Afim de garantirmos os direitos dos alunos previstos pela Constituição, como o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) venho por meio desta solicitar a revisão das avaliações bem como o ingresso no próximo ano letivo sem maiores prejuízos. É baseado nessas diretrizes educacionais e na compreensão da necessidade de um melhor sistema educacional - que resgate o interesse e participação dos educandos – que apresento este recurso, direito também garantido nas leis acima citadas. É função da escola educar e para desenvolver a educação da melhor forma possível, ela deve seguir os parâmetros estipulados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e garantir e amparar uma porção de alunos com a saúde emocional comprometida a perceber a importância da própria participação responsável ao longo desse processo de ensino à distância. É notório o desgaste e estresse provocados por essa situação atípica de pandemia. Não apenas em adultos, mas também em nossos jovens, adolescentes e crianças. Falar sobre o manejo responsável de nossa educação e saúde me parece de extrema importância, de modo a favorecer conversas salutares entre escolas, professores e alunos e minimizar o impacto dessa situação atípica. Conforme consta na cartilha “Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia Covid-19”, elaborada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde (Cepedes/Fiocruz), “é preciso afirmar que todas as crianças estão suscetíveis às repercussões psicossociais da pandemia. A desigualdade social também determina diferentes níveis e condições de vulnerabilidade sobre a experiência da infância, de modo que devemos estar atentos às demandas de atenção e cuidado que se produzem nessa situação”. Todos aqueles que enfrentaram e ainda enfrentam muitas dificuldades nesse momento caótico, assim como os que por quaisquer motivos como acesso, capacidade de compreensão sem a presença do professor, ambiente familiar e doméstico comprometido, falta de apoio emocional, falta de ambiente escolar e questões psicológicas desenvolvidas pré ou pós o início da pandemia, não podem, de forma alguma, serem prejudicados por essa situação. Conforme estipula o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no artigo 53 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) é de responsabilidade das instituições de ensino garantir o acesso e a qualidade do ensino sob quaisquer circunstâncias: ECA Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB):
TÍTULO I Da Educação Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. TÍTULO II Dos Princípios e Fins da Educação Nacional Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; Perante isso é importante lembrar que mesmo com os intensos esforços de algumas escolas e professores para minimizar os problemas gerados pela pandemia, nunca havíamos passado por essa situação e nem escolas, professores e alunos estavam preparados para um ensino híbrido ou mesmo unicamente EAD. A metodologia, as plataformas e conteúdos não seguiram os parâmetros de um sistema EAD bem estruturado e competente e isso somado a um não preparo dos profissionais e estudantes dificultou a compreensão do conteúdo, o aprendizado fora do ambiente escolar e principalmente as questões emocionais ligadas a pandemia e a participação no sistema EAD. As notícias compartilhadas pela grande mídia, referentes à junção dos anos letivos e demais regras que deveriam ser acatadas por toda Educação Nacional - de acordo com as leis educacionais - e a empatia de entendermos todas as questões colaterais à pandemia são de extrema importância para manutenção da nossa estrutura social e educacional, tanto dos profissionais como das crianças e adolescentes. O Conselho Nacional da Educação (CNE) já havia oficialmente autorizado todas as instituições de ensino a trabalhar com um método mais acolhedor, promovendo a junção dos anos letivos afim de não prejudicar mais ainda os estudantes nesse momento e solicitou que as escolas não reprovassem alunos nesse período, oferecendo, no próximo ano letivo, em sala de aula, ambiente e apoio propício para o desenvolvimento e recuperação dos que, de todas as formas foram prejudicados nesse momento. Com a extensão da pandemia de covid-19 para o ano de 2021, aonde já atingimos a marca de 600 mil mortos e ainda seguimos em pandemia, essa recomendação de junção dos anos letivos e recuperação especial no retorno, aconteceu novamente no texto de 5 de agosto de 2021 do próprio Conselho Nacional na Educação (CNE), estipulando nesse primeiro momento, presença GRADUAL das atividades, a obrigatoriedade de continuarmos o ensino EAD até dezembro de 2021, assim como a de promover medidas socioemocionais como prioridade nesse primeiro momento. Esse ano ocorreram dificuldades educacionais que não podem, sob hipótese alguma, serem transferidas para os estudantes. As plataformas escolhidas as pressas não comportaram um modelo de educação EAD que atendesse as necessidades básicas dos alunos. Ocorreram excessos de atividades, falta de conteúdo disponível na rede. O excesso de atividades ultrapassou até mesmo a quantidade de um ano típico de educação presencial, não facilitando o bom desempenho dos estudantes que mais uma vez se viram obrigados a recorrer a consultas online para responder as atividades mesmo sem compreensão afim de não serem prejudicados. Milhares de escolas pelo Brasil, assim como alguns Estados, presando pela saúde mental e emocional dos estudantes, bem como o menor prejuízo possível e assumindo, como mandam as leis, a responsabilidade pela educação, adotaram o texto do Conselho Nacional da Educação como parâmetro para o desenvolvimento do ano letivo. Nessas instituições os alunos se viram acolhidos e amparados nesse momento, o que diretamente os estimula a participação e empenho na sequência de sua vida escolar. Sendo assim expresso novamente o meu pedido e a necessidade da reavaliação da minha situação bem como meu ingresso no próximo ano letivo sem maiores prejuízos afim de que, em ambiente escolar e com auxilio presencial dos professores eu possa, no próximo ano letivo.
A priorização da educação na primeira infância para implementação de uma sociedade (verdadeiramente) livre, justa e solidária: oportunizando que cada um possa buscar a sua melhor versão