O terreno não era convergente com o que gostávamos.
Tivemos que considerar alteração do plano.

RECOMEÇAR É HABILIDADE DE QUEM

QUER EVOLUIR
O maior desafio na vida empreendedora não é começar, é ter que
recomeçar. Na tentativa e erro você vai fazendo seu mestrado, doutorado e
seu MBA em empreendedorismo – e nunca você estará pronto, porque
sempre será um desafio diferente.
Certa vez, ouvi uma frase do nosso mentor, Douglas Alves, que se
encaixa perfeitamente para quem pensa hoje em iniciar uma jornada
empreendedora: “Espere o melhor, se prepare para o pior e enfrente o que
vier”. Empreender é exatamente isso: estar preparado para enfrentar
as pedras no caminho e não se abalar.
Enfrentamos desafios de todas as naturezas, desde dificuldades para nos
tornar uma empresa conhecida pelo público e conseguirmos distribuir os
serviços, passando sim por gestão de fluxo de caixa, que nunca é
exatamente como o plano de negócios mostra, e tendo dissabores com
colaboradores. Sempre tivemos a preocupação de dar oportunidades de
trabalho dignas, mas alguns colaboradores aproveitaram-se da justiça
trabalhista muito falha para tirar algum tipo de vantagem da empresa.
Embora o plano de empreender se tornasse cada vez mais difícil, Gabriela
adquiriu muita experiência empresarial. Ela já transitava nas áreas de
compras, recursos humanos, atendimento ao cliente e área jurídica.
 Com a pandemia de covid-19, passei a cumprir minha jornada de trabalho
da seguradora em home office, pude acompanhar mais de perto a minha
família e o trabalho da Gabriela na empresa de limpeza. Como casal,
decidimos que eu deixaria a seguradora e me juntaria de vez com a minha
parceira de vida e negócios.
Para dar o próximo passo em um novo negócio, escolhemos o segmento
de estética avançada. Tecnicamente porque é um mercado muito promissor
e vem crescendo em larga escala ano a ano e porque sempre foi uma paixão
da Gabriela o mundo da beleza, estética e bem-estar; posso dizer também
que foi uma área com a qual me identifiquei muito durante o período de
estudo sobre o negócio. Mais uma vez, a coragem e determinação, que
sempre nos acompanharam, entraram em campo, e iniciamos esse novo
empreendimento.
Nosso convívio seria de 24 horas, e esse foi o primeiro desafio. Como
separar a vida pessoal da profissional?
Entendemos que os atritos são inevitáveis em algum momento. O segredo
é saber gerenciá-los. Para que uma empresa cresça e prospere, quando você
empreende com seu cônjuge como sócio, o melhor caminho e conselho que
podemos lhe dar é o diálogo, o respeito e o ato de ouvir o outro.
Nossa primeira unidade de estética foi inaugurada em novembro de 2021
– foi o meu primeiro momento de grande êxtase e realização profissional.
Eu, que havia trabalhado durante mais de trinta anos em grandes empresas,
nunca tinha experimentado uma sensação de confiança, alegria em estar
realizando nosso sonho como empreendedores.
Agora, a nossa família dependia 100% do negócio. Tínhamos que
trabalhar criando uma sinergia e um círculo virtuoso de desenvolvimento
mútuo.

PROBLEMA VERSUS SOLUÇÃO

Quando assumimos que temos responsabilidades por tudo o que ocorre
em nosso terreno, nosso negócio e em nossa vida, fica fácil resolver, achar
uma saída. Só de assumir, a gente já parte para a solução, já tira o pé da
lama para pisar em algo melhor. Nossos negócios dependem muito das
mídias digitais, o marketing tem que funcionar bem para a empresa evoluir
e crescer.
 Na busca por algo que pudesse acelerar os meus conhecimentos, já que na
divisão que havíamos feito eu era o responsável pelas áreas de marketing e
comercial, encontrei essa solução em nosso mentor, Douglas Alves, que
tinha como principal promessa vender mais utilizando o marketing digital.
Nas primeiras conversas com ele, entendi que aquela era a resposta que
Deus estava me dando para o meu pedido de luz. Muito além da promessa,
encontramos em nosso mentor alguém que facilitou nossa aproximação com
Deus através de suas experiências e reflexões, através de sua constância no
que faz, nos fazendo enxergar que nossa mente necessita ser exercitada
assim como qualquer músculo do nosso corpo.
Em nossa vida empreendedora, estaremos sempre caminhando no deserto,
e estar preparado mental e espiritualmente para afastar os pensamentos de
medo, incertezas e inseguranças é essencial para enfrentar o que vier.
Segundo o SEBRAE, 24% dos novos negócios abertos fecham as portas
antes de completar dois anos de existência, e, ao final de quatro anos, esse
percentual chega a 50%. Por isso, antes de empreender, é necessário
descobrir o porquê as empresas fecham e como evitar o fracasso. Na nossa
história enquanto empreendedores, Gabriela e eu, ao iniciar, não sabíamos
exatamente o porquê as empresas fechavam. Tivemos que aprender e a cada
dia aprendemos algo novo. Mas além de fazer um bom planejamento de
negócio e financeiro, é essencial a constância nas ações, não desanimar e
seguir em frente, mesmo diante de todos os obstáculos. Só ultrapassa as
estatísticas quem não desiste, só vence os medos e insegurança quem tem fé
e acredita naquilo que busca, só se mantém firme na estrada quem tem
propósito e objetivos claros do que quer alcançar.
Chegamos em nosso quinto ano como empreendedores e nesse período
continuamos com a empresa de limpeza que hoje já é autogerenciável e
administrada por um gerente dedicado ao negócio. Ampliamos nossas
unidades de estética avançada e iniciamos outros projetos. Nossa dinâmica
de trabalho é muito boa. Dividimo-nos entre a operação e o plano de
crescimento sustentável. Enquanto Gabriela gerencia o dia a dia da clínica,
eu continuo focando nas estratégias de crescimento, e, assim, nos
complementamos muito bem. Ao empreender com alguém que você
respeita e confia, fica muito mais fácil construir um futuro em conjunto.
Acreditamos que o sucesso profissional é uma meta que pode ser
alcançada de diferentes maneiras. Uma parte dos resultados é consequência
direta das convicções e dos valores que temos dentro de nós, outra, é
resultado de um conjunto de atitudes, pensamentos e comportamentos. O
conjunto que traz sucesso duradouro a qualquer casal envolve disciplina,
coragem, determinação e vontade de crescer juntos.
PARTINDO PARA A AÇÃO
Você está preparado para enfrentar as adversidades que aparecerão no
caminho? Conforme suas respostas, trace um plano de voo para os
próximos doze meses.

1. Quem estará com você nessa jornada?

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2. Está disposto a buscar ajuda?

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3. É capaz de se afastar das distrações e disposto a persistir

mesmo que o caminho seja cheio de obstáculos?

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CAPÍTULO 7

Gabriela CURDOV e
Daniel Martarello

Pais dedicados, apaixonados pela vida, pela arte e pela família!

Vindos de famílias humildes e sem formação acadêmica na área, criaram
uma marca de joias que carrega toda sua essência e que revolucionou o
mercado de joias personalizadas!
D.Martarello joias.
@d.martarellojoias
 SONHE, ACREDITE E FAÇA
ACONTECER
“Por que vocês não desistem desse negócio e procuram um emprego de
verdade?”
“Vocês nunca conseguirão ensinar alguém a fazer esse trabalho!”
“Vocês estão limitados a ficar na banca o resto da vida!”
“Esse trabalho que vocês fazem é muito lindo, mas é impossível produzir
com a qualidade que vocês projetam.”
“Isso aí dá dinheiro?”
“Vender joias na internet?”
Essas e outras tantas frases nós ouvíamos sobre nosso negócio e
apostamos que você já deve ter ouvido alguma frase parecida quando
pensou em empreender. Provavelmente, você ouviu isso de pessoas
próximas e que muitas vezes estavam bem-intencionadas, mas com um
olhar limitado do seu negócio.
Sabe qual sempre foi nossa atitude? Sempre tivemos coragem e
acreditávamos no que fazíamos. Isso nos dava segurança para perseverar!
Tínhamos em mente que a opinião do outro é somente dele. As pessoas
nunca teriam e terão a real dimensão das nossas ideias e do que
pretendemos desenvolver. Escutar era importante, mas desistir baseado em
uma opinião alheia é decretar a falência dos nossos sonhos. As críticas só
nos motivaram a persistir, enfrentar todos os desafios para alcançar
nossos objetivos como casal empreendedor.
Convidamos você, a partir de agora, a ler este capítulo com o coração
aberto e mente disponível para refletir. Vamos contar a nossa história
apenas para servir como pano de fundo e para ajudar na construção linear
de como as peças do quebra-cabeça da nossa vida foram encaixadas.

ESSE AÍ SOU EU
Eu sou Daniel Martarello e desde criança me interessei por artesanato.
Minhas primas e amigas sempre ganhavam pulseiras personalizadas feitas
com fios de telefone, mas nunca imaginava que isso um dia seria a minha
vida!
Tive uma infância conturbada, uma família destruída pelo vício do álcool
que meu pai adquiriu após a falência da sua empresa.
Minha mãe, uma mulher forte, empenhava-se em nossa criação. Porém,
ainda criança, presenciei muitas brigas entre meus pais, e isso me gerou
traumas emocionais. Como forma de escape, encontrei no estilo de vida
hippie uma âncora para lidar com minhas emoções. Certa tarde na rua,
observando um homem trançando pulseiras, me aproximei e pedi que me
ensinasse. Quando terminei de fazer aquela peça, tive uma sensação única!
Senti que aquele seria o caminho da minha liberdade. Eu usaria meu
conhecimento e minhas habilidades manuais para eternizar minha arte na
vida das pessoas. Assim, fui aprendendo com os artesãos da rua e
aprimorando minhas habilidades.
Essa experiência começou a forjar a coragem para seguir meu caminho
como empreendedor. Comecei a trabalhar com metais não preciosos,
principalmente, com cobre, além de sementes e pedras para compor
pulseiras, anéis, colares e brincos. Eu não usava só a criatividade nas peças,
mas toda minha paixão pelo artesanato. A cada dia, fui aprimorando a
minha arte e ficava imaginando um modo de levar aquele trabalho para
outro nível. Eu olhava as vitrines das joalherias, e o que eu via me
fascinava. Sentia que aquele seria o próximo passo para mim. Mas como
saltar de um artista de rua moldando linhas, cobre e sementes para o
universo das joias? Parecia um caminho distante e impossível.
No entanto, para mim, não havia nada que eu não pudesse fazer! Visando
esse objetivo, em 2006, fui trabalhar em uma metalúrgica para poder
comprar minhas primeiras ferramentas e montar meu ateliê de joias. Dois
anos depois, saí desse emprego e consegui o suficiente para dar início a
uma pequena oficina, mas ainda precisava de dinheiro extra para me
manter. Por isso, arrumei trabalho em um ateliê de joias onde poderia
aprimorar meus conhecimentos e ter contato, dessa vez, com as joias que eu
tanto tinha visto apenas em vitrines e revistas. Durante o dia, trabalhava no
ateliê e à noite confeccionava as minhas próprias joias.
Nessa época, a minha história começou a se cruzar com a da Gabi, mas
ainda não tínhamos ideia de tudo que construiríamos juntos.
ESSA AÍ SOU EU
Sou Gabriela Martarello e, desde criança, eu já empreendia sem saber o
que isso significava. Sempre procurava uma forma de ganhar algum
dinheiro. Lembro-me de, bem pequena, ficar no portão na minha casa
tentando vender alguns cabinhos daqueles pirulitos de guarda-chuvinha ou
anéis que vinham nos doces. Eu sempre me esforcei para ter uma caligrafia
bonita, então, fazia cartõezinhos para vender na escola. No decorrer da
minha vida, fiz e vendi trufas, salgados, quadros pintados à mão, fui
manicure, depiladora e tantas outras coisas. Eu sabia que precisava me
movimentar se quisesse ter uma vida melhor.
Minha família sempre valorizou e me incentivou a fazer trabalhos
manuais. Isso mais tarde me ajudou a criar nossas joias e a ter um olhar
aprimorado para beleza e simetria.
Quando o Daniel e eu nos conhecemos, nunca pensamos que iríamos
namorar! Eu via aquele menino sorridente e simpático pela rua fazendo seus
artesanatos, mas éramos de mundos bem diferentes.
Eu sou testemunha de jeová desde criança, e o Daniel não tinha religião
definida, mas estava sempre buscando preencher seu lado espiritual. Com o
tempo, ele acabou se interessando por estudar mais a Bíblia e se tornou
testemunha de jeová também. Dessa forma, começamos a frequentar os
mesmos ambientes, e nossa amizade foi se fortalecendo. Em 2010, eu
precisava fazer estágio para a faculdade, e o Daniel me indicou no ateliê de
joias onde ele trabalhava. Trabalhar juntos nos deu a oportunidade de nos
conhecermos melhor. Depois de um tempo, começamos a namorar e, desde
o início, já vislumbramos que nossas características poderiam se
complementar e que teríamos o nosso próprio ateliê de joias!

SOMANDO FORÇAS
Há uma verdade na busca pelo sucesso que muitos ignoram e que, por
isso mesmo, não obtêm êxito em seus empreendimentos, ficando pelo
caminho sem atingir seus objetivos. Não empregam a essa busca a energia
correta, a intensidade e a frequência necessárias. Quando temos um sonho,
é necessário persegui-lo até fazer dar certo. Precisamos colocar energia e
ação nele. É necessário ser persistente, buscar o sucesso com todas as suas
forças sem se deixar deter ou intimidar por desafios ou eventuais derrotas. É
preciso ter coragem e determinação para arriscar coisas grandiosas e
alcançar triunfos, mesmo se expondo à possibilidade do fracasso. É
necessário trabalhar dura e determinadamente e jamais se juntar à grande
parcela da população que desiste no primeiro obstáculo. Ser persistente é
ser comprometido até a alma com aquilo que você deseja realizar.
O Daniel e eu perseguimos e compartilhamos nossos sonhos.
Trabalhamos lado a lado, mesmo que todos achassem que era loucura! Um
sempre motivava o outro. E isso sempre nos bastou!
Em 2011, sentimos que era a hora de nos casar! Na época, Daniel tinha
um salário fixo no ateliê de 600 reais, fora as encomendas das joias que
fazia em casa, e eu ganhava 350 reais no meu estágio. Meus pais ficaram
desesperados ao ver onde estávamos entrando…
Porém, embora para os demais nosso futuro parecesse um tanto incerto,
para nós, ele era claro como a luz do dia. Não era nenhum sonho, era uma
realidade que iria acontecer em questão de tempo. Afinal, nós estávamos
criando a nossa marca de joias. Seria uma grande marca! E estávamos
dispostos a percorrer juntos essa jornada, ainda que o caminho inicial fosse
sinuoso.
Antes de nos casar, tivemos que tomar uma decisão desafiadora. Daniel
saiu do emprego e se dedicou exclusivamente ao seu ateliê (na época, tinha
arranjado um emprego que pagava o dobro do que o primeiro ateliê). Eu
comecei a buscar melhores colocações no mercado para somarmos nossos
rendimentos e termos como nos sustentar, ainda que de forma simples.
Casamo-nos com uma cerimônia simples no Salão do Reino das
Testemunhas de Jeová, em 2012, sem festa e sem luxo, mas estávamos
felizes!
Após o casamento, me dediquei mais ao nosso ateliê e fiquei responsável
pela sua administração. Enfrentamos muitos problemas de gestão. O
material era e é muito caro, e nós não tínhamos conhecimentos de finanças
– para mencionar apenas um dos desafios que tínhamos. Quando vendíamos
uma aliança, a parcelávamos em dez vezes, comprávamos o material à vista
e não tínhamos conhecimento sobre adiantar o pagamento no cartão, então,
ficávamos esperando dez meses para receber todo o valor, e isso dificultava
demais o nosso fluxo de caixa. Tivemos que aprender “na marra” a gerir o
negócio, já que não tínhamos contato com outros empreendedores para nos
dar qualquer dica. Nessa época, não tínhamos acesso ao conhecimento
sobre gestão e negócios nem condições para fazer cursos. Tudo tínhamos
que aprender “na unha”.
Outro desafio foi: como vender? Sabíamos que para vender precisaríamos
de exposição para atingir mais clientes, contudo, tínhamos receio de
divulgar nas redes sociais por medo de nos tornar alvo de pessoas mal-
intencionadas, já que trabalhávamos com joias e morávamos em um bairro
muito simples. Não era um local nada apropriado para esse tipo de negócio.
Nossos amigos e conhecidos não consumiam joias. Demoraria muito tempo
até termos clientes o suficiente para nos manter apenas por indicação boca a
boca. O Daniel também pensava: “Quem vai ter coragem de comprar joias
de uma empresa desconhecida pela internet? E se souberem que é aqui onde
moramos?”. Percebemos que, apesar dos nossos receios, para atingir um
público maior e conquistar nosso objetivo, o único caminho seria as redes
sociais, que nos tiraria da nossa bolha.
Com isso, aprendemos uma lição: não importa onde iniciam sua jornada,
os persistentes sempre descobrem como chegar onde querem. Superar todas
as adversidades e seguir adiante é a única opção.
O que queremos dizer com esses fatos é que, independentemente da sua
posição social, o sucesso só vem se você acreditar, arriscar e trabalhar
muito. É isso que faz grande diferença.

SONHE, ACREDITE E REALIZE

Eu sou uma pessoa muito arrojada, teimosa e focada no resultado, sem me
importar muito com o planejamento. Já o Daniel é mais organizado e gosta
de ter as coisas planejadas na sua mente, pensando em todos os possíveis
desafios que podem vir após determinada decisão. Essa nossa diferença de
personalidade gera alguns atritos vez ou outra. Considero-me a
empreendedora cheia de ideias, e ele é o empreendedor que vê todos os
possíveis problemas por trás das minhas ideias. Buscamos sempre dialogar,
unir os pensamentos e decisões, e isso nos completa!
Um exemplo disso foi quando começamos a divulgar nas redes sociais.
Eu já vislumbrava que seria o start do nosso sucesso e queria muito
trabalhar dessa forma. Já o Daniel ficava preocupado com não ter
problemas com direitos de imagem ou com mostrar nossa localização, com
a exposição. Situações realmente preocupantes que a princípio nem
passavam pela minha cabeça.
 Então, tive que ponderar todas as observações dele. Planejamos os nossos
conteúdos e, enfim, após dirimirmos a maioria dos possíveis problemas,
começamos na internet!
Abri uma conta no Facebook e postei várias fotos, achando que aquilo iria
mudar a nossa vida.
Foi bem frustrante ao ver que de início isso não adiantou nada! Mas não
desistimos. Íamos postando sempre, eu tirava as fotos, criava as legendas, e
comemorávamos a cada novo seguidor.
Na época, recebíamos muitas encomendas de colares com o nome de
determinada pessoa. Vimos nisso uma possibilidade de diferenciar nosso
trabalho dos demais, unindo a minha caligrafia ao trabalho do Daniel.
Passamos a fazer nossas joias manuscritas com a minha letra, e isso as
tornava mais charmosas e únicas.
Porém, ainda não tínhamos encomendas o suficiente. Fui pesquisar e
estudar sobre o mundo digital, como eram as postagens das lojas do nosso
segmento, e percebi que os influenciadores divulgavam alguns produtos.
Foi aí que tivemos a ideia de enviar uma joia com a minha caligrafia para
uma blogueira do nicho materno.
O desafio era buscar uma blogueira que topasse divulgar nossa pequena
empresa por um valor que pudéssemos pagar, já que a maioria cobra um
alto cachê. Começamos uma busca incessante por isso, até que uma
influenciadora topou. Enviamos a joia com o nome dos filhos dela, e assim
ela fez a postagem no Facebook. Um dia depois, abrimos
despretensiosamente o Facebook, e havia mais de 70 mensagens de pessoas
querendo o colar que a influenciadora havia divulgado.
Nesse momento, uma nova etapa da nossa jornada estava começando.
Daniel confeccionava todas as joias, e eu cuidava das redes sociais,
atendimento, envio aos clientes, compras de matéria-prima, pagamento de
contas etc. Precisávamos de pessoas para nos ajudar. Mas quem? Como
contratar? Os desafios eram imensuráveis.
Acreditamos que o mundo pertence às pessoas que fazem. E nós não
medíamos esforços para fazer nosso negócio crescer. Empreender exige
uma dose de coragem, muita força de vontade, trabalho duro e a incrível
capacidade de ser resiliente.
Nosso ateliê era em nossa casa. Com o tempo, as máquinas foram
ocupando os espaços, e, quando nos demos conta, só tínhamos o nosso
quarto. Fomos treinando algumas pessoas e em pouco tempo depois já
tínhamos pessoas para nos ajudar. Quatro anos se passaram, e, trabalhando
com joias no universo materno, se aflorou em nós o desejo de termos um
filho, mesmo com o ateliê sendo em casa. Logo, a nossa princesa Lis
chegou.
Se antes tínhamos receio de expor nossos produtos, agora não tínhamos
mais. Percebemos que as redes sociais poderiam contribuir muito com
nossos objetivos. Começamos a mostrar os nossos rostos e os bastidores do
ateliê. A nossa casa era bem simples, então, tentávamos não mostrar o piso
e as falhas na parede, mas acho que as pessoas se engajaram por ver a
família por trás do empreendimento. Mostrar o nosso dia a dia
empreendendo em família fez com que cada vez mais clientes tivessem
confiança em nosso trabalho. Outro diferencial foi apostar em um
atendimento mais humanizado, conversando com cada um dos interessados.
Muitos clientes nos encontravam pelo Instagram, mas nós os
direcionávamos para o WhatsApp, e os clientes sempre gostaram desse
contato próximo.
Entendemos que precisávamos separar casa e empresa. Nossa filha estava
com um ano e morando no ateliê – era necessário ela ter um espaço só dela.
Demoramos muito para tomar essa decisão, porque tivemos medo de
assumir mais um aluguel, mas decidimos alugar uma sala comercial e
pudemos ter mais privacidade em nosso lar e desfrutar do prazer de estar
em família em um lar. Enfim, estávamos começando a colher os frutos do
nosso trabalho! Deveríamos ter tomado essa decisão antes.
Na pandemia, diante do distanciamento das pessoas que amamos,
lançamos a coleção Momentos. Eram joias minimalistas com os dados de
nascimento dos filhos, homenagem às mães, pais, irmãos ou símbolos de
outros momentos inesquecíveis de nossos clientes. Essa coleção foi um
sucesso! De repente, nosso Instagram recebia cerca de mil mensagens por
dia de clientes interessados em nossa arte. Para atender a essa demanda, foi
necessário estruturarmos a empresa de forma rápida e estratégica, incluindo
o desafio da pandemia, quando fornecedores de insumos e equipamentos
eram cada vez mais escassos. Nesse momento, tivemos de nos vestir de
toda a coragem que tínhamos e mergulhar de cabeça cada vez mais fundo
no projeto, afinal, não sabíamos o que a pandemia nos traria. Enquanto
muitos ficaram paralisados, nós decidimos investir, nosso conhecimento e
recursos financeiros e crescer! Contratamos e treinamos pessoas,
compramos equipamentos, e todo o nosso lucro era reinvestido no
crescimento da empresa. Nesse momento, todas aquelas perguntas do início
do capítulo tiveram novamente que ser descartadas da nossa mente!
Dessa situação, tiramos duas importantes lições:

11. Crescer é doloroso e não é sempre que estamos preparados para

enfrentar esse processo. Entretanto, quem espera muito nunca sai do
lugar.
12. Cada fase do negócio demanda uma visão diferente do
empreendedor. Reinventar-se o tempo todo faz parte das regras do
jogo.

Nossa jornada não foi fácil. Enfrentamos adversidades, mas nunca

pensamos em desistir. Sempre caminhamos lado a lado. E esse prazer em
estar juntos tem nos tornado ainda mais completos, porque sabemos aonde
estamos indo, ou seja, o futuro promissor que pretendemos ter juntos.
Temos sonhos, objetivos e metas familiares, pessoais e financeiras que
precisam ser discutidas. E quando fazemos isso com respeito, a vida
profissional e a afetiva tendem a evoluir e prosperar. Os altos e baixos
fazem parte da vida e dos negócios. Não importa se tínhamos muito ou
pouco dinheiro, se as coisas estavam indo como planejado ou se estávamos
tendo que repensar todas as rotas: sempre procuramos estar contentes e
encarar a vida de modo leve e positivo. Um dos nossos lemas principais é:
curta a viagem! Amamos o que fazemos, amamos estar juntos, e isso faz
toda a diferença para seguirmos até agora.
Se hoje você passa por dificuldades, saiba que para tudo existe uma saída,
e somos prova viva disso: nos reinventamos até conseguir compor o que
somos hoje, resultado de massivas e constantes ações, de sofrimento, de
sonhos, de alegrias e de medos, assim como acontece com você. Queremos
que você entenda que é possível, sim, conquistar todos os seus sonhos.
Escolhemos construir uma marca que carrega a nossa essência, que se
comunica e estabelece uma conexão única na mente das pessoas. Um
negócio que eterniza as melhores sensações e os melhores momentos dos
nossos clientes. Uma marca que posiciona nossa arte como referência no
mercado de joias personalizadas.
 Nosso objetivo é continuar fazendo o nosso melhor, e acreditamos que
dessa forma os resultados positivos com certeza virão. Temos muito
orgulho de poder passar mais tempo juntos com nossos lindos e amados
filhos, Lis e Gael. Essa flexibilidade que empreender em família nos dá é
nossa principal fonte de inspiração. Assim como a aliança é um símbolo do
casamento usado por todos, queremos que nossas joias se tornem um ícone
tradicional para representar a família como um todo e as conquistas das
pessoas! Temos coragem e estamos agindo para tirar nosso sonho do papel.
Sonhar não custa nada. E realizar sonhos faz um bem danado para a alma.
Esperamos que a nossa mensagem faça a diferença em sua vida, e que
você tire do papel seus sonhos e faça acontecer!
PARTINDO PARA A AÇÃO
A partir de agora, gostaríamos que você criasse uma lista dos sonhos que
pretende realizar a longo prazo, aqueles sonhos que precisam de atenção e
manutenção constantes. Depois, faça uma lista dos benefícios que você terá
quando esses sonhos se realizarem!
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CAPÍTuLO 8

Guidil Simão e
Rui Last-Man

Guidil Simão é mãe, esposa, funcionária de uma multinacional do setor

petrolífero, coach, mentora financeira de casais e escritora.
Rui Last-man é informático de formação, gestor cultural, produtor artístico
e músico. Juntos, criaram a NAKENIS.08, uma empresa ligada à gestão
cultural e financeira e à Academia Produza, que é um centro de formação
na área de empreendedorismo cultural e finanças.
@conselhosdagui
 EMPREENDER COM O PARCEIRO
PODE SER UMA GRANDE
AVENTURA
Com este capítulo, queremos apresentar a você alguns aspectos
importantes a serem considerados na hora de convidar o seu parceiro a
empreender consigo e darem início a uma jornada que pode tanto aumentar
a cumplicidade do casal, se souberem gerir as emoções e diferenças, quanto
lhe causar dor, se faltar sabedoria.
Somos duas pessoas com características bem diferentes; cada um de nós
tem a sua própria área do saber, eu na área de finanças, e o Rui Last-Man na
áreal cultural. Eu sou uma pessoa bastante reservada, e o Rui é livre cheio
de ideias. Será que vocês conseguem imaginar como foi difícil unirmo-nos
em um único propósito e, assim, construir um negócio que pudesse ter a
cara dos dois?
Empreender com o parceiro pode ser realmente uma grande
aventura, com altos e baixos – há quem acredite não ser possível, há quem
diga que os dois devem gostar das mesmas coisas, há quem pense que isso
só é possível quando, desde o início da jornada, os dois entram de cabeça.
Mas, na realidade, nem sempre é assim. Nem sempre o outro vai aceitar a
sua ideia, nem sempre o outro estará disposto a empreender, nem sempre o
outro vai se rever na ideia inicial do negócio, nem sempre vocês vão falar a
mesma linguagem.
Será que você já se viu diante desse desafio de querer criar um negócio de
família, mas sentir que a outra parte não percebe o seu chamado? Será que
você acredita que é melhor o casal se separar e cada um fazer o seu
empreendimento sozinho, e, assim, evitam as confusões? Ou será que você
acredita que apenas um deve entrar no jogo do empreendedorismo, e a outra
parte deve trabalhar simplesmente por conta de outrem e apoiar o cônjuge
quando necessário?
Muitas são as inquietações no meio dos casais que têm o desejo de criar
um negócio juntos, mas que, ao mesmo tempo, sentem-se completamente
perdidos. O nosso desejo é que mais casais no mundo possam compreender
que empreender com o parceiro pode ser uma aventura bastante interessante
quando se consegue eliminar determinadas barreiras que nós iremos abordar
detalhadamente neste capítulo.
Rui Last-Man e eu vivemos grandes desafios no início da nossa jornada
como casal empreendedor – até os dias de hoje ainda existem alguns
desafios que continuam sendo superados. Acreditamos que temos sido
lapidados a cada dia que passa e, hoje, com certeza, podemos dizer que
temos orgulho das pessoas que nos tornamos e do grande crescimento que
tivemos como empreendedores e como casal.

E QUANDO O OUTRO NÃO QUER?

Lembro-me de que, quando nos casamos, em 2015, a última coisa que eu
queria na minha vida era ser empreendedora, pois nunca fui amiga de
riscos, sempre optei pelo mais seguro. Segurança para mim era ter o meu
emprego e crescer dentro de uma grande companhia. Mas para o Rui a
visão era totalmente diferente: ele sempre foi o homem das ideias, sempre
respirou arte, cultura e não conseguia viver longe desse mundo.
No final do ano de 2014, o nosso país, Angola, enfrentou uma séria crise
financeira devido à forte queda do preço do petróleo no mercado
internacional. Angola é um dos maiores produtores de África, e isso
reflectiu fortemente na economia do país, o que culminou com o fecho de
muitas empresas nacionais e internacionais que operavam no solo angolano.
A empresa onde o Rui trabalhava foi afectada pela crise e, por sua vez,
teve de fazer uma drástica redução de pessoal. Mas, antes mesmo disso
acontecer, o Rui já havia pedido demissão para tornar-se empreendedor. A
minha única postura foi apoiá-lo, pois sabia que no momento não havia
outra opção, uma vez que os empregos estavam escassos no país. Não
tínhamos condições de solicitar algum financiamento que nos permitisse
alavancar o negócio, mas ainda assim assumimos o risco de embarcar nessa
jornada.
Apesar de ter aceitado o desafio de empreender, naquela altura, eu não
sentia que aquele negócio era meu, principalmente, porque ele não pagava
as nossas contas. O tempo passava, e a recém-empresa criada dava-nos mais
prejuízos do que propriamente benefícios. Por inúmeras vezes, o Rui pediu
que eu o ajudasse com as contas e com a gestão, mas eu simplesmente não
conseguia me entregar, porque eu não conseguia ver um grande futuro
naquela actividade. O que eu queria, na verdade, era que ele pudesse
conseguir algum emprego que de facto ajudasse a pagar as nossas contas.
Vivemos dessa forma por três anos, em que cada um tinha uma visão
diferente, e parecia que em momento nenhum as nossas ideias convergiam.
Mas, apesar de tudo, nunca deixava de o apoiar no que fosse necessário,
nunca deixava de lhe dar uma mãozinha sempre que pudesse.
Há um velho ditado que diz o seguinte: quando um não quer, dois não
fazem. Agora, como é que essa empresa iria funcionar plenamente se o
casal, que deveria caminhar junto, caminhava em direções opostas? Será
que ele deveria procurar outra pessoa para o apoiar de verdade e fazer o
negócio prosperar? Ou será que ele deveria continuar sozinho e ver até onde
conseguiria ir? O que vocês fariam nessa condição?

É IMPORTANTE COMPREENDER...
Muitas vezes, só não aceitamos o desafio de fazer parte de um projecto
quando não nos sentimos conectados a ele. Você pode dizer que não é
apaixonado por projectos empreendedores até se deparar com algum que
realmente se comunique consigo, algo que o faça dizer: “Isso é a minha
cara, eu me vejo fazendo isso para o resto da minha vida!”.
Foi exactamente isso que aconteceu comigo. Passado algum tempo
observando o meu marido, que saía para realizar os seus eventos, ao ver a
sua empolgação por mais um projecto a ser realizado, e mesmo quando as
coisas não corriam tão bem, ele conseguia buscar forças para recomeçar e
tentar quantas vezes fossem necessárias. Ele realmente estava disposto a
fazer o que precisava ser feito. E o melhor de tudo é que ele conseguia se
divertir enquanto trabalhava – isso para mim era bastante estranho, visto
que eu sempre fui alguém mais reservada e sempre encarei o trabalho de
maneira muito séria.
Certa vez, olhei para ele e questionei: “Como é que você consegue se
divertir enquanto trabalha? Dá uma impressão de que não está a trabalhar,
isso não é justo, porque parece que eu nunca consigo me divertir no meu
trabalho tal como você”. Foi aí que tudo começou a fazer sentido. Ele disse:
“O segredo está aí! Quando fazemos aquilo que gostamos, de facto,
conseguimos nos divertir enquanto trabalhamos. Agora, tente descobrir o
que você realmente gosta de fazer e se dedique algum tempo nessa
actividade”.
 Depois dessa conversa, andei numa busca para tentar perceber o que de
facto eu gostava de fazer, até que, com a ajuda do Rui, eu percebi que eu
tinha uma paixão por escrever e por organizar contas. Sempre fui muito
organizada com a nossa gestão financeira, principalmente, na fase em que
vivemos com uma única renda. Nessa época, era crucial controlar
devidamente as nossas despesas, caso contrário, seria um caos, e, de facto,
eu fazia isso sem esforço e com o maior prazer. Por outro lado, sempre
gostei de escrever as minhas ideias no papel, a minha agenda da semana –
fazer anotações era o meu forte desde o meu tempo de estudante. Foi daí
que veio a sugestão do Rui Last-Man: “Escreva um livro sobre finanças
pessoais e ajude-me a organizar a parte financeira da empresa, porque você
realmente é boa nisso”.
Devido ao meu perfil, apesar de achar a ideia bastante motivadora, porque
era de facto algo que eu gostava de fazer, ao mesmo tempo, gerou em mim
um bloqueio temporário por ser algo completamente novo, mas aceitei o
desafio e embarquei nessa jornada.
O livro O Segredo da gestão financeira do casal já é uma realidade, e me
tornei oficialmente sócia do meu marido e diretora financeira da empresa.
De uma empresa que lutava para facturar, hoje, facturamos dez vezes mais
do que faturávamos no inicio do empreendimento. Hoje, a NAKENIS.08
tem vários produtos, sendo os dois principais a criação de projectos
culturais e a Academia Produza, que se dedica à formação de
empreendedores. Conseguimos incorporar, também, os cursos e
consultorias na área financeira para casais e microempreendedores.
Com a nossa própria história, pudemos aprender que a participação da
outra parte na actividade empresarial da família não pode ser algo
pressionado: devemos respeitar o tempo de cada um. Eu acredito que se o
meu marido não tivesse tido paciência, não tivesse se esforçado ou tivesse
desistido, com certeza, hoje não estaríamos aqui a partilhar com vocês
nossa experiência que acredito que poderá motivar outros casais que estão
na mesma jornada. Queremos deixar algumas dicas para esses casais:

Respeite o tempo do seu parceiro;

Descubra o que ele gosta realmente de fazer;
Vá introduzindo-se aos poucos no negócio com pequenas tarefas
diárias que você goste de fazer;
 Faça com que o negócio tenha também a cara do seu cônjuge. Isso
chama-se inclusão.

NÃO DESAPONTE O RECRUTA SE QUER

QUE ELE EMPREENDA CONSIGO
No início, não foi minha intenção empreender com a minha esposa por
conta do seu perfil. Guidil Simão sempre foi uma mulher com perfil
trabalho casa/casa trabalho; eu nunca me importei com isso, sempre
respeitei esse lado dela, aliás, eu amava o perfil executivo de minha esposa.
O problema é que eu estava no meio de uma batalha e precisava estabilizar
financeiramente a empresa.
Estava eu com milhares de ideias, um laptop e uma empresa que só existia
no papel. Sem escritório para atender, sem um produto claramente definido,
tudo que eu tinha eram concepções. Lembro-me de várias vezes olhar para
Guidil e ver o seu rosto de tristeza e se não mesmo de vergonha por saber
que eu não estava a trabalhar – isso mesmo! Para a maioria das pessoas,
incluindo minha esposa e possivelmente a sua, no início do negócio, você
não está a trabalhar, você não tem emprego e, por isso, deveria largar tudo e
procurar um. Eu fingia não ver sua cara de tristeza e inventava logo uma
conversa esperançosa sobre a fase do negócio.
A partir do momento em que notei que, mesmo sem concordar, ela
apoiava minhas iniciativas, coloquei em mente uma coisa: “Não posso
falhar”. A única coisa que me passava pela mente é que eu tinha uma
família para sustentar, uma esposa que precisava entender o que eu estava a
criar e era meu dever arranjar as ferramentas e estratégias para que ela
pudesse compreender o que eu estava a criar e, assim, fazer parte da
criação.
A seguir, deixo alguns princípios básicos que apliquei para que minha
esposa pudesse compreender que, juntos, chegaríamos mais longe:

COLABORAR NAS TAREFAS DE CASA

Muitas das vezes, a pessoa que está a empreender fica tão focada no
negócio que acaba se esquecendo de participar das tarefas de casa. A grande
verdade é que as tarefas de casa devem fazer parte das tarefas do
empreendedor, pois trata-se de emoções. Se o outro sentir que, apesar do
seu esforço e dedicação à empresa, você ainda consegue participar das
tarefas de casa, ele sente-se apoiado e com a obrigação de o apoiar também.

ARRANJE TEMPO PARA ESTAR COM A

FAMÍLIA
Tendo o casal filhos ou não, sugiro que tirem um tempo pelo menos uma
vez na semana para estarem juntos. Nada de negócios, somente vocês,
cuidando das emoções um do outro, cuidando da primeira empresa que é a
família.

FAÇA PERGUNTAS INTELIGENTES

Sempre procure questionar-se se está tudo bem com o seu parceiro, se ele
sente algum vazio emocional, se precisa que você faça algo mais.
CONVERSE SOBRE O NEGÓCIO
Apesar de estar sozinho no negócio, converse com o seu parceiro a
respeito disso. Não fale apenas das dificuldades que enfrenta, conte também
as pequenas vitórias alcançadas.

VIGIE OS PENSAMENTOS E CUIDE DA

BOCA
Recomendo a vigilância dos próprios pensamentos. Nossa mente é um
terreno muito fértil para pensamentos negativos, e nossa boca é apressada
para reproduzir o que não devemos.
INCLUA SEU PARCEIRO NOS SEUS
SONHOS, AINDA QUE SEJA SÓ NA PARTE
DE GASTAR OS LUCROS
Mostre para o seu parceiro que é com ele que você quer estar quando tudo
estiver dando certo. Fale de como irão gastar parte do que ganharem e do
salário que lhe pagaria caso estivesse consigo no negócio. Digo isso porque,
muitas das vezes, queremos que o nosso parceiro entre no negócio para
trabalhar de graça, mas isso não o motiva. Dê a ele um salário justo, de
acordo com a fase em que a empresa se encontra e pode pagá-lo.

