Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 15

Aula contratos internacionais 14/03/2022

Matéria para o trabalho – Acidente canal do Suez.

Email: turmadiurnacontratos@gmail.com Passe: Internacionais54!

Inco-turns – Transferência do risco.

Canal do Suez

O canal de Suez é um canal artificial localizado no Egito, que liga o mar mediterrâneo ao mar
vermelho. Ou seja, está entre o continente asiático e africano.

História

Embora sua inauguração tenha sido no século XIX, a ideia de construir um canal que unisse os
dois mares, já remonta a antiguidade no governo do faraó Sesóstris III, (1878 a.C. a 1840 a.C.).
Por esse motivo, a união do Rio Nilo ao Mar Vermelho é conhecida como o “Canal dos Faraós”.

O canal do Suez foi inaugurado a 17 de novembro de 1869. A construção foi financiada por
dois países: França e Egito. Mais tarde, a parte do Egito foi vendida ao reino Unido, decorrente
da dívida externa.

Importância canal do Suez

Uma vez que permite a passagem entre o Oriente e o Ocidente, o canal de Suez, desde sua
construção, foi muito importante para a economia mundial.

É um dos canais mais importantes do mundo e, através da navegação, cerca de 10% do


comércio mundial passa por ele. Além de permitir o contato entre o continente africano e
asiático, possibilita aos europeus acessos aos dois continentes.

O transporte foi o principal intuito para a construção, sendo que muitas embarcações passam
pelo canal diariamente (aproximadamente 15.000 navios por ano).

Se não fosse o canal, as embarcações que saíssem do mar mediterrâneo, deveriam contornar o
continente africano para chegar ao mar vermelho e vice-versa.

Avarias no Direito Marítimo

Caracterização das Avarias no Direito Marítimo

São reputadas avarias todas as despesas extraordinárias feitas com o navio ou com a sua
carga, conjunta ou separadamente, e todos os danos ou perdas que acontecem ao navio e
carga desde que começam os riscos do mar até que acabam.

Avaria grossa ou comum: todas as despesas extraordinárias e os sacrifícios feitos


voluntariamente com o fim de evitar um perigo real e iminente pelo capitão ou por sua ordem,
para a segurança comum do navio e da carga desde o seu carregamento e partida até ao seu
retorno e descarga. Nesta avaria as despesas são divididas proporcionalmente entre os
proprietários das cargas embarcadas e navio;

Avaria simples ou particular: é aquela avaria ocorrida somente no navio ou na carga durante o
tempo dos riscos. Afeta somente o dono da mercadoria avariada sendo que os danos são
suportados por uma só pessoa.

1
Aula contratos internacionais 21/03/2022

- Intervim nesta aula a fazer a contextualização histórica do canal do Suez.

90% do comércio marítimo é feito por rota marítima.

O canal movimenta cerca de 8 mil milhões de euros por dia.

Grupo I – Compra e venda

Nota: Trazer a CISG

O tipo de navios mais comum no canal do Suez é o navio de mercadorias. O contrato de


compra e venda internacional, não deixa de ser um contrato.

Aos CI para determinar os seus aspetos, vamos atender, desde ao Roma I, Roma II, a
convenção de Viena de 1980, os princípios unidroit.

Contratos internos diferente de contratos internacionais.

Em concordância com o artigo 3º CV, podemos definir um contrato de compra e venda com o
contrato que uma parte tem a intenção de transmitir certa mercadoria, por outro lado, temos
o comprador que tem a intenção de adquirir certa mercadoria. O âmbito de aplicação
encontra-se no artigo 1º, a al. a) estabelecem a aplicação espacial, podemos aplicar a CISG
quando se trata de empresas com empresas em estados contratantes, só que às vezes
podemos aplicar a CISG no caso da al. b), aqui as empresas dos estados envolvidos não
ratificou a convenção de Viena, podemos aplicar a convenção, porque temos de ver o que diz o
dip do estado que não ratificou a convenção de Viena, para onde aponta o DIP do estado
contratante, artigo 4º do Roma I, critério supletivo da lei da residência habitual, se por acaso o
estado da norma de conflitos apontar para um estado na convenção, aplica-se a CISG.

Porque este contrato de compra e venda tem outros satélites, temos evidentemente de ver o
contrato de transporte marítimo (Grupo 2).

No âmbito do transporte marítimo o problema prende-se com a jurisdição competente para


dirimir o litígio, o litígio pode ser resolvido por uma lei de arbitragem, ou se houver direito
harmonizado, significa que não vamos ao direito conflitual, vamos imediatamente aos
instrumentos que vão disciplinar o direito marítimo.

Artigo 1º alínea b) CV, estabelece os contratos de transporte que estão excluídos.

Conhecimento de carga – Título negociável, isto é, podemos embarcar cargas no navio de alto
mar e quem comprou a carga vendou-o, ou seja, é título negociável, assim há negócios que
podemos comprar, mas que, entretanto, vendemos, e a rota deixa de fazer sentido, então
procura-se um porto que descarregue a carga e que a faça seguir para uma rota que considere
viável.

Aula Contratos Internacionais 22/03/2022

Artigo 49º LAV - Dá-nos o conceito e o regime da arbitragem internacional.

A lex mercatória nasceu nas corporações medievais, esta é sempre sectorial (nasce no setor do
mercado), assim são os comerciantes através dos costumes que vão sedimentando as suas
regras. A lex mercatória é direito espontâneo.

2
O soft-law são regras que não brotam espontaneamente, que foram pensadas, provem de
entidades, organizações internacionais, ou seja, emergem de organismos internacionais.

A nova lex mercatória é para englobar a lex mercatória e o soft-law.

Regras (artigo 52º LAV) – Chamam-se regras porque a lei é lei estadual, assim, engloba quer a
lex mercatória, quer soft-law. No artigo 52º nº3, as partes podem escolher as regras.

Cláusula escalonada – Aqui as partes dizem que se houver algum conflito recorrem à
arbitragem, depois à mediação e caso estes dois não resultem recorre-se aos tribunais, ou seja,
há sempre uma forma alternativa.

Artigo 1º LAV – Convenção de arbitragem – Este é um acordo pelo qual as partes querem, caso
surja um conflito, submetê-lo à arbitragem.

Vantagens da arbitragem – Celeridade e o árbitro pode aplicar o direito mais adequado à


questão.

Convenção de arbitragem, é um contrato. A cláusula de arbitragem normalmente está dentro


do contrato do contrato. Porém, a cláusula de arbitragem não é obrigatória estar no contrato,
pode estar numa cláusula a parte.

Artigo 1º nº1 – Estabelece o critério da patrimonialidade.

Artigo 1º nº2 – Aqui temos um critério alternativo.

Direito indisponível de caráter patrimonial, exemplo, artigo 54º código dos autores e dos
direitos conexos.

Nota: A clientela é um dos elementos do estabelecimento comercial.

Artigo 1º nº3 LAV – 2 modalidades – Compromisso arbitral – Isto acontece quando primeiro há
um litígio e depois estabelecem que é a arbitragem; Cláusula compromissória – Antes do litígio
nascer estabelece-se que é a arbitragem que resolve. O que ao distingue é um elemento
temporal.

Artigo 1º nº4 LAV – Mostra que existem outras arbitragens, exemplo, arbitragem
administrativa, arbitragem tributária (não vamos dar nesta cadeira).

Artigo 2º - Requisitos de arbitragem.

Aula contratos internacionais 29/03/2022

Artigo 2º LAV - Os “meios alternativos” aqui o que acontece é que toda a gente diz que são
meios alternativos, o que é meio alternativo é arbitragem, de notar que uma mediação, um
acordo, não são meios alternativos, verdadeiramente alternativos é apenas a arbitragem.

Quando se fala da convenção da arbitragem, é necessário ver a forma, dizendo-nos o seu


número 1 que tem de ter a forma escrita.

O nº3 da LAV reforça a ideia do suporte eletrónico.

Uma convenção de arbitragem é um contrato.

O nº4 fala o que vale como convenção de arbitragem. Temos 2 tipos de convenções:

3
- Compromisso arbitral – O contrato não previu nada;

- Cláusula compromissória – O litígio ainda não nasceu, mas as partes já convencionaram a


arbitragem.

Nota: Pode-se colocar uma cláusula de arbitragem por remissão.

Nº5 – Estabelece uma existência tácita.

Artigo 3º - O que acontece se não se respeitar a forma? Violação da forma dá lugar à nulidade.

Princípio do aproveitamento do negócio jurídico – Aproveita-se o que for possível, só se


aproveita se as partes com aquilo que celebraram com a junção da cláusula tivessem
celebrado na mesma o contrato.

Existem 2 tipos de arbitragem – Institucional e arbitragem ADOC.

As partes podem escolher árbitros de fora, sem ser árbitros que a arbitragem tem. Aqui
também existem medidas provisórias cautelares. Estas medidas podem ser pedidas aos
tribunais judiciais.

Pergunta teste:

Quais são os princípios da colaboração/assistência entre a arbitragem e os tribunais judiciais.

Em princípio é irrecorrível a sentença arbitral.

Arbitragem ADOC – Estas arbitragens são mais baratas e, é o advogado que tem de constituir
tudo para a arbitragem. Exemplo: Secretária, juízes, local, etc.

Só se pode modificar a convenção de arbitragem até à aceitação do primeiro árbitro. Há um


equilíbrio entre a tutela dos árbitros e o princípio da colaboração.

A convenção de arbitragem pode ser revogada, exemplo, se não tiver confiança num árbitro.

A morte ou a extinção da pessoa coletiva não faz caducar a arbitragem.

Efeito negativo da convenção de arbitragem – Afastar a competência dos tribunais judiciais.


Este efeito encontra-se fora do princípio da colaboração da arbitragem. Esta efeito tem como
finalidade, dar competência ao tribunal arbitral, aqui temos o efeito positivo de convenção de
arbitragem.

Princípio da competência competência - Aqui os tribunais arbitrais vão ver se tem


competência. 2 razões: - Evitar que as partes façam manobras dilatórias;

- Averiguar a validade da convenção.

Nota: Não é possível ir para um tribunal judicial ir discutir uma convenção de arbitragem. E
também não é possível discutir autonomamente a convenção de arbitragem. O regulamento
de arbitragem não pode refutar uma lei da arbitragem.

O árbitro não tem uma lei do foro, tem uma sede.

Artigo 7º - Fala da convenção de arbitragem e das providências cautelares. O legislador diz que
os tribunais arbitrais são uma jurisdição de apoio à convenção de arbitragem, também se
encontra no artigo 9º da lei modelo. Remeter este artigo 7º para o artigo 29º da LAV -Aqui fala

4
que se pode pedir uma medida cautelar a um tribunal arbitral – De notar aqui que a professora
considera que aqui tem de se pedir ao tribunal judicial, porque aos tribunais arbitrais falta a
autoridade. Assim, os tribunais arbitrais podem indicar medidas que não tem coercibilidade.

Número de árbitros (artigo 8º LAV) – Singular ou coletivo (normalmente são coletivos, cada
parte nomeia um arbitro). Requisitos: As pessoas coletivas não podem ser árbitros.

Artigo 9º - Princípio da equiparação dos árbitros aos magistrados.

Não há recurso na designação do árbitro. Ninguém pode ser obrigado a ser árbitro, o árbitro
deve ainda declarar que aceita, caso não se pronuncie entende-se que não aceita. O processo
de recusa encontra-se no artigo 14º da LAV.

A nomeação de um árbitro substituto faz-se no artigo 16º.

Quanto à competência dos tribunais arbitrais – Vigora aqui o princípio da competência


competência (artigo 18ºnº1) – O tribunal arbitral aprecia a sua própria competência, ou seja,
diz o próprio tribunal se tem competência para aquele litígio ou não.

Princípio da autonomia da convenção da arbitragem – Aqui o contrato pode ser inválido e a


convenção válida, isto faz-se para discutir a validade da arbitragem.

Os tribunais administrativos não podem ultrapassar o poder que lhe é dado pela convenção.

Contratos internacionais (Prof. Pires) 05/04/2022

Convenção de Viena

Esta é uma forma/instrumentos na regulamentação dos contratos internacionais, na medida


em que é uma das poucas formas de hard-law que se utiliza nos contratos internacionais. Nos
contratos internacionais utiliza-se essencialmente a lex mercatória. A convenção de Viena é
um instrumento legal emitido por uma entidade supraestadual que é integrada nos
ordenamentos jurídicos nacionais.

A convenção de Viena da ONU sobre os contratos de compra e venda de mercadorias, é


conhecida também como CISG.

Esta foi assinada em 1980, sobre a direção do UNCITRAL (Comissão das Nações Unidas para o
Direito Mercantil Internacional – CNUDMI – Em português). CNUDMI e UNCITRAL são a mesma
coisa.

A convenção teve a adesão de grande parte dos países, incluindo Portugal, com decreto-lei
5/2020 é que a convenção de Viena passou a fazer parte do ordenamento jurídico português.

A convenção tem regras muito claras sobre aquilo em que se aplica, aplicando-se aos contratos
de compra e venda de mercadorias, sendo as partes que tenham os seus estabelecimentos em
ordens jurídicas diferentes, quando os estados sejam estados contratantes da convenção ou
quando as regras de DIP mandem aplicar a lei do estado que tem na sua ordem jurídica a
convenção de Viena.

Uma parte pode ter vários pontos de estabelecimentos, não são tomadas na convenção de
Viena a nacionalidade das partes, nem interessa saber se o contrato é comercial ou não.

Nota: A convenção de Viena é só para os contratos de compra e venda, não regula por
exemplo, a empreitada.

5
O artigo 2º coloca de fora de certas situações, nomeadamente, as compras e vendas de bens
para consumo.

Assim, só se aplica à compra e venda de relações comerciais, isto é, para revenda para
comercialização.

Artigo 3º convenção de Viena – Estabelece que são compra e venda os contratos de


mercadorias a fabricar, se se tratar de uma compra e venda em que a mão de obra é fornecida
pelo comprador já não se aplica a convenção de Viena, aqui o legislador quis fechar o âmbito
da compra e venda deixando de lado outro tipo de convenções.

Artigo 4º Convenção de Viena – Estabelece que a convenção de Viena regula exclusivamente


as compras e vendas, ou seja, como é que estas se formam, quais os direitos e obrigações que
resultam do negócio, regula também a transferência do risco e, exclui as questões de validade
do negócio e transferência do direito de propriedade, fez-o porque muito dificilmente o
legislador iria conseguir abordar esses pontos, porque os ordenamentos jurídicos ainda são
muito diferentes, assim procurou uniformizar.

Artigo 5º - Não regula a responsabilidade civil extracontratual.

Artigo 7º - Vem tratar da forma como se interpreta a convenção, esta é uma convenção
internacional que diz respeito a uma compra e venda internacional, sendo que o intérprete
deve ter a noção que a convenção visa regular compra e venda internacional.

Nº 2 – Caso haja lacuna, o juiz deve ter de tratá-la de acordo com o espírito da convenção,
caso não consiga, lançamos mão do direito internacional privado.

A convenção no nº1 do artigo 8º começa com um sentido objetivista, mas depois aplica a
teoria da impressão do destinatário.

Artigo 8º nº3 – Manda ter em conta todas as circunstâncias pertinentes.

Artigo 9º - Contempla o valor dos usos, de notar que na lex mercatória o uso comercial tem
muito mais força do que o uso doméstico. Aqui o uso é quase lei. Portanto, cada atividade
comercial terá os seus usos, que são normais para as partes, tendo então no contrato
internacional o uso muita mais força, presumindo-se que as partes sabem desses
usos/costumes.

Artigo 11º - Princípio da liberdade de forma – O contrato de compra e venda não tem de
constar de documento escrito, vigora a liberdade de forma e a liberdade probatória.

Artigo 12º - Qualquer disposição que estabeleça um princípio de liberdade de forma, desde
que uma das partes tenha a sua sede num estado contraente, pode ser afastado desses
princípios constantes do artigo 11º e 29º.

Nota: O estado pode aderir à convenção e colocar uma reserva a dizer que não se aplica uma
determinada regra.

Artigo 13º - Arqueologia jurídica, ou seja, já não existe como é o caso do telegrama e do telex.

A formação do contrato

Primeiro tema substantivo, regulado pela convenção é o tema da formação do contrato.

6
Artigo 14º - Se o comportamento reunir os requisitos do artigo 14º está em causa uma
proposta contratual. Distinção proposta contratual e convite a contratar.

Artigo 15º - A proposta contratual torna-se eficaz quando chega ao seu destinatário.

Artigo 16º - Até ao momento de conclusão de um contrato pode uma proposta contratual ser
revogada.

Nº2 – No entanto, não pode ser irrevogável se esta era irrevogável, ou se se presumisse que
tal proposta era irrevogável.

Artigo 18º - O silêncio e a inação não podem valer como aceitação. Uma proposta feita
verbalmente deve ser feita de imediato.

Aula Contratos Internacionais (Prof. Pires ) 19/04/2022

Outros instrumentos de lex mercatória que são essenciais em matéria de contratos


internacionais Convenção de Viena e hard law. Temos também instrumentos de lex mercatória
que não são instrumentos que tem a sua génese na lex mercadoria e soft law.

Princípios UNIDROIT – É um conjunto de princípios elaborados por uma entidade que é um


instituto internacional para a unificação do direito privado. É uma Organização independente
apoiada pelos governos, mas é independente. Estuda as necessidades e métodos para a
harmonização e coordenação ao nível mundial. Quer tentar esforçar-se para desenvolver
instrumentos, regras, princípios de direito privado uniformizado e tentam fazê-lo
independentemente da extradição jurídica dos vários países. UNIDORIT não tenta criar regras
de direito privado - contratos - essas regras não estão coladas nem dependentes de uma
tradição jurídica ou extradição, que essas regras estejam acima.

Dois sistemas jurídicos - anglo saxónica, common law e sistema da civil law - duas grandes
tradições jurídicas. Common law desenvolve se no direