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Ética e Profissao
Ética e Profissao
ÉTICA PROFISSIONAL
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A DISCIPLINA
DEONTOLOGIA JURÍDICA – ÉTICA PROFISSIONAL
EMENTA: Ética, Direitos Humanos e Meio Ambiente. Ética Geral: o fenômeno moral e a filosofia
ética. Consciência ética. Ética da alteridade. Ética especial: aspectos éticos referentes à vida, à
procriação, à família, à ordem social, propriedade. Ética e Direito. Ética Profissional no âmbito
das diversas profissões jurídicas. Ética e advocacia: regras deontológicas fundamentais, sigilo
profissional, relações com o cliente, e honorários profissionais. Estatuto e Código de Ética da
OAB.
[...] se destaca de dentro da ética aplicada como um ramo específico relacionado aos
mandamentos basilares das relações laborais. É como especialização de conhecimentos
aplicados que a ética profissional se vincula às ideias de utilidade, prestatividade,
lucratividade, categoria laboral, engajamento em modos de produção ou prestação de serviços,
exercício de atividades regularmente desenvolvidas de acordo com finalidades sociais…[2].
Então, o que define o estatuto ético de uma determinada profissão é a responsabilidade que
dela decorre, pois, quanto maior a sua importância, maior a responsabilidade que dela provém
em face dos outros[3].
O QUE É PROFISSÃO?
[...] deve ser entendida como uma prática social produtiva, que envolve troca
econômica, da qual extrai o homem os meios para a sua subsistência, para sua
qualificação e para seu aperfeiçoamento moral, técnico e intelectual, e da qual decorre,
pelo simples fato do seu exercício, um benefício geral[4]. É, sem dúvida nenhuma, além
de algo de relevo para o indivíduo, algo de relevo para a sociedade, na medida em que o
homem que professa uma atividade (professione, professio, lat.) não vive sozinho, mas
engajado numa teia de comprometimentos tal que uns dependem dos outros para que
se perfaçam objetivos pessoais e coletivos.
PROFISSÃO E TRABALHO
Nesse sentido é que se tem dado grande importância ao fator social do trabalho. O trabalho
é mais uma das oportunidades de ação social, para o equilíbrio fino da relação entre
virtude e vício. Impondo-se acima do aspecto meramente técnico, tem-se procurado incutir
a ideia de que a profissão também pode representar uma atividade moral, na medida em
que, por meio dela, se pode transformar o ambiente, a conduta e as condições de vida das
pessoas que dela dependem. E isso porque vivemos da interação com a natureza,
transformando-a para produzir as condições de nossa subsistência[8].
PROFISSÃO E TRABALHO
Essa análise deixa muito clara a importância do trabalho para a realização do indivíduo,
a) o dever da sociedade organizada é oferecer oportunidades de trabalho a todos, para que encontrem a perspectiva de sua
valorização e contribuição para o grupo, por meio do que faz e do que sabe fazer (artistas, juristas, engenheiros, catadores de
coco, artesãos, agricultores, escritores, educadores, motoristas, mecânicos, pesquisadores, atendentes, empresários, governantes
etc.);
b) pessoas inabilitadas ou impossibilitadas para o trabalho são atendidas pelo suporte do amparo social, que o direito
previdenciário procura amparar como dever constitucional de solidariedade social;
c) pessoas em desenvolvimento moral, psicológico, social e técnico devem ser equipadas dos conhecimentos e condições para sua
inserção no mundo do trabalho, considerando especialmente as perspectivas e possibilidades de engajamento no mundo laboral,
em diverso e amplo leque de vocações e alternativas;
d) pessoas que não se engajam no mercado de trabalho, formal ou informal, por inúmeros motivos, ainda assim, procuram
realizar atividades e atitudes produtivas, como forma de autorrealização e de direcionamento produtivo das energias
transformadoras do corpo humano, direcionando a possibilidade de reconhecimento do outro pelo que faz, pelo que se mede sua
capacidade de inserção social.
PROFISSÃO E TRABALHO
Assim, o paradigma do “trabalho”, como categoria socioeconômica, que já ocupou demais a centralidade
da tradição do pensamento filosófico ocidental, não pode ser considerada apenas como questão material
e de subsistência, devendo também ser considerada pela perspectiva que importa à análise da presente
reflexão, ou seja, como perspectiva de autoafirmação da humanidade contida em nós, em que pessoas
em convívio social dependem umas das outras para a continuidade do processo de garantia da vida e de
níveis adequados de socialização. Assim, o trabalho sempre existiu como forma de transformação da
natureza e da própria sociedade, e sempre existirá como forma de realização da nossa condição,
oportunidade dada a cada um de nós para que possamos deixar nossa contribuição ao mundo, ao
convívio e à perpetuação da vida.
PROFISSÃO E TRABALHO
O que há de “eu” em cada uma das formas de ação socialmente produtiva não pode ser
dividido e separado do que há de “nós” no resultado de todo o processo de construção
da vida em comum, o que apenas confirma a importância do trabalho decente, ético e
capaz de realizar a dignidade da pessoa humana.
PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA
Talvez, na esperança de imediatizar o dever ético na consciência do profissional, talvez, dentro de uma onda
positivista, tenha-se partido para uma tentativa de tornar concretos os princípios e deveres éticos, produzindo-se
os códigos de ética ou códigos de dever, específicos para cada profissão. Ora, a consequência direta desse tipo de
raciocínio é:
Deixam, portanto, de ser normas puramente éticas, para ser normas jurídicas de direito
administrativo, das quais, pelo descumprimento de seus mandamentos, decorrem
sanções administrativas (advertência; suspensão; perda do cargo…). Nesse contexto, as
infrações éticas acabam se equiparando, ou sendo tratadas igualmente, às demais
infrações funcionais.
PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA
Sobretudo as influências da bioética e das regras científicas têm favorecido esse tipo de redução da ética
à tecnologia codificada.
Assim, são inúmeros os fatores que encaminham os mandamentos éticos para o mesmo sentido dos
mandamentos jurídicos. Essa onda se torna cada vez mais perniciosa na medida em que, cada vez mais,
se passa a reduzir o pensamento ético e a prática ética a um conjunto preceptístico de caráter formular
e abstrato, sem liame com a práxis efetiva. Sob pena de uma profunda perversão de valores e de um
esvaziamento de uma das principais raízes humanas, a ética, deve-se inverter essa tendência que afasta
o homem da reflexão ética para fazê-lo um cumpridor de códigos de conduta internos de empresas,
categorias profissionais ou órgãos públicos.
PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA