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TEORIA GERAL DO

PROCESSO

Professora: Yasmin Cordeiro


Aula 11 – 23/03/2023
JURISDIÇÃO

 A JURISDIÇÃO COMO ATIVIDADE CRIATIVA

 Para a formalização dessa norma jurídica individualizada, contudo,


não basta que o juiz promova, pura e simplesmente, a aplicação
da norma geral e abstrata ao caso concreto.
 Atualmente, reconhece a necessidade de uma postura mais ativa
do juiz, cumprindo-lhe compreender as particularidades do caso
concreto e encontrar a norma geral e abstrata, uma solução que
esteja em conformidade com as disposições e normas
constitucionais.
JURISDIÇÃO

 A JURISDIÇÃO COMO ATIVIDADE CRIATIVA

 A criatividade judicial pode, ainda, ser justificada pelo


princípio da inafastabilidade da jurisdição , que proíbe
a recusa da prestação jurisdicional, no Brasil
consagrado no inciso XXXV do art. 5º da Constituição
Federal e reafirmando no art. 3º do CPC.

 O art. 140 do CPC ratifica isso: O juiz não se exime de


decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
JURISDIÇÃO

 A JURISDIÇÃO COMO ATIVIDADE CRIATIVA

 Segundo Luhmann, foi reconhecido desta função específica dos


tribunais que fez com que eles se libertassem da influencia imperial
da política.
 A definição do papel dos tribunais no sistema jurídico deve partir
dessa premissa: todo problema que for submetido ao Tribunal
precisa ser resolvido, necessariamente. É dizer: ainda que a
situação concreta não esteja prevista expressamente na
legislação, caberá ao magistrado dar uma resposta ao problema,
acolhendo ou negando a pretensão do demandante.
JURISDIÇÃO
 JURISDIÇÃO COMO TÉCNICA DE TUTELA DE DIREITOS MEDIANTE UM
PROCESSO

 A jurisdição é uma das mais importantes técnicas de tutela de


direitos. Todas as situações jurídicas ativas (direitos em sentido
amplo) merecem proteção jurisdicional.
 Marcelo Lima Guerra afirma que a jurisdição civil tem a função
específica de proteger direitos subjetivos.
 O exercício da jurisdição pressupõe o processo prévio, em que se
garantam o devido processo legal e seus corolários. Todo poder
exerce-se processualmente.
JURISDIÇÃO

 A JURISDIÇÃO SEMPRE ATUA EM SITUAÇÃO JURÍDICA


CONCRETA

 É preciso perceber que a jurisdição sempre atua sobre uma


situação concreta , um determinado problema que é levado
à apreciação do órgão jurisdicional.
 Mesmo nos processos objetivos de controle de
constitucionalidade, há uma situação concreta, embora não
relacionada a qualquer direito individual, submetida a
apreciação do Supremo Tribunal Federal, em que se discute
a constitucionalidade e a inconstitucionalidade de algum
específico normativo.
JURISDIÇÃO

 INSUSCETIBILIDADE DE CONTROLE EXTERNO

 A função jurisdicional tem como característica marcante


produzir a última decisão sobre a situação concreta
deduzida em juízo: aplica-se o Direito a essa situação, sem
que se possa submeter essa decisão ao controle de nenhum
outro poder.
 A jurisdição somente é controlada pela própria jurisdição.
JURISDIÇÃO

 INSUSCETIBILIDADE DE CONTROLE EXTERNO

 A jurisdição controla a função legislativa através do controle


de constitucionalidade e preenchimento de lacunas
aparentes e a função administrativa, mas não é controlada
por nenhum dos outros poderes.
 A jurisdição cabe dar a última palavra, a solução ao
problema apresentado.
 Daniel Mitidiero percebe o ponto: a impossibilidade de controle externo é
característica da jurisdição.
JURISDIÇÃO
 APTIDÃO PARA A COISA JULGADA

 A coisa julgada é situação jurídica que diz respeito exclusivamente às


decisões jurisdicionais.
 Somente uma decisão judicial pode tornar-se indiscutível e imutável pela
coisa julgada. Isso não quer dizer que só haverá jurisdição se houver coisa
julgada.
 A existência de coisa julgada é uma opção política do Estado.
 De fato, a característica que é exclusiva da jurisdição é a aptidão para a
definitividade. Só os atos jurisdicionais podem adquirir essa especial
estabilidade, que recebe o nome de coisa julgada.
JURISDIÇÃO

 A TERRITORIALIDADE PARA O EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO

 Os magistrados só tem autoridade nos limites territoriais do seu Estado, ou seja,


nos limites do território da sua jurisdição.
 A jurisdição como manifestação de soberania, exerce-se sempre em um dado
território.
 É com base neste princípio que surge a necessidade de as autoridades
judiciárias cooperarem entre si, cada uma ajudando a outra no exercício da
atividade jurisdicional em seu território.
 Surgem as cartas, como atos de comunicação entre os órgãos jurisdicionais: a
maior parte dos atos de interesse ao processo, que devam ser praticadas fora
dos limites do territoriais em que o Juiz exerce a jurisdição, dependerá da
cooperação do juiz do lugar.
JURISDIÇÃO

 A TERRITORIALIDADE PARA O EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO

 As cartas precatórias: é o instrumento pelo qual um juízo viabiliza a


realização de diligências e atos processuais, em um local onde não
possua jurisdição, nas hipóteses cabíveis, através de uma solicitação a
outro juízo, de igual ou superior instância, no território nacional – Juízes de
mesma hierarquia no mesmo país.

 As cartas rogatórias: é um instrumento jurídico para comunicação entre as


Justiças de países diferentes. Quando há a necessidade de cumprimento
de uma diligência do processo em outro país - por exemplo, o depoimento
de uma testemunha que mora no exterior - é enviada uma Carta
Rogatória para formalização do ato processual.
JURISDIÇÃO

 A TERRITORIALIDADE PARA O EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO

 Não se pode confundir a territorialidade da jurisdição com o lugar


onde a decisão irá produzir efeitos.
 A decisão judicial produzirá efeitos onde tiver que produzi-los: Uma
decisão brasileira poderá produzir efeitos em outro país, basta que
se tomem as providências para a sua homologação em território
estrangeiro.
JURISDIÇÃO

 PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

 PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE: Prescreve o inciso XXXV do art. 5º da


CF/88: ‘‘a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça ao direito.’’

 O principal efeito desse princípio é o direito fundamental de ação,


também designado como direito de acesso ao Pode5r Judiciário ou direito
a jurisdição.
JURISDIÇÃO

 O caput do art. 3º do CPC praticamente reproduziu o dispositivo


constitucional. A única mudança digna de registro foi a troca de
‘‘apreciação pelo Poder Judiciário’’ por ‘‘apreciação
jurisdicional’’.
 O ajuste é correto, pois a jurisdição pode ser exercida fora do
Poder Judiciário , como nos casos de arbitragem.
JURISDIÇÃO

 PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: Umas das principais garantias


decorrentes da cláusula do devido processo legal é a do direito
fundamental ao juiz natural.
 Trata-se de garantia fundamental não prevista expressamente, mas
que resulta da conjugação de dois dispositivos constitucionais: o
que proíbe o Juízo ou Tribunal de exceção e o que determina que
ninguém será processado senão em autoridade competente.

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