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Instituto Politécnico Privado do Sequele – I.P.P.S.

Lda
Instituição de Ensino Médio Técnico e Profissional
Cursos de Ciências da Saúde e Administração, Gestão e Serviço

DATA: 13 de Maio de 2024


IPPS – FARMACOLOGIA (IIIº – TRIMESTRE)
PROFESSOR: DENILSON GONÇALVES
SUMÁRIO: MEDICAMENTOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
 Expectorantes
 Antitússicos
 Anti-asfixiante
 Eupneícos (antiasmático)
 Antisépticos

 Desinfectantes das vias respiratórias

EXPECTORANTES

Ou também chamado agente mucolítico é uma substância que lisa (quebra; rompe
ligações das cadeias peptídicas) das proteínas que constituem o muco, fazendo com que ele
seja mais facilmente eliminado, pois se torna menos viscoso, "pegajoso". Para que se
compreenda é necessário que se conheça o funcionamento dos sistemas respiratório e
mucociliar.

O sistema mucociliar é um importante mecanismo de defesa das vias áreas,


constantemente expostas a uma ampla variedade de agentes potencialmente nocivos. Através
do movimento ciliar, partículas inaladas aprisionadas na camada de muco, são transportadas
para fora das vias aéreas. A eficácia do sistema de depuração mucociliar depende do normal
funcionamento ciliar e composição do muco. Processos que comprometem este modo
essencial de protecção tendem a resultar numa eliminação deficiente de secreções e agentes
patogénicos, tornando as vias aéreas vulneráveis a um ciclo vicioso de obstrução e infecção.

Mecanismo de Acção e Classificação

Segundo o mecanismo de ação, os expectorantes podem ser:


a) Expectorantes mucocinéticos ou mucolíticos: facilitam a excreção da secreção
brônquica ao reduzirem a viscosidade do muco ou ainda, promover o aumento do
conteúdo líquido, aumentando a fluidez da secreção;
Exemplos de fármacos:
 Acetilcisteína: interage com as mucoproteínas presentes na secreção
brônquica, sendo eficaz na redução da consistência e elasticidade do muco.
Pode provocar broncoespasmos, devendo ser utilizado com cautela por
pacientes com asma brônquica. Xarope: Embalagens com 1 frasco
contendo 100 mL ou 150 mL + 1 copo medida, com 20 mg/ml.
 Bromexina: atua reduzindo a viscosidade do muco e ativando o epitélio
ciliar, facilitando o transporte e a expectoração, aliviando a tosse. xarope
de 4 mg/5 mL.
b) Expectorantes reflexos: Promovem a irritação da via respiratória, fazendo com
que as glândulas brônquicas secretem muco na concentração fisiológica, com 95%
de água e 5% de glicoproteínas. Esse muco se solubiliza ao catarro, tornando-o
menos fluído e facilitando sua eliminação pelo reflexo da tosse.
Exemplos de fármacos:
 Iodeto de potássio: atua nas terminações nervosas do estômago,
promovendo um aumento do reflexo das secreções salivares, nasal,
lacrimal e também, traqueobrônquica. Efeitos adversos incluem náuseas e
vômitos. Contraindicado para gestantes. Xarope de 100mg/5ml.
 Guaifenesina: provoca irritação gástrica com ação direta sob as
terminações nervosas. Podem causar diminuição da adesão plaquetária,
devendo ser utilizada com cautela em pacientes com distúrbios da
coagulação. Xarope de 16mg/ml ou de 13,33mg/ml.

ANTITÚSSICOS

São medicamentos em xarope, comprimidos, cápsulas ou pastilhas que têm como


função reduzir a tosse. Dependendo do tipo e tosse: aguda ou crónica, seca ou produtiva. Para
que se compreenda seu efeito é importante que se conheça antes a fisiologia da tosse.

Fisiologia da Tosse
Em condições fisiológicas, a tosse é um reflexo de defesa da via aérea e é controlada
pelo tronco e córtex cerebral. O início deste reflexo dá-se pelo estímulo irritativo que
sensibiliza os receptores difusamente localizados na árvore respiratória (faringe, traquéia,
carina, pontos de ramificação das grandes vias aéreas e porção distal das pequenas vias
aéreas), e posteriormente ele é enviado à medula. Esses receptores são ativados por estímulos
químicos (ácido, calor e compostos semelhantes à capsaicina) e mecânicos.

Os impulsos da tosse são transmitidos pelo nervo vago até um centro da tosse no
cérebro que fica difusamente localizado na medula. A via aferente é composta por fibras
nervosas sensoriais vagais, que estão localizadas no epitélio ciliado das vias aéreas superiores
e ramos cardíacos e esofágicos a partir do diafragma. Essas aferências chegam difusamente à
medula. Desse local, o estímulo segue para o centro da tosse, localizado na porção superior do
tronco cerebral e na ponte, que é controlado por centros corticais superiores e gera eferências,
estimulando a musculatura respiratória por meio do nervo vago, nervos frênicos e motores
espinhais, para desencadear o reflexo da tosse.

Classificação
 Antitussígenos de Ação Periférica
Dropropizina: este fármaco e o seu enantiômero levodropropizina agem diminuindo a
sensibilidade das fibras C, não exercendo ação por mecanismo central. As fibras amielínicas
do tipo C são um grupo de nervos aferentes envolvidos no mecanismo da tosse. São ativadas,
principalmente, por estímulos químicos e se encontram distribuídas pelos brônquios e
pulmões. Assim, as terminações das fibras C brônquicas ou pulmonares atuam promovendo a
broncoconstrição.

A dropropizina reduz a sensibilidade das fibras C, promovendo ação miorrelaxante


brônquica, reduzindo a excitabilidade dos receptores traqueobrônquicos.

 Antitussígenos de Ação Central

a) Fármacos com atividade não narcótica no tronco encefálico: dextrometorfano, o


clobutinol e o fendizoato de cloperastina.

Dextrometorfano: atua como agonista do receptor não opioide sigma-1 e,


como antagonista do receptor N-metil-Daspartato (NMDA) do glutamato. Também age como
inibidor não seletivo de recaptação de serotonina. O dextrometorfano interage com inibidores
da monoaminoxidase (MAO) e antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina. São
contraindicados para crianças, devido ao risco de efeitos graves e potencialmente fatais.

Clobutinol: atua bloqueando o reflexo da tosse, no centro da tosse, localizado


no tronco encefálico, mais precisamente no bulbo. Não causa depressão respiratória e nem
possui ação sedativa central. Desta forma, este fármaco tem ação supressora de tosses de
todas as etiologias. Pode causar hipotensão e arritmias.

Fendizoato de cloperastina: possui ação central e periférica. Age de modo


seletivo, inibindo o centro da tosse, no bulbo, não deprimindo o centro respiratório. Possui
ação periférica na mucosa da árvore traqueobrônquica, inibindo o edema tecidual. Também
atua como relaxante da musculatura brônquica, prevenindo broncoespasmos, devido sua ação
anti-histamínica. Pode causar sonolência.

b) Fármacos com atividade narcótica: morfina e codeína.

Atuam como agonistas de receptores opioides, no núcleo do trato solitário.


Indicados nos casos de tosse seca e dolorosa, associada ao carcinoma brônquico.

A codeína é considerada como um dos antitussígenos de maior eficácia, contudo,


pode causar dependência. Outros efeitos adversos são náuseas, tontura e constipação
intestinal.

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