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Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Sumário
1. Introdução ao Estudo da Ergonomia ........................................................................................... 3
1.1. Definição .............................................................................................................................. 3
1.2. O que a Ergonomia estuda?.................................................................................................. 4
1.3. Campos de ação da Ergonomia ............................................................................................ 5
2. História da Humanidade e o Desenvolvimento da Ergonomia ............................................... 5
3. Aplicações ............................................................................................................................... 6
4. Fases da Ergonomia ................................................................................................................ 7
5. Ergonomia Organizacional...................................................................................................... 7
5.1. Características Psicofisiológicas .......................................................................................... 7
6. O que é conforto? .................................................................................................................... 8
7. Desempenho Eficiente............................................................................................................. 8
8. Usabilidade.............................................................................................................................. 8
9. Desenho Universal e a Ergonomia ............................................................................................ 10
10. Exercícios .......................................................................................................................... 10
11. Leitura complementar recomendada. ................................................................................ 11
12. ANTROPOMETRIA......................................................................................................... 11
12.1. Introdução........................................................................................................................ 11
12.2 Definição ........................................................................................................................... 13
12.3. Dificuldades encontradas na Antropometria .................................................................... 13
12.4. Variações nas Medidas..................................................................................................... 14
12.5. Estudo Estatístico Antropométrico................................................................................... 16
12.6. Tipos de Medidas ............................................................................................................. 20
12.6.1. Antropometria Estática.............................................................................................. 20
12.6.2. Antropometria Dinâmica e Funcional ....................................................................... 20
12.6.3. Cuidados na utilização de tabelas e dados antropométricos ..................................... 21
12.7. Modelos Tridimensionais................................................................................................. 21
12.8. Princípios para Projetos.................................................................................................... 21
12.9. Questões para Discussão e entrega................................................................................... 22
12.10. Bibliografia Recomendada............................................................................................. 22
13. BIOMECÂNICA............................................................................................................... 23
13.1 Introdução...................................................................................................................... 23
13.2 Características biomecânicas do ser humano. .................................................................. 23
13.3 Trabalho Estático vs. Dinâmico .................................................................................... 26
13.4 Posturas do Corpo ............................................................................................................ 26
13.5. . Inclinação da Cabeça...................................................................................................... 27
13.6. Aplicação de Forças ........................................................................................................ 27
13.7. Principais situações de sobrecarga Biomecânica ............................................................ 29
13.8 Levantamento de Cargas ................................................................................................... 30
13.9 Lista de Questões para Entrega até o final do Módulo de Ergonomia.............................. 30
14. Ferramentas para Avaliação ergonômica ................................................................................ 32
14.1. Classificação dos Métodos ............................................................................................... 32
14.1.1. Medidas Subjetivas ................................................................................................... 32
14.1.2. Métodos Qualitativos ................................................................................................ 36
Método PLIBEL.................................................................................................................... 46
CheckListSST/MMCJ para Trabalho em Computadores. ........................................................... 49
ACGIH-TLV Back................................................................................................................ 51
Hand Activity Level - ACGIH .............................................................................................. 54
14.1.3. Métodos Semi-Qualitativos....................................................................................... 56
Sistema OWAS, Ovako Working Posture Analysing System .............................................. 56
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14.1.4. Métodos Quantitativos .............................................................................................. 60


Critério NIOSH ..................................................................................................................... 60
15. Postos de Trabalho – Dimensionamento................................................................................. 64
16. Ergonomia Organizacional...................................................................................................... 67

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1. Introdução ao Estudo da Ergonomia

1.1. Definição

Existem diversas definições para a ciência conhecida como Ergonomia. Inicialmente podemos
analisar a definição apresentada pela Ergonomics Research Society, da Inglaterra.

“Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu


trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos
conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de
problemas surgidos desse relacionamento”.

FERREIRA et al. (1993) citando MURREL (1949), apresentam a definição abaixo:

“Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao


homem e necessário para os engenheiros conceberem ferramentas,
máquinas e conjuntos de trabalho que possam ser utilizados com o
máximo de conforto, segurança e eficiência. Utilizam-se conhecimentos
de antropometria, de fisiologia, de psicologia e de sociologia”.

Alain Wisner (1963), apresenta sua visão sobre a Ergonomia:

“A ergonomia é um campo de conhecimentos muito vasto, onde deve


haver uma abordagem integrada na qual a antropometria, a fisiologia,
a psicologia experimental, a higiene e a toxicologia contribuam com a
tecnologia e a organização do trabalho na descrição e melhoria da
realidade do trabalho”.

RIO & PIRES (2001), definem Ergonomia como:

“Disciplina científica que trata da compreensão das interações entre os


seres humanos a outros elementos de um sistema, e a profissão que
aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visam
otimizar o bem estar humano e a performance global dos sistemas. A
ergonomia visa adequar sistemas de trabalho às características das
pessoas que nele operam. Nos projetos de sistemas de produção a
Ergonomia faz convergir os aspectos de Segurança, Desempenho e de
Qualidade de Vida, através de sua metodologia específica, a Análise
Ergonômica do Trabalho ”.

COUTO, 2002, define simplesmente como a “Adaptação do trabalho às pessoas”.

A Ergonomia é uma ciência basicamente interdisciplinar, ou seja, utiliza conhecimentos da


fisiologia, psicologia, engenharia, designers, Higiene Ocupacional dentre outras. Foi
oficialmente fundada em 12 junho de 1949, na Inglaterra.

Ergonomia - ergo (grego) - trabalho.


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Ergonomia
nomos - regras, leis naturais.

Na Figura abaixo, pode-se ter uma dimensão da abrangência da Ergonomia.

1.2. O que a Ergonomia estuda?

A Ergonomia estuda diversos aspectos do comportamento humano no trabalho e outros


fatores importantes para o projeto de sistemas de trabalho que são:

 O Homem - características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais do trabalhador;


influência do gênero, idade, treinamento e motivação.
 Máquina - entende-se por máquina todas as ajudas materiais que o homem utiliza no seu
trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalações.
 Ambiente. Estuda as características do ambiente físico que envolve o homem durante o
trabalho, como a temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, gases e outros.
 Informação. Refere-se às comunicações existentes entre os elementos de um sistema, a
transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões.
 Organização. É a conjugação dos elementos acima citados no sistema produtivo,
estudando aspectos como horários, turnos de trabalho e formação de equipes.
 Conseqüências do trabalho. Questões de controle, tais como tarefas de inspeções,
estudos dos erros e acidentes, além dos estudos sobre gastos energéticos, fadiga e
estresse.
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1.3. Campos de ação da Ergonomia

A International Ergonomics Association (IEA), classifica a Ergonomia nos Seguintes campos de


ação:

Ergonomia Física - no que concerne as características da anatomia humana,


antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Os tópicos
relevantes incluem a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos
repetitivos, distúrbios músculo esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de postos
de trabalho, segurança e saúde.

Ergonomia Cognitiva - no que concerne aos processos mentais, tais como


percepção, memória, raciocínio, e resposta motora, conforme afetam interações
entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem
carga mental de trabalho, tomada de decisão, performance especializada,
interação homem-computador, estresse e treinamento conforme estes se
relacionam aos projetos envolvendo seres humanos e sistemas

Ergonomia Organizacional - no que concerne a otimização dos sistemas sócio-


técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos
relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM -
domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho
em grupo, projeto participativo, ergonomia comunitária e trabalho cooperativo novos
paradigmas do trabalho, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e
gestão da qualidade.
Fonte: International Ergonomics Association, 2000

2. História da Humanidade e o Desenvolvimento da Ergonomia


A história do trabalho pode ser definida em 4 grandes épocas:

 Época 1. Antes de 1750. Trabalho obtido essencialmente através da energia física


do ser humano ou da tração animal.
 Época 2. Revolução Industrial. Máquina à vapor em 1780. Migração do campo
para as fábricas, número excessivo de horas e péssimas condições de trabalho.

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 Época 3. Segunda revolução Industrial. Teve origem na administração científica


no início do século XX. Destacam-se nessa época nomes como Fayol, Taylor e
Ford.

Fayol: Estabeleceu as regras de hierarquia.

Taylor: Taylorismo, movimento de administração científica, ou seja, o trabalho deveria ser


cientificamente observado, de modo que, para cada tarefa, fosse estabelecido um método correto
de executá-la, com um tempo determinado, usando as ferramentas corretas. Premiação por
produtividade. (Filme Tempos Modernos de Chaplin)

Ou seja Taylor buscava a Adaptação do Homem ao trabalho.

Ford: Produção em Massa.

Organização em linha de produção;


Ritmo de trabalho determinado pela velocidade da esteira;
Trabalhador fixo em determinada posição;
Produção de grandes volumes.
Em síntese, essa época foi marcada pelo aumento da produtividade nas empresas.

 Época 4. Reestruturação Produtiva. A partir de 1973, outro salto na produtividade


devido a:
Mudanças na base tecnológica (microeletrônica);
Mudança nas relações de trabalho (terceirização);
Mudança na organização do trabalho (células de trabalho);
Novas formas de gerenciamento: Just-in-Time, Reengenharia,
downsizing, benchmarking, entre outras.

Os grandes problemas do Taylorismo e Fordismo.

 Impossibilidade de se conseguir um único e correto método para execução do


trabalho;
 Alienação do trabalhador do processo decisório;
 Seleção física e psicológica rigorosíssimas (exclusão social)
 Trabalho exaustivo até a fadiga;
 Isolamento do trabalhador numa só posição por anos (autômatos);
 Distúrbios Osteomusculares por sobrecarga;
 Redução das possibilidades profissionais do trabalhador.

3. Aplicações
Ergonomia na Indústria.

Melhorar a eficiência, a confiabilidade e a qualidade das operações industriais, basicamente pelo


aperfeiçoamento do sistema homem-máquina, organização do trabalho e melhoria das condições
de trabalho;

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Sistema Homem-Máquina: pode ocorrer tanto na fase de concepção, projeto, como na introdução
de alterações;

Organização do Trabalho. Reduzir a fadiga e a monotonia, eliminação do trabalho repetitivo,


ritmos exagerados e falta de motivação, acidentes;

Condições Físicas do Ambiente: Temperatura, ruído, vibração, gases, vapores e poeiras,


iluminação.

4. Fases da Ergonomia

 Ergonomia de Concepção. Os projetos são desenvolvidos com a visão ergonômica;

 Ergonomia de Correção. Atua na correção de problemas detectados em máquinas,


instalações...

5. Ergonomia Organizacional
A Norma Regulamentadora NR-17, estabelece alguns parâmetros para análise Organizacional:

5.1. Características Psicofisiológicas

Dizem respeito a todo o conhecimento referente ao funcionamento do ser humano. Se a


ergonomia se distingue pela sua característica de busca da adaptação das condições de trabalho
ao homem, a primeira pergunta a se colocar é: quem é este ou quem são estes seres humanos a
quem vou adaptar o trabalho?

 Antropológico
 Psicológico
 Fisiológico
 Ainda não se tem um conhecimento acabado sobre o homem.

Algumas características psicofisiológicas do ser humano:


 Prefere escolher livremente sua postura, dependendo das exigências da tarefa e do estado
de seu meio interno;
 Prefere utilizar alternadamente toda a musculatura corporal e não apenas determinados
segmentos corporais;

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 Tolera mal tarefas fragmentadas com tempo exíguo para execução e, pior ainda, quando
esse tempo é imposto por uma máquina, pela gerência, pelos clientes ou colegas de
trabalho, ou seja, prefere impor sua própria cadência ao trabalho;
 É compelido a acelerar sua cadência quando estimulado pecuniariamente ou por outros
meios, não levando em conta os limites de resistência de seu sistema músculo-esquelético
 Sente-se bem quando solicitado a resolver problemas ligados à execução das tarefas,
logo, não pode ser encarado como uma mera máquina, mas sim como um ser que pensa e
age;
 Tem capacidades sensitivas e motoras que funcionam dentro de certos limites, que
variam de um indivíduo a outro e ao longo do tempo para um mesmo indivíduo;
 Suas capacidades sensorimotoras modificam-se com o processo de envelhecimento, mas
perdas eventuais são amplamente compensadas por melhores estratégias de percepção e
resolução de problemas desde que possa acumular e trocar experiência;
 Organiza-se coletivamente para gerenciar a carga de trabalho, ou seja, nas atividades
humanas a cooperação tem um papel importante, muito mais que a competitividade. O
sucesso da raça humana no processo evolutivo deve-se, em grande parte, a sua
capacidade de agir em conjunto, conduta observada em várias outras espécies. A extrema
divisão do trabalho e a imposição de uma carga de trabalho individual impedem os
mecanismos de regulação dos grupamentos humanos, levando ao adoecimento.

6. O que é conforto?
Para se avaliar o conforto, é imprescindível a expressão do trabalhador. Só ele poderá confirmar
ou não a adequação das soluções que os técnicos propuseram.

7. Desempenho Eficiente
O desempenho eficiente não deve ser encarado apenas como uma otimização do volume da
produção. Para que seja considerado eficiente, é necessário que o trabalhador possa permanecer
no processo produtivo durante todo o tempo que a própria sociedade estipula como sendo seu
dever, principalmente agora que o sistema previdenciário está deficitário. Se o trabalhador deve
permanecer por mais tempo na vida ativa, é preciso que suas condições permitam a execução das
tarefas até uma idade mais avançada.

8. Usabilidade
Pela definição da International Organization for Standardization, usabilidade é a extensão na
qual um produto pode ser usado por usuários específicos para alcançar objetivos específicos com
efetividade, eficiência e satisfação em um contexto de uso específico (ISO 9241-11).
Usabilidade está diretamente ligada ao diálogo na interface e é a capacidade do software em
permitir que o usuário alcance suas metas de interação com o sistema. Ser de fácil aprendizagem,
permitir utilização eficiente e apresentar poucos erros são os aspectos fundamentais para a
percepção da boa usabilidade por parte do usuário
A usabilidade está relacionada aos estudos de Ergonomia e de Interação Humano-computador. A
efetividade permite que o usuário alcance os objetivos iniciais de interação e é avaliada em
termos de finalização de uma tarefa e também em termos de qualidade do resultado obtido.
Eficiência, se refere à quantidade de esforço e de recursos necessários para se chegar a um
determinado objetivo. Os desvios que o usuário faz durante a interação e a quantidade de erros
cometidos podem servir para avaliar o nível de eficiência do site.

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A terceira medida de usabilidade, satisfação, é a mais difícil de medir e quantificar, pois está
relacionada com fatores subjetivos. De maneira geral, satisfação se refere ao nível de conforto
que o usuário sente ao utilizar a interface e qual a aceitação como maneira de alcançar seus
objetivos.

Figura. Estrutura da Usabilidade

Figura. Usabilidade Máquina de Café

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9. Desenho Universal e a Ergonomia


O conceito de "Desenho Universal" foi criado por uma comissão em Washington, EUA, no ano
de 1963 e tem como objetivo considerar a diversidade humana e garantir acessibilidade à todos
os componentes dos ambientes, tais como edificações, áreas urbanas, mobiliários, comunicação
etc.

São sete os princípios de desenho universal:

1- Equiparação nas possibilidades de uso - O design é útil e comercializável às pessoas com


habilidades diferenciadas.

2- Flexibilidade no uso - O design atende a uma ampla gama de indivíduos, preferências e


habilidades.

3- Uso Simples e intuitivo - O uso do design é de fácil compreensão, independentemente de


experiência, nível de formação, conhecimento do idioma ou da capacidade de concentração do
usuário.

4- Captação da informação - O design comunica eficazmente ao usuário as informações


necessárias, independentemente de sua capacidade sensorial ou de condições ambientais.

5- Tolerância ao erro - O design minimiza o risco e as conseqüências adversas de ações


involuntárias ou imprevistas.

6- Mínimo esforço físico - O design pode ser utilizado com um mínimo de esforço, de forma
eficiente e confortável.

7- Dimensão e espaço para uso e interação - O design oferece espaços e dimensões


apropriados para interação, alcance, manipulação e uso, independentemente de tamanho, postura
ou mobilidade do usuário

10.Exercícios

1. Leitura do Texto: “Boa Ergonomia boa economia”


2. Leitura do Texto: “de Taylor ao modelo japonês: modificações ocorridas nos modelos de
organização do trabalho e a participação no trabalho”.

a) Com base na discussão do Taylorismo e Fordismo. Ainda existem empresas que utilizam
estes conceitos.
b) Como o Engenheiro ST pode participar da Ergonomia.
c) Quais as vantagens de se utilizar os conceitos da Ergonomia, na fase de projeto.
d) Pesquise algumas atividades profissionais, nas quais os princípios psicofisiológicos não
são obedecidos.
e) Analise as principais exigências físicas e psicofisiológicas do “motorista” em termos
musculares, energéticos e perceptuais. E depois compare com a atividade do “Pedreiro”
f) Defina Ergonomia.
g) Defina Conforto.
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h) Apresente um breve comentário, referente à Usabilidade de alguma Máquina conhecida,


utilize para tanto a NBR 9241-11 como referência.
i) Relacione os princípios do Desenho Universal com os objetivos da Ergonomia

11.Leitura complementar recomendada.


Itiro Iida. Ergonomia: Projeto e Produção, 2ª Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005.
Cap 1. O que é Ergonomia.
Síndrome de Utilizabilidade por Mário César Ferreira
ERGONOMIA É MAIS QUE CADEIROLOGIA. por Laerte Snelwar
A CADEIROLOGIA E O MITO DA POSTURA CORRETA por Ada Ávila Assunção

12.ANTROPOMETRIA

12.1. Introdução

As dimensões dos seres humanos são objeto de pesquisa há centenas de anos por filósofos,
artistas, matemáticos, arquitetos, antropólogos e engenheiros. Vitrúvio, por exemplo, escreveu
no Século I a.C., em Roma:

“O corpo humano é de tal forma projetado pela natureza que o rosto, do queixo
até o topo da testa e a mais baixa raiz dos cabelos, é a décima parte de toda a
sua altura; a mesma medida tem a mão aberta do pulso até a ponta do dedo
médio; a ponta do queixo à coroa da cabeça equivale a um oitavo de sua altura;
e incluindo o pescoço e ombro, do topo do peito até a mais baixa raiz de cabelo
é um sexto; do meio do peito ao topo da coroa é um quarto. Se tomarmos a
altura da face, a distância da parte inferior do queixo até a parte inferior da
narinas é um terço dela; o nariz, a partir da parte inferior das narinas, até uma
linha entre as sobrancelhas é igual; daí até a mais baixa raiz dos cabelos é
também um terço, compreendendo a testa. O comprimento do pé é um sexto da
altura do corpo; o do antebraço, um quarto. Os outros membros também tem
suas próprias proporções simétricas e foi com o uso dessas proporções que os
famosos pintores e escultores da antiguidade atingiram renome mundial.
... Uma vez mais, o ponto central no corpo humano é naturalmente o umbigo. Se
um homem for colocado deitado de costas, com mãos e pés estendidos e um
compasso for centrado em seu umbigo, os dedos das mãos e dos pés irão tocar a
circunferência descrita a partir daquele ponto. E da mesma forma que o corpo
humano permite um traçado circular, uma figura quadrada também pode surgir
dele. Pois, se medirmos a distância das solas dos pés até o topo da cabeça, e
então aplicarmos a medida aos braços estendidos e abertos, a amplitude
encontrada será a mesma que a altura, como no caso de superfícies planas que
são perfeitamente quadradas.”. (Panero & Zelnik, 1979)

Na Figura 1, está representado o Homem de Vitrúvio.


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Durante o renascimento Leonardo Da Vinci, criou seu famoso desenho da figura


humana, inspirado no padrão Vitruviano. (Figura 2.).

Praticamente 2000 anos após Le Corbusier, grande mestre da Arquitetura, criou o


Modulador nº 1, Figura 3.

Figura 1. O Homem de Vitrúvio. (Fonte: Panero & Zelnik, 1979)

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Figura 2. Figura Humana de Leonardo Da Vinci, baseado no homem-padrão de


Vitrúvio. (Fonte: Panero & Zelnik, 1979)

Figura 3. Modulor de Le Corbusier (Fonte: Panero & Zelnik, 1979)

12.2 Definição

Antropometria é a ciência que estuda as dimensões do corpo humano. Do ponto de


vista da Engenharia trata-se de um fator importantíssimo na elaboração de projetos de
máquinas, ferramentas, controles, painéis, mesas, cadeiras, postos de trabalho, cockpit
de veículos e aeronaves, dentre outros.
Como fundamento básico devemos manter as posturas naturais do corpo. (tronco,
braços e pernas) Para um trabalho eficiente, é imprescindível a adaptação do local de
trabalho às medidas do corpo humano.
A aplicação de métodos científicos de medidas físicas nos seres humanos, buscando
determinar as diferenças entre indivíduos e grupos sociais, com a finalidade de se obter
informações utilizadas nos projetos de arquitetura e engenharia, e, de um modo geral,
para melhor adequar os produtos a seus usuários, denomina-se Antropometria.

12.3. Dificuldades encontradas na Antropometria

A grande variedade das medidas Humanas entre os diferentes indivíduos, entre


gêneros e entre raças. Como regra geral, não é suficiente usar a média das medidas
do corpo humano para o dimensionamento da área de trabalho.

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A Falácia do Homem Médio

Se utilizarmos a média de altura da população, provavelmente 50 % da população


bateria a cabeça no batente.

Figura 4. “Homem médio” não serve para dimensionamento de algumas estruturas


e/ou objetos.
Alguns estudos apontam que somente 4% da População tem três segmentos corporais
na média; 1% da população tem 4 segmentos na média e ninguém tem 10 dimensões
na média.

12.4. Variações nas Medidas

As medidas do corpo humano podem apresentar diferenças devido ao gênero


(masculino e feminino), variações intra-individuais, variações étnicas , influências do
clima e diferenças inter-individuais (tipos físicos básicos: ectomorfo, mesomorfo e
endomorfo). Além das diferenças referente ao tempo, ou seja, têm se percebido que
principalmente após a segunda guerra mundial, a população iniciou um processo de
crescimento.

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Figura 5. Variações nos percentis para várias dimensões corporais de três


indivíduos. Cada linha do gráfico representa uma pessoa. Observe que o indivíduo
representado pela linha cheia, por exemplo, mostra um percentil 70 de comprimento
nádega-joelho, um percentil 15 de altura do joelho, quando sentado e um percentil
60 de altura do ombro. Se todos os percentis fossem iguais, o gráfico seria uma
linha reta. Fonte: Enginnering Anthropometric Methods, 1975.

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12.5. Estudo Estatístico Antropométrico.

Não é possível projetar espaços de trabalho que atendam aos extremos, OS MAIS
ALTOS e os mais baixos, temos que contentar a maioria, tomando como base as
medidas representativas da coletividade. Na Ergonomia trabalha-se com a parcela de
95 % da coletividade ou às vezes 90 %.

