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Como calcular o adicional de IR?

As empresas do Luco Presumido e Lucro Real farão o cálculo do adicional de IR de 10% sobre o valor
excedente, caso a base de IRPJ ultrapasse R$ 240.000,00 anual, o limite trimestral é de R$ 60.000,00,
onde calculamos R$ 20.000,00 mensal, quando o usuário opta por antecipar o imposto.

Exemplo:
Empresa obteve o faturamento trimestral de R$ 200.000,00.
Alíquota base de IRPJ = 32%
Base IRPJ = R$ 64.000,00 (sendo R$ 200.000,00 * 32%)
Limite trimestral = R$ 20.000,00 * 3 (para verificar o teto trimestral de IR) = R$ 60.000,00
Excedente:
R$ 64.000,00 (Base de IR) - R$ 60.000,00 (Teto trimestral) = R$ 4.000,00 (sobre o qual calcularemos o
adicional de IR)
Adicional de IR:
R$ 4.000,00 * 10% (percentual do adicional) = R$ 400,00
Total de IR a pagar:
R$ 64.000,00 * 15% = R$ 9.600,00 + R$ 400,00 = R$ 10.000,00
Lucro Presumido: Como é feito o cálculo e qual a sua funcionalidade
Com todos os deveres fiscais existentes no funcionamento de uma empresa, surge a necessidade de
contabilizar e recolher os tributos corretamente a partir de dados fidedignos.

Para que esse recolhimento seja feito sem grandes erros durante os processos de contabilização é que
existem os regimes tributários, cada um com suas especificidades e características.

Dentre os regimes tributários existentes, está o lucro presumido, que possui uma alta taxa de escolha
dentre os mais diversos tipos e portes empresariais.

Entretanto, esse regime tributário representa um foco de dúvidas ainda muito recorrentes entre gestores e
proprietários.

O que é lucro presumido e qual sua funcionalidade?

O lucro presumido é um regime tributário simplificado, cujo objetivo é definir a base de cálculo de
impostos como: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro
Líquido (CSLL).

Sendo assim, a Receita Federal presume parte da porcentagem do faturamento total da empresa como
lucro, e é a partir dessa porcentagem definida que os cálculos de imposto serão realizados, após cada
apuração é preciso comprovar este recolhimento através de declarações enviadas a Receita Federal
(EFD Contribuições, ECF, e a DCTF que informam de fato os pagamentos feitos).

De acordo com João Esposito, economista e CEO da Express CTB – accountech de contabilidade, “para
adotar o lucro presumido como regime tributário há duas exigências principais, sendo elas: faturamento
anual abaixo de R$ 78 milhões, acima disso é obrigatório optar pelo lucro real, e a não atuação em ramos
específicos”.

Além disso, é importante salientar que existem prazos definidos de acordo com o tipo de imposto a ser
recolhido, sendo divididos em:

– Trimestrais: Imposto de renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
(CSLL).

– Mensais: Imposto Sobre Serviços (ISS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS).
Presunção de lucro

Essa presunção é definida e diferenciada de acordo com o tipo de atividade empresarial, e é a base de
todo o cálculo do regime, além das variações de alíquotas e demais impostos.

Para determinar o percentual tributário de faturamento da sua empresa, basta conferir na tabela a
porcentagem utilizada para a respectiva atividade do seu negócio:

Percentual
tributário de Atividades empresariais
faturamento

1,6% Revenda e comercialização de combustíveis e gás natural

Transportes de cargas; Serviços hospitalares; Comercialização de produtos;


Atividades imobiliárias; Atividades rurais; Industrializações encomendadas com
8%
fornecimento de material por terceiros e atividades não específicas que não sejam
prestação de serviços.

Serviços de transporte gerais exceto os de carga, e demais serviços no geral com


16%
receita bruta de até R$120.000 anualmente.

Serviços profissionais como médicos, advogados e contadores; Intermediação de


negócios; Administração, locação ou cessão de bens móveis e imóveis ou direitos;
32%
Serviços de construção civil; Serviços em geral, para os quais não haja exigência de
percentual.

Além dos itens expostos acima, também é importante saber quais obrigações acessórias fazem parte do
lucro presumido.

Obrigações acessórias

As obrigações acessórias são deveres que variam de acordo com o regime tributário adotado pela
empresa, e como as principais do Lucro Presumido podemos citar:

 Emissão de notas fiscais de produtos e/ou serviços;


 SEFIP (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social) e
GFIP (Guia de Recolhimento de FGTS e de Informações à Previdência Social);

 ECD – Escrituração Contábil Digital;


 GIA – Guia de Informação e Apuração do ICMS;
 EFD PIS/COFINS – Escrituração Fiscal Digital PIS/COFINS;
 EFD ICMS/IPI – Escrituração Contábil Digital ICMS/IPI;
 DCTF – Declaração de Débitos Tributários Federais;

 ECF – Escrituração Contábil Fiscal;


 DIRF – Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte;
 RAIS – Relação Anual de Informações Sociais.
 DES – Declaração Eletrônica de Serviços
 Livros comerciais e fiscais
Agora que você já sabe o que é e conhece as principais características, os percentuais de presunção e as
obrigações acessórias, é hora de entender o cálculo do lucro.

Como o cálculo é feito?

Antes de aplicar o lucro presumido nos devidos impostos, é necessário seguir os seguintes passos:

#01. Ter o faturamento trimestral

Para isso, basta somar os valores de faturamento dos três meses em questão.

Sendo assim, para exemplificar todos os processos a seguir, iremos criar exemplos de organizações
fictícias.

Se a empresa fictícia Y teve faturamento de R$ 10.000 três meses consecutivos, seu faturamento
trimestral será de R$ 30.000.

#02. Saber qual o percentual tributário de acordo com a atividade exercida e aplicar sobre o
faturamento

Considerando que a empresa Y realize transportes de cargas, o percentual tributário aplicado na mesma
será de 8%

Logo, aplica esse percentual sobre o faturamento a partir de uma regra de três simples, da seguinte
forma:

30,000 —– 100%

X —— 8%

30.000x 8 = 240.000

240.000 / 100 = 2.400

Assim, 8% de 30.000 é 2.400, esse será o lucro presumido e o consequente valor base a ser utilizado nas
aplicações dos diferentes tipos de impostos.

#03. Calcular o valor base encontrado de acordo com a alíquota de cada imposto como consta na
legislação.

Para esse tópico, precisaremos dividir a explicação de acordo com o tipo de imposto cobrado, pois cada
um apresenta diferentes taxas de alíquota que serão descritas a seguir:

Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ)

Para realizar o cálculo assertivo do imposto de renda, é necessário aplicar uma taxa que pode ser
diferente de acordo com o lucro presumido

Para empresas com lucro presumido até R$ 60.000,00 trimestral, a taxa é de 15%.

A partir do exemplo da nossa empresa fictícia, a taxa a ser aplicada será somente a de 15%, por ter um
lucro presumido inferior ao limite, logo:

2.400 —– 100

X —– 15

2.400 x 15 = 36.000

36.000/100 = 360.

Assim, o valor do IRPJ para a empresa Y será de R$ 360,00.


Para as Empresas com lucro presumido superior a R$ 60.000,00 trimestral, será aplicada a alíquota de
15% e além disso um adicional de 10% sobre a diferença entre o lucro presumido trimestral e o limite de
R$ 60.000 trimestral, logo teria que ser feito o seguinte cálculo:

300.000 faturamentos mensal

300.000 x 3 = 900.000,00 faturamentos trimestral

Lucro Presumido: 900.000,00 x 8% = 72.000,00

IR = 72.000,00 X 15% = 10.800,00

Adicional IR = 72.000,00 – 60.000,00 (20.000 mensal x 3) = 12.000,00 x 10% = 1.200,00.

VALOR TOTAL DE IRPJ A PAGAR: 10.800 + 1.200 = R$ 12.000,00

Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL)

Para calcular o CSLL a alíquota é fixa, sendo de 9% sobre o lucro presumido.

Assim sendo:

2.400 —– 100

X —— 9

2.400x 9= 21.600

21.600/100= R$ 216 a ser recolhido pela empresa Y.

ISS, PIS e COFINS

Como são impostos mensais, o cálculo deve ser feito de acordo com o faturamento mensal.

A alíquota é diferente para cada um deles, sendo elas:

ISS: De acordo com a alíquota definida pela legislação municipal, podendo variar de 2% a 5%,
dependendo do serviço prestado, em cima do faturamento mensal.

PIS: Alíquota definida de 0,65%. A empresa Y com um faturamento mensal de 10.000,00 deverá pagar
um valor de R$ 65,00.

COFINS: Alíquota definida de 3%. A empresa Y com um faturamento mensal de 10.000,00 deverá pagar
um valor de R$ 300,00.

“É importante salientar a importância da fidedignidade desses dados, prezando sempre pela honestidade
de informações para que não haja fraudes e consequentes multas”, explica Esposito, que completa “Além
disso, é imprescindível o papel de um contador experiente e qualificado, pois todos esses processos
exigem grande responsabilidade e assertividade, além de uma rotina de preenchimento e registro de
operações e movimentações financeiras”.

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