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Análise Crítica – Metodologias Ativas Aplicadas no Ensino/Aprendizagem

no Curso de Direito

Fabíola Maria de Lima Ramos


Juliana Patrícia Bezerra de Oliveira
Marcelo Henrique Nunes Botelho

A aprendizagem é uma das potencialidades neurológicas mais


fundamentais do ser humano, contudo, os métodos de aprendizado são muito
subjetivos, podendo, determinada metodologia, funcionar muito bem para uma
pessoa e para outras, não, principalmente quando considerados os fatores
cognitivos, sociais, emocionais, bem como demais subjetividades dos discentes,
sendo assertivo que os processos de ensino/aprendizagem a serem utilizados
são fundamentais para a construção de conhecimentos e para a promoção de
uma aprendizagem significativa e real para os indivíduos.

As Metodologias Ativas vêm ganhando um considerável destaque quando


se pretende alcançar uma eficaz construção de saberes, vez que valoriza a
atuação do educando como sujeito ativo, protagonista do seu processo evolutivo
na assimilação de conhecimentos.

No modelo de ensino tradicional, com a metodologia centrada na aula


expositiva e bancária, o professor busca transmitir conhecimentos
compartilhando uma série de informações para com os seus alunos, que nesse
contexto são entendidos como meros receptores.

No texto analisado, verificamos que tradicionalmente, no ensino jurídico,


costuma-se utilizar o ensino tradicional, apresentado através de aulas
expositivas, com o professor no centro absoluto do processo de ensino-
aprendizagem, e o aluno como receptor de informações. As metodologias ativas
intencionam retirar esse protagonismo do professor e fazer com que o
acadêmico de Direito reflita sobre a importância de sua participação diante de
seu aprendizado, sendo o professor, um orientador nesse processo. As
modificações pretendidas na formação jurídica alcançam também a docência,
que precisa estar capacitada, comprometida e aberta à constante possibilidade
de transformação e evolução de seu mister.
As metodologias ativas buscam subverter esse modelo, reposicionando
as figuras do Estudante e do professor em sala de aula. Na metodologia ativa, o
educando, enquanto personagem principal, é o maior responsável pelo próprio
processo de aprendizado, assim, o objetivo desse modelo de ensino é incentivar
que a comunidade acadêmica desenvolva a capacidade de absorção de
conteúdos de maneira autônoma e participativa. Desta maneira, o professor
deixa de ser concebido como alguém que transmite conhecimento e passa a ser
entendido como um mediador no processo de ensino-aprendizagem. Dentro
desse contexto, a mediação busca possibilitar que o educando consiga construir
saberes individual e coletivamente, pretendendo que se tornem indivíduos
autônomos e capazes exercer criticidade acerca dos problemas que lhes forem
apresentados.
De acordo com o Autor, “a conciliação entre o método
tradicional/expositivo e os métodos de ensino participativo é a opção mais
adequada, em curto e médio prazo”, visto que não exige mudanças em projetos
pedagógicos de curso, nas instalações físicas das Instituições de Ensino
Superior, na alteração significativa dos quadros docentes, ademais, reconhece
que o ensino jurídico precisa estar alinhado às demandas da sociedade.
O trabalho apresentado relaciona algumas propostas de Metodologias
Ativas que visam proporcionar aos alunos uma participação mais ativa no
processo de aprendizagem, nas quais efetivamente se envolve, discute, pratica
e ensina, quais sejam:
Aprendizado Baseado em Problemas (PBL): Aprendizagem baseada
em problemas. Propõe a apresentação de problemas complexos e realistas para
os estudantes resolverem, estimulando a aprendizagem por meio da resolução
de questões práticas, fazendo os alunos trabalharem em grupos para identificar
problemas, analisar informações, propor soluções e autoavaliar seu próprio
aprendizado.
Esta técnica tem por objetivo desenvolver habilidades críticas, promover a
autodireção na aprendizagem, e incentivar a motivação intrínseca dos alunos.
Tem como propósito tornar o aluno capaz de construir o aprendizado conceitual
e procedimental, por meio de problemas propostos que o expõe a situações
motivadoras e o prepara para o mundo do trabalho. É uma aprendizagem que
exige que o aluno encontre a solução para o problema apresentado, recorrendo
a pesquisas teóricas e investigações para a resolução de casos, direcionando
suas próprias aprendizagens enquanto explora os seus conhecimentos e adquire
novos. O professor atua como facilitador e guia.

Aprendizado Baseado em Projetos (ABP): Técnica que se baseia no


empirismo. Estimula a criação e execução de projetos que abordam desafios do
mundo real, integrando diversas estratégias de ensino, fazendo com que os
alunos adquiram conhecimento por meio da solução colaborativa diante dos
desafios propostos, de forma que o aluno precisa se esforçar para explorar
possíveis soluções dentro de um contexto específico, o que o incentiva a
desenvolver sua capacidade criativa e crítica diante de alguma situação.

O ABP busca desenvolver habilidades práticas, promover a colaboração


entre os alunos e melhorar a retenção do conhecimento por meio da aplicação
de solução aos casos concretos apresentados. Ao promover trabalhos em grupo,
utiliza recursos como aulas expositivas, vídeos, provas, dinâmicas e
experimentação para atingir os objetivos daquele projeto de aprendizagem. O
professor atua como orientador e avaliador.
Sala de Aula Invertida: Método que altera a tradicional dinâmica de aula,
disponibilizando o conteúdo previamente para o ambiente extraclasse e
reservando o tempo de aula para atividades interativas, discussões e
esclarecimento de dúvidas
Esse método estimula a participação ativa dos alunos e facilita a
compreensão do conteúdo através de debates, promovendo a autonomia dos
estudantes e permitindo que o professor lhes forneça um suporte individualizado,
que será igualmente aproveitado pelo grupo. Tem por objetivo substituir a
maioria das aulas expositivas por conteúdos virtuais aos quais os alunos têm
acesso com antecedência, sendo o ponto de partida para que o tempo em sala
de sala de aula reste otimizado. Isso faz com que o estudante chegue no
ambiente acadêmico com conhecimento prévio e apenas dirima eventuais
dúvidas com os professores e interajam com os colegas. Essa técnica incentiva
o interesse das turmas nas aulas, fazendo com que a classe se torne mais
participativa e os professores igualmente se beneficiam, com um melhor
planejamento de aula e com utilização de recursos variados tornando a sala de
aula um ambiente divertido, sem monotonia.

Em pesquisas realizadas, findamos por acreditar que o método de ensino


híbrido, que vem da junção de várias metodologias e formas de
ensino/aprendizagem, e se vale, inclusive, do uso de tecnologias na construção
de saberes, apresenta a estrutura mais próxima do ideal para a formação de
conhecimentos dos acadêmicos em geral, e mais precisamente no curso de
direito. Nesse processo o aluno vai ser instruído através de aulas presenciais
com o professor, terá encaminhamentos para contínuas pesquisas, se utilizará
dos mais diversos recursos tecnológicos, tendo a oportunidade de estudar em
casa, de forma prévia, com materiais referência, contando sempre com a
mediação e a orientação do professor. Com o método Híbrido, o discente estará
inserido em vários processos e formas de ensino/aprendizagem, e terá a
oportunidade de compreender os assuntos de maneira mais aprofundada e
ainda levar questões reais, indagações e curiosidades para os encontros
presenciais com o professor, complementando e enriquecendo o seu processo
de construção de saberes e compartilhamento de conhecimentos
experimentando, por fim, um ambiente propício para o desenvolvimento de
pensamento crítico, bem como para a formação de indivíduos autônomos.

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