Limites de Confiança

Os valores obtidos da população devem ser estudados em termos de Limite de


Confiança.
O intervalo de confiança é obtido pela fórmula:

x  x  k .S , onde
x é a média e S o desvio padrão e K representa o nível de confiança conforme abaixo
Valores do coeficiente K para cálculo do intervalo de confiança.

Coeficiente Intervalo
K Inferior Superior
0,00 50 50
0,67 25 75
0,84 20 80
1,00 16,6 83,5
1,28 10 90
1,65 5 95
1,96 2,5 97,5
2,326 1 99
2,576 0,5 99,5

Exemplo:

Ex. Média = 169,7 - DP 7,5


(5-95%) - 1,645
169,7-(7,5 x 1,645) = 157,4 Cm
169,7+(7,5 x 1,645) = 182,0 Cm

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As medidas obtidas devem proporcionar de forma clara e precisa, as especificações


completas da postura, movimento do corpo, zonas e locais medidos. Por exemplo,
altura dos olhos, altura da cabeça, raio de giro do corpo, tamanho da mão,
comprimento do braço, dentre outros.

A Literatura mostra diversos levantamentos efetuados em todo mundo, sendo que os


estudos de Pheasant (1986) são os mais atuais.

No Brasil, existem levantamentos feitos pelo INT - 1988, para 3100 trabalhadores de
indústrias do Estado do Rio de Janeiro, e alguns levantamentos isolados realizado por
diferentes pesquisadores.

Na Tabela 1 apresentamos os valores extraídos do trabalho desenvolvido pelo INT

Notas de Aula. Disciplina Ergonomia. Engenharia de Segurança do Trabalho. 17


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Tabela 1. Dados antropométricos de população trabalhadora do sexo masculino do Rio


de Janeiro (amostra de 3.100 trabalhadores da industria de transformação- INT, 1988).
Medida Média Desvio 5% 25% 50% 75% 95%
Padrão
Altura 169,9 6,6 159,5 165,5 170,0 174,0 181,0
Altura dos olhos 159,4 6,6 149,0 155,0 159,5 163,5 170,0
Altura dos ombros 141,1 6,0 131,5 137,0 141,0 145,0 151,0
Alt.cotovelos 104,4 4,9 96,5 101,0 104,5 107,5 112,0
Sentado 119,3 5,1 111,0 116,0 119,0 122,5 128,0
Altura dos olhos
Sentado 64,3 4,3 77,0 81,5 84,5 87,0 91,0
Altura mamilar
Sentado 64,7 3,7 58,5 62,0 65,0 67,0 71,0
Altura cotovelos
Sentado Altura 42,6 2,4 39,0 41,0 42,5 44,5 46,5
Fossa poplítea
Tamanho do braço 36,7 2,1 33,5 35,5 36,5 38,0 40,5
Tamanho do antebraço 25,3 1,6 22,9 24,3 25,3 26,4 28,3
Distância fossa poplítea- 47,8 2,9 43,5 46,0 48,0 50,0 53,0
nádegas
Largura do tronco 29,7 2,3 26,2 28,0 29,5 31,2 33,9
Largura do quadril 34,2 2,5 30,6 32,5 34,0 35,8 38,6

No exemplo a seguir, mostramos algumas medidas, para população da América Latina.

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Descrição
sd sd

Altura 1750 61 1620 61

Largura coxa 340 20 350 27

Largura ombros 450 21 400 18

Altura sentado 930 36 860 33

Altura olhos (sentado) 810 36 760 36

Altura poplítea 445 23 380 30

Comprimento cotovelo - mão 350 21 325 21

Comprimento nádegas joelho 580 24 540 21

Comprimento nádega pé 1050 49 990 46

Largura quadril (sentado) 350 23 365 33

Comprimento da mão 180 8 165 6

Altura da ponta dos dedos da mão


840 30 780 36
(em pé)

diâmetro biacromial 400 21 350 26

Altura joelhos 540 18 480 32

Largura das mãos (sem polegar) 85 3 70 4.5

Comprimento dos pés 260 14 240 15

Circunferência da cabeça 565 18 540 15

Comprimento da cabeça 190 7.6 175 6.1

Largura cabeça 155 4.6 150 6.1

Fonte

 Autor: Juergens HW, IW Aune und U Piepe


 Referência: Internationaler Anthropometrischer Datenatlas
 Link: http://www.ilo.org

Consulte o site abaixo para maiores detalhes e informações.


<http://www2.io.tudelft.nl/research/ergonomics/DA/content_16.php?table_name=pop_latinrest>

No exemplo a seguir, apresentamos as medidas antropométricas da Espanha e


Portugal.

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English name:
sd sd

Altura 1710 76 1600 57.8

Largura coxa 340 22.8 350 30.4

Largura ombros 440 24.3 390 24.3

Altura sentado 890 36.5 850 30.4

Altura olhos (sentado) 790 39.5 740 39.5

Altura poplítea 440 24.3 380 24.3

Comprimento cotovelo - mão 340 22.8 320 19.8

Comprimento nádegas joelho 590 30.4 560 27.4

Comprimento nádega pé 1030 45.6 940 33.4

Largura quadril (sentado) 345 27.4 360 35

Comprimento da mão 185 13.7 175 13.7

Altura da ponta dos dedos da mão


820 36.5 770 30.4
(em pé)

diâmetro biacromial 380 24.3 350 24.3

Altura joelhos 520 30.4 480 22.8

Largura das mãos (sem polegar) 85 3 75 3

Comprimento dos pés 270 18.2 245 19.8

Circunferência da cabeça 565 24.3 535 18.2

Comprimento da cabeça 185 7.6 180 7.6

Largura cabeça 155 6.1 150 6.1

Fonte:

 Autor: Juergens HW, IW Aune und U Piepe


 Referência: Internationaler Anthropometrischer Datenatlas
 Link: http://www.ilo.org

12.6. Tipos de Medidas

12.6.1. Antropometria Estática

Informa sobre as dimensões físicas do corpo parado. Embora essas medidas sejam
bastante utilizadas em projetos, elas nem sempre são adequadas para situações que
envolvam movimentos.

12.6.2. Antropometria Dinâmica e Funcional

Inclui alcances, ângulos e forças de movimentos na tomada de medidas dinâmicas,


sendo importante especificar qual é a função a ser executada pelo homem, pois essa
função pode envolver interações entre movimentos musculares, de modo que o
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resultado final será diferente daquele que seria obtido se fossem considerados esses
movimentos isoladamente. Por exemplo, o alcance com as mãos na posição sentada
não depende apenas dom comprimento do braço, mas é afetado também pelo
movimento de ombro, rotação e curvatura do tronco, curvatura das costas e o tipo de
manejo a ser executado pela mão.

12.6.3. Cuidados na utilização de tabelas e dados antropométricos

As medidas Antropométricas, variam em função da Raça, Idade. Assim quando


escolher uma tabela saiba que:
 Os Nórdicos são em geral maiores dos que os Brasileiros;
 Os Europeus (Portugal, Espanha, Itália), apresentam medidas muito
próximas
 Os Japoneses são Menores.

Deve-se sempre que possível evitar Tabelas de:

• Para-quedistas
• Forças Armadas
• Marinha
• Entre outros.......

Pois Nesses casos podem existir critérios para seleção (Porte físico).

12.7. Modelos Tridimensionais

Atualmente existem no mercado vários modelos computacionais para projeto de postos


de trabalho e de ambientes, tais como Jack, usado por exemplo na Embraer.

12.8. Princípios para Projetos

Para projetar um posto de trabalho, uma máquina, um equipamento, devemos


pensar inicialmente em alguns pontos básico.
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1º ) Utilização de poucas medidas – Tipo Médio

Como exemplo podemos pensar em um banco de Jardim. Neste caso utilizamos as


medidas de altura da região poplítea. (percentil 50)

2º) Projeto para Indivíduos Extremos

Ex. Um controle situado em determinada altura, deve ser dimensionado para a


Pessoa com menor estatura (95%),
Uma Passagem de emergência deve ser dimensionada para a Pessoa mais alta
(95%).

3º) Projetos para Faixas de População (Regulagens). Sempre dentro da faixa 5 -


95%

Algumas dicas importantes:


Quando não for possível a utilização de postos de trabalho que permitam
“regulagens”, é importante a utilização das tabelas antropométricas.
Para Trabalhos Pesados - Posição em Pé: bancada na altura do púbis.
Para trabalhos moderados: bancada na altura dos cotovelos (com braços na
vertical)
Para trabalhos leves - bancadas próximas a linha mamilar.
Para trabalhos de escrita - bancada ou mesa na altura epigástrica (boca do
estômago)
Quando a bancada envolver mais de um tipo de trabalho, definir em função da
tarefa predominante.

12.9. Questões para Discussão e entrega

Em um determinado ambiente de trabalho, encontram-se trabalhadores executando


uma atividade em uma bancada, onde os mesmos realizam trabalhos de precisão.
Baseado nas tabelas antropométricas apresentadas. Qual deveria ser a altura desta
bancada ?

12.10. Bibliografia Recomendada.

• E. Grandjean. Manual de Ergonomia, (Cap. 4 e 5)


• I Iida. Ergonomia Projeto e Produção 2ª Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005 (Cap.
4 e 5)
• Couto, H.A. Ergonomia Aplicada ao trabalho em 18 lições. ERGOLTDA: Belo
Horizonte, 2002

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13.BIOMECÂNICA

13.1 Introdução

Estuda as interações entre o trabalho e o homem sob o ponto de vista dos


movimentos músculo-esqueletais envolvidos, e as suas conseqüências.
Analisa a questão das posturas corporais no trabalho e a aplicação de forças.

13.2 Características biomecânicas do ser humano.

Pouca capacidade para desenvolver força física;


Adaptado a realizar contrações dinâmicas;

Sistema Osteomuscular habilita a desenvolver movimentos de grande velocidade e


amplitude, porem contra pequenas resistências.

A explicação para este fato está no conceito da Física sobre Alavancas, que
veremos a seguir.

As Alavancas no Corpo Humano

 1º Grau ou interfixa.

d d

resistência Potência
Músculos do pescoço e Coluna Vertebral

Potência = Resistência

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 2º Grau ou inter-resistente

resistência Potência = Resistência / 2

Potência
d d

Não existe no corpo Humano, representa a melhor forma de alavanca.

 3º Grau ou interpotente

d Potência d

resistência

Potência = 2 x Resistência

Permite amplitude e velocidade porém esforço pequeno.


Ex. Bíceps.

No exemplo a seguir, estão representados os tipos de alavancas demonstrados.

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A – Alavancas de 1ª ordem, B – Segunda Ordem e C – 3ª ordem.


Fonte: Biomecânica Básica, HALL, 2005

Exercício:

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13.3 Trabalho Estático vs. Dinâmico

O Trabalho Estático é aquele que exige contração contínua de alguns músculos, para
manter em determinada posição.

Exemplos: músculos dorsais e das pernas para manter a posição Em Pé.

Ou músculos dos ombros e do pescoço para manter a cabeça inclinada para frente.

Ou ainda músculos da mão esquerda segurando a peça para se martelar com a outra
mão.

Nesta Situação (músculo contraído) ocorre um aumento da pressão interna, o que


provoca o estrangulamento dos capilares, provocando Fadiga Muscular.
O Trabalho dinâmico é aquele que permite contrações e relaxamentos alternados dos
músculos, como na tarefa de martelar, serrar, girar um volante ou caminhar.

Portanto o Trabalho Estático é mais fatigante do que o Dinâmico.


Dessa Forma, devemos sempre que possível:

 Evitar tais posturas,


 Melhorar as posturas estáticas
 Introduzir Pausas

13.4 Posturas do Corpo

Existem 3 posturas básicas:


Deitada: não há concentração de tensões;
Sentado: Exige atividade muscular do dorso e do ventre para manter a posição. A
maior parte do peso do corpo é suportada pela Ísquio.
O consumo de energia é de 3 a 10 % maior do que o horizontal.
De Pé: Altamente fatigante.

Quadro 1. Região do Corpo e Risco de Dor.


Postura Risco de Dor
Em Pé Pernas, Pés (varizes)
Sentado sem encosto Músculos extensores do dorso
Assento muito alto Parte inferior das pernas, joelho e pés.
Braços esticados Ombros e braços
Pegas inadequadas em ferramentas Antebraços

Na Figura a seguir Dul & Weedmeester, 2005, apresentam um esquema geral para determinar o
tipo de postura em função do tipo de trabalho realizado.

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Tipo de trabalho

Posto Fixo Posto Móvel

Trabalho Leve Trabalho Pesado Posto de trabalho em pé

Com espaço para pernas


Posto com selim
Poucos levantamentos para apoio
(até 10/hora)

Posto de trabalho sentado


Muitos levantamentos
(mais de 10/hora)
Sem espaço para pernas
Posto de trabalho em Pé

13.5. . Inclinação da Cabeça

A cabeça pesa de 4 a 5 Kg, assim são comuns dores no pescoço para inclinações superiores a
30 º.
O ideal é trabalhar na faixa de 20 º

13.6. Aplicação de Forças

Movimentos:
Precisão: Pontas dos dedos
Ritmo - movimentos suaves e rítmicos - movimentos bruscos -Leva a fadiga;
Movimentos retos - Evitar

Força para Empurrar e Puxar


Valores médios de:
200 - 300 N para Homens
40-60 % para Mulheres

Cargas Verticais

Trabalhos com as mãos acima da linha dos ombros

Cargas Horizontais
Quanto maior a distância pior é a conseqüência.
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Força para Empurrar e Puxar


Mulheres Homens
152 cm
Força (N) Empurrar Puxar Empurrar Puxar
Máx D.P. Max D.P. Máx D.P. Máx D.P

152 150 48 143 34 284 83 174 14 109 cm


Pega (cm)
Altura da

109 176 68 171 33 342 98 258 26

68 158 61 164 51 342 101 269 95


68 cm

Média 161 58 164 51 342 101 269 95

Fonte: Chaffin, Andres e Carg, 1983

A Liberty Mutual estabelece por meio de tabelas a porcentagem da população capaz de exercer
um esforço físico no trabalho sem que haja comprometimento na Coluna Vertebral. A seguir
mostramos um exemplo de aplicação da Tabela.

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Tabela 7. Porcentagem da população capaz realizar


a tarefa de empurrar, a partir de uma força inicial.
Exemplo de utilização

Freqüência
130 * 0,453lb  58,9 Kg
30 s 1 m 5 m 30 m 8 h
57 25
Força inicial (libras)

Masculino
Altura das mão (pol.)

130 37 13 14 36
25 22
57 15 16 28
127 37 37 * 2,54 pol.  93,9cm 39
25 25
Fonte: Liberty Mutual Lifting, Lowering, Pushing, Pulling and Carrying Tables.
2004
Ou seja 13% da população de trabalhadores do sexo masculino que forem submetidos a atividade
de empurrar um carrinho com Massa de 58,9 Kg, 1 vez a cada 5 minutos, se a altura de
realização do esforço for de 94 cm.

13.7. Principais situações de sobrecarga Biomecânica

Todas as situações em que o trabalho exige grandes esforços físicos

Situação de esforço estático:


Corpo fora do eixo natural;
Sustentação de cargas com membros superiores evitando seu deslocamento;
Postura de Pé, durante grande parte da jornada;
Postura em Pé, apoiado em um único Pé;
Trabalhos com braços acima dos ombros;
Movimentação, manuseio e levantamento de cargas pesadas;
Pequenas contrações musculares estáticas (computador);
Braços suspensos;

Uso da mão como morsa.


Situação de alavanca Biomecânica desfavorável
Situação de desagregação do esforço muscular.
Ex. Colocar uma caixa pesada no chão devagar.

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Trabalho em Pé
Trabalho Sentado
Posição Forçada

13.8 Levantamento de Cargas

Inicialmente apresentaremos os conceitos básicos que devem ser adotados para o levantamento
de qualquer tipo de carga. Adiante no material estudaremos métodos específicos para avaliação
das diferentes situações de trabalho.

Conceito PEPLOSP
P - Perto
E - Elevada
P - Pequena distância vertical
L - Leve
O - Ocasional
S - Simétrico
P - Pega adequada para mãos.

13.9 Lista de Questões para Entrega até o final do Módulo de Ergonomia

1. Qual a faixa de regulagem do apoio de braço de uma cadeira para digitador ?

2. Para uma pessoa sentada, trabalhando em uma mesa, qual seria a distância adequada
para:
a) Objetos preferenciais
b) Objetos eventuais

3. Para um trabalho realizado em pé, Qual a altura da bancada ?


a) Trabalho com grande esforço físico;
b) Trabalho de escrita.

4. Para uma tarefa de levantamento de peso (20Kg) terminando a no máximo a altura de


28`` (70 cm) com afastamento de 25 cm. Qual a % da população feminina que suporta
esta carga, considerando:
a) 1 levantamento a cada segundo;
b) 1 levantamento a cada 30 segundos
c) 1 levantamento a cada 1 minuto
d) 1 levantamento a cada 5 minutos
e) 1 levantamento a cada 8 horas

5. Para a mesma situação anterior, porém o levantamento é feito até a altura dos ombros.

6. Para uma tarefa de puxar um carrinho (PULL), que requer uma força inicial de 50 Kgf,
com altura da aplicação da força de 100 cm. Qual o valor % da população masculina
para:

a) 1 ciclo a cada segundo;

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b) 1 ciclo a cada 30 segundos


c) 1 ciclo a cada 1 minuto
d) 1 ciclo a cada 5 minutos
e) 1 ciclo a cada 8 horas

7. Para uma situação de empurrar um carrinho. Qual a % da população que suporta uma
carga constante de 50Kgf com apoio a 150 cm, por uma distância horizontal de 7 metros,
com freqüência de 1 a cada 5 minutos.

8. Para uma população masculina. Qual a carga máxima (Kg) de uma tarefa de transbordo,
para que se tenha garantia de que pelo menos 75% da população não tenha prejuízo à
saúde. Considerar a freqüência de ciclo de 1 transbordo a cada 1 minuto a uma distância
de 10 metros.

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14. Ferramentas para Avaliação ergonômica

Nesta seção estudaremos alguns métodos, ferramentas, check-lists úteis para avaliação
ergonômica.

14.1. Classificação dos Métodos

Os métodos de avaliação ergonômicas podem ser classificados em:

 Medidas diretas
Como por exemplo com a utilização de Goniômetro, Eletrogoniômetro, Eletromiógrafo e
Dinamômetros.

 Medidas Indiretas, por meio de registro das atividades em vídeo ou fotografia

 Medidas Subjetivas tais como a Escala de Borg, Questionário Nórdico e Job Strain
Index

Outra forma de classificação pode ser

 Métodos Qualitativos
 Métodos semi-quantitativos
 Métodos Quantitativos

14.1.1. Medidas Subjetivas

As medidas subjetivas estão baseadas na descrição realizada pelo próprio trabalhador. São
extremamente úteis para um pré-diagnóstico, mas podem apresentar um viés. (tentativa de
simulação ou de exacerbação)
Uma ferramenta de caráter subjetivo é o questionário Nórdico, que foi desenvolvido para auto-
preenchimento, onde o corpo humano é segmentado em 9 partes e o trabalhador deve responder
“sim” ou “não” para três situações envolvendo as 9 partes

 Você teve algum problema nos últimos 7 dias?

 Você teve algum problema nos últimos 12


meses?

 Você teve de deixar de trabalhar algum dia nos


últimos 12 meses devido ao problema?

Embora exista uma certa subjetividade e problemas de memória pessoal de cada sujeito, o
método é aceitável para se fazer um levantamento abrangente.

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Questionário Nórdico dos


sintomas músculo-esqueléticos
Marque um (x) na resposta apropriada.
Marque apenas um (x) para cada questão.
Não, indica conforto, saúde – Sim, indica
incômodos, desconforto, dores nessa parte do
corpo.
ATENÇÃO: O desenho ao lado representa
apenas uma posição aproximada das partes do
corpo. Assinale a parte que mais de aproxima do
seu problema.

Partes do corpo com Você teve algum problema Você teve algum problema Você teve que deixar
problemas nos últimos 7 dias? nos últimos 12 meses? de trabalhar algum dia
nos últimos 12 meses
devido ao problema?
1 – Pescoço 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1 ( ) Não 2 ( ) Sim
2 – Ombros 1 ( ) Não 1 ( ) Não
2 ( ) Sim. ombro direito 2 ( ) Sim. ombro direito
1 ( ) Não 2 ( ) Sim
3 ( ) Sim. ombro esquerdo 3 ( ) Sim. ombro esquerdo
4 ( ) Sim. os dois ombros 4 ( ) Sim. os dois ombros
3 – Cotovelos 1 ( ) Não 1 ( ) Não
2 ( ) Sim. cotovelo direito 2 ( ) Sim. cotovelo direito
1 ( ) Não 2 ( ) Sim
3 ( ) Sim. cotovelo esquerdo 3 ( ) Sim. cotovelo esquerdo
4 ( ) Sim. os dois cotovelos 4 ( ) Sim. os dois cotovelos
4 – Punhos e mãos 1 ( ) Não 1 ( ) Não
2 ( ) Sim. punho/ mão direito 2 ( ) Sim. punho/ mão direito
3 ( ) Sim. punho/ mão 3 ( ) Sim. punho/ mão
1 ( ) Não 2 ( ) Sim
esquerdo esquerdo
4 ( ) Sim. os dois punhos/ 4 ( ) Sim. os dois punhos/
mão mão
5 – Coluna Dorsal 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1( ) Não 2( ) Sim
6 – Coluna Lombar 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1( ) Não 2( ) Sim
7 – Quadril ou coxas 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1( ) Não 2( ) Sim
8 – Joelhos 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1( ) Não 2( ) Sim
9 – Tornozelo ou pés 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1 ( ) Não 2 ( ) Sim 1( ) Não 2( ) Sim

Outra ferramenta de caráter subjetivo é o Diagrama de Áreas Dolorosas, desenvolvido por


Corlett & Manenica, 1980. Nesta o corpo humano é dividido em 24 segmentos, facilitando a
localização. O analista pode entrevistar os trabalhadores ao final do expediente para mapear os
problemas; Indicações acima do 3º nível, requerem atenção imediata.

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desconforto
Sem

desconforto
Sem

desconfortável
Extremamente
Extremamente
desconfortável
Lado esquerdo Visão Dorsal Lado direito

0 1 2 3 4 5 6 7 Ombro 11 21 Ombro 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Braço 12 22 Braço 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Ante braço 13 23 Ante braço 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Mão 14 24 Mão 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Pescoço 31 41 Pescoço 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Dorso Superior 32 42 Dorso Superior 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Dorso Médio 33 43 Dorso Médio 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Dorso Inferior 34 44 Dorso Inferior 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Quadril 35 45 Quadril 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Coxa 51 61 Coxa 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Perna 52 62 Perna 0 1 2 3 4 5 6 7

0 1 2 3 4 5 6 7 Pé 53 63 Pé 0 1 2 3 4 5 6 7

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Finalmente apresentados a escala de Borg, que é um método para determinar a intensidade física
de uma atividade é a Escala de Esforço Percebido de Borg (EEPB). O esforço percebido reflete
quão pesada é a atividade para um indivíduo enquanto o mesmo realiza uma atividade física.
Está baseado nas sensações físicas que uma pessoa experimenta durante a atividade, incluindo o
aumento da freqüência cardíaca, aumento da respiração, aumento do suor, e fadiga muscular.
Embora seja uma medida subjetiva, a escala pode proporcionar uma boa estimativa da atual
freqüência cardíaca durante a atividade1 (Borg, 1998).
Valores entre 12 e 14 na escala de Borg sugerem que a atividade está sendo realizada a um nível
moderado.

6 Nenhum esforço
7 Extremamente leve(7.5)
8
9 Muito leve
10
11 Leve
12
13 Começa a ficar pesado
14
15 Pesado
16
17 Muito pesado
18
19 Extremamente pesado
20 Esforço máximo

1
Existe uma alta correlação entre o valor percebido (Escala) multiplicado por 10 e a freqüência cardíaca; assim uma
pessoa pode estimar sua freqüência cardíaca. Por exemplo, se uma pessoa apresenta um valor EEPB de 12, sua
freqüência cardíaca será 12 x 10 = 120. Note que isto representa uma aproximação, pois os valores variam em
função da idade e do condicionamento físico.
Notas de Aula. Disciplina Ergonomia. Engenharia de Segurança do Trabalho. 35
Prof. Moacyr Machado Cardoso Junior – moajr@uol.com.br
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

14.1.2. Métodos Qualitativos

Alguns métodos qualitativos são apresentados pelo Wisha2. Tratam-se de métodos de avaliação
do Perigo (Lesões por Esforços Repetidos -LER, Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho – DORT).

Os Check-lists abaixo foram elaborados pelo Wisha e funcionam como um roteiro de avaliações
que facilitam a visualização dos problemas ergonômicos típicos de serem encontrados em
ambientes de trabalho.
O primeiro modelo identifica situações com potencial para causar lesões (Checklist Zona de
Precaução). O Checklist Tarefas Na Zona De Perigo é um aprofundamento da análise, ou seja,
para aquelas situações identificadas como potenciais fontes de lesão. Considera ainda a questão
de realização de força de levantamento de pesos e também aspectos relacionados à vibração.

2
Washington State Dept. of Labor and Industries
Notas de Aula. Disciplina Ergonomia. Engenharia de Segurança do Trabalho. 36
Prof. Moacyr Machado Cardoso Junior – moajr@uol.com.br
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Checklist Zona de Precaução3 Use uma folha para cada posição avaliada.
Posto de Trabalho No. de empregados
Movimentos ou posturas que são comuns e partes Se realizada avaliado:
previsíveis do trabalho, ocorrendo mais do que nesta posto de nestas tarefas?
um dia por semana, e mais freqüentes do que trabalho
uma semana por ano.
na caixa Data:

Postura Inadequada Comentários/observações


1. Trabalhando com a(s)
mão(s) acima da cabeça, ou


cotovelos acima dos ombros
mais do que 2 horas totais por
dia.

2. Trabalhando com o
pescoço ou as costas


inclinadas mais do que 30
graus (sem suporte ou com
possibilidade de variação de
postura) mais do que 2 horas
totais por dia.

3. Agachado mais do que 2


horas totais por dia. 
4. Ajoelhado mais do que 2
horas totais por dia. 
Uso de Grande Força com as mãos Comentários/observações
5. Segurando (como pinça)
um objeto(s) pesando 1 ou
mais quilos por mão, ou


segurando na forma de pinça
com uma força de 2 ou mais
quilos por mão, mais do que 2
horas totais por dia (o mesmo
que segurar na forma de pinça
metade de uma resma de papel).

3
Fonte: Washington StateDept. of Labor and Industries.
http://www.lni.wa.gov/Safety/Topics/Ergonomics/ServicesResources/Tools/default.asp
Tradução e adaptação Prof. Moacyr Machado Cardoso Junior. Criado em 24/1/2007 9:13
37
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

6. Agarrar um objeto
pesando 4,5 Kg ou mais por
mão ou agarrar com força de
4,5 Kg ou mais por mão, mais
do que 2 horas totais por dia (o
mesmo que conectar uma garra

tipo jacaré na bateria de um
veículo)

Movimento Altamente Repetitivo Comentários/ observações


7. Uso do mesmo movimento
com o pescoço, ombros,
cotovelos, punhos e mãos
(excluindo atividades de
digitação) com pouca ou
nenhuma variação a cada

poucos segundos, mais do que
2 horas totais por dia.
8. Digitação intensiva mais do
que 4 horas totais por dia.

Impacto Repetido Comentários/ observações
9. Usando a(s) mão(s) (base


da palma) como um martelo ou
o joelho como um martelo mais
do que 10 vezes por hora, mais
do que 2 horas totais por dia.
Levantamento de cargas pesadas, freqüentes ou mediante
adoção de posturas inadequadas (Uma escala simples pode Comentários/ observações
ser para determinar o peso do material)
10. Levantando objetos que


pesem mais do que 34 quilos
uma vez por dia ou mais do
que 25 quilos mais do que 10
vezes por dia.
11. Levantando objetos que


pesem mais do que 4,5 quilos
se realizado mais do que duas
vezes por minuto, mais do que
2 horas totais por dia.
12. Levantando objetos que
pesem mais do que 11 quilos
acima dos ombros, abaixo dos
joelhos ou na extensão do
braço mais do que 25 vezes

por dia.

38
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Vibração Mão-Braço de moderada à Alta


(Obtenha estimativa ou o valor de vibração da ferramenta Comentários/ observações
em uso)
13. Usando parafusadeiras de
impacto, motoserras,
ferramentas de percussão
(marteletes, rebitadeiras) ou
outras ferramentas que
apresentam altos níveis de

vibração, mais do que 30
minutos totais por dia.
14. Usando esmerilhadeiras,
lixadeiras, serra de fita ou
outras ferramentas manuais
que apresentam níveis
moderados de vibração mais

do que 2 horas totais por dia.

CHECKLIST TAREFAS NA ZONA DE PERIGO 4


Para cada "Tarefa na Zona de Precaução" encontre qualquer fator de risco físico que seja pertinente. Se o
perigo existe, ele deve ser reduzido abaixo do nível de Alerta ou ao nível mais baixo que as condições
técnicas e econômicas permitam.
Posto de Trabalho No. de
Movimentos ou posturas que são comuns e partes Existe avaliado:
empregados
previsíveis do trabalho, ocorrendo mais do que um dia Perigo nestas tarefas?
por semana, e mais freqüentes do que uma semana por
ano.
Data:

Postura Inadequada Comentários/observações


Mais do
1. Trabalhando com a(s) que 4
mão(s) acima da cabeça, ou
cotovelos acima dos ombros
horas
totais por

dia

2. Levantamento repetitivo Mais do


da(s) mão(s) acima da que 4
cabeça, ou o(s) cotovelo(s)
acima do(s) ombro(s) mais
horas
totais por

de uma vez por minuto. dia

3. Trabalhando com o Mais do


pescoço fletido mais do que que 4
45° (sem suporte ou com
possibilidade de variação de
horas
totais por

postura) dia

4
Fonte: Washington StateDept. of Labor and Industries.
http://www.lni.wa.gov/Safety/Topics/Ergonomics/ServicesResources/Tools/default.asp
Tradução e adaptação Prof. Moacyr Machado Cardoso Junior. Criado em 24/1/2007 9:13
39
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

4. Trabalhando com as
Mais do
costas inclinadas para a
que 4
frente mais do que 30° (sem
suporte ou sem
horas
totais por

possibilidade de variação de
dia
postura)
5. Trabalhando com as
Mais do
costas inclinadas para a
que 2
frente mais do que 45° (sem
suporte ou sem
horas
totais por

possibilidade de variação de
dia
postura)
Mais do
que 4
6. Agachado horas
totais por

dia
Mais do
que 4
7. Ajoelhado horas
totais por

dia

Existe
Perigo
Uso de Grande Força com as mãos Comentários/observações
Segurar (como pinça) um objeto pesando 1 Kg ou mais por mão, ou pinçar com uma força de 2 Kg ou mais
por mão (o mesmo que segurar na forma de pinça metade de uma resma de papel)
8.
+ Mais
+ do que 3
Movimento altamente
repetitivo
horas
totais

por dia

9. +

+ Mais
do que 3
horas
totais

por dia

10.
+ Mais
do que 4
Sem outros fatores de
risco
horas
totais

por dia

40
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Agarrar um objeto pesando 4,5 Kg ou mais por mão ou agarrar com força de 4,5 Kg ou mais por mão (o
mesmo que conectar uma garra tipo jacaré na bateria de um veículo)
11.

+ Mais
+ do que 3
Movimento altamente
Repetitivo
horas
totais

por dia

12. +
+ Mais
do que 3
horas
totais

por dia

13.
+ Mais
do que 4
Sem outros fatores de
risco
horas
totais

por dia

Existe
Perigo Comentários/
Movimento Altamente Repetitivo
observações
Uso do mesmo movimento com pouca ou nenhuma variação a cada poucos segundos (excluindo
atividades de digitação)
14.
+
+
Mais do
que 2
horas 
totais por
+ dia
Grande esforço com a(s) mão(s)
15.
+
Mais do
Sem outros fatores de risco
que 6
horas 
totais por
dia

41
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Digitação Intensiva
16. + +
Mais do
que 4
horas 
totais por
dia
17. +
Mais do
Sem outros fatores de risco
que 7
horas 
totais por
dia
Comentários/
Impacto Repetido
observações
18.
+
Mais do
Usando a(s) mão(s) (base da
palma) como um martelo mais
do que uma vez por minuto
que 2
horas 
totais por
dia
19. +
Mais do

Usando o(s) joelho(s) como


que 2
horas 
um martelo mais do que uma totais por
vez por minuto dia

42
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Calculadora para análise de operações de levantamento de cargas


Empresa Avaliador

Tarefa Data

1 Entre com o peso do 3 Marque o número que corresponda ao


objeto levantado. Peso total de vezes que o trabalhador realiza
Levantado o ciclo por minuto e o total de horas
diárias trabalhadas na atividade de
levantamento.
Kg.
2 Marque o número no retângulo abaixo
que corresponde à posição da mão do Quantos levanta- Quantas horas por dia?
trabalhador quando começa a levantar mentos por 1 hr ou
1 hr à 2 hrs 2 hrs ou mais
minuto? menos
ou abaixar os objetos.
1 a cada 2-5 min 1.0 0.95 0.85
1 a cada 1 min 0.95 0.9 0.75
2-3 a cada 1 min 0.9 0.85 0.65
4-5 a cada 1 min 0.85 0.7 0.45
6-7 a cada 1 min 0.75 0.5 0.25
8-9 a cada 1 min 0.6 0.35 0.15
10+ a cada 1 min 0.3 0.2 0.0
Nota: Para levantamentos realizados menos de 1 vez a
cada 5 minutos, use 1.0

4 Marque 0.85 se o trabalhador


gira 45º ou mais 0.85
enquanto levanta.

Marque 1,0 para qualquer outra 1.0


situação.
5 Copie abaixo os números que você
marcou nos passos 2, 3, e 4.
Limite
Levantamento

Kg. X X =
Passo Passo Passo Kg.
2 3 4

6 O peso Levantado (1) Sim – OK


é menor do que o Não – PERIGO
Limite de levantamento (5)

43
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Nota: Se a tarefa envolve levantamentos de objetos com diferentes pesos e/ou de diferentes locais, use Passo 1 até 5 acima para:
1. Analisar o pior caso— o objeto mais pesado e o levantamento realizado na pior situação postural.
2. Analisar a situação mais comumente encontrada. No passo 3, use a freqüência e duração de um dia típico de trabalho.

Calculadora para análise de operações de levantamento

7 PRINCIPIOS DE SOLUÇÕES
Para encontrar a solução mais apropriada para a tarefa, Procure pelo menor número que
você usou para os cálculos (2, 3, 4)

POSIÇÃO DAS MÃOS (2) FREQUENCIA (3)


 Reduza a distancia horizontal do corpo  Aumente o peso da carga de modo
 Remova barreiras, obstáculos que seja obrigatório a assistência
 Reduza o peso da carga mecânica (mecanismo)
 Reduza a capacidade do container  Melhore o layout para minimizar o
 Realize o carregamento por meio de manuseio manual do material
equipes com 2 ou mais trabalhadores  Use racks móveis para
 Projete postos de trabalho com Alturas armazenamento
reguláveis para eliminar a inclinação do
tronco para frente
 Providencie apoios
 Armazene objetos a pelo menos 30
inches do piso

DURAÇÃO (3) ROTAÇÃO TRONCO (4)


 Use assistência mecânica tais como  Re-projete o layout do posto de
talhas, ponte rolante, levantador à trabalho para eliminar a rotação do
vácuo, empilhadeira entre outros tronco
 Elimine o use de prateleira profundas  Localize as operações de
 Alternância de tarefas. levantamento à frente do corpo
 Use declives, gravidade, rampas
para eliminar levantamento/ rotação.

44
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Calculadora Para Vibração de Membros Superiores (Mãos)

1. Encontre o valor da vibração da ferramenta. (Pegue a informação do catálogo) Vibração


Sugestão de consulta: http://umetech.niwl.se/eng/havhome.lasso
m/s2

Duração
2. Verifique quantas horas por dia o trabalhador usa a ferramenta e marque o
ponto no gráfico abaixo. Hrs.

3. Localize o ponto no gráfico abaixo para verificação.

4. Interpretação
a. Se o ponto estiver na área marcada como “Perigo”, então o perigo da vibração deve ser
reduzido abaixo da linha ou para o menor nível que seja técnica e economicamente viável.
b. Se o ponto estiver entre as duas curvas na área “Precaução”, então a atividade permanece
como uma “Tarefa na zona de Precaução.”
c. Se o ponto estiver na área “OK” abaixo da última curva, nenhum procedimento adicional
será necessário.

Nota: A curva limite a precaução está baseada na energia equivalente ponderada para freqüência em 8-horas
produzida por uma aceleração de 2.5 m/s2. A curva limite de Perigo está baseada na energia equivalente
ponderada para freqüência produzida por uma aceleração de 5 m/s2.

45
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Método PLIBEL

Método para identificação de Perigos Ergonômicos


 Método de avaliação subjetivo e auto-explanatório, identificando de forma dicotômica
(Sim ou Não)

 Requer sólidos conhecimentos de ergonomia

 Requer um pouco de prática

 Sugere entrevista com trabalhador – para esclarecer pontos que talvez passem
desapercebidos

46
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

47
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

48
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Check-List Osha para Avaliação de atividades em terminais de computador. O objetivo é o de


verificar itens que são considerados importantes para avaliação desta atividade. O Escore final de
aprovação deve ser igual a “SIM” para todas as respostas dos itens (A-J) e não mais do que
dois “NÃO” nos itens (1-23)

CheckListSST/MMCJ para Trabalho em Computadores5.

Posto Avaliado (Local /Nome usuário):_________________________________________

Condições de trabalho Sim Não


A Estação de trabalho está projetada ou adequada para as atividades de Trabalho em
Computadores quando ela permite aos servidores....
A) Cabeça e Pescoço na posição reta (não inclinada para baixo ou para trás).
B) Cabeça, Pescoço e Tronco voltados para frente (não torcido)
C) Tronco aproximadamente perpendicular ao piso (não inclinado para frente ou
para trás).
D) Ombros e braços perpendiculares ao piso (não esticado para frente) e relaxados
(não elevados)
E) Braços e Cotovelos próximo ao corpo (não estendido para fora).
F) antebraços, punhos e mãos estão retos e paralelos ao piso (não apontando para
cima ou para baixo).
G) Punhos e Mãos estão retos (não curvados para cima/baixo ou para os lados em
direção ao dedo mínimo).
H) Coxas estão paralelas ao piso e Pernas aproximadamente perpendiculares ao
piso.
I) Pés estão inteiramente em descanso no piso ou suportados por descanso para pés.
J) Tarefas em Computador estão organizadas de uma maneira que permita ao
servidor variar as tarefas em Computador com outras atividades, ou realizar micro
paradas ou pausas de recuperação enquanto trabalha em Computador.
Assento Sim Não
A Cadeira....
1) O apoio para as costas proporciona suporte para a região lombar
2) A largura e a profundidade do assento acomoda o servidor.
3) A parte frontal do assento não pressiona a parte de trás dos joelhos e pernas
(assento muito comprido).
4) Assento tem forro e é arredondado, tem curvatura na parte frontal (sem cantos
vivos).
5) Os descanso para braços suportam ambos os braços enquanto o servidor realiza
suas tarefas e não interferem com o movimento.
Teclado/ Dispositivos de Entrada de Dados Sim Não
O teclado/dispositivo de entrada de dados é projetado ou está organizado para a
execução das tarefas em Computador de forma que...
6) A plataforma do teclado/dispositivo de entrada de dados é estável e grande
suficiente para segurá-los.
7) Dispositivo de entrada de dados (mouse ou TrackBall) esta posicionado próximo

5
Working Safely with Video Display Terminals. U.S. Department of Labor Occupational Safety and Health
Administration OSHA 3092. 1997 (Revised)
Tradução por Moacyr Machado Cardoso Junior.

49
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

ao teclado, de forma que ele não precise ser alcançado.


8) Dispositivo de entrada de dados é de fácil ativação e com tamanho/forma
compatível com as mãos do servidor (não muito pequeno/grande).
9) Pulsos e mãos não repousam em cantos vivos ou duros.
Monitor Sim Não
O monitor é projetado ou está disposto para Trabalhos em Computador de forma
que...
10) O ponto mais alto da tela está no mesmo nível da linha dos olhos ou abaixo, de
forma que o servidor não precise inclinar a cabeça ou pescoço para baixo ou para
trás. (Para servidores com bifocal ou trifocal, veja próximo item)
11) Servidores que usam bifocal ou trifocal conseguem ler a tela sem ter que
inclinar a cabeça ou pescoço para trás.
12) A distancia do monitor permite ao servidor a leitura da tela sem inclinar a
cabeça, pescoço ou tronco para frente ou para trás.
13) O monitor está diretamente na frente do servidor, de forma que o mesmo não
necessite girar a cabeça ou pescoço.
14. Não existe brilho na tela (por exemplo, das janelas, lâmpadas) que provoque
ofuscamento e em conseqüência o servidor assuma posturas inadequadas para a
leitura da tela.
Área de Trabalho Sim Não
A área de trabalho é projetada ou está organizada para as tarefas em Computador de
forma que...
15) As coxas têm espaço suficiente entre a cadeira e a mesa do
computador/plataforma do teclado.
16) Pernas e Pés tem espaço sob a mesa do computador de forma que o servidor
possa chegar próximo suficiente do teclado/dispositivo de entrada de dados.
Acessórios Sim Não
17) O suporte de documentos, se estiver disponível, é estável e grande suficiente
para acomodar os documentos que são usados.
18) O suporte de documentos, se estiver disponível, está colocado aproximadamente
na mesma altura e distância da tela do monitor, de forma que haja pouco
movimento da cabeça quando o servidor estiver olhando do documento para a tela.
19) O apoio de pulso, se estiver disponível, é acolchoado e livre de cantos vivos ou
quadrados.
20) O apoio de pulso, se estiver disponível, permite ao servidor manter antebraços,
pulsos e mãos retas e paralelas ao chão quando utilizando o teclado/dispositivo de
entrada de dados.
21) O telefone pode ser usado com a cabeça ereta (sem inclinação) e ombros
relaxados (não elevados) quando o servidor ao mesmo tempo executa trabalho em
computador.
Geral Sim Não
22) A estação de trabalho e o equipamento possuem ajustes suficientes de forma
que os servidores possam assumir posturas seguras e possibilite mudanças
ocasionais de postura enquanto trabalha em Computador
23) A estação de trabalho, equipamento ou acessório são mantidos em condições de
serviço e funcionamento apropriados.
Escore de aprovação = “SIM” para todas as respostas dos itens (A-J) e não mais do que dois
“NÃO” nos itens (1-23)

50
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

ACGIH-TLV Back

Levantamento de Peso: Os TLV´s6 recomendados referem-se a condições de levantamento de


peso no local de trabalho, às quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa ser
repetidamente exposta, dia após dia, sem o desenvolvimento de Dort´s associados às tarefas de
elevação repetitiva relacionada ao trabalho.
Os TLV´s consistem em três tabelas com limites de peso em Kg para duas mãos e tarefas de
mono-elevação dentro de um ângulo de 30º, a partir do plano sagital (neutro). Uma tarefa de
mono-elevação é aquela em que as cargas são similares e os pontos iniciais e de destino são
repetidos. Esses limites são apresentados para tarefas de levantamento definidas por sua duração,
inferior ou superior a 2 horas por dia, e por sua freqüência, expressa em Nº de levantamentos por
hora.
Passo a Passo
1.) Determine se a duração da tarefa é inferior ou igual a 2 horas por dia ou superior a 2 horas
por dia. A duração da tarefa corresponde ao período total utilizado pelo trabalhador no
desempenho da tarefa em um dia.
2.) Determine a freqüência de levantamento de peso: Nº de levantamentos que o trabalhador
executa por hora.
3.) Utilize a Tabela de TLV´s que corresponde a duração e freqüência de levantamento de peso
da tarefa

6
Treshold Limit Value

51
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

52
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

4.) Determine a zona de altura do levantamento (Figura 1), com base na localização das mãos no
início do levantamento.

ACGIH-TLV Back Passo a Passo...


 3.) Utilize a Tabela de TLV´s que corresponde a duração e
freqüência de levantamento de peso da tarefa.

Margem superior do limite de alcance superior


0 cm
(altura do ombro + 30 cm)

30 cm
Altura do ombro
Margem inferior do limite de alcance superior
(altura do ombro + 8 cm)
60 cm

80 cm
Altura da articulação

Metade da altura da tíbia


(ponto eqüidistante entre tornozelo e o joelho)

Piso

Fonte: Limites de Exposição (TLV´s) para substâncias Químicas e Agentes Físicos. ACGIH, 2007.

5.) Determine a localização horizontal do levantamento (Figura 1), por meio da medição da
distância horizontal, a partir do ponto médio que liga os ossos internos do tornozelo ao ponto
médio entre as mãos no início do levantamento.

6.) Determine o TLV em quilogramas para a tarefa de levantamento conforme as tabelas


correspondentes às zonas de levantamento e de distância horizontal, com base na freqüência e
duração.
7.) Se o peso for posicionado no seu destino de forma controlada (devagar), repita os passo de 4
a 6, utilizando o ponto de destino em lugar do ponto de início. O TLV é representado pelo limite
mais baixo dos dois

Presença de outros Fatores.... Devemos reduzir os TLV´s encontrados.

53
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Freqüência de levantamento > 360 / hora


Turno > 8 horas
Alta assimetria: (levantamento de peso superior a 30º
fora do plano sagital)
Levantamento com uma mão
Postura corporal: levantamento sentado ou ajoelhado
Umidade e Calor excessivos
Objetos instáveis (centro de gravidade deslocado)
Pega inadequada
Piso instável
Após exposição a WBV´s ou HAV´s

Hand Activity Level - ACGIH

O TLV´s estão baseados em estudos epidemiológicos, psicofisiológicos e biomédicos para uma


atividade única realizada por mais de 4 horas diárias.
O TLV considera o nível médio de atividades das mãos NAM (HAL) e o pico de força da
mão, representando condições às quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa ser
repetidamente exposto sem ocorrência de danos à saúde.
O NAN está baseado na frequencia de esforços das mãos e no ciclo de trabalho (distribuição do
trabalho e períodos de recuperação)
O NAN pode ser determinado com a avaliação de observadores treinados utilizando a escala
abaixo:

0 2 4 6 8 10
Mão ociosa Consistente Lenta, Movimento Movimento Rápido
a maioria evidente, movimento estável/ rápido e movimento
do tempo; longas estável/ esforço; estável/ estável/
sem pausas; ou esforços; pausas esforços; dificuldade
esforços movimentos pausas curtas esporádicas sem pausas em manter
regulares muito lentos freqüentes regulares ritmo ou
esforço
contínuo
Nível de Atividade das Mãos (0 a 10). Fonte Acgih

Ou por meio da Tabela abaixo:

54
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Freqüência Período Ciclo de atividade (%)


(esforços/segundo) s/ esforço
0-20 20-40 40-60 60-80 80-100

0,125 8,0 1 1 - - -

0,25 4,0 2 2 3 - -

0,5 2,0 3 4 5 5 6

1,0 1,0 4 5 5 6 7

2,0 0,5 - 5 6 7 8

Nível de Atividade das Mãos (0 a 10) está relacionado à freqüência de esforço e ciclo de atividades.
Fonte Acgih

A força de Pico das mãos está normalizada numa escala de 0 a 10, que corresponde a 0% a 100%
da força de referência aplicada à população.
A força de Pico pode ser determinada por avaliações de um observador treinado, utilizando a
Escala de Borg, ou medida com instrumentação (medida direta de força ou eletromiografia)
A utilização de 2 ou mais observadores leva a resultados mais confiáveis.
A força de pico normalizada é a força exigida, dividida pela força máxima da população
multiplicada por 10.

10

Prevalência
Força de Pico Normalizada

8 alta de
DORT´s
6

4
Limite
de
2
ação

0
0 2 4 6 8 10
Nível de Atividade das mãos (NAM)

TLV para redução de DORT´s baseado na atividade das mãos NAM e pico de força das mãos.
Fonte Acgih

55
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

14.1.3. Métodos Semi-Qualitativos

Sistema OWAS, Ovako Working Posture Analysing System

O método foi desenvolvido em meados dos anos 70 pela OVAKO Oy, uma siderúrgica
Finlandesa, em conjunto com o Instituto Finlandês de Segurança Ocupacional.

Princípios do Método:
- Sistema de fácil uso e aprendizado;
- Os resultados mostram a % de tempo que o trabalhador permanece em posturas
“boas” e “más”;
- O sistema proporciona benchmarks para o projeto do posto de trabalho.
- O sistema define posturas padronizadas para o Tronco, braços, Membros
inferiores e a Carga manual;
- Uma série de observações são feitas e registradas as posições com referências
aos quatro Pontos citados acima;
- A porcentagem de tempo em cada categoria pré-definida é calculada;
- Resultados comparados com Padrões.

Categorias

Tronco:

1 – Tronco na Posição Ereta (Neutra)


2 – Tronco curvado para frente
3 – Tronco ereto e torcido
4 – Tronco curvado e torcido

1 2 3 4

Tronco reto ( em Tronco Flexionado Tronco rotacionado Tronco flexionado


posição neutra ) para a frente para um dos lados para frente e
rotacionado para
um dos lados

56
Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

Braços:

1 – Ambos os braços abaixo da linha dos ombros


2 – Um braço acima da linha do ombro (cotovelo acima)
3 – Ambos os braços acima da linha do cotovelo

1 2 3

Ambos os braços Um dos braços


acima da linha do Ambos os braços
abaixo do nível do acima da linha do
ombro ombro
ombro

Parte inferior do Corpo:

1 – Sentado
2 – De Pé, joelhos retos, peso distribuído igualmente entre as pernas
3 – De Pé, joelhos retos, peso concentrado em uma única perna
4 – De Pé, joelhos flexionados, peso distribuído igualmente entre as pernas
5 – De Pé, joelhos flexionados, peso concentrado em uma única perna
6 – Ajoelhado (um ou dois joelhos no chão)
7 – Andando (em movimento)

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1 2 3
4 5
Sentado Em pé, com joelhos retos Em pé, com joelhos
e peso distribuído retos e peso Em pé, com joelhos Em pé, , com joelhos
uniformemente entre as concentrado em uma flexionados e peso flexionados e peso
pernas das pernas distribuído concentrado em uma
uniformemente entre das pernas
as pernas

6
Ajoelhado ( com um ou dois
joelhos tocando o chão) Andando
7

Força exercida pelas mãos

1 – Menor do que 10 Kg
2 – Entre 10 e 20 Kg
3 – Maior do que 20 Kg

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Análise dos Dados

Após a coleta de dados, cada postura é quantificada em termos de % de tempo, e então


comparada aos tempos preconizados pelo método.

Fator Código Descrição da postura 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100


Tronco 1 Tronco reto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 Tronco Flexionado para frente.
1 1 1 2 2 2 2 2 3 3
3 Tronco com rotação 1 1 2 2 2 3 3 3 3 3
4 Tronco flexionado e com rotação 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4
Braços 1 Ambos os braços abaixo do nível do
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
ombro;
2 Um dos braços acima da linha do
1 1 1 2 2 2 2 2 3 3
ombro;
3 Ambos os braços acima da linha do
1 1 2 2 2 2 2 3 3 3
ombro.
Pernas 1 Sentado; 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2
2 Em pé, com joelhos retos e peso
distribuído uniformemente entre as 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2
pernas;
3 Em pé, com joelhos retos e peso
1 1 1 2 2 2 2 2 3 3
concentrado em uma das pernas;
4 Em pé, com joelhos flexionados e
peso distribuído uniformemente 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4
entre as pernas;
5 Em pé, com joelhos flexionados e
peso concentrado em uma das 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4
pernas;
6 Ajoelhado (com um ou dois joelhos
1 1 2 2 2 3 3 3 3 3
tocando o chão).
7 Andando 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2
% Tempo 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Os dados são então classificados como:


(1) Aceitável – Não existe necessidade de intervenção
(2) Levemente prejudicial – Ações corretivas devem ser tomadas por ocasião da revisão do
local de trabalho
(3) Claramente prejudicial - Ações corretivas devem ser tomadas tão logo seja possível
(4) Extremamente prejudicial – Ações corretivas imediatas

Categoria Explicação Ação


de ação

Postura normal e natural sem efeitos Não requer ação


danosos para o sistema músculo-
1 esquelético

2 Postura com possibilidade de causar dano Ações corretivas são requeridas num futuro próximo

Postura com efeitos danosos sobre o Ações corretivas são necessárias, o quanto antes.
3 sistema músculo-esquelético

A carga causada por esta postura Ações corretivas imediatas.


4 tem efeitos danosos imediatos sobre
o sistema músculo-esquelético

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Resumindo OWAS
1º Passo: Entender a Tarefa a ser realizada;
2º Passo: Listar todos os postos de trabalho
3º Passo: Listar as atividades em cada posto de trabalho;
4º Passo: Quando as atividades são executadas
5º Passo: Desenvolver a Estratégia de Coleta de dados
Freqüência de observação
Intervalos fixos ou aleatórios
Quais as tarefas serão observadas

14.1.4. Métodos Quantitativos

Critério NIOSH

Lpr = Cc x FDH x Fav x FDVP x FRLT x FFL x FQPC

Cc = Constante (23 Kg)


FDH = Fator distância horizontal = 25/H
Fav = Fator de posição vertical = 1 - (0,003x[Vc-75])
FDVP = 0,82 + 4,5/Dc
FRLT = Fator posição do tronco = 1 - (0,0032 x A)
A = ângulo de rotação do tronco em graus
FFL = Fator de Freqüência
FQPC = Fator Qualidade de Pega

Dc

Vc

H
Observação: na legislação brasileira, CLT, a carga máxima admitida é de 60 Kg.

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Qualidade da Pega
Pega Vc < 75 cm Vc ≥ 75 cm

Boa 1,00 1,00

Razoável 0,95 1,00

Pobre 0,90 0,90

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Exercício
Um trabalhador apanha sacos de parafusos num carrinho que está a 25 cm do chão e coloca sobre
uma esteira a 95 cm, sua distância do material na origem é de 30 cm. Para colocar o material
sobre a esteira é necessário que ele faça uma rotação do tronco de 60 º; este trabalho é realizado
apenas durante 1 hora quando devem ser colocados na esteira 540 sacos, que é a necessidade
diária de produção.

FHD = 25/H = 25/30 = 0,83


Fav = 1 - (0,003 x [25-75])
Fav = 1 - (0,003 x -50)= 0,85
FDVP = 0,82 + 4,5/Dc
FDVP = 0,82 + 4,5/70= 0,88
FRLT = 1 - (0,0032 x 60)
FRLT = 0,601
FFL = 0,52
FQPC = 1,0
Lpr = 4,46 Kg

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Freqüência de Até 8 horas Até 2 horas Até 1 hora


levantamento
Vc < 75 cm Vc ≥ 75 cm Vc < 75 cm Vc ≥ 75 cm Vc < 75 cm Vc ≥ 75 cm
(vezes/ minuto)

0,2 0,85 0,85 0,95 0,95 1,00 1,00


0,5 0,81 0,81 0,92 0,92 0,97 0,97
1 0,75 0,75 0,88 0,88 0,94 0,94
2 0,65 0,65 0,84 0,84 0,91 0,91
3 0,55 0,55 0,79 0,79 0,88 0,88
4 0,45 0,45 0,72 0,72 0,84 0,84
5 0,35 0,35 0,60 0,60 0,80 0,80
6 0,27 0,27 0,50 0,50 0,75 0,75
7 0,22 0,22 0,42 0,42 0,70 0,70
8 0,18 0,18 0,35 0,35 0,60 0,60
9 0 0,15 0,30 0,30 0,52 0,52
10 0 0,13 0,26 0,26 0,45 0,45
11 0 0 0 0,23 0,41 0,41
12 0 0 0 0,21 0,37 0,37
13 0 0 0 0 0 0,34
14 0 0 0 0 0 0,31
15 0 0 0 0 0 0,28
16 0 0 0 0 0 0

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15. Postos de Trabalho – Dimensionamento


Abordagem Tradicional

Na concepção de postos de trabalho, muitas organizações utilizam o enfoque Taylorista, que


se baseia na economia de movimentos.

O melhor método de trabalho é escolhido em função do menor tempo de execução da tarefa.

O processo abrange três etapas:

1. Desenvolver o método preferido: a) define objetivo da operação, b) descreve as


diversas alternativas de métodos para se alcançar o objetivo, c) testa essas
alternativas, e d) seleciona o método que melhor atenda ao objetivo.
2. Preparar o método padrão: a) realizar uma descrição detalhada do método,
especificando os movimentos necessários e a seqüência dos mesmos, b) fazer
desenho esquemático do posto de trabalho, mostrando posicionamento das peças,
ferramentas e máquinas com as respectivas dimensões, e c) listar as condições
ambientais (iluminação, calor, gases, poeiras) e outros que possam afetar o
desempenho.
3. Determinar o tempo-padrão: É o tempo necessário, a um operário experiente,
para executar o trabalho usando o método padrão, incluindo-se as tolerâncias de
espera, fadiga.

Problemas:

Redução da Motivação;
Absenteísmo;
Alta rotatividade;
Doenças;
Monotonia.

Ou seja, atualmente sabe-se que a utilização deste método é negativo, pois as vantagens
introduzidas pela racionalização do posto de trabalho são superadas pelos aspectos negativos

Enfoque Ergonômico

Visa reduzir exigências ou constrangimentos:

• Biomecânicos;
• Cognitivos;
• Organizacionais.

Projeto do Posto de Trabalho

Planejamento: arranjo físico ou layout das fábricas é realizado em três níveis:


 Projeto do Macro Espaço: Estudo global da empresa, com definição das dimensões de
cada departamento e também de áreas auxiliares, fluxo de materiais.
 Projeto do Micro Espaço: Unidade Produtiva, ou posto de trabalho, incluindo
trabalhador e seu ambiente imediato, abrangendo máquinas, equipamentos, condições
ambientais

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 Projeto Detalhado: Define as características da interface homem-máquina-ambiente.

Projeto e seleção de instrumentos de informação e controle

Atividades de Projeto

1. Levantamento das características da tarefa, equipamento e ambiente usando


diversas técnicas (observação, entrevista, questionários, filmagens, etc...)
2. Identificar grupo de usuários para realização de medidas antropométricas ou a
obtenção a partir de tabelas (cuidado!)
3. Determinar as faixas de variação das medidas antropométricas para altura de
assentos, superfícies de trabalho, alcances, apoios, etc...
4. Estabeleça prioridades para as operações manuais, colocando aquelas principais na
área de alcance preferencial.
5. Providenciar espaços adequados para acomodação e movimentação de braços,
pernas e tronco
6. Localize os dispositivos visuais dentro da área normal de visão
7. Verifique a entrada e saída de materiais e de informações de/para outros postos de
trabalho
8. Elabore um desenho do posto de trabalho em escala e posicione os seus principais
componentes
9. Construa um modelo . Mock-up. Em escala 1:1

10. Construa o protótipo para testes em condições reais

Análise da Tarefa

• Descrição da tarefa:
• objetivo(para que serve a tarefa, o que será produzido?);
• operador (tipo homem, mulher, graus de instrução e treinamento, experiência anterior,
faixa etária, habilidades, dimensões antropométricas);
• Características técnicas (máquinas e materiais envolvidos, flexibilidade e graus de
adaptação de máquinas, equipamentos e materiais);

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• Aplicações, (onde será usado o posto de trabalho, isolado ou integrado na linha de


produção),
• Condições operacionais, (como vai trabalhar, postura, esforços, risco de acidentes);
• Condições Ambientais (temperatura, ruído, iluminação, cores,) e
• Condições Organizacionais (condições sociais, horário, turnos, trabalho em grupo,
chefia, carreira)

Descrição das ações

• Registradas por observação direta, por amostragem ou por filmagem.

• Dividem-se em Informações e Controles


Ex.: tarefa de dirigir
• Tipo de ação: acelerar, frear, acender luz
• Estímulo recebido: auditivo, visual, sinestésico
• Instrumento envolvido: Volante, câmbio, velocímetro
• Membro envolvido: mão direita, pé
• Condições operacionais: ruído, vibração
• Condições sociais: outras pessoas que viajam no carro.
Importante: Eliminar tarefas altamente repetitivas, ações estáticas.

Arranjo Físico do Posto de Trabalho

Critérios:
1. Importância . Aquilo que é mais importante em destaque.
Ex. operador de Radar.. O mais importante é a tela, logo a mesma deve ocupar o
centro das atenções

2. Freqüência de uso: Aquilo que é usado mais freqüentemente


3. Agrupamento funcional: funções semelhantes são mantidas em blocos. Ex. Painel de
comando
4. Seqüência de uso: ordenamento nas operações
5. Intensidade de fluxo: os elementos, entre os quais ocorrem maior intensidade de fluxo,
são colocados próximos entre si
6. Ligações preferenciais: elementos entre os quais ocorrem determinados tipos de ligações
são colocados próximos.

Importância, freqüência e agrupamento funcional: referem-se a natureza dos elementos

Os demais: referem-se às interações.

Os critérios não são mutuamente exclusivos

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16. Ergonomia Organizacional


NR – 17 Ministério do Trabalho

• 17.6. Organização do trabalho

• 17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas


dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

Recordando ........................................................Algumas características psicofisiológicas do ser


humano: (veja item 1.)

Definição de Organizar
Organizar, no sentido comum, é colocar uma certa ordem num conjunto de recursos diversos
para fazer deles um instrumento ou uma ferramenta a serviço de uma vontade que busca a
realização de um projeto (ou, numa linguagem ergonômica, os objetivos da tarefa).

“Organização Científica do Trabalho”


Proposta por Taylor, dividiu rigidamente a concepção do trabalho da sua execução. Alguns
poucos concebem e planejam e outros executam. Projetam-se tarefas fragmentadas sem levar em
conta que os homens preferem iniciar e finalizar a fabricação de um produto, entender o que
estão fazendo, criar novos processos mais eficientes, ferramentas mais adequadas etc.
Em outras palavras, a organização científica do trabalho impondo uma hierarquia rígida não
conseguiu a necessária cooperação dos trabalhadores.
Com a introdução das linhas de montagem, tentou-se assegurar a produção impondo o tempo de
execução, mas não se conseguiu a motivação dos trabalhadores como sublinhado acima.
Brevemente tornou-se necessária a introdução de prêmios de produtividade em tarefas
fragmentadas. Um recurso eficiente a curto prazo, mas de efeitos danosos ao longo do tempo.

Quais são estes Danos ?

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no
mínimo:

a) as normas de produção:
São todas as normas, escritas ou não, explícitas ou implícitas, que o trabalhador deve seguir para
realizar a tarefa. Aqui se incluem desde o horário de trabalho (se diurno, se noturno, a duração e
a freqüência das pausas etc.) até a qualidade desejada do produto (um erro pode acarretar
conseqüências graves), passando pela utilização obrigatória do mobiliário e dos equipamentos
disponíveis. A descrição das normas de produção é muito importante para se entender as
dificuldades do trabalhador, pois, quase sempre, a sua explicitação permite evidenciar as normas
contraditórias da tarefa. Por exemplo, as exigências de produção podem ser contraditórias
àquelas de qualidade ou segurança.

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b) o modo operatório:
O modo operatório designa as atividades ou operações que devem ser executadas para se atingir
o resultado final desejado, o objetivo da tarefa.
Ele pode ser prescrito (ditado pela empresa) ou real (o modo particular adotado pelo trabalhador
para fazer face à variabilidade acima mencionada).

Condições
Condições
determinadas
reais
Atividade
Tarefa De
trabalho
Resultados Resultados
antecipados efetivos

Trabalho prescrito Trabalho real

Atividade de Trabalho

• É uma estratégia de adaptação à situação real de trabalho, objeto da prescrição;


• Contradição entre o que é pedido e o que a coisa pede.
• Análise ergonômica do trabalho: estratégias de regulação, antecipação usadas pelo
operador

c) a exigência de tempo:
Expressa o quanto deve ser produzido em um determinado tempo, sob imposição. Uma
expressão equivalente seria “a pressão de tempo”

A capacidade produtiva (rendimento) de um mesmo indivíduo pode variar ao longo do tempo (ao
longo de um mesmo dia, semana, mês, ano e ao longo dos anos = variação intra-individual),
assim como variar entre um indivíduo e outro (variação interindividual).

d) a determinação do conteúdo do tempo:


A determinação do conteúdo do tempo permite evidenciar o quanto de tempo se gasta para
realizar uma subtarefa ou cada uma das atividades necessárias à tarefa. Uma secretária, por
exemplo, pode gastar grande parte do seu tempo atendendo a telefonemas e dando informações
(tarefas que não são registradas como produção, que não deixam marcas, que são invisíveis mas
que não podem deixar de serem executadas) e deixando de lado outras tarefas, como digitar um
relatório.

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Cargos Vs. Tarefas

Objetivos organizacionais exigem uma série de tarefas. Obter a descrição das tarefas

Tarefas de Homens e Máquinas

Homens são melhores do que as máquinas: mais criativos (fora da rotina), sensibilidade,
aprendem com a experiência, tomam decisões mesmo com critérios pouco definidos.

Máquinas melhores do que o Homem: mais lógicas, reprodução fiel, maior velocidade de
processamento, trabalham em condições insalubres e horários inconvenientes.
Após a alocação das tarefas elas devem ser reunidas em Cargos.

Cargos Interessantes: variedade de tarefas, o ocupante deve ter controle sobre o seu trabalho,
adequado ao nível de conhecimento e experiência, não ser muito repetitivo, mistura de tarefas
simples e complexas, determinar seu próprio ritmo, método e seqüência de operações, dar
oportunidade de contato social, ter acesso à informações e recursos necessários

Enriquecimento da Tarefa

Atribuir Carga Vertical


responsabilidades Maior Profundidade
mais elevadas
Carga Horizontal
Maior amplitude

Incluir o Para enriquecer o Incluir o


Pré-trabalho cargo, deve-se trabalho posterior
rearranjar seus
elementos

Automatizar ou atribuir
as tarefas mais simples
a outros

Organização do Trabalho
• Formas flexíveis de organização
• Grupos autônomos
• Estilo gerencial baseado na liderança: Não Chefe, mas Sim Lider
• Formas flexíveis de organização: Muitos problemas organizacionais estão atrelados ao
mecanicismo (Taylorismo). A adoção de sistemas mais flexíveis (mais orgânicos).
Utilização de equipes de trabalho
• Flexibilização de controles e horários de trabalho

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e) o ritmo de trabalho:
O ritmo de trabalho pode ser imposto pela máquina (no caso de uma linha de montagem, com
operações que devem, às vezes, ser executadas em menos de um minuto) ou ser gerenciado pelo
trabalhador ao longo de um dia, embora mantendo uma cota de produção diária (como na linha
de montagem com estoque-tampão). Ele pode também ser influenciado pelo modo de
remuneração (salário baseado no número de toques sobre o teclado como na digitação ou por
unidades produzidas), que é teoricamente um ritmo livre, mas que induz o trabalhador a uma
auto-aceleração que não mais respeita sua percepção de fadiga.
Tempo de ciclo não deve ser inferior a um minuto e meio: típico de linhas de montagem,
provocam alienação mental, concentram a fadiga em poucos músculos. Incluir outras ações para
aumentar o tempo de ciclo.

Grupos Autônomos

• Ex. Philips, Scania, Volvo... Produção em células auto-gerenciadas


• Resultados: melhoria qualidade, menor desperdício, redução da monotonia e fadiga
• Ideal de 7 a 12 pessoas. Envolvimento das pessoas, tempo gasto nas decisões,
produtividade e habilidade para resolver problemas.

f) o conteúdo das tarefas:

O conteúdo das tarefas designa o modo como o trabalhador percebe as condições de seu
trabalho: estimulante, socialmente importante, monótono ou aquém de suas capacidades. Pode
ser estimulante se envolve uma certa criatividade, se há uma variedade de atividades, se há
questões a se resolver e se elas solicitam o interesse do trabalhador.

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Ergonomia – Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho UNICSUL

16. Ergonomia Cognitiva

intencionalmente deixado em branco

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