QUESTIONE, QUESTIONE E QUESTIONE

SEMPRE
Partilhe pontos sobre os quais precisa tomar alguma decisão e espere
pacientemente pela resposta. Guidil não é uma pessoa emotiva, portanto, ela
nunca me respondia como eu gostaria de ouvir (com entusiasmo e emoção).
Aprendi com esse jeito dela que, se fosse para ela entrar no negócio, seria
no ritmo dela e não no meu. Com isso, eu tive de mudar. Nunca a critiquei
por não embarcar logo de início, mas sempre questionava o que a
interessaria no negócio.
O casamento por si só já tem os seus desafios. Quando aumentamos os
desafios com o empreendedorismo, a coisa fica ainda mais pesada. O casal
precisa desenvolver inteligência emocional. Empreender juntos está além
do empreender juntos: é um processo que passa por assistir aos mesmos
filmes, ir ao cinema juntos, ler os mesmos livros, aceitar que o outro erra e
encorajá-lo a refazer o processo. Considero ser muito importante o casal
conhecer-se muito bem. Cada pessoa é um ser único e individual. Vocês
precisarão encontrar o seu jeito de fazer funcionar isso. As nossas
experiências podem servir de base, porém, serão as suas experiências que
criarão o seu próprio processo.
Outro ponto que considero igualmente importante é que o casal pode
empreender junto de diversas formas, de acordo com o perfil de cada um.
Um pode ser o que coloca a mão na massa, e o outro pode apenas
administrar; um pode ser o financiador, e o outro apenas administrar...
descubra qual é o seu perfil e, com base nisso, abrace o negócio. Afinal de
contas, empreender com o parceiro pode ser realmente uma grande
aventura!
PARTINDO PARA A AÇÃO
Agora que você já sabe como fazer para que o seu parceiro empreenda
com você, que tal fazer esse pequeno exercício que, certamente, os ajudará
a se manterem alinhados e focados nos seus objetivos daqui para frente?
Nós aplicamos esta ferramenta, e ela tem sido uma bússula para a nossa
família até hoje:
Combinem um dia em que ambos estejam livres e elaborem o seu plano
de vida familiar para os próximos dez anos, levando em consideração cada
uma das áreas da vida. Basta que estabeleçam um objetivo bem claro para
cada um dos pilares da vida, como financeiro, profissional, filhos,
conjugal, social, intelectual, familiar, espiritual, saúde e outro mais que
vocês considerem importante.
Analisem cada pilar detalhadamente, discutam sobre ele sem pressa e,
juntos, escrevam a meta para o pilar em questão.
Depois de escritas todas as metas, traduzam elas em forma de imagem,
criando, assim, um mural de sonhos que pode ser pendurado na parede do
seu quarto. Com as imagens, ficará mais fácil visualizar diariamente onde
desejam chegar juntos, e, com certeza, haverá mais ânimo, disposição e
colaboração na hora de trabalharem em prol dos objectivos do casal.
CAPÍTULO 9

Heloisa Yamashiro
e Lucas Tatibano

Heloisa Yamashiro, arquiteta, formada em 2007 pela FAU Mackenzie, pós-

graduada em Gestão de Escritórios de Arquitetura pela FGV em 2014, com
escritório próprio desde 2016 e sócia da Parnasi Incorporadora desde 2020.
@heloarquitetura
Lucas Tatibano, arquiteto, formado em 2010 pela FAU Anhembi
Morumbi, pós-graduado em Gestão de Negócios pelo SENAC em 2013,
empresário desde 2014 e sócio da Parnasi Incorporadora desde 2020.
@lucastatibano
 como transformar seu talento em
negócio
Empreender é uma palavra que remete a muitos sonhos: abrir um negócio
próprio, não ter chefe, trabalhar com o que se gosta, aproveitar horários
flexíveis, ter liberdade e independência financeira, seguir as próprias regras
etc. Existe um manual prático sobre empreendedorismo?
Prazer, somos o casal Lucas e Heloisa, arquitetos e empreendedores. No
decorrer da nossa trajetória, apresentada neste capítulo, tentaremos
responder à pergunta acima e, ao mesmo tempo, traremos algumas reflexões
e alguns conselhos relacionados aos “perrengues” e sucessos pelos quais
passamos até hoje. Esse é o nosso convite a você, esperando que a leitura da
nossa história possa levá-lo a uma dimensão nova, à dimensão do
empreendedor resiliente.
Essa dimensão do empreendedor resiliente não se aprende no curso ou na
faculdade nem está nos manuais ou nas apostilas. Somente é possível
alcançá-la após vivenciar o turbilhão de fatores que afeta o seu negócio e
demonstrar que, além de tudo, você está preparado psicologicamente para
enfrentar continuadamente essa batalha.
Uma coisa é certa: para que o sonho de empreender se torne uma
realidade palpável, é preciso muito trabalho, estudo, dedicação, energia,
investimento, conhecimento do seu negócio e do mercado. Um dos
principais ingredientes que fundamentam todas essas etapas é a resiliência.
Conhecemo-nos em 2005, na empresa onde trabalhávamos. Lucas era
técnico em Edificações, e eu estagiária de Arquitetura. Em pouco tempo,
iniciamos um namoro, que perdurou por todo o período da faculdade.
Como recém-formados, ainda na fase da juventude, nossas prioridades
profissionais eram individuais: éramos focados no trabalho e no
crescimento das empresas onde atuávamos; eu na área de arquitetura e
Lucas na área de consultoria de engenharia. Nessa fase, conversar sobre
casamento era raridade, imagine abrir uma empresa juntos! Nossos perfis
profissionais eram totalmente diferentes, e tínhamos sonhos de carreiras
que, podíamos dizer, eram opostos.
 Lucas era um garoto do interior que chegou em São Paulo aos 19 anos,
com muita ambição de crescer financeira e profissionalmente. Com poucos
recursos no início, recebeu importante ajuda de uma prima, que lhe
ofereceu moradia até que pudesse estar totalmente estabelecido na
metrópole. Eu fui uma menina nascida e crescida na Zona Norte de São
Paulo, de família de classe média, que teve sua criação e formação
desenvolvidas com muito esforço dos meus pais.
Tínhamos uma relação muito verdadeira e sincera um com o outro. De
maneira individual, íamos desenhando nossas carreiras, focando nos
estudos e crescimento profissional.
Meu pai sempre dizia: “Podem tirar tudo de você, menos o
conhecimento”. Essa frase marcou toda a minha trajetória profissional.
Enquanto Lucas estava determinado a aperfeiçoar seus conhecimentos
para tornar-se sócio e diretor da empresa onde trabalhava, eu buscava um
maior conhecimento sobre gestão e operação de empresas na área de
arquitetura, deixando o cargo de desenhista para alcançar o cargo de gestora
operacional.
Começamos a enxergar o grande potencial que tínhamos como casal, se
somássemos as nossas forças. Nessa fase de amadurecimento do
relacionamento, começamos a compartilhar ideias, pensamentos, objetivos
e sonhos profissionais. A partir da conclusão dos estudos de pós-graduação,
despertou em nós o desejo de avançar um novo passo no relacionamento: o
casamento.
Fechamos a compra de um apartamento, antes do casamento. Iniciava o
plano de uma vida a dois. Nos primeiros anos do casamento passamos por
obstáculos. Lucas iniciou sua carreira de empreendedor, e talvez sua
inexperiência no mercado não permitiu a previsão da forte crise no setor da
construção civil no Brasil, entre o ano de 2014 e 2015. Isso abalou nossas
estruturas financeiras, havendo devolução do apartamento e demissão dos
funcionários da empresa do Lucas – um momento obrigatório para recuar.
Você deve estar se perguntando: como duas pessoas que estudaram e
realizaram análises no plano de negócios não avaliaram as possíveis
oscilações no mercado? Para nós, arquitetos, esta é uma resposta
relativamente simples: o papel aceita tudo! Aceita rabiscos, aceita cores,
aceita escritas. Se eles serão reais? Somente o tempo, a prática e a
experiência nos mostrarão.
EDUCAR-SE PARA EMPREENDER
Em qualquer negócio, existirá um momento de consolidação da empresa,
que é atrelado à conquista do mercado. Isso dependerá de cada tipo de
produto ou serviço ofertado, do grau de confidencialidade, de confiança, de
visibilidade e de tempo.
Temos uma regra como casal, que é a seguinte: o fracasso é uma situação
e não uma decisão. Baseados nessa regra, passamos por momentos
desafiadores, que exigiram uma energia extra para conciliarmos o
casamento, a falta de dinheiro e, eventualmente, certa falta de perspectiva.
Os desafios persistiam em nosso caminho, ponderamos mudar de área,
empreender em outro seguimento, pensamos em mudar de cidade, entre
outras ideias meio malucas. Estávamos perdendo a essência do que
realmente queríamos, talvez por não termos clareza do que realmente era
nosso propósito de vida juntos, além do casamento.
Quando não conseguimos atingir nossos objetivos ou não alcançamos o
sucesso nos nossos projetos, vários sentimentos ruins nos acometem: a
sensação de incapacidade, a raiva, o ódio pelo fracasso e até mesmo a
revolta por injustiça. Todos esses sentimentos ruins podem nos levar para
um lugar que se mostra perigoso: o conformismo com a situação. Quando a
gente busca a mudança, acredite, as coisas acontecem.
Esse caminho é fácil? Não, mas é possível. Ao demonstrar força e
resiliência, conseguimos desenvolver a capacidade da antifragilidade.
Foi aprendendo a cair e levantar que conseguimos educar nosso espírito
empreendedor, tornando-o à prova de fragilidades. Atualmente, podemos
dizer que as dificuldades não nos abalam, pois nas dificuldades nos
propomos nos desafiar, nos questionando: será que podemos ser melhores?
O que podemos fazer para contornar essa situação? É incrível como as
dificuldades, hoje, nos fazem olhar para trás e refletir sobre o caminho que
está sendo seguido e permitindo que tomemos decisões disruptivas. As
dificuldades, no fundo, têm nos deixado cada vez mais fortes.
Mesmo com as dificuldades encontradas pelo Lucas na fase inicial da sua
carreira de empreendedor, a sua resiliência me fez começar a olhar o mundo
do empreendedorismo com outros olhos, até que se tornou uma missão de
vida. Convidei uma amiga para abrir um escritório de arquitetura focado na
transparência das relações, fortalecendo as parcerias entre a arquitetura, os
fornecedores e os clientes, com o objetivo de formar um ambiente em que
todos ganham. Nossa missão sempre foi resolver problemas reais do mundo
da arquitetura.
O meu começo também não foi fácil. Ao sair do mundo corporativo, por
mais preparadas que estivéssemos e mesmo com um prévio planejamento
dos processos do escritório, a prática traz consigo batalhas diárias a serem
vencidas e que exigem correções de curvas e de caminhos, buscando a
excelência. Nosso maior desafio foi a captação de clientes. Não sabíamos
como nos posicionar comercialmente, onde buscar os possíveis prospects
nem como torná-los clientes. É nesse ponto que voltamos à nossa pergunta
inicial: existe um manual prático de empreendedorismo?
Na nossa visão atual de mercado e pelas experiências que passamos,
nossa resposta definitiva é que não existe manual. Existem cursos,
mentorias, pós-graduação, imersões e muita teoria, porém, com pouca
prática. Nada lhe dará mais experiência do que a vida real, do que se jogar e
apostar na sua ideia, deixando a vida ser como ela é, com um passo de cada
vez.
Quando estávamos no mundo corporativo, numa empresa que tinha um
setor comercial atuante, os clientes chegavam prontos, através de demandas
contínuas. Agora, como arquitetas empreendedoras, poucas pessoas ainda
nos conheciam, e nosso portfólio era bem resumido. Logo de início,
definimos uma meta: precisávamos transformar a empresa em referência na
prestação de serviço.
Passados pouco mais de dois anos de jornada, minha sócia decidiu sair e
se dedicar à maternidade, e a empresa fechou. Porém, a resiliência e o
sonho de empreender falaram mais alto, e foi onde nasceu a Helo
Yamashiro Arquitetura.
Em pouco tempo, a Helo Arquitetura já estava envolvida em projetos
importantes, e, no final do ano de 2019, decidimos que era o momento de
empreender juntos. A cumplicidade, a confiança e a admiração mútua que
desenvolvemos um pelo outro ao longo dessa fase empreendedora foram os
fatores essenciais para o início da sociedade em casal.
No ano de 2020, abrimos a Parnasi Incorporadora com a missão de
viabilizar empreendimentos residenciais com um novo conceito de morar,
unindo beleza, conforto, inovação, praticidade e elegância. Você, leitor,
deve estar pensando: “Foi fácil para eles, pois já eram empresários”.
Engano seu, pois, apesar dos muitos conhecimentos que tínhamos, avançar
em uma nova seara, um pouco diferente do dia a dia que estávamos
acostumados, nos colocou novamente numa zona desconfortável.
Aproveitando o ensejo, fica a nossa dica: liberte-se de conceitos pré-
estabelecidos. Cada negócio tem seus desafios, suas demandas, suas
necessidades, suas operações e seu DNA. Não se prenda a estereótipos ou a
palavras salvadoras de gurus criados pela internet. A única solução é
estudar a fundo cada detalhe, desde a fase de elaboração do plano de
negócios até a fase de implementação da empresa.
Mesmo com a nossa experiência na área da construção civil, sendo o
Lucas um respeitado profissional de planejamento de obras e eu uma
arquiteta com grande vivência em projetos, o início do novo negócio se
apresentou com muitos desafios e só foi possível pelo apoio de diversos
consultores, além, claro, da nossa resiliência.
O primeiro lançamento da incorporadora, previsto para o ano de 2021,
infelizmente, não aconteceu. Mesmo com o apoio de consultores
especializados, acabamos tomando decisões erradas durante o processo, o
que impactou diretamente na viabilidade do empreendimento projetado.
Com o empreendimento se mostrando inviável, nossa decisão foi abortar o
lançamento e aceitar o erro de planejamento.
Essa é a etapa mais temida pelo empreendedor, quando temos que aceitar
o erro, dar dois passos para trás e começar novamente. Isso somente dará
certo se tivermos a certeza dos nossos planos e, claro, se corrigirmos os
desvios para que os próximos passos não repitam os erros anteriores.
Em 2022, iniciamos uma nova jornada para o lançamento do primeiro
empreendimento, agora previsto para o início de 2024, considerando que
teremos o tempo necessário de maturação e aprendizado, com o objetivo de
aumentar, e muito, as chances de sucesso.
Chegamos até aqui e podemos dizer que não existem facilidades. Se não
teve empenho e dedicação, não valeu a pena. Devemos sempre focar nos
nossos pontos fortes e acreditar neles, pois somente assim os resultados
serão obtidos. O que não sabemos, ou o que não conhecemos, devemos
sempre delegar, porém, nunca será demais conhecer um pouco de cada
assunto – essa é a essência do empreendedor.
Descobrimos, ao longo desse tempo, que uma das ferramentas mais
importantes do empreendedorismo é o networking. A parceria com outros
empresários que possuem especialidades que são essenciais ao nosso
negócio tornou-se essencial para nos dedicarmos somente ao que realmente
nos interessa: a qualidade dos serviços e o crescimento das vendas.
Se não somos bons em desenvolver um site, contratamos uma empresa
especializada nisso. Se não somos bons em legislação, contratamos um
advogado. Isso se aplica aos mais diversos temas, assim como se aplica,
também, à estrutura organizacional da empresa, pois devemos confiar em
nossos funcionários. Devemos evitar ao máximo o sentimento de
“empreendedor super-herói”, aquele que bate no peito e diz: “Eu dou conta
de tudo! Eu não preciso de ninguém!”.
Um empreendedor somente terá sucesso se tiver uma equipe na
retaguarda. O ser humano, sozinho, é apenas uma espécie, mas o ser
humano em grupo, com hierarquia, forma um império.
Esperamos que a nossa história possa influenciar você, leitor, que deseja
ser empreendedor, a seguir em frente e não desistir. Não existe um caminho
certo ou errado, um caminho 100% garantido, uma receita pronta. O que
existe é você, a sua história, a sua luta e o que você realmente acredita.
Nunca esqueça que o mercado é mutante. Atualize-se, pratique inovação e
lance novos produtos constantemente. Quem tem âncora é navio; você é um
empreendedor, então, fique sempre livre para navegar em novas ideias e
novos projetos.
O sucesso, ah, o sucesso, acredite, está em você. A sua atitude, hoje e todos
os dias, é o sucesso! Vamos?
3PARTINDO PARA A AÇÃO
Como você pode se conectar com outros empresários com o intuito de
fortalecer seus valores e demonstrar o quanto eles podem ser importantes
para a sua trajetória profissional?
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Capítulo 10

Jéssica Ramalho e
Vitor Hugo Nascimento

Jéssica Soares Ramalho de Oliveira é empresária, fisioterapeuta, pós-

graduada em Gestão de Assistência Domiciliar, MBA em Saúde do Idoso e
Gerontologia. Cofundadora e diretora de operações do Grupo Acuidar;
diretora administrativa da Acuidar João Pessoa.
Vitor Hugo de Oliveira Nascimento é empresário, médico, pós-graduado
em Geriatria, Fisioterapeuta e Acupunturista. Cofundador e CEO do Grupo
Acuidar.
@franquiasacuidar
 COLOQUE-SE EM MOVIMENTO
PARA REALIZAR SONHOS
Este capítulo é dedicado a casais que desejam empreender, assim como
àqueles que já empreendem juntos e buscam uma maneira prática de
conciliar a vida pessoal e profissional, estratégias para aumentar a
produtividade e alcançar o sucesso através do empreendedorismo em casal.
Quando duas pessoas se unem em prol de um negócio, o objetivo
principal é gerar o resultado que não conseguiriam sozinhas. Casais fortes
que se completam em diversos aspectos, com a mesma visão de onde
querem chegar e o que alcançar, desafiam a matemática, em que a
somatória dessas forças proporciona um resultado inesperado. Um mais um
será maior que dois, pois uma terceira mente, uma mastermind, é criada
para potencializar os resultados almejados.
É preciso ter clareza sobre a divisão das funções desempenhadas e
responsabilidades assumidas, analisando quais fatores podem ser
identificados por barreiras, como ausência de diálogo, tomada de decisões
de forma individual e desempenho de tarefas incompatíveis com seu perfil
profissional, para neutralizar ao máximo todas as interferências negativas.
Da mesma maneira, temos que conhecer os fatores internos e externos que
nos impulsionam, para potencializar os que já utilizamos e iniciar os que
ainda não estão sendo colocados em prática, como cursos específicos,
leituras, troca de informações com outros empreendedores, autocuidado,
parcerias, agenda planejada e organizada, visão e propósito pactuados com
o sócio/cônjuge, entre outros que contribuem de forma significativa para o
aumento da performance do casal em todas as áreas da vida, sejam elas
pessoais ou profissionais.
Convidamos você a mergulhar conosco no incrível e desafiador mundo do
empreendedorismo em casal.
Eu sou Jéssica Ramalho, fisioterapeuta de formação, casada há dez anos
com Vitor Hugo Nascimento, médico, pós-graduado em Geriatria e CEO do
grupo Acuidar, empresa que surgiu para atender a necessidade do mercado
de cuidadores de idosos, adultos e crianças. Nosso negócio proporciona
qualidade de vida a milhares de pessoas, gera centenas de empregos,
contribui com a sociedade e, por consequência, possibilita elevado lucro.
Cuidar de pessoas de maneira tão humanizada levou-nos ao título de
maior franquia de cuidadores do Brasil em apenas três anos de expansão no
modelo de franchising. Fomos reconhecidos como empresa de excelência
pela maior autoridade em franquias do país e ultrapassamos o marco de cem
unidades espalhadas de norte a sul do Brasil. Acreditamos que dividir
esforços e somar conquistas são pontos fundamentais para se alcançar o tão
sonhado sucesso.
Sabíamos que na vida pessoal nos completávamos. Vitor foi sempre
calmo, calculista, corajoso e desbravador, e eu, atenciosa, metódica,
organizada, comunicativa e convincente – ambos com defeitos. Enquanto
Vitor dominava os números e conseguia se destacar com a gestão
financeira, mas não conseguia concretizar as vendas, eu, com o meu poder
de influência e criatividade as conquistava e fazia com que a conversão
ocorresse em abundância. Não precisamos ser bons em tudo para alcançar o
sucesso, apenas precisamos ter ao nosso lado pessoas que nos completem e
que sejam boas naquilo que não somos para que nossas mentes se unam e
formem uma força intangível.

DO SONHO À EXECUÇÃO
A vida é repleta de pontos de inflexão, em que cada decisão poderá nos
levar para um caminho: o topo da montanha ou o fundo do poço. O medo
sempre foi muito forte na minha vida: uma mulher estudiosa, dedicada e
que possui uma mente repleta de ideias incríveis, mas que, sozinha, não
tinha coragem para executá-las – me faltava segurança. Por outro lado,
Vitor, com seu perfil executor e desbravador, que não tem receio de se
arriscar, se fez e faz meu porto seguro e força para que, juntos, sigamos ao
topo da montanha como cúmplices, líderes e sócios, mas também como um
casal que se ama e sabe da importância do crescimento pessoal e
profissional de ambos.
Desde criança, estive envolvida nesse universo de cuidar das pessoas.
Com apenas sete anos, percebi que o meu pai já era idoso e precisava de
assistência por possuir comorbidades – isso despertou em mim um senso de
cuidado muito forte. Cresci cuidando dele com todo o amor, o que inspirou
minha formação na área da saúde. Hoje, meu pai não está mais neste plano,
mas minha história com ele serviu de grande inspiração para a construção
da Acuidar, pois a empresa tem o propósito de que cada assistido seja
cuidado com o mesmo carinho e dedicação com que eu fazia com o meu
querido pai.
Quando decidimos empreender, a ideia era que eu liderasse a maioria dos
setores da empresa, enquanto Vitor conciliava a liderança do financeiro e
das visitas domiciliares, assim, seguimos trabalhando arduamente. Dois
anos depois, sentamo-nos para mensurar os resultados obtidos e
percebemos que eu fazendo uma gestão com pouco suporte dele tinha
obtido conquistas muito satisfatórias em um curto tempo, o que nos levou a
refletir que o conhecimento dele somado ao meu poderia ter uma influência
considerável. Foi nesse momento que Vitor reduziu seus atendimentos
como médico e aumentou sua dedicação à nossa empresa, que se tornou
líder no mercado de cuidados às pessoas.
No ano de 2020, decidimos iniciar o processo de expansão da marca. Eu
sabia que já trabalhava mais de onze horas por dia e que seria humanamente
impossível assumir outro negócio, mas Vitor me passou a segurança de que
ele estaria comigo, assumiria a liderança da franqueadora e se dedicaria
quase que exclusivamente a ela, ficando apenas com atendimentos
quinzenais no consultório. Essa soma do foco dele ao meu no
desenvolvimento e crescimento da Acuidar foi colhida com resultado e
sucesso.
Voltando ao ano de 2006, posso contar-lhe que Vitor não era esse
empresário de sucesso e médico renomado, mas, sim, um frentista de posto
de combustível que sonhava em possuir os carros de luxo que abastecia, e
eu era uma menina de classe média que acreditava que, para ter sucesso na
vida, precisava ser formada por uma universidade federal e aprovada em
um concurso público, cultura forte passada pelos meus pais. Naquele
momento, não sabíamos o quão promissor seria o nosso futuro, até que nos
encontramos e começamos o namoro. Nessa época, mesmo muito jovens,
eu com quinze anos, e ele com dezenove, já planejávamos uma vida juntos
e sabíamos que os estudos eram o primeiro passo. Estudamos arduamente e
conseguimos nos formar em Fisioterapia. Após formados, começamos os
atendimentos domiciliares.
Durante as visitas, percebemos o quanto o serviço de cuidados a idosos
era precário em nossa cidade, então, decidimos criar uma marca que
possuísse uma visão holística, ou seja, que cuidasse das atividades básicas
de vida diária, como banho, troca de fralda, administração de
medicamentos, acompanhamento em consultas médicas, condução de
alimentos, entre outras, mas que também priorizasse atividades lúdicas,
recreativas e de lazer, contemplando o cuidado da parte física, cognitiva e
emocional dos idosos.
Entretanto, não tínhamos dinheiro para isso. Nossa família não possuía
recursos para nos ajudar, e, recém-formados, o que ganhávamos mal dava
para o nosso padrão de classe média. Foi quando, em um dos atendimentos
de fisioterapia em domicílio a uma paciente empresária, tive o
conhecimento sobre bancos, mais precisamente, sobre bancos que
emprestavam dinheiro para empresas que queriam iniciar um negócio. Ao
chegar em casa, contei ao Vitor, que logo se interessou em seguirmos e me
encorajou!
O medo, mais uma vez, bateu à minha porta, e confesso que mal dormi
naquela noite, pois as dúvidas não paravam de chegar à minha cabeça: “E
se não der certo?”, “E se não tivermos como pagar esse empréstimo?”, “E
se algo acontecer de errado com esses cuidadores e eu for processada?”, “O
que as pessoas vão dizer se eu abrir a empresa e fechar depois?”, “Vai que
acontece algo com nosso casamento, como ficará essa sociedade?”, “Será
que eu devo inventar isso?”. Assim, o dia amanheceu, e, com o nascer do
sol, me veio a certeza de que nós precisávamos dar aquele passo e que, se
tudo desse errado, tínhamos um ao outro.
Superar o medo é a primeira etapa para conquistar os seus sonhos. Eu
costumo dizer às centenas de empresários com quem convivo dentro da
nossa rede e às outras centenas que costumo atender por meio da análise de
perfil de candidatos a franqueados: “Como eu vou ter acesso ao tesouro que
existe por trás do arco-íris se eu não tiver coragem de ultrapassá-lo?”.
Alguns fatores impactam exponencialmente os nossos resultados. Entre
eles, podemos destacar a superação das dúvidas e o não se deixar
influenciar por criações irreais e pensamentos negativos, mas sim pelo
poder do trabalho e da dedicação. Quanto mais trabalhamos, mais sorte
temos, e quanto mais repetimos, mais performance ganhamos.
Em 2016, abrimos a primeira empresa, em João Pessoa/PB, onde
moramos. Com os bons resultados, fundamos, pouco tempo depois, uma
segunda empresa em Recife/PE. Hoje, estamos em todo o Brasil. Já
imaginou se tivéssemos paralisado pelo medo?
O medo pode ser traduzido pela inércia, ou seja, está preso naquele lugar
quentinho, seguro e confortável em que qualquer ser vivo escolhe de
maneira instintiva, mas, como seres humanos, devemos nos desafiar a
desbravar novas terras, navegar em mares nunca navegados e, só assim,
conseguiremos realizar a virada real e efetiva em nossa trajetória.
O PODER COLETIVO
Você já parou para pensar no quanto a frase “os opostos se atraem” faz
sentido?
Nós acreditamos que um casal se completa na vida pessoal, porque são
pessoas, geralmente, de perfis diferentes, por exemplo: enquanto eu sou
acelerada, organizada e metódica, Vitor é tranquilo, calmo e sabe lidar com
determinadas situações que o meu perfil acelerado não permite.
Os perfis opostos costumam dar muito certo na vida pessoal, visto que são
diferentes e se completam como peças de um quebra-cabeça. Nos negócios
não é diferente: as ideias também se completam, fazendo surgir um terceiro
pensamento pronto para execução, de forma concreta e lapidada não por
uma, mas por duas pessoas que apresentam especificidades e talentos
distintos, aumentando a preciosidade do conteúdo e, consequentemente,
alavancando os resultados.
Perceba que, em muitos casais, um é mais humano, com atitudes voltadas
para o cuidado, acolhimento, encantamento, gosta de atender, conversar e
encantar pessoas. Com isso, acaba sendo mais influenciador e persuasivo,
enquanto o outro é mais calculista, precisa de números para se sentir
seguro, acredita que essas ações de cuidado e encantamento são
desnecessárias e foca em gráficos e resultados. Cada um desses perfis,
sozinhos, não obteriam o sucesso que o terceiro perfil formado pela junção
daqueles obtém. A empresa passa a contar com uma liderança completa, em
que o lado humano se casa com o técnico.

TRABALHO EM EQUIPE
Ajudar um ao outro é fundamental dentro de uma empresa. Seja para ser
útil ao time, seja pela ideia do ganha-ganha, a capacidade de trabalhar em
equipe é um dos principais requisitos para o sucesso de qualquer negócio.
Não dá para imaginar um médico ou advogado eficiente sem uma equipe.
Todos precisamos de ajuda e relacionamentos para produzir mais e melhor.
Tentamos ser exemplos para nossa equipe.
Em um encontro com nossos franqueados, recebemos o depoimento de
um deles, que conseguiu colocar em palavras algo que chamou minha
atenção: “Vocês formam uma base forte para a Acuidar, por isso, esse
crescimento avassalador. Jessica é um pilar humano, e o doutor Vitor um
pilar técnico”. Realmente, Vitor foca em números, contratos e estrutura, e
eu em encantamento, entrega e qualidade do serviço prestado. Com isso,
posso afirmar que nos completamos e formamos uma liderança forte que
representa um grande diferencial frente aos nossos concorrentes. É preciso
criar times que trabalhem de forma harmônica, por isso, procuramos
associar nossa marca a pessoas que seguem a mesma linha de pensamento.
A união de duas ou mais mentes gera um todo que é maior do que a soma
das partes, aquilo que Napoleon Hill chamou de Mastermind – ou Mente
Mestra. Sozinhos, muitos homens bem-sucedidos não teriam conseguido o
sucesso que alcançaram trabalhando em conjunto. Só uma equipe é capaz
de criar essa sinergia.
Para nós, a liderança se conquista com confiança, e a confiança é
construída sobre três pilares: caráter, competência e comunicação. No
clássico “A arte da guerra”, Sun Tzu, um dos maiores estrategistas de todos
os tempos, ensina o seguinte: “Considera teus soldados como filhos bem-
amados, e eles de boa vontade morrerão contigo”.
As pessoas precisam se sentir ouvidas e acolhidas, assim, serão melhores
umas para as outras. Afinal, pessoas precisam de pessoas.

EVOLUÇÃO
Viver é estar exposto a diversos fatores, e ter alguém com quem
compartilhar as alegrias e dividir as preocupações gera um conforto que nos
impulsiona. Empreender com seu parceiro, para nós, é algo muito
vantajoso: são duas pessoas que se completam através de um crescimento
mútuo, em que um aprende com o outro diariamente. Consequentemente, o
casal cresce, visualiza o mesmo alvo, tem a mesma visão e missão, o que
impactará positivamente toda a família.
 Hoje, a nossa marca não é um projeto da Jéssica ou do Vitor, mas sim da
nossa família. Vemos nossos filhos, de dois e seis anos, dizerem que querem
trabalhar na Acuidar – eles sentem o amor que colocamos em nossas
funções. Ouvi-los é muito gratificante e nos prova que, sim, a nossa forma
de empreender tem um forte propósito, mas, para que o propósito seja
executado, são necessários alguns cuidados diários. Listamos dez dicas:

1. Saber que dentro da empresa vocês são profissionais e não um

casal;
2. Dividir as tarefas e responsabilidades de acordo com as suas
afinidades;
3. Entender que a decisão de um não pode ser cancelada pelo outro;
4. As decisões referentes à empresa deverão ser resolvidas na
empresa. Para isso, vocês devem agendar reuniões no horário de
trabalho, na sede da empresa, para avaliação dos pontos necessários
e realização de acordos para a tomada de decisões;
5. Não levar assuntos familiares para serem discutidos na empresa;
6. Separar celular pessoal do profissional;
7. Fora do horário de trabalho, priorizar os momentos com a família,
seja a dois ou com os filhos, evitando ao máximo tratar de assuntos
de trabalho;
8. Respeitar a decisão do outro e jamais desconsiderar uma orientação
dada frente aos colaboradores;
9. Ser canal de apoio (sempre antes de tomar qualquer decisão
importante, conversar com o seu parceiro/sócio e lhe pedir uma
opinião, apresentando as vantagens e desvantagens. Com isso,
reduzirão as chances de erros e aumentarão as chances de sucesso);
10. Reconhecer e elogiar as qualidades do seu sócio/parceiro, agindo
como impulsionador.

O sucesso profissional do casal é uma meta que pode ser alcançada de

diferentes maneiras. Uma parte dos resultados é consequência direta das
convicções e dos valores que você traz dentro de si. Outra é resultado de um
conjunto de atitudes, pensamentos e comportamentos, como alguns desses
citados acima. Virtudes e esforços feitos de maneiras isoladas não
garantirão o sucesso ou sua permanência. O conjunto que traz o êxito
duradouro de um casal empreendedor envolve disciplina, força de vontade,
capacidade de crescer com as dificuldades, inteligência, determinação e
coragem.
Empreender, seja em casal ou de forma individual, tem seus altos e
baixos. Costumamos dizer que o empreendedor está em um constante
passeio de montanha-russa: sobe até certo ponto, desce e algumas vezes
pensa que acabou, aí, sobe novamente, sente toda a empolgação de estar
crescendo e volta a acreditar em seu potencial e no negócio. Em seguida,
desce até entender que faz parte do jogo e não se preocupa mais com as
fases de redução, porque já são previsíveis, com consequente planejamento
de ações necessárias para passar por elas de forma segura.
Acreditar no seu cônjuge, entender as suas qualidades e saber que elas são
peças fundamentais para o crescimento do negócio é chave fundamental
para o sucesso do empreendedorismo em casal. Desde o dia em que
decidimos abrir a nossa primeira empresa juntos, sabíamos que seríamos,
além de sócios, conselheiros um do outro e pessoas de confiança. Teríamos
uma mente do bem nos dando suporte na tomada de decisões, o que
implicaria aumento dos acertos e redução das falhas e insucessos.
As pessoas bem-sucedidas sabem desenvolver a sua capacidade de
comunicação com muita clareza. Elas sabem como gerar e manter a energia,
como viver de acordo com um propósito, aprendem a liderar como ninguém
e conhecem o passo a passo para atingir o sucesso em sua vida pessoal e
profissional.
Para se adequar a essa realidade, será necessário conhecimento profundo
sobre a pessoa que está ao seu lado, seus sentimentos e sensações. Quanto
mais você se relacionar, quanto mais ouvir e respeitar suas ideias, mais
impactará a vida dela.
O sucesso de um casal empreendedor tem por base um processo muito
claro de alinhamento entre quem são e quem querem ser. É a construção do
“eu” de cada um que lhes permite ser a melhor versão de si mesmo. O
processo não é fácil, mas é simples e possível para qualquer pessoa que
esteja disposta a implementar. Esse é o processo que transforma sonhos em
realidade.
Este capítulo foi desenvolvido para que vocês vejam o empreendedorismo
em casal como uma força potencial para alavancar os negócios e que é
possível uma vida plena e feliz através da conciliação dos dois mundos: o
pessoal e o profissional. Esperamos ter contribuído positivamente na vida
de cada leitor.
Agora é hora de você criar e/ou potencializar a sua terceira mente. Junte-
se ao seu cônjuge, e mudem o que for preciso hoje mesmo. Desejamos
muito sucesso!
Até breve!
PARTINDO PARA A AÇÃO
Se você empreende ou deseja empreender junto ao seu cônjuge, seguem
dois questionários simples e práticos que irão contribuir para o
desenvolvimento do seu negócio:
Para casais que desejam empreender juntos:

1. Identifique, pelo menos, três barreiras que impedem você de

empreender com seu cônjuge.

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3- _______________________________________________________

2. Quais ações devem ser realizadas para quebrar cada barreira

identificada e iniciar esse projeto?

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3. Identifique três pontos fracos seus que são fortes no seu

cônjuge e que irão lhe completar quando empreenderem
juntos, fazendo alavancar o negócio:

1- _______________________________________________________
2-_______________________________________________________
3- _______________________________________________________
Para casais que já empreendem juntos:

1. Cite, pelo menos, três barreiras que fazem o seu

empreendimento não alcançar a performance e os resultado
almejados, independentemente de ele prosperar ou não.

1- _______________________________________________________
2-_______________________________________________________
3- _______________________________________________________

2. Quais estratégias podem ser utilizadas para quebrar cada

barreira e alavancar o seu negócio?

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3. Descreva, pelo menos, três fatores impulsionadores do casal

em relação ao seu negócio.

1- _______________________________________________________
2-_______________________________________________________
3- _______________________________________________________

4. Existe a possibilidade de potencializar cada fator

impulsionador? Elabore uma estratégia para que isso
aconteça e descreva abaixo cada ação a ser realizada.

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CAPÍTULO 11

Kárita fernanda
e Cido da Mata

Duplos Diamantes na Amway, especialistas em vendas diretas, usando o

método de porta a porta. Desenvolveram juntos um método de abordagem
que permite que os novos empresários tenham renda rápida em curto prazo.
@karitamata
@cidomata
 COMECE COM A SUA HISTÓRIA
A história de um empreendedor é a chave para alimentar o sucesso do
negócio. É um ativo poderoso em tudo, desde levantar capital até
impulsionar as vendas. Inúmeros empreendedores alcançaram o sucesso nos
negócios criando uma ótima história, e, neste capítulo, vamos contar a
história de um casal empreendedor que se construiu do zero.
Talvez não seja a mais bela das histórias de sucesso, mas, nas poucas
páginas que aqui vamos externar tal trajetória, esperamos que esta inspire
algum casal a mudar sua vida. Valeu a pena nosso esforço e tempo dedicado
para escrevermos estas páginas deste livro.
Precisamos avisar que as palavras que você vai ler agora podem mudar
radicalmente sua vida. Você pode constatar que sua vida chegou ao final:
final das reclamações, dos medos que sempre o(a) acompanharam.
Uma vida sem satisfações é a pior das prisões. Somos criadores de nossa
felicidade, porém, muitas vezes, preferimos nos fazer de vítimas, olhando
para o sucesso do outro enquanto o nosso vai passando e vamos
acumulando os fracassos pela autopiedade.
Os desafios sempre existiram e sempre existirão. O que muda é a nossa
atitude. E o sucesso só vem para aqueles que trabalham incansavelmente
para conquistar os seus sonhos. Dê o melhor de si em toda circunstância de
sua vida: a colheita é certa. Acredite! Não queremos que você apenas
trabalhe pensamentos positivos, queremos que comece a viver uma vida da
maneira como o seu coração acredita ser a maneira certa.
Hoje, quem nos conhece não imagina por quantos obstáculos já passamos
na vida.
Em 1996, eu, Aparecido, paranaense, após sair do serviço militar, no qual
havia passado quatro anos por escolha, ou eu ficava no serviço militar ou
voltava para a vida sofrida de boia-fria no interior do Paraná.
Ser pobre era difícil e sofrido. Eu tinha sonhos ambiciosos: ter carros,
contas bancárias, cartões de crédito e uma bela esposa. Após sair do
exército, ingressei em uma empresa para vender enciclopédias (coleções de
livros enormes, geralmente abrangendo uma grande gama de
conhecimentos gerais, com assuntos que poderiam ser pesquisados por um
índice em ordem alfabética). Era um trabalho de vendas considerado difícil
que exigia convencermos as pessoas a investirem dez mil reais em livros.
Entretanto, eu era sedento pelo sucesso e por ganhar dinheiro. Em uma
viagem para Cuiabá, conheci Kárita, linda, encantadora e sonhadora, assim
como eu. Após nove meses apaixonados, casamo-nos. No dia seguinte ao
casamento, nos demos conta de que não tínhamos onde morar. Alugamos
uma quitinete e só tínhamos um sofá que servia como cama.
Vivemos momentos difíceis, mas estávamos dispostos a olhar a vida de
outra forma. Acreditávamos em nossas forças para realizar nossos sonhos.

NÃO TEMA RISCOS

Riscos são inevitáveis. O segredo é
gerenciá-los.
Permaneci por 16 anos vendendo enciclopédias e ganhei muito dinheiro.
De vendedor passei a gerente e a diretor de vendas, e, em 2008, nos
mudamos para São Paulo.
Todavia, dentro de mim era forte o desejo de ficar rico e alcançar sucesso.
Em 2006, conheci um amigo que trabalhava com o mercado de ações e que
me convidou para trabalhar no ramo. Timidamente, comecei a investir no
mercado de opções – instrumentos financeiros utilizados no mercado
financeiro. Uma opção confere, ao titular, o direito de comprar ou vender
determinado ativo por um valor determinado, enquanto o lançador é
obrigado a concluir a transação de compra ou venda. É um mercado
inconstante em que você pode ficar rico ou quebrado em poucos dias.
Como qualquer empreendedor, eu tinha coragem, ousadia e entusiasmo.
Mas corri risco demais investindo e quebrei. Perdemos o carro e o
apartamento. Com o meu deslumbre em riqueza, fali.
Assumi o risco e colhi o fracasso; entendo que foi necessário me expor de
maneira tão arriscada. Susan Wojcicki, executiva e CEO do Youtube, disse
o seguinte: “A vida nem sempre apresenta a oportunidade perfeita no
momento perfeito. Oportunidades chegam quando menos se espera, ou não
estamos prontos para ela. Raramente oportunidades nos são apresentadas da
maneira perfeita, em caixinha bonita com um laço amarelo em cima [...]. As
boas oportunidades são complicadas, confusas e difíceis de reconhecer. São
arriscadas. Elas nos desafiam”.
 Sem apartamento e sem dinheiro para voltar para Cuiabá, seria o fim!
Kárita e eu nos apoiamos um no outro, e nosso casamento, em vez de
acabar, se fortaleceu. Tomamos para nós que seria temporário todo percalço
que estávamos atravessando. Acreditamos que venceríamos na vida, que
teríamos sucesso e que recuperaríamos todo o dinheiro perdido.
De volta a Cuiabá, peguei emprestado dinheiro de um amigo, e
recomeçamos a vida. Eu era o homem da casa, o provedor do lar. Não
poderia fracassar novamente, a minha família dependia de mim, e eu estava
disposto a fazer de tudo para mantê-la. Passei dias longe da família, batalhei
dia e noite e, após dois anos da falência, recuperei de forma saudável o
financeiro da nossa casa e meu nome.
Se você se aplicar em conquistar a vida que deseja, os resultados virão.
Sun Tzu, em “Arte da guerra”, escreveu: “O general que vence uma batalha
faz muitos cálculos mentais antes de travar o combate”.
Travei uma luta incansável comigo mesmo para sair daquele terreno
arenoso em que eu, como o general da minha casa, me encontrava. Kárita
foi minha auxiliadora, me dando forças, incentivando e cuidando da nossa
família.

ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA

Quando pensamos que estávamos vencendo a luta, entramos num novo
campo de batalhas: fui demitido. A partir desse dia, jurei que seria dono do
meu negócio. Só não sabia qual seria o negócio.
Naquele momento, notamos que seria preciso lutar para conquistar o
território e vencer. A guerra começa quando o empreender materializa a
semente de uma ideia.
Após algumas pesquisas de mercado, em 2013, entramos para a maior
empresa de vendas diretas do mundo, a Amway. Acreditamos na empresa e
nos apaixonamos por ela. Mapeamos todo o campo de batalha e nos
certificamos de entender a magnitude da luta que estávamos prestes a
travar.
No calor de 47 graus de Cuiabá, saímos de comércio em comércio
oferecendo os produtos. Tratava-se de um trabalho que muitas pessoas
tinham vergonha de fazer, mas que nós nos enchemos de coragem e fomos.
 Acreditamos que, quando um casal vai à luta junto, fica mais forte. Um
casal que empreende no mesmo negócio avança no sucesso, na vida afetiva
e profissional. Ao empreender juntos, é muito mais fácil chegar a algum
lugar a dois.
Para nós, os problemas nos unem e não nos separam. Isso não significa
dizer que, quando atravessamos maus bocados, a gente não se desestabilize,
que não tenha vontade de sair correndo e de jogar tudo para o alto. Mas, por
outro lado, temos, nesses momentos, a capacidade de contornar as
adversidades da vida.
Sabe o que faz os casais altamente resilientes?

SÃO COMPROMETIDOS em ENCONTRAR

SOLUÇÕES
Eles não estão focados na vitimização nem em ignorar os problemas, mas
em os solucionar. Porém, isso tudo tem que ser feito pelos dois. Não existe
o “seu problema” nem o “meu problema”. Os problemas são “nossos”;

TÊM ATITUDES POSITIVAS

Eles sabem que tudo passa. Precisamos viver na esperança de um futuro
melhor e trabalhar hoje para conseguir esse promissor amanhã;

BUSCAM APOIO
Casais resilientes sabem que, às vezes, não conseguem ir adiante
sozinhos. Eles têm humildade suficiente para buscar ajuda profissional
quando necessitam.
Desde o início da nossa caminhada como empreendedores, mostramo-nos
como uma dupla que trabalharia junta. Como vendedor, eu já tinha
experiência em comércio e estava habituado com a rotina de vendas, mas
Kárita se tornou uma ótima vendedora, chegando a ultrapassar-me no
número de produtos vendidos.
Acreditamos que não há um segredo exato para se ter um negócio sólido e
de grandes resultados, mas é preciso saber influenciar pessoas e ser
exemplo para aqueles que estão ao seu redor, traçando metas e objetivos.
Fazer com que o máximo de pessoas acredite no seu trabalho é essencial.
Quanto mais você consegue influenciar pessoas, mais sólido será o seu
negócio. Essa é a melhor maneira de alcançar resultados.
Apesar de sabermos muito bem onde queríamos chegar, a caminhada até
esses sonhos não foi nada fácil. Os obstáculos foram muitos, mas nos
mantemos com o pé no chão e a cabeça no futuro.
Hoje, somos líderes duplos diamantes na Amway no Brasil e nos
tornamos grandes exemplos para nossas filhas, a Jully – que já é safira na
Amway – e Jullya da Mata, nossa caçula. Também nos tornamos influência
para os jovens empreendedores.
O crescimento não está ligado apenas a uma realização pessoal, mas
também a uma realização de todos à sua volta. Crescer significa ajudar o
máximo de pessoas a realizar os seus sonhos, assim como nós conseguimos
realizar o nosso.
Para aqueles que estão começando agora um negócio, nosso conselho é:
ouça os líderes de sucesso. Olhe para trás e veja como vivem as pessoas nas
quais eles se espelham. Acredite nos amigos e nas pessoas que estão ao seu
redor, trabalhando junto de você. Seja alegre e extrovertido em todos os
momentos! Não tenha medo de vender o produto nem de fazer o negócio da
empresa.
Depois de trilhar um longo caminho, o que percebemos é que, mesmo
quando tudo parece dar errado, temos que acreditar em nós mesmos.
Quando os ventos parecem nos derrubar, o importante é não pararmos de
agir, porque a ação nos confere força e dá movimento à vida.
Notamos muitas pessoas paradas no tempo, lamentando o que não deu
certo, encontrando maneiras de se vitimizar. Enquanto estão reclamando da
vida, milhares de portas estão se fechando diante delas, porque não
conseguem enxergar além de si mesmas.
Cada pessoa é responsável pelo seu futuro. Esforce-se e comece a criar a
sua história.
Mesmo que a dificuldade batesse à nossa porta, não desistiríamos dos
nossos sonhos. Nossas forças internas eram e são nosso combustível para
seguir adiante. Temos o amor um do outro e nada nem ninguém nos parará.
PARTINDO PARA A AÇÃO
Você acredita que honra a sua trajetória? Escreva os principais pontos de
sua vida até aqui e perceba como pode usá-los a seu favor. Destaque os
aspectos positivos sem menosprezar a dor. Traga pontos como quando usou
a sua coragem para superar os desafios.
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CAPÍTULO 12

Kerlin Schmitz e
Marcos Costacurta

Kerlin, empresária, cofundadora da Divina Terra, DentKids e Divine Care

Laser, nutricionista e esteta cosmetóloga. Mãe do Murilo.
@kerlin.schmitz
Marcos, multiempresário, cofundador da Divina Terra, Alpacas Foods,
Divina Terra Pharmacy e Grupo Puro. Pai do Arthur e do Murilo.
@marcoscostacurta
 PENSANDO E AGINDO COMO
EMPREENDEDORES
Sempre ouvimos que somos inspiração para muitos que nos cercam, até
mesmo pessoas que não conhecemos. Ficamos felizes quando alguém
manda mensagem nas redes sociais falando que se inspira na nossa
trajetória. O convite da editora nos trouxe felicidade por poder compartilhar
nossa trajetória e ajudar casais para que sigam fortes e unidos em seus
negócios e relacionamentos. Vamos dividir com vocês nossos desafios e
conquistas usando treze estratégias de Sun Tzu, um estrategista de guerra e
filósofo chinês, que deixou um tratado militar escrito durante o século IV a.
C. chamado A arte da guerra. As experiências aqui relatadas são de um
casal que começou morando numa quitinete alugada e que, após doze anos
de trabalho incansável, tem orgulho de ter construído uma grande empresa,
além de ser sócio em outras nove empresas. Temos certeza de que você se
identificará com nossa trajetória, e que esta possa ajudá-lo em alguma
situação de sua vida.
Eu, Marcos, nasci em Guaraciaba, Santa Catarina, e Kerlin em Sete
Quedas, Mato Grosso do Sul. Tivemos uma infância parecida. Somos de
famílias simples, porém, com valores cristãos e muito trabalhadoras. Nunca
tivemos luxo ou eletrônico para brincar, mas também nunca faltou comida
na mesa. Conhecemo-nos em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, eu com
33 anos, divorciado e pai do Arthur. Na época, estava recentemente
começando a empreender com uma empresa que embalava produtos
naturais, a qual não estava indo bem, com desafios comuns de todo
empreendedor iniciante. Kerlin, com 21 anos, estava perto de se formar em
Estética e Cosmética. Com bolsa de estudos, se dedicava muito ao estudo.
Eu estava quase falido com a empresa que abri com um sócio. A Natuvitta
embalava produtos naturais para venda em supermercados. Até então, havia
trabalhado no setor de alimentos desde os 17 anos. Comecei como
empacotador em supermercados, depois, atuei em multinacionais, como
Parmalat e Nestlé, algumas distribuidoras de alimentos. Tinha muita
facilidade na parte comercial, e, apesar de ser a mais importante para
qualquer negócio, não é a única. A produção, a logística, o administrativo, a
sociedade… tudo era muito novo para mim. Quanto mais a empresa crescia,
menos sobrava. Sem capital de giro para acompanhar o crescimento, já
acumulava dívidas.
Kerlin e eu fomos morar juntos numa quitinete de vinte metros quadrados
– não tínhamos nem geladeira e com dívidas na Natuvitta. Certo dia, um
amigo ofereceu um ponto comercial em São Leopoldo; não tínhamos valor
para o investimento nem verba para montar a loja. Entretanto, enxergamos
ali uma oportunidade para fazer nosso negócio evoluir. Negociamos o ponto
de forma parcelada e Kerlin e eu pintamos as paredes. Compramos um
balcão para o caixa numa loja de móveis usados e tábuas brutas numa
madeireira, as quais revestimos com plástico de forração. Um primo fez
uma espécie de tulha em madeira para colocarmos os alimentos.
ARTE DA GUERRA 1: Não espere a perfeição para dar o primeiro
passo. Pode ser tarde demais. Apenas comece.
Não esperamos o momento certo de começar ou o momento em que
estivesse tudo perfeito. Sabíamos que o primeiro passo deveria ser dado.
Enxergamos uma demanda reprimida, e aquela era a oportunidade de
superar as dificuldades. Tudo que tínhamos era uma vontade imensa de
crescer, humildade para aprender, mente aberta e visão crítica sobre nós e o
mercado à nossa volta, além de todo aprendizado de erros e acertos
proveniente da primeira experiência com empreendedorismo.
Alguns empreendedores são contidos pelo medo de que sua ideia de
negócio ainda não esteja formada. Entenda de uma vez: na maioria das
vezes, nunca estará perfeito. Então, comece.

DO SONHO À EXECUÇÃO
Mesmo com todas as dificuldades, não desistimos de ter um começo
muito forte. Já iniciamos com duas funcionárias, além de nós dois.
Confeccionamos panfletos e entregamo-los pessoalmente nos bairros
vizinhos à loja.
ARTE DA GUERRA 2: O início tem que ter sacrifícios. Montar um
negócio e querer ter horário de funcionamento é certeza de fracasso.
Nosso atendimento era de excelência, e a preocupação com o cliente era
tanta que nos questionávamos se acontecera algo de errado quando algum
cliente assíduo estava demorando a voltar. Em pouco tempo, já
conhecíamos o cliente pelo nome e criávamos laços de amizade com ele.
ARTE DA GUERRA 3: Atenda seu cliente de maneira que ele se
encante, que ele vire seu fã. O sorriso é bom, mas tem que ir além disso e
mostrar o quanto você se importa com ele.
Anotávamos toda a demanda de produtos novos e ligávamos para os
clientes quando chegavam novidades. Como não tínhamos muita variedade,
fomos aumentando o mix conforme a sugestão dos clientes.
Cada empreendedor precisa saber quem vai comprar de si, o que as
pessoas querem, por que querem e quanto querem pagar. Conhecendo as
expectativas do cliente, torna-se possível superá-las. É assim que o
consumidor terá motivos suficientes para comprar de você e não de seus
concorrentes.
ARTE DA GUERRA 4: Ouça seu cliente, é ele quem vai lhe trazer a
demanda. Nem sempre o que você gosta ou acha que vai dar certo terá
resultados. O cliente sempre será seu guia, desde que você realmente dê
ouvidos a ele.
Em menos de um ano de empresa, paramos de focar na nossa principal
concorrente e começamos a trabalhar com mais intensidade para ser o
melhor do estado. A concorrência encoraja a inovação, impede que
monopólios regulem o mercado. A concorrência mantém o empreendedor
honesto, ágil e em alerta.
ARTE DA GUERRA 5: A concorrência é ótima para nosso crescimento.
Ela nos faz atingir a excelência, desde que não existam deslealdade e
difamação. Apenas aprenda com ela o que é feito de bom e de diferente, a
fim de melhorar seu negócio, não para ser igual, e, sim, para ser melhor.
A Kerlin tinha concluído a faculdade de Estética e Cosmética e se
encantou com o mundo da alimentação saudável. Ainda no primeiro ano de
loja, começou a cursar Nutrição para aprender mais, estudando duas
disciplinas somente, devido ao nosso orçamento apertado. Começávamos
cedo. Nosso almoço muitas vezes era feito em partes devido ao movimento
da loja; tal almoço era feito no depósito em frente ao monitor das câmeras.
Quando chegavam mais clientes, parávamos a refeição no mesmo instante
para atendê-los. Kerlin saía para a faculdade pouco antes de fechar a loja, e
eu ficava fazendo as reposições do granel durante a noite até o momento de
buscá-la na faculdade. Por muitos anos, essa foi nossa árdua rotina.
 Estudávamos muito o mercado, visitávamos lojas em outros estados,
participávamos de feiras do setor, pesquisávamos sites americanos etc.
Estávamos sedentos por informação e sempre buscamos trazer produtos
importados e inovadores.
ARTE DA GUERRA 6: Independentemente de qual seja o seu
segmento, especialize-se, busque conhecimento e esteja o tempo todo bem-
informado sobre o mercado para sair à frente dos seus concorrentes.
AMPLIE-SE
Como relatamos, nossa empresa não surgiu complemente formada –
nenhuma empresa surge. Toda iniciativa de sucesso deve, por definição,
passar por um período de crescimento.
Com o aumento da variedade de produtos, o espaço estava pequeno.
Completando o primeiro ano do negócio, compramos o ponto ao lado.
Quebramos a parede e dobramos o tamanho da loja.
No segundo ano, já morando num apartamento maior (com geladeira) e
sem dívidas, o faturamento da loja já possibilitava à Kerlin fazer mais
disciplinas na faculdade. Começamos a ter mais lucro e nos sobrava algum
dinheiro.
ARTE DA GUERRA 7: Empresa rica, dono pobre. Sua empresa só vai
crescer se houver investimento. É um erro zerar o caixa da empresa para
usar o lucro com despesas pessoais. Logo, a empresa vai perder o fôlego e
parar de crescer. Empresas não ficam estagnadas – ou estão crescendo ou
estão morrendo.
Já com a loja maior e repleta de produtos diferenciados, começamos a ter
um marketing muito abrangente. Usávamos ferramentas como Instagram,
Facebook, Google, folders e até anúncio nas principais rádios da região.
Com isso, a loja começou a ficar conhecida e atraía muitos clientes. Vinham
pessoas de cidades vizinhas para comprar os produtos.
ARTE DA GUERRA 8: Marketing é indispensável para qualquer
negócio, desde o começo, mas tenha certeza de que não decepcionará seu
cliente. Caso contrário, será como um balde furado: de um lado, atraindo
clientes novos, e, de outro, não conseguindo os reter por não entregar o que
promete.

NEGOCIAR É UMA ARTE

 Sérgio Costa (atual sócio) estava buscando uma franquia no setor.
Conheceu a Divina Terra por indicação de uma nutricionista. Virou cliente e
se encantou com a variedade de produtos, principalmente, com itens que ele
só encontrava fora do país. Depois de um tempo, ele mandou mensagem
perguntando se não queríamos franquear a marca. Na época, nem
cogitávamos ter franquias, até por desconhecimento do modelo de negócio.
Não querendo perder uma possível oportunidade, falamos que pensaríamos
no caso.
Conversando com nossos clientes, notamos a necessidade de uma loja em
Novo Hamburgo/RS. Ligamos para o Sérgio e abrimos o jogo: não
estávamos preparados para uma franquia, contudo, tínhamos uma clientela
na cidade vizinha. Oferecemos-lhe sociedade na nova loja. Ele rapidamente
aceitou – nem contrato tínhamos quando montamos a loja.
Com a nossa visão de mercado e com a parceria do Sérgio, a loja de Novo
Hamburgo ficou perfeita. Uma loja com 120 m² e produtos diferenciados,
arquitetura impecável e nova identidade visual. Foi um sucesso!
Observamos em Sérgio uma pessoa com valores e propósitos alinhados
com os nossos. Por isso, convidamos ele para se unir a nós em uma nova
sociedade. A oportunidade chega quando menos esperamos. Então,
agarramo-la e trabalhamos para que funcionasse para nosso negócio.
ARTE DA GUERRA 9: Saiba aproveitar as oportunidades. Às vezes, as
deixamos passar por achar que não estamos prontos. Segure a oportunidade,
corra e se prepare para ela.
Já em 2016, com duas lojas lindíssimas, apareceram outros “Sérgios”
querendo abrir franquias. Muitos falavam que andavam pelo Brasil inteiro e
nunca tinham visto nada igual e que nosso modelo de negócio se assimilava
com grandes lojistas americanos do segmento de alimentação saudável.
Dessa forma, nossos negócios foram crescendo e prosperando.
ARTE DA GUERRA 10: Em cada projeto novo deve existir dedicação.
Hoje, entendemos que não há negócio bom ou ruim. Em todos os
segmentos têm empresas se destacando. O que faz a diferença é o quanto o
empreendedor se entrega ao negócio.
Hoje nossa rede tem mais de 70 lojas em 17 estados do Brasil. A maioria
dos franqueados veio organicamente. Tivemos a assertividade de ter como
embaixatriz da marca a influenciadora Bella Falconi. Muitos franqueados
chegaram até a marca devido a sua divulgação. Até hoje, ela e seu marido,
Maguila, são parceiros da marca. A sinergia foi perfeita, pois a Bella é
nutricionista, transmite autoridade e representa muito bem a marca pela
identificação com o nosso propósito.
Nossos franqueados e nossa equipe têm paixão genuína pela Divina Terra.
Isso significa podermos fazer a diferença, não apenas em nossa vida, mas
na vida de outras pessoas.
MUITO ALÉM DO PRODUTO
Acreditamos que um negócio será tão impactante e próspero conforme as
pessoas nele forem alinhadas com valores compartilhados em uma cultura
forte. E encontramos isto no Divina Terra: pessoas comprometidas com a
empresa.
Sempre tivemos em nosso DNA a cultura de resolver os problemas com a
maior brevidade e praticidade. Com o tempo, aprendemos que sem ter a
clareza do que a gente espera da equipe, sem treinamento, sem metas e sem
acompanhamento nada evolui. Em cada inauguração de loja gostamos de
estar presentes e deixar a mensagem de que a Divina Terra não é a estrutura
da loja, mas, sim, as pessoas que fazem parte dela. Para os gestores que
estão conosco, lhes damos autonomia para trabalharem, incentivamos os
colaboradores a pensarem fora da caixa e inovarem, muitas vezes, fazendo
as mesmas coisas de forma diferente, com foco nos resultados.
ARTE DA GUERRA 11: Seja exemplo para sua equipe. Se você reclama
de tudo, sua equipe fará o mesmo. Se você mente, sua equipe vai aprender a
mentir. A equipe é o reflexo do líder. Seja positivo, não fuja dos problemas.
Não culpe outras pessoas pelos seus erros e seja a inspiração. Crie uma
cultura de desenvolver líderes e incentive a equipe a resolver problemas
para ter espírito de donos dentro da empresa.
Mesmo com todo know-how em negócios, sabemos que, por melhor que
seja o produto ou serviço, é preciso muito empenho. Nenhum novo negócio
anda sozinho. Por mais que você crie um modelo de negócio incrível, é
imprescindível um ótimo gestor à frente e muita dedicação para que o
projeto dê certo. O verdadeiro empreendedor é um realizador, não um
sonhador.
ARTE DA GUERRA 12: Atualize-se sempre. Foque em network, ativo
mais valioso do que o dinheiro. Tenha sócios com os mesmos objetivos.
Jamais comece outro negócio sem que o atual tenha dado certo, erro muito
comum. Seja organizado com agenda para não deixar de focar nas
prioridades e somente atender emergências.

SEMPRE EM CRESCIMENTO
Para a maioria das pessoas, quando se fala no casal acordar e trabalhar
junto todos os dias, logo vem o pensamento de que não tem como dar certo.
Nós estamos fazendo isso há doze anos, e, no nosso caso, isso foi um fator
que ajudou nos negócios.
Não existe a pessoa que está bem todos os dias. Todos temos dias ruins.
Ter alguém ao seu lado que o erga é fundamental para a jornada. Hoje, um
simples suspiro faz com que o outro já pergunte se está tudo bem, com a
certeza de que aquele suspiro não foi à toa. Saber o perfil e personalidade
do seu parceiro também é importante no momento de dividir as funções no
trabalho. Ajuda a evitar conflitos entre o casal e aumenta a produtividade e
satisfação no âmbito profissional.
Quando nos casamos, fizemos um trato de que jamais trincaríamos nosso
vaso. Nunca ameaçamos terminar o casamento. Aprendemos que, na
relação, ambos têm que ceder em algum momento para um casamento mais
equilibrado. E o mais importante: é preciso ter objetivos e propósitos de
vida alinhados para um relacionamento forte.
Hoje, temos o Murilo de quatro anos e dividimos nossa rotina entre cuidar
do filho, da casa e trabalho com muitas reuniões diárias e planejamento.
Gostamos de coisas em comum, e nossos passeios nos finais de semana são
sempre incríveis, pois gostamos de praia, de mato, cidade pequena ou
grande, prédios históricos ou modernos, estrada de chão e asfalto e por aí
vai. Isso nos ajuda muito a quebrar nosso ritmo. Nossa meta é viajar para
dois países diferentes todos os anos.
Quando entenderem que tudo que for feito por ambos os parceiros os
levará a conseguir o melhor resultado possível, irão somar forças numa
mesma direção. Ou seja, é preciso ter em mente que o relacionamento é
uma soma dos esforços de cada um e não uma disputa de poder entre os
parceiros. É importante que ambos estejam trabalhando juntos a favor de
tornar a relação extraordinária.
ARTE DA GUERRA 13: Saiba separar o trabalho da vida pessoal e
familiar. Tenha um momento na agenda somente para o casal. Tenha
conversas sinceras e não deixe que os mal-entendidos virem um problemão.
Tenham objetivos em comum e concretizem seus sonhos. Quando um dos
dois não estiver em um dia bom, esteja ao seu lado em vez de criticá-lo.
Tenha a meta de fazer o outro feliz.
As treze estratégias que citamos consideramos importantes estarem
presentes na vida de todos, muitos deles, Kerlin e eu aprendemos com a
vida.
Não existe uma receita de bolo para o sucesso nos negócios nem para o
relacionamento a dois, mas existe a dedicação diária, a soma de pequenos
esforços todos os dias e ser consistente e coerente em tudo que se faz. Fé
em Deus, respeito mútuo, simplicidade e propósitos definidos são muito
importantes para a construção desses pilares. O dinheiro tem que ser uma
consequência e não a meta. O sucesso verdadeiro deve ser medido pelo
tamanho da sua felicidade. Nosso desejo é fazer a diferença na vida de
milhares de pessoas.
Agradecemos por ter chegado até aqui. Desejamos todo sucesso a você e
aos seus negócios!
PARTINDO PARA A AÇÃO
Escreva abaixo treze atitudes que podem mudar seu negócio.

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CAPÍTULO 13

Letícia Fedrizzi e
Gefferson Pompeu

A Letícia é razão, força, determinação e ação. Atua no ramo imobiliário há

quinze anos. É formada em Administração e tem cursos de especializações
na área imobiliária e de desenvolvimento pessoal. É corretora de imóveis e
Team Leader no Grupo RE/MAX CASA SUL, onde sua equipe tem
reconhecimento no ranking nacional da franquia.
O Gefferson é emoção, relacionamento, compromisso e planejamento.
Atua na área comercial há quinze anos e, exclusivamente, no ramo
imobiliário há sete anos. Tem formação na área imobiliária, na área de
gestão e planejamento e é broker e sócio proprietário do Grupo RE/MAX
CASA SUL.
@casalcorretorimobiliario
 QUEBRE AS REGRAS
Somos um casal desde 2005, nos conhecemos em uma cidade do interior
do Rio Grande do Sul, nos mudamos para Porto Alegre e tínhamos o desejo
de empreender juntos no mercado imobiliário. Foi em 2016, que
entendemos que era o momento para isso acontecer.
E essa jornada queremos compartilhar com você, por meio deste capítulo.
O que levou um casal a abandonar a estabilidade dos empregos, se tornar
empreendedor do ramo imobiliário e se destacar como TOP 3 do Brasil em
vendas no ano de 2021 e TOP 4 do Brasil em vendas no ano de 2022?
Contaremos como viramos protagonistas das nossas carreiras e como
tivemos coragem para dar o primeiro passo. Vamos juntos?
Sou Letícia, nasci em Mato Grosso, tive uma infância livre de
dificuldades financeiras, mas com dores de perder meu pai ainda criança e
ter que recomeçar a vida em outra cidade. O Gefferson teve e tem uma mãe
amorosa e exemplar que se esforçou para cuidar dos filhos sozinha.
Passamos por muitas situações tristes em nossas vidas, contudo, nunca nos
vitimizamos ou pensamos em desistir. Decidimos agir na vida, prosperar e
ter sucesso. E, se nós conseguimos, você também consegue. Tenha atitude,
trace a sua rota e persista nela.
Acreditamos que o conhecimento é fundamental para o aprimoramento e
sucesso profissionais. E é por isso que, desde 2016, decidimos mudar a
nossa vida completamente, empreendendo juntos e, consequentemente, nos
tornamos o casal “corretor imobiliário”.
Sabe por que decidimos deixar de ser CLT e nos tornar corretores? Porque
esse é o nosso propósito de vida. Identificamo-nos com o mercado
imobiliário, gostamos de trabalhar com pessoas e usamos os desafios para
nos superar e ser cada vez mais o casal corretor que exerce com excelência
a profissão. Focamos na necessidade dos nossos clientes, principalmente,
em sua satisfação, alinhando as suas expectativas, porque o momento da
venda de um imóvel ou da compra de um imóvel nem sempre será o
momento mais feliz na vida do nosso cliente, então, precisamos fazer com
que essa jornada seja a melhor possível.
 O início de nossa jornada como corretores não foi fácil, pois tivemos que
reconhecer e combater as nossas limitações e enfrentar diversas situações: a
falta de conhecimento na área, a falta de preparo e o medo de receber um
não como resposta do nosso cliente. Eu iniciei na área em 2008 e enfrentei
diversas barreiras no começo da profissão, e, em 2016, quando já
gerenciava uma equipe de vendas e com estabilidade financeira,
entendemos que era o momento de o Gefferson ingressar na profissão.
Entendemos que, sem ações concretas, o resultado almejado não passaria
de um sonho. Após identificar as nossas fraquezas e forças e trabalhar em
cima delas para eliminar o que nos prejudicava e potencializar o que nos
ajudava é que começamos a ter sucesso na profissão. Percebemos que,
apesar da nossa pouca experiência no começo, tínhamos, verdadeiramente,
uma vontade de aprender e crescer profissionalmente. E isso nos deu forças
para continuarmos firmes no mercado, a fim de que pudéssemos enfrentar
as dificuldades que surgiram e surgem durante o nosso percurso.
Somos curiosos e gostamos de aprender. Fomos estudar mais, com o
intuito de conhecer a empresa onde trabalhávamos, os produtos que oferecia
e o nosso mercado. Começamos a pesquisar e a aprender novas técnicas de
atendimento. Mapeamos em nossa agenda os clientes de compra e venda.
Fizemos uma revisão do nosso histórico de atendimento, buscando
encontrar falhas de abordagem que poderiam ser contornadas. Estávamos
diferentes, mais qualificados, entusiasmados e acreditando verdadeiramente
na possibilidade de conseguir avançar com as vendas.
Assim, nessa jornada, entendemos que as mudanças, apesar de necessárias
e vitais, na maioria das vezes, são dolorosas. Elas nos incomodam, pois nos
fazem sair da zona de conforto, mas é isso que nos faz evoluir
profissionalmente.
Com o passar dos dias, fomos aprendendo que ser um corretor de imóveis
é estar em processo permanente de aprendizado, pois é uma profissão que
se consolida no dia a dia, a cada atendimento realizado, a cada venda
fechada e a cada desafio a ser vencido. Com essa compreensão,
buscávamos, nos livros, um aprendizado novo, mas procurávamos,
principalmente, conversar com pessoas mais experientes, tentando extrair
delas algum conhecimento ou prática que poderíamos incorporar ao nosso
dia a dia.
 Passamos a absorver novos conhecimentos. Começamos a expandir nossa
rede de contatos, buscando nos relacionar com todo o mundo do mercado
imobiliário. Com muita humildade, pedíamos ajuda e estávamos atentos a
tudo. Até hoje entendemos que é importante compartilhar conhecimento.
Nesse processo, aprendemos, crescemos e evoluímos como corretores de
imóveis. Experimentamos momentos de êxito e de incontáveis fracassos,
mas tudo que vivemos foi vital para que a transformação acontecesse em
nossas vidas.
No começo, ficamos vários meses sem vender, mas também já ficamos
várias vezes entre os corretores campeões de vendas; conquistamos
prestígio e reconhecimento. Temos convicção de que o mercado imobiliário
constrói, de fato, uma carreira de sucesso. E nossa chance de se destacar no
mercado foi se consolidando. Entendemos que o sucesso requer constância.
E foi vivendo tudo isso que descobrimos o verdadeiro segredo por trás do
corretor de sucesso: atitude. A diferença entre quem sonha e quem tem
objetivo está na consciência de suas atitudes de mudanças capaz de
diferenciar você, vendedor.
Em 2019, aceitamos o convite para nos unir ao Marcelo Bandeira e
embarcar no seu projeto de abrir uma franquia RE/MAX, uma empresa
americana líder, considerada a maior rede de franquias imobiliárias em
números de transações no mundo.
Desde então, não paramos mais de crescer, somos referência como
corretores, e a nossa franquia é destaque nacional em premiações.
Nossa experiência no mercado imobiliário soma 22 anos de atuação.

NEGÓCIOS E RELACIONAMENTO
Temos convicção de que o relacionamento amoroso é um ambiente em
que, imprescindivelmente, o ser humano terá que se desenvolver para
avançar. Inúmeros são os desafios para se viver a dois. Mas são justamente
esses desafios que entregam às pessoas a maior oportunidade de lapidação e
crescimento. E nesse processo encontram-se as experiências mais incríveis
que podemos ter.
Conciliar a vida afetiva e profissional exige equilíbrio e disciplina para
separarmos os papéis atribuídos a cada um. Em contrapartida, a
oportunidade é ideal para fortalecermos a parceria e unirmos forças para
conquistar novos objetivos.
Somos pessoas diferentes, mas que lutam para alcançar os mesmos
sonhos. Nossa vida profissional e afetiva sempre foram pautadas no respeito
– somos parceiros em tudo.
Como profissionais, temos que nos aprimorar, estudar e estar em
constante evolução para que possamos nos manter entre os melhores, uma
tarefa desafiadora em um mercado bastante competitivo.
Nós fazemos avaliações do nosso trabalho e somos abertos a críticas. Eu
tenho uma resistência em receber críticas, mas sempre ouço e avalio os
feedbacks recebidos. O Gefferson se destaca pela boa comunicação e é
responsável pelo planejamento, metas e decisões do trabalho em conjunto.
Estamos à frente das decisões importantes do nosso lar.
Juntos, pensamos no melhor para o casal e não no melhor para um ou para
o outro. Temos um nível de comprometimento muito alto com o nosso
negócio.
No dia a dia, temos as funções bem definidas. Eu atuo diretamente com os
corretores no atendimento aos clientes, com visitas e negociações, e
supervisiono o andamento dos processos, e o Gefferson atua no
planejamento, gestão, supervisão das agências e operacional do negócio.
Nosso maior desafio é separar o trabalho da vida pessoal. Estamos
trabalhando para que haja equilíbrio entre negócios e vida pessoal, tentando
fazer com que as coisas não se misturem. Queremos estar cem por cento
com nossa família. Colocar isso em prática, às vezes, não é tão fácil, e é um
desafio para nós nos desligar do trabalho, mas é essencial.
Quando empreendemos com alguém que respeitamos e confiamos,
fica muito mais fácil construirmos um futuro em conjunto, ou seja, os
objetivos em comum são os mesmos.
Apesar de tudo, é importante não nos esquecer: não há casamento nem
sociedade cem por cento perfeitos. É por esse motivo que a tolerância e o
respeito não podem faltar nunca. Do contrário, ambas as relações podem
ficar abaladas. A cumplicidade, lealdade e a confiança são pontos fortes
dentro da nossa relação.
Escrever este capítulo nos deu oportunidade de fazer uma retrospectiva da
nossa jornada e compreender que não há caminho pronto. É necessário
coragem, determinação, pensar fora da caixa e quebrar as regras para
conseguirmos criar esse caminho que definiu nossa carreira.
Se você tem uma causa nobre, vá em frente, faça a diferença na vida das
pessoas, cumpra a sua missão e faça dar certo. Não pense que há uma
receita completa de como fazer dar certo, tenha coragem para enfrentar os
seus medos.
Assim, queremos finalizar a nossa mensagem dizendo que, agora, é a sua
vez de colocar seus planos em prática. Tenha atitude e evolua todos os dias.
Entenda que a caminhada é tão importante como o resultado que você irá
alcançar.
Sucesso em sua jornada!
PARTINDO PARA A AÇÃO
Você tem o sonho de empreender com seu cônjuge? O que o(a) impede de
colocar isso em prática?
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Cite três ações que farão você chegar mais perto do seu objetivo.

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CAPÍTULO 14

Márcia Garcia
e Joacir Borges
Marcia Garcia é uma empreendedora do mercado imobiliário em São
Paulo, capital, formada em Educação Física e se destacou por sua
habilidade em fechar negócios e atender às demandas dos clientes
vendedores. Formada em Life Coach pela SLAC, ajuda as pessoas a
atingirem seus objetivos pessoais e profissionais. Casada com Joacir
Borges, tem dois filhos, Thiago e Ana Giullia.
@marciagarcia.realest
Joacir Borges é um ex-atleta de futsal. Após finalizar sua carreira como
jogador, buscou alternativas no mercado corporativo e acabou se associando
a uma rede de academias. Atualmente, é sócio no Grupo Imobi e na The
RE/MAX Collection Imobi, que é a primeira agência Collection da América
Latina da RE/MAX. Como empreendedor, ele tem utilizado sua experiência
no esporte para liderar equipes de sucesso e motivar sua equipe a alcançar
seus objetivos para ser bem-sucedido no mercado imobiliário.
@joacirborgesremaxcollection
 PARCEIROS NA VIDA E NOS
NEGÓCIOS
Frio na barriga, borboletas no estômago, as mãos chegam a suar... esses
são alguns daqueles sintomas que a maioria das pessoas sente no primeiro
encontro com alguém especial. Os casais começam a se conhecer melhor,
identificam pontos em comum, lugares que sonham conhecer, hobbies,
comidas e músicas favoritas.
Após algum tempo, percebem que existem afinidades muito fortes, e, em
muitos casos, uma delas é empreender. Então, decidem que abrir um
negócio juntos será o próximo passo nessa jornada de parceria e
cumplicidade.
Aquela ideia inicial se transforma em empolgação, noites em claro
pensando em como fazer dar certo, e uma dúvida se destaca: será que
envolver negócios e relacionamento amoroso é uma boa ideia?
Para responder à essa pergunta, contaremos um pouco sobre nossa
trajetória, traremos algumas dicas que podem ajudá-los a encontrar um
equilíbrio entre vida pessoal e profissional para que a parceria nos negócios
e no relacionamento seja ideal para as duas partes. As dicas valem para
você que está pensando em abrir ou já possui um negócio!
Conhecemo-nos em uma rede academia em São Paulo, no ano de 2003.
Joacir era Supervisor das cinco unidades da rede, e eu coordenadora da área
de fitness. Éramos colegas de trabalho, porém, em pouco tempo, nasceu
algo a mais entre nós. O amor! Pedi demissão e fui dar minhas aulas como
personal, e Joacir permaneceu na academia.
Após três anos estávamos casados, e, logo, vieram nossos filhos, Thiago,
que nasceu com desconforto respiratório, e depois nossa Ana Giullia. Os
dias eram difíceis, eu precisava ficar em casa cuidando da nossa família,
enquanto Joacir trabalhava. Ao escrever este capítulo, recordamos quantas
vezes Joacir ficou sem almoçar, com muitos plantões sem nenhuma
realização. Nossa vida financeira era contar moedas para comprar o pão.
Claro que nossas famílias nos deram suporte, no entanto, como casal,
precisávamos nos desvincular deles e buscar nosso crescimento financeiro.
 Hoje, quem nos conhece não imagina por quanto “perrengue” já
passamos. Para quem nos observa no dia a dia pode parecer que tudo caiu
do céu, mas essa não é, nem de longe, a verdade. A verdade é que quem nos
trouxe onde estamos agora, além da determinação, da perseverança e da
vontade de mudar de vida, foi a coragem.
Coragem é o catalisador que transforma o desejo em realidade. Significa
permanecermos otimistas e inabaláveis nos momentos de maiores tentações
e medo. Segundo o livro A arte da guerra, de Sun Tzu, um exército pode ser
despojado de seu espírito, e seu general privado de sua coragem.
Como casal, acreditamos em nossa capacidade, nos enchemos de coragem
e partimos para a ação. Quando colocamos força em nossas ações,
conseguimos realizar aquilo em que acreditamos.
Vivemos momentos difíceis sim, porém, estávamos dispostos a olhar a
vida de outra forma. Eu, como mulher, tentava apoiar meu marido em suas
decisões. Claro que em algumas conversas saíam “faíscas de fogo”, no
entanto, as apagávamos imediatamente, pois brigar não resolvia aquelas
situações.
Eu tinha fé e acreditava que ficar ao lado do meu marido acalmaria
qualquer tempestade. Todos nós, seres divinos, com capacidades infinitas,
nascemos para a vida que queremos ter. E por que estamos dizendo isso?
Porque acreditamos que, assim como nós, você tem uma história e pode
superar qualquer desafio em seu caminho. Fácil não é, entretanto, ficar
reclamando, dizendo que está difícil, não resolve os problemas da vida.
Tenha certeza de que Deus conspira para fazer as coisas acontecerem
quando você se dispõe a trabalhar por elas.
Joacir encerrou seu ciclo nas academias, foi para o mercado imobiliário e,
em 2017, ele conheceu a RE/MAX, uma empresa líder em número de
franquias, integrando a maior rede imobiliária do mundo. Ele encantou-se
com o seu modelo de negócio e decidiu junto com seu outros dois sócios a
transformar a imobiliária que já tinha em RE/MAX IMOBI e, em seguida,
trouxeram para o Brasil a THE RE/MAX COLLECTION IMOBI. O
encantamento do Joacir era tão grande que conseguiu transmiti-lo para
mim, que, com entusiasmo, fui trabalhar com ele. Para cada tomada de
decisão na nossa vida profissional nós conversamos, apontamos os prós e
contras de cada passo a ser seguido e apoiamos um ao outro.
 Após cinco anos atuando no ramo imobiliário, decidi transformar a minha
realidade. Acreditei mais em mim, em meu potencial e, atualmente, sou
empreendedora do mercado imobiliário, dando meus primeiros passos como
palestrante e ajudando pessoas, que é o que amo fazer. Joacir está como
sócio franqueado e top producer do Grupo IMOBI, que conta com três
unidades, REMAX IMOBI, REMAX Amplo IMOBI e a The REMAX
COLLECTION IMOBI. Temos orgulho de trabalhar no mercado
imobiliário – foi por meio dele que conseguimos mudar nossa vida.
Acreditamos que relacionamentos amorosos e profissionais são
importantes para o crescimento humano. Embora viver com outra pessoa
possa ser difícil às vezes, é através desses desafios que aprendemos e nos
tornamos pessoas resilientes e melhores.
A seguir, queremos compartilhar com você, leitor, algumas dicas que nos
ajudaram nessa jornada como casal empreendedor e que podem ajudá-lo
também.

Comunicação aberta
É essencial que o casal mantenha uma comunicação aberta e honesta tanto
no trabalho quanto na vida pessoal. Conversem sobre o que está
funcionando bem e o que pode ser melhorado no negócio.

Respeite as diferenças
Cada pessoa tem sua maneira de lidar com situações e de trabalhar.
Respeite as diferenças do seu parceiro e busque uma forma de trabalhar
juntos que leve em consideração as habilidades e pontos fortes de cada um.

Separe trabalho e vida pessoal

É importante estabelecer limites claros entre o trabalho e a vida pessoal.
Não deixe que o trabalho domine todo o tempo do casal e separe momentos
para atividades pessoais e de lazer.

Celebre conquistas
Lembre-se de comemorar as conquistas do negócio juntos e valorizar o
trabalho do outro. Celebre as vitórias e aprenda com as derrotas.
Respeite a individualidade e o estilo do seu
parceiro
Cada pessoa possui as suas particularidades. Isso inclui personalidade,
prioridades, afinidades e preferências. É importante levar esse aspecto em
consideração na hora de delimitar as tarefas de cada parceiro no negócio
para que estas sejam escolhidas de acordo com o estilo de cada um.
Delimite as tarefas
“O que é combinado não sai caro.” Você já deve ter ouvido essa
expressão, não é mesmo? Pois é. Casais empreendedores devem dividir
suas tarefas claramente e ter o momento certo para conversar – a boa
comunicação entre as partes é essencial. Definir quem faz o que com
antecedência e planejamento ajuda a delimitar o espaço de cada um.
Com tarefas bem delimitadas, comunicação clara e trabalho em equipe,
vocês podem criar um negócio bem-sucedido como casal empreendedor.
Relacionamento x empresa
Quando a vida pessoal e a vida profissional se encontram, é normal que
tarefas e assuntos relacionados ao negócio invadam os momentos
domésticos do casal. Não deixe a rotina dos problemas atingir o
relacionamento, tente separar a casa do trabalho, além de garantir que cada
um tenha um tempo para si, longe do outro.
Ao chegar em casa, troquem de roupa, façam algo mais tranquilo, como
ver um filme, e conversem sobre outras coisas. É o tempo do casal. É
importante ter uma válvula de escape. Sobre as discussões acontecerem,
tentem resolvê-las na hora.
Planejem juntos
Antes de iniciar um negócio a dois, separem um tempo para construir o
planejamento, identificando se o empreendimento é financeiramente viável
ou não. Construam um plano de negócios, afinal, ele é uma ferramenta que
ajudará o casal a descrever a sua ideia de negócio, as metas e o caminho
para alcançá-las.
 Com um planejamento bem estruturado, o casal conhecerá a jornada do
cliente, estabelecerá as personas, conhecerá o mercado, compreenderá as
finanças e simulará resultados. Os benefícios de ser um casal parceiro na
vida e nos negócios é poder conhecer a pessoa com quem você divide as
responsabilidades em um empreendimento, ter alguém de confiança ao lado
nos momentos bons e nos difíceis e poder celebrar as conquistas com quem
você ama!
Que você seja capaz de perceber o quanto a vida a dois, num ambiente de
harmonia e felicidade, é uma das peças essenciais para a construção da
vida. Estamos longe de ser o modelo de casal empreendedor perfeito,
porém, hoje, ao olhar para trás, nos orgulhamos do que vemos e
acreditamos que nossos passos podem auxiliar empreendedores e pessoas
que almejam alcançar êxito em seu negócio.
Lembre-se que o caminho para realizar seus sonhos pode não ser linear.
Pode haver desvios, pausas e reviravoltas, mas o importante é continuar
avançando, mesmo que seja um passo de cada vez. Cada passo que você dá
aproxima você um pouco mais do que deseja alcançar. Portanto, mantenha-
se comprometido, persistente e focado em sua jornada para transformar seus
sonhos em realidade.
PARTINDO PARA A AÇÃO
Quais aspectos de sua vida precisam mudar e como você pode ser
protagonista dessas mudanças? O que tem feito para essas mudanças
acontecerem?
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CAPÍTULO 15

Milena Bezerra e
Luciano de Figueiredo Bezerra

Milena é graduada em Publicidade e Propaganda, Marketing e

Direito. É fotógrafa, palestrante e idealizadora do Casal Photo.
Luciano é graduado em Análise de Sistemas, pós-graduado em Gerência de
Marketing, é professor, fotógrafo, palestrante e sócio do Casal Photo.
@casal.photo
 TRANSFORMANDO CRISE EM
PROJETO DE VIDA

As emoções são passageiras, e as decisões são permanentes6. Muito mais

do que uma frase de impacto, ela faz todo sentido em nossa vida como
casal.
O processo de tomada de decisão é algo presente em diversas situações
durante o dia tanto na nossa vida pessoal quanto na profissional. Já as
emoções têm um papel bastante relevante na tomada de decisões. São elas
que permitem que as pessoas se tornem abertas a diferentes interpretações,
por exemplo, nas escolhas. É preciso ter em mente que a melhor solução
está em conseguir conciliar a razão e a emoção em busca de decisões mais
acertadas.
Partindo desse princípio, a nossa trajetória, como a de muitos casais, traz
um relato de desafios e superações, mas sempre com muita atenção para
encontrarmos os pontos em comum entre duas pessoas com histórias tão
diferentes.
Nossa relação sempre foi baseada na amizade. Conhecemo-nos no nosso
local de trabalho, em uma universidade onde éramos funcionários. Milena
trabalhava na biblioteca com atendimento ao público, e eu como assistente
administrativo.
Com o passar dos anos, a amizade foi se estreitando, o convívio
aumentando, e eu me apaixonei por aquela encantadora moça de sorriso
fácil. Surgiram os primeiros encontros, o namoro e uma relação que se
consolidou e nos deu nosso filho, o João Pedro. Milena interrompeu o curso
por ocasião da gestação.
Cerca de dois anos depois, fui dispensado de minhas atividades
profissionais na universidade, e decidimos viajar para a Alemanha, onde
vive a mãe de Milena, a fim de tentarmos nos estabelecer e ter uma vida
melhor.
O idioma local foi um grande obstáculo e, aliado às barreiras culturais, se
tornou um grande elemento de desânimo. O indicador de que a volta era
necessária foi quando nosso filho não se adaptou à alimentação e adoeceu.
O seguro-saúde cobriu as despesas, e voltamos para o Brasil. Enfrentamos
muitos obstáculos, como desemprego e escassez de dinheiro, mas nos
mantivemos juntos, nos apoiando e buscando uma solução para superar as
dificuldades. Até que me candidatei a uma vaga de professor no Senac de
Bertioga e fui aprovado. E Milena despertou uma das suas paixões que
estava adormecida, a fotografia.

NOVA JORNADA
Como pais de uma criança pequena em idade escolar, sempre recebíamos
inúmeros convites para festas infantis. Milena, naturalmente, passou a
observar o comportamento dos fotógrafos infantis, que em sua maioria
aguardavam a ação dos pais e convidados para então realizar as fotos.
Assim, ficavam por lá inertes, perdendo os melhores momentos e reações
das crianças.
Milena ficou tão incomodada com a falta de atitude dos fotógrafos que
passou a levar sua câmera para as festas. Até que, um dia, um dos pais
perguntou: “Você faria um álbum com essas fotos?”. Surgia uma
oportunidade de empreender e uma nova área de estudos. Assim, Milena
matriculou-se em um curso de formação em Fotografia para atualizar e
aprimorar seus conhecimentos e talvez atuar como profissional de
fotografia infantil.
Durante os estudos, tudo que Milena via de fascinante e aprendia no curso
ela comentava comigo, e fui aprendendo junto com ela. Milena descobriu a
sensibilidade que tinha para a fotografia, e eu a habilidade para editar fotos
e transformá-las num lindo álbum.
Essas experiências fizeram com que notássemos que a nossa paixão pela
fotografia poderia ir além: decidimos empreender nesse segmento. Em
2012, nascia oficialmente a empresa Milena Bezerra Fotografia.
A verdade é que todos nós temos o sonho de viver uma vida a dois cheia
de plenitude e felicidade. Sem dúvida alguma, buscamos o máximo de
realização e harmonia em um relacionamento a dois, nos negócios e na
construção de uma família, a qual possamos chamar de lar. Nesse processo
de querer atender às expectativas do outro, vamos ajustando a relação de
modo a ter o melhor em nossas vidas.
A oportunidade de estarmos mais tempo juntos e de desenvolvermos um
trabalho pensado e direcionado pelos dois nos agradou demais. No plano
inicial, a empresa se chamaria Milena Bezerra Fotografia, tendo Milena
como diretora do negócio, fazendo o que ela sabe fazer de melhor: cuidar
das pessoas. Ela é uma dessas pessoas amáveis que tem paixão genuína por
pessoas; gosta de lidar com o ser humano e entende que as relações estão na
base da construção de uma carreira de sucesso. Sendo mais analítico e
prático, me propus a ficar nos bastidores, fazendo a parte técnica de cuidar
dos equipamentos, tratar as fotos dos eventos e produzir os álbuns dos
sonhos.
Contudo, o tempo passou, Milena Bezerra Fotografia passou a ficar mais
conhecida por seu olhar único, além de sua qualidade e excelência na
entrega dos serviços de fotografia, e as festas, que inicialmente aconteciam
apenas em Guarujá, passaram a ser também nas cidades de Santos, São
Vicente, Praia Grande, Cubatão e na Grande São Paulo. A necessidade de
deslocamento e o aumento da demanda me forçaram a acompanhar Milena
aos eventos.
Esse volume de trabalho nos deixava mais tempo juntos, o que por um
lado sempre foi muito bom, mas os excessos sempre podem ser
complicadores. A relação profissional era monitorada de perto. Criamos um
espaço em casa, no melhor estilo home office, a fim de tornar claro quando
estávamos trabalhando e quando estávamos descansando. Milena, sempre
muito ansiosa e mais intensa, insistia em falar de trabalho o tempo inteiro,
traço que foi sendo acertado ao longo dos anos sem muitas complicações. E
assim seguimos, com uma ótima relação no casamento e com o mercado
aquecido.
Fechamos o primeiro semestre de 2018 fazendo a aquisição de novos
equipamentos. Nossa agenda seguia cheia, com eventos fechados para o
primeiro semestre de 2019. Ou seja, tudo parecia estar indo bem, com
excelentes perspectivas, quando, então, veio a pandemia de covid-19. Todo
esse panorama que conhecemos muito bem, mostrou algumas lacunas e
muitas coisas que poderíamos melhorar. Os acontecimentos abalaram o
nosso psicológico, e o emocional, a falta de dinheiro, a ausência de
convívio social, a falta de atividades físicas e o excesso de tempo ocioso
foram algumas das questões que dificultavam a convivência, e todo esse
conjunto de fatores se tornou um dos maiores aprendizados em nossas
vidas. Era necessária uma ação rápida da nossa parte.
 E foi ali, naquele momento de profunda reflexão, cercados por muitas
emoções e influências externas, que começamos um processo de “mudança
de chave”: entender o que poderia ser feito naquela situação emvez de dar
atenção aos problemas. Nosso foco deveria ser na solução e não nos
problemas.
Você já percebeu que pessoas bem-sucedidas tendem a ser positivas?
Homens como Steve Jobs acreditavam que somente com o foco naquilo que
era certo, bom e otimista seria possível conquistar qualquer coisa.
Tudo o que acontece na nossa vida é nossa responsabilidade, porque
somos nós que decidimos o que queremos ou não. Temos o controle de
direcionar o que acontece nas nossas vidas, sabendo que toda ação tem uma
reação. Joel Jota7 costuma usar uma frase que faz muito sentido: “Tudo que
você foca EXPANDE”.
Então, era tempo de nos reconstruir, de nos autoconhecer e de estudar
mais. Aproveitamos as adversidades e as limitações de mercado e usamo-
las a nosso favor. Mudamos nossos hábitos, passamos a acordar às 5h da
manhã, nos exercitar, estudar diariamente as mais diversas áreas que
permeavam o nosso negócio e as novas possibilidades.
DETERMINAÇÃO
É preciso termos determinação para seguir. Muitas vezes, nos momentos
de crise, precisamos de força e determinação para lidar e superar as
adversidades.
Colocamos fé em nosso negócio, em nosso trabalho, em nosso talento, em
nossa capacidade de fazer as coisas acontecerem. Foi uma lição valiosa, um
marco de nosso crescimento e como prestadores de serviços.
Munidos de mais conhecimento, com uma visão clara e atualizada do
mercado, fizemos uma nova avaliação do cenário e das possibilidades de
alavancar nosso negócio. Optamos por criar uma empresa voltada aos
produtos fotográficos, não necessariamente ligada ao ato de fotografar
como fazíamos, pois isso seria impossível, mas uma empresa focada na
produção de quadros e revelações de fotos existentes que virariam
elementos físicos, palpáveis, com grande potencial para, de alguma forma,
apoiar o emocional das pessoas que estavam isoladas. O propósito era
resgatar as memórias boas, de momentos e pessoas especiais, para assim
despertar a esperança de dias melhores.
O resultado foi incrível! Em datas comemorativas e simbólicas como o
Dia das Mães, chegamos a produzir mais de cem quadros, o que nos
permitiu organizar as contas e ter novo fôlego para seguir empreendendo.
Observamos que a dificuldade de se reposicionar não era só nossa, mas de
diversos profissionais nos mais distintos segmentos. Estava cada vez mais
difícil apresentar seus serviços e produtos, uma vez que o convívio social
seguia restrito.
Começamos a pensar em como esses profissionais que, por vezes,
também eram nossos clientes, poderiam voltar ao mercado de trabalho.
Surgiu a ideia de darmos dicas de fotografia com celular nas redes sociais.
As dicas mostravam formas de se obter melhores fotos para, assim, se
apresentar de forma profissional nos canais digitais e conseguir retomar ou
mesmo criar relacionamentos com os clientes. Mais uma vez, a gente estava
buscando soluções, trabalhando juntos, incentivando e entendendo que de
nada adianta ter luz se você não é capaz de iluminar quem está à sua volta.
Embora não estivesse à vontade na frente da câmera, Milena entendeu que
todo o conhecimento e experiência adquiridos ao longo dos anos, aliados a
todo o carisma e facilidade de comunicação, poderiam fazer a diferença na
vida de outras pessoas.
E foi assim, a partir dessas dicas e, posteriormente, dos feedbacks das
pessoas, que percebemos que aquele conteúdo para obter melhores fotos
carregava um potencial imenso. Mais tarde, entendemos que poderíamos
oferecer e apoiar mais os profissionais na sua retomada pós pandemia.
Nesse conjunto de acontecimentos, percebemos que já não estávamos tão
dispostos a realizar eventos sociais, e a chamada fotografia corporativa
chegou em nossas vidas, passando a fazer mais sentido para nós.
O término da pandemia deixou um rastro de desconfiança, insegurança e
muita dificuldade para a recuperação de diversos negócios. O on-line
reforçou o seu potencial de “grande vitrine” e naquele instante passava de
opcional a essencial, as pessoas buscavam a única alternativa que ainda lhes
trazia alguma segurança: pesquisar e comprar pela internet.
Nosso negócio passou então a ter uma missão: oferecer aos profissionais
uma nova oportunidade e um novo formato de apresentação de seus
produtos e serviços.
 Começamos um novo formato de fotografia, trabalhando com fundos
fotográficos e flashes profissionais, e nesse sentido passamos a trabalhar
mais juntos, desenvolvendo novas técnicas e estudando ainda mais para
criar a nossa identidade profissional nesse novo nicho de mercado.
Foi nesse ciclo, trabalhando mais próximos e juntos praticamente em
todos os momentos de trabalho, que entendemos que faria muito sentido
trocar o nome de Milena Bezerra Fotografia para Casal Photo, tornando
ainda mais evidente nossa parceria no relacionamento e nos negócios.
Em abril de 2022, inauguramos o nosso espaço físico para atendimentos,
o Estúdio Casal Photo. Esse avanço nos negócios nos trouxe uma demanda
reprimida de profissionais que não tinham espaço próprio, salas ou
escritórios para registrar as fotos e se apresentar adequadamente ao
mercado. Criamos um ambiente extremamente versátil, onde a mobília pode
ser usada como cenário, assim, nosso estúdio pode facilmente tornar-se um
escritório ou mesmo uma sala de aula.
Exercitando nossa vocação de empreendedores, pontuamos três atitudes
que fizeram nosso negócio crescer:

1. DAR VISIBILIDADE A NOSSO NEGÓCIO: começamos a

fazer registros em vídeo (making off) de todas as sessões
fotográficas e postar nas redes sociais, despertando no cliente o
desejo de conhecer nosso trabalho.
2. EXERCITAR A ARTE DE FAZER MAIS QUE O
NECESSÁRIO: antes de cada ensaio fotográfico, conversamos
com o cliente, ouvindo seus desejos ou encontrando uma solução
para seu problema, claro, dentro da nossa área. Nessa etapa entram
consultorias de estilo, moda, coloração pessoal e maquiagem. O
cliente espera apenas as fotos contratadas, nossos serviços superam
qualquer expectativa do cliente.
3. TER UM GRUPO FORTE PARA CRESCER JUNTO: sabemos
que, se quisermos ir longe, é necessário termos um bom time.
Cercamo-nos de pessoas dispostas a evoluírem junto com a gente. É
muito importante ter profissionais engajados.

Contudo, estruturar o negócio não é o único desafio de casais

empreendedores. Como todo e qualquer ser humano, carregamos muito de
nossa história, de nossas experiências e de nossa cultura, além de possíveis
traumas e modelos mentais com limitações. A fim de evoluir de forma
saudável, pode ser necessário exercitarmos o autoconhecimento e
reconhecermos a necessidade de pedir ajuda.
Milena percebia algumas dificuldades e a existência de gatilhos mentais
que impedem um crescimento consolidado, o que a fez iniciar a terapia para
compreender as inquietações e as dificuldades de conversar sobre o tema
dinheiro. É necessário conhecermos e identificarmos se existem problemas
com dinheiro, como gastar mais e a necessidade de respeitarmos limites
para alcançar propósitos maiores. Reconhecermos as limitações nunca será
fácil, mas é fundamental alinharmos, voltarmos para o eixo e estruturarmos
essa base para ir além.
Eu, por minha vez, também enxerguei limitadores e tenho buscado mais o
autoconhecimento, além de realizar mentoria regularmente para me auxiliar
a compreender como evoluir e expandir os negócios a partir de minhas
experiências e conhecimentos adquiridos ao longo dos anos como educador.
Olhando para trás, chegamos à conclusão de que precisamos ser resilientes,
sobretudo, diante dos nãos que a vida nos apresenta.
O saldo disso tudo é o melhor possível. Somos apaixonados pelo nosso
trabalho e por gente. Para nós, é uma felicidade termos nos desenvolvido
como empreendedores e casal e ao mesmo tempo ajudar outras pessoas a
realizarem seus sonhos.
Por fim, se quer começar algo novo, vá em frente, desafie-se, respeite o
processo, tenha uma escuta mais ativa, pense no seu modelo mental,
trabalhe suas limitações, leia mais e cerque-se de pessoas melhores que
você. Aprenda a equilibrar sentimento e razão e identifique os valores em
comum entre você e seu cônjuge.
Não é fácil trabalharmos e vivermos junto. Nós optamos por separar
nosso tempo de trabalho e o tempo em família, além de termos mais
tolerância, mais paciência e ouvirmos mais.
Saiba que você nunca estará sozinho. Muita gente já passou pelo que você
está passando, por isso, algumas falhas e alguns erros são mais comuns do
que imaginamos. A perfeição talvez não exista, mas a busca pela evolução
deve ser constante.
6 Tiago Brunet é graduado em Teologia, mestre em Coaching, fundador da Casa de Destino, CEO do Instituto Destiny, autor e
escritor de vários livros.
7 Treinador de alta performance, empresário e escritor.
PARTINDO PARA A AÇÃO
Analisando criticamente seu negócio, que possibilidades você enxerga
para fazê-lo crescer?
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CAPÍTULO 16

Núbia de Freitas
e Thonnys AtHos

Núbia de Freitas, 51 anos, professora da Rede Estadual de Ensino, cantora,

atriz e empreendedora desde 2020.
Thonnys Athos Silva Moraes, 37 anos, professor de música, violonista e
funcionário administrativo da Rede Municipal de Ensino, empreendedor
desde 2020.
@avinturavinhosfinos
 SÓ DÁ VINHO NESSE NEGÓCIO!
Há algum tempo, Thonnys e eu pensávamos em escrever um livro
contando um pouco de nossa história. Recebermos o convite para participar
desta obra, em meio a tantos casais que, como nós, vivenciam a guerra de
ser empreendedores no Brasil, principalmente na nossa condição, foi uma
honra, um desafio e veio ao encontro de algo já almejado por nós para um
futuro próximo. Para aqueles que acreditam que é a partir do sonho que
nasce a realidade, compartilharemos, aqui, algumas “AVINTURAS” que, ao
longo de nossa jornada juntos, contribuíram para alcançarmos o sucesso na
vida e nos negócios.

QUEM DISSE QUE A PRESSA É INIMIGA DA

PERFEIÇÃO?
Certa manhã, saí com minha equipe para fazer uma reportagem. Nessa
época, eu trabalhava como repórter em um programa chamado Bem feito,
no quadro Repórter Eficiente, em que apresentava entrevistas com pessoas
com deficiência que se destacavam em suas práticas e com outras que
realizavam trabalhos voltados a esse público. Nesse dia, a entrevista era
com um fotógrafo que ensinava deficientes visuais a fotografarem, e
Thonnys era um dos alunos. Ao fim da entrevista, sentamos todos para
fazer uma roda musical, em que Thonnys e eu tocamos violão juntos pela
primeira vez. Qual foi a música? Certas coisas, de Lulu Santos.
Coincidência... será? Isso foi por volta de 2006.
Na escola onde trabalho como professora, lecionando Braille e
Informática para pessoas cegas, fui informada que haveria uma oficina de
violão, algo que sempre tive vontade de aprender. Corri e acho que fui uma
das primeiras inscritas. No dia da aula inaugural, saí de minha sala e fui em
direção ao local onde aconteceria o curso. Logo, ouvi uma voz grave,
mansa e pausada que me chamou a atenção e parecia me atrair. Fui ao
encontro daquele “tritão”, que perguntava onde seria seu local de trabalho.
Aproximei-me e disse: “Olá, sou a professora Núbia, posso ajudá-lo?”. Ele
respondeu: “Sou Thonnys, o professor de violão”. Meu queixo caiu, mas
me recuperei rapidinho e me ofereci para acompanhá-lo até sua sala. Na
primeira mostra musical dos alunos, encerramos a programação com um
show, o primeiro de muitos que faríamos. Isso foi em abril de 2008.
Daí para frente, as coisas caminharam bem depressa: quinze dias depois
estávamos morando juntos, um mês depois estávamos grávidos, e, após
mais um mês e meio, perdemos o bebê. Contudo, essa provação só nos uniu
mais ainda. E lá se vão quinze anos de amor, cumplicidade, sonhos, planos
realizados e muito, mas muito trabalho, sempre de mãos dadas pro que der
e vier. Quanto à oficina de violão, durou três meses, e só aprendi a tocar os
acordes Sol-Dó-Si-Mi-Ré-Lá. Esperamos que, entre dedos, casas e cordas,
possamos continuar tocando a melodia da vida até quando Deus quiser.
Às vezes, a vida nos coloca diante de situações que exigem uma tomada
de decisão num curto espaço de tempo. Acho que um pouco do que
contamos aqui já é uma prévia de como vivemos nossa vida, com coragem,
determinação e, às vezes, com pressa, porque, na batalha do cotidiano,
precisamos arriscar para ganhar a guerra.

O VINHO EM NOSSAS VIDAS

Na nossa infância, tivemos contato com vinho em nossas famílias. A
minha é bem grande – tenho doze irmãos, e, desde cedo, precisávamos
deixar a casa de nossos pais para estudar e trabalhar em outros locais que
não fosse aquele onde morávamos. Nos fins de semana ou datas festivas,
costumávamos voltar para casa, e o almoço de domingo era uma festa
regada a vinho de mesa e sangria. Thonnys vem de uma família um
pouquinho menor, composta por ele e mais dois irmãos, os quais são “os
três mosqueteiros” – ele, o do meio, é o Athos, o caçula, Aramis, e o
primogênito escapou de ser D’Artagnan. Essa turma conheceu o vinho com
a mãe que, quando possível, trazia do supermercado uma garrafa de vinho
chileno ou argentino seco.
Para nós, o vinho veio compor o nosso primeiro Dia dos Namorados.
Resolvi preparar um jantar e pedi a Thonnys para comprar o vinho. Ele foi
direto à seção de importados do supermercado. Lá, o atendente disse que o
produto procurado estava na gôndola dos nacionais. Como o espumante que
escolhi era docinho, não combinou muito bem com o prato, mas, para nós,
pouco importou, afinal, estarmos juntos naquele momento era o que valia.

NÓS E A GUERRA DE SERMOS

EMPREENDEDORES
Um ano e meio depois de casados, decidimos passar nossa segunda lua de
mel no sul do país, um sonho que eu acalentava, e que Thonnys abraçou
junto comigo. Como não era possível viver essa experiência a sós (a dois),
em razão de nossa deficiência visual, já que somos contemplados com a
mesma patologia – retinose pigmentar, doença degenerativa que causa
perda gradual da visão, podendo levar à cegueira, como é o nosso caso –,
optamos por contratar uma empresa de turismo e partimos em viagem.
Foram 19 dias maravilhosos em que conhecemos a gastronomia local,
fizemos ótimas amizades e entramos em contato com aquilo que, mais
tarde, seria o nosso negócio, o vinho. Visitamos várias vinícolas, onde
conhecemos processos de vinificação, engarrafamento, armazenamento,
tipos de uvas e de vinhos, entre outras coisas. Após tantas degustações, meu
paladar, que era voltado para o docinho, já começou a se transformar, e o de
Thonnys a ficar mais exigente. Retornamos da viagem apaixonados e nos
dedicamos a conhecer mais sobre esse mundo tão encantador que é o do
vinho.
Quatro anos mais tarde, em 2014, resolvemos viver mais um sonho: viajar
para a Europa. Confiantes de que seria igual a viagem ao Sul, como não
tínhamos companhia, resolvemos partir sozinhos novamente, mas com uma
empresa de turismo de Portugal. Entramos em contato com eles e falamos
das nossas necessidades de apoio, condução etc., e a empresa nos garantiu
que dava conta do recado. Qual não foi nossa surpresa! Logo no primeiro
dia da excursão, fomos deixados sozinhos no centro de Madrid, porque não
fomos informados de que a visita panorâmica terminava no centro da cidade
e não retornava ao hotel. Thonnys e eu, após breve confabulação, optamos
por continuar o passeio só nós dois. Visitamos o Palácio Real, A Catedral
de Santa Maria a Real de Almudena, depois, caminhamos pelas ruas,
almoçamos em um pequeno restaurante e, ao fim da tarde, retornamos ao
hotel, muito felizes por vencermos o medo e nos permitir viver aquela
aventura.
No dia seguinte, a excursão, que duraria 28 dias por nove países europeus,
tornou-se um pesadelo. A guia, que nos acompanharia, se recusou a nos
prestar qualquer auxílio, porque, segundo suas palavras, aquele tipo de
viagem não era para nós, que deveríamos estar em uma que fosse própria
para deficientes. Embarcamos assim mesmo no ônibus, que iria até Paris, lá,
abandonamos a excursão e retornamos a Portugal, de onde partimos com
meu sobrinho para a Itália. Conhecemos Roma, Florença, Veneza e os
Alpes Italianos. Comemos muito, rezamos mais ainda e, como não poderia
deixar de ser, bebemos muitos vinhos, afinal, estávamos em terras
propícias.
Já deu para notar que não somos de desistir, mas, sim, de transformar. Já
aprendemos que, para viver, é preciso coragem, que sonhar é fácil, mas,
para transformar o sonho em realidade, é preciso tempo, planejamento e
estratégia. Para essas viagens, juntamos dinheiro durante um tempo e
renunciamos a muitas coisas em prol de um objetivo maior. Também
descobrimos que compartilhar e apoiar o sonho do outro é fundamental,
pois é assim que crescemos juntos. Por último, devemos aproveitar as
oportunidades na vida e nos negócios.
Toda experiência de viagens contribui no dia a dia de nosso
empreendimento: a música, gastronomia, bebidas, histórias contadas e
ouvidas dos clientes, compartilhadas aos sábados, à noite, no happy Wine,
em que proporcionamos a eles vinho, vozes e violão.
O empreendedorismo chegou em nossa vida em 2020, em plena
pandemia, quando a maioria de nós precisou se reinventar por não saber o
que o futuro nos reservava em nossos trabalhos, e até mesmo na vida,
naquele momento ameaçador. Nesse período, começamos a ver notícias
sobre o aumento do consumo de vinho no país. Nossos amigos nos ligavam
pedindo indicações. Então pensamos: “Que tal comprarmos alguns rótulos
e, quando o pessoal quiser, os fornecemos?”. Surgiu aí a AVINTURA,
nome que é uma elegia ao vinho e à nossa sede de viver novas experiências
e desafios, despertando em nosso cliente o mesmo desejo ao embarcar nesse
mundo tão fascinante.
Fundamos a AVINTURA em maio de 2020. Em junho, na semana
antecedente ao Dia dos Namorados, vendemos aos nossos amigos e
familiares kits compostos de um vinho e um trio de antepastos. Preparamos
quinze kits, vendemos todos, e ainda havia mais pessoas querendo comprar.
Nossa dica para você é: se você acredita que só pode começar alguma
coisa se tudo estiver perfeito, acredite, na maioria das vezes, você nunca vai
começar nada. Inicie com o que tem e vá se aprimorando, estudando e
fazendo seu negócio crescer. Apenas comece a fazer.
 Ficamos um ano e sete meses vendendo somente pelas redes sociais e,
durante os cinco primeiros meses, trabalhamos só nós dois, sem nenhum
funcionário. Fazíamos as embalagens, as entregávamos quando não tinha
entregador disponível, usando os aplicativos de transporte, já que não
podemos dirigir; fazíamos lives, mesmo que fora de foco ou com a câmera
traseira em vez da frontal, afora os momentos em que tivemos de aprender a
preparar cardes pelo Canvas para as postagens, o que era bastante
demorado, pois precisávamos pedir emprestado os olhos dos amigos para
saber se o enquadramento da garrafa, do texto e o contraste de cores entre
os elementos estavam corretos. Todo o processo, que parecia simples,
durava até três dias.
Thonnys era e continua sendo o responsável pelo marketing, ainda que,
atualmente, tenhamos um gestor de redes, mas, para que tudo ocorra de
acordo com aquilo que desejamos, o esboço parte sempre dele. A mim, cabe
a parte de mostrar a cara nos vídeos, principalmente, naqueles mais
inusitados e engraçados, já que seguimos a linha de falar de vinho de
maneira descontraída, a fim de tornar o produto mais acessível e
desmistificar o pensamento comum de que vinho é algo elitizado, que é só
para quem conhece, entre outras crenças ultrapassadas. Vale lembrar que
tudo o que pensamos em termos de planejamento, execução e estratégias de
vendas e marketing é debatido entre nós e com a equipe e, só então, posto
em prática.
Temos isso como um dos pontos positivos para o bom andamento do
trabalho bem como a valorização dos esforços de cada um. Outro ponto
importantíssimo e fundamental é buscarmos referências e fontes com
pessoas que já estão há mais tempo no mesmo ramo. Nesse quesito, fomos
agraciados, pois tivemos oportunidade de conhecer grandes profissionais,
entre eles, Jéssica Marinzeck, sommelière da Evino, maior importadora do
Brasil, que nos mostrou que viver uma vida de frenesi cansa, mas dá bons
resultados, Rodrigo Ferraz, sommelier da Vinhos de Bicicleta, com quem
aprendemos que falar de vinho sempre sorrindo dá muito ibope, o mestre
Carlos Cabral, importante educador e formador de opinião sobre vinhos no
Brasil que, com seu jeito irreverente, nos ensinou que, para saber de vinho,
basta querer, como tudo na vida, Rogério Salume, fundador de um
dos maiores e-commerce de vinhos do mundo, a Wine, nos mostrou que não
importa onde se começa ou onde se chega, mais vale a humildade e contar,
segundo ele, com os “torcedores”, aqueles que nos apoiam e incentivam a
seguir em frente. Completamos a nossa lista com a família Educa Vinhos,
uma comunidade de empreendedores com uma missão muito
clara: expandir a cultura do vinho. Desde nosso terceiro mês de existência,
ela foi nosso alicerce para a construção de um negócio híbrido que vem
conquistando confiança e solidez no mercado. A esses ícones, nosso afeto,
respeito e, acima de tudo, gratidão.
Para crescer, todos precisam de referências, balizas e exemplos. As
trajetórias dos outros são capazes de nos ajudar a construir as nossas.

SONHE ALTO...
A aventura de todo empreender começa com um sonho – uma ideia de
que ele pode utilizar seus talentos para construir um negócio. Sonhamos e
idealizamos a nossa loja física, que abriu as portas em março de 2022.
Tivemos que nos adaptar a outra realidade de venda: escolher produtos mais
atrativos, trazer o público da rede para o espaço físico, aproveitar o período
de mais movimento para compensar os de menor fluxo, traçar estratégias
para manter e aumentar as vendas e atrair novos seguidores, como vinho na
praça, na praia, na piscina, drinks com vinho e lives com a gente
cozinhando.
Algumas barreiras ainda nos desafiam e dificultam um melhor
desempenho no mercado: a falta de acessibilidade dos programas de gestão
e das plataformas de delivery que nos obrigam a depender de outros para
sua utilização, a distância dos centros produtores e importadores, o que gera
fretes altos, tempo longo para a chegada do produto, forçando-nos a
comprar em maior quantidade para compensar a demora na entrega, valor
mínimo de compras, além da diferença de impostos entre os estados.
Na mescla entre espaço virtual e físico, aperfeiçoar o trato com o público,
procurando valorizar o gosto do cliente e ter o chamado jogo de cintura para
contornar situações adversas é fundamental. Todavia, acreditamos que o
resultado vem da nossa atitude perante os desafios. Depende da nossa
capacidade de aprendermos e de fazermos ajustes.
Tropeçamos nessa caminhada como empreendedores: começamos sem
nenhum conhecimento sobre o mercado, entramos nele com a cara e a
coragem, escolhemos o produto pelo nosso gosto, e as postagens iniciais
mostravam quase só a garrafa e eram muito estáticas. Mas, com o tempo,
fomos nos aperfeiçoando por meio de cursos virtuais, mentorias com
especialistas e, logo, aprendemos a vender, a encontrar fornecedores, a
escolher o mix de produtos mais adequado à nossa realidade de mercado,
que é Belém do Pará, um local de pouco consumo da bebida, quente, entre
outras peculiaridades a serem vencidas para alcançarmos o consumidor.
Fizemos um esforço e fomos à luta, mostrando que o vinho é para todas as
horas e climas, pois o momento quem faz somos nós.
Outro aprendizado é que, nesta vida, ninguém faz nada ou vive sozinho.
Tivemos muitas pessoas que nos acompanharam e continuam do nosso
lado, dando ideias, corrigindo passos e nos apoiando nos momentos de
dificuldade em que pensamos em desistir. O que importa é não nos curvar
diante dos obstáculos, pois eles nos ajudam a crescer, afinal, não podemos
ser grandes antes de ser pequenos. Descobrimos que nossa imagem e nossa
história é o que nos conecta com nosso público. Já encontrou sua conexão
com o seu? Se não, a hora é agora!
Por fim, queremos deixar um pensamento que nos motiva, e que
esperamos que possa fazer o mesmo por você, que nos acompanhou até
aqui: “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se
chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence
obstáculos, no mínimo, fará coisas admiráveis”, de José de Alencar.
Seja como for, desejamos-lhe muita sorte e esperamos que você escreva
lindas páginas em sua trajetória profissional.
PARTINDO PARA A AÇÃO
Suas atitudes no dia a dia representam o profissional que quer se tornar e
os resultados que deseja alcançar?
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CONCLUSÃO
 AGORA É COM VOCÊ
O general que vence uma batalha faz muitos cálculos mentais antes de
travar o combate.
– SUN TZU, A arte da guerra
É bom saber que você chegou ao fim da leitura! Esperamos que tenha
encontrado a informação que estava procurando ou que tenha desfrutado do
conteúdo.
Aqui, vimos como cada detalhe importa no momento da construção da
trajetória de cada casal. Você percebeu a importância de ser persistente,
traçar estratégias, da comunicação e da coragem? E você compreendeu, que
A chave é a repetição, pois quanto mais você pratica algo, mais preparado
você fica, independente de quão assustadora é a “batalha”.
Em A arte da guerra, Sun Tzu descreve como ele teve que mudar seus
planos devido a imprevistos. Se era o campo de batalha, clima ou doenças
em suas tropas, ele precisava se adaptar à nova realidade e lidar com isso.
Assim como na guerra, se o ambiente empresarial sofre mudanças, você
precisa mudar também. Seja flexível nos métodos, e firme nos resultados.
Tente outro caminho, caso o primeiro comece a falhar. Sempre há uma
maneira. Seu trabalho é simplesmente encontrá-la e persegui-la com toda
sua força.
Esses casais empreendedores, acreditam que trabalhar com seu cônjuge é
o que foram projetados para fazer. Para eles, não importa o que aconteceu
ou aconteça, tudo passará.
Quando você realmente internalizar isso, você será mais forte. As coisas
não duram para sempre e ter essa clareza, traz, também tranquilidade e
resistência para atravessar as tormentas que virão, inevitavelmente.
Por fim, este livro foi uma prova viva de que podemos construir algo
maravilhoso quando juntamos histórias. Dezesseis casais. Dezesseis
trajetórias e inúmeros caminhos que cada um trilhou até aqui. Agora é a sua
vez, ao fechar este livro comece a escrever, planejar e colocar em prática
seu projeto e estratégias que usará, hoje mesmo.
 Comemore as pequenas conquistas e agradeça pelos aprendizados da
longa jornada.
Agora é com você!

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Fonte principal: Utopia Std
Setembro/2023