Ficha Analítica de Leitura

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Ficha Analítica de Leitura

Unidade Curricular: História Económica

Discentes: Lara Nunes, Inês Girgin

Docente: Maria Cristina Guimarães Almeida Moreira

1. Identificação do texto

Magid, Jacob (2012), The Marshall Plan, History Department, Boston University, Boston,
USA

2. Problemática

O Plano Marshall, oficialmente chamado de Plano de Recuperação Europeia e aprovado em


1948, foi uma iniciativa dos Estados Unidos para ajudar a Europa na sua reconstrução, após
a Segunda Guerra Mundial.

Após o término da Segunda Guerra Mundial em 1945, a Europa estava devastada. Muitas
cidades estavam em ruínas, a produção industrial estava em colapso e a população
enfrentava escassez de alimentos e outros recursos essenciais. A Guerra deixou a economia
europeia arrasada, criando a necessidade de ajuda urgente.

Até 1947, achava-se que o problema económico da Europa se resolveria naturalmente pela
atuação das forças do mercado e com o apoio das novas instituições e organismos criados
pelo sistema de Bretton Woods (o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial). Assim,
a primeira aposta do governo dos Estados Unidos, com o Plano Morgenthau, foi de que a
Europa se reconstruisse com os seus próprios esforços e com o eventual apoio do sistema
de Bretton Woods.

Porém, tal não aconteceu, a Europa não foi capaz de recuperar sozinha e o suporte dado
pelo sistema de Bretton Woods foi insuficiente.

Embora a pobreza extrema e a destruição se mantivessem, o impulso inicial para esquecer o


Plano Morgenthau e implementar um novo, não foi económico ou humanitário, mas sim
geopolítico. Os EUA eram contra o auxílio aos países que pertenciam ao “Eixo”, contudo, a
partir do momento em que alguns países europeus se aproximam do bloco soviético, seja
por pressão militar, ou pelo facto de alguns partidos comunistas se apresentarem como
forças políticas de peso, pôr fim à crise torna-se uma prioridade para os EUA.

O Plano Marshall foi proposto pelo secretário de estado dos EUA, George C. Marshall, num
discurso na Universidade de Harvard em junho de 1947, onde se sugere estender uma ajuda
financeira maciça à Europa para a sua reconstrução económica. A 3 de abril de 1948, este
plano é então aprovado pelo presidente Harry Truman. Iniciam-se as ajudas aos países
europeus, entre os quais Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Noruega e Oeste Alemão.
Embora só tenha prestado apoio a 16 países, o plano foi estendido a toda a Europa,
incluindo a União Soviética e os seus aliados do Leste Europeu, que recusam a ajuda.

O principal objetivo deste plano era combater a grave crise económica e a possível ascensão
do comunismo na Europa e ao mesmo tempo garantir a abertura do mercado europeu para
os produtos norte-americanos.

O Plano Marshall é normalmente considerado um sucesso, isto porque ao longo dos quatro
anos (1948-1952) em que esteve em vigor, forneceu mais de 12 mil milhões de dólares em
assistência financeira, equipamentos, matéria-prima e alimentos. Essa assistência foi
fundamental na reconstrução de infraestruturas industriais e energéticas, além de apoiar o
comércio e a agricultura, permitindo que a economia europeia recuperasse rapidamente. O
plano contribuiu também, para a integração económica e a formação da Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço (CECA), precursora da União Europeia e para a fundação da
NATO, uma aliança militar estabelecida em 1949, entre a América do Norte e vários países
Europeus.

No entanto, há quem ponha em causa os verdadeiros benefícios económicos do Plano


Marshall, isto porque os relatórios da época mostram que, quando o plano entrou em vigor, a
Europa Ocidental já estava no caminho certo para a recuperação. Apesar dos investimentos
significativos por parte dos Estados Unidos, os fundos atribuídos no âmbito do plano
representavam menos de 3% do total nacional da Europa Ocidental. Isto resultou num
crescimento relativamente modesto do PIB nesses países durante os quatro anos em que o
programa esteve em vigor.

Além disso, o plano é considerado por vários historiadores, como o início da Guerra Fria,
entre os EUA e a União Soviética. Ainda assim, é visto como um exemplo de diplomacia
económica e cooperação internacional com grande importância no domínio da história
económica nos séculos XVIII a XX.

Resumindo, o Plano Marshall foi uma resposta reativa, por parte dos Estados Unidos ao
agravamento da crise económica, social e política na Europa, que se baseia na prestação de
assistência monetária, e que desempenhou um papel crucial na recuperação e estabilização
da mesma.

3. Palavras-chave

2º Guerra Mundial; Bretton Woods; Plano Marshall; Reconstrução económica; Plano


Morgenthau

4. Citações:

“As instituições criadas em Bretton Woods por pouco não foram vistas como obsoletas já
desde o nascimento. O Banco Mundial não teria qualquer atuação mais significativa até
1969. O FMI, de início, funcionava não como um financiador, mas apenas como uma espécie
de facilitador de trocas monetárias entre os países, oferecendo lastro para que as moedas
pudessem ser conversíveis ao dólar.”: António Lassance (2021:21)

“No entanto, fica a pergunta: esse sucesso econômico deveu-se ao Plano Marshall? Na
verdade, muitos estudiosos e economistas argumentam que as perspectivas da Europa a
médio prazo já eram brilhantes; eles já tinham tradições capitalistas de longa data e
economias de mercado relativamente bem-sucedidas”: tradução livre, Jacob Magid (2012:5)

“A Segunda Guerra Mundial é classificada como um dos eventos mais destrutivos na história
da Europa. Junto com as dezenas de milhões que morreram , a guerra desenraizou, ainda,
outros milhões e devastou toda a estrutura empresarial europeia”: tradução livre, Jacob
Magid (2012:1)

5. Atividade reflexiva

O Plano Marshall foi o primeiro plano para a recuperação pós-guerra da Europa?


- Latynina,Yulia (2022) Marshall vs. Morgenthau,Novaya Gazeta

O que tornou o Plano Marshall possível?


- LASSANCE, Antonio. O Plano Marshall: uma abordagem atual à formulação, ao desenho e
à coordenação de políticas públicas e programas governamentais. Brasília: Ipea, 2021.
(Texto para Discussão, n. 2661). (Capítulo 3.9)

Que benefícios trouxe o Plano Marshall aos EUA?


- LASSANCE, Antonio. O Plano Marshall: uma abordagem atual à formulação, ao desenho e
à coordenação de políticas públicas e programas governamentais. Brasília: Ipea, 2021.
(Texto para Discussão, n. 2661). (Capítulo 3.10)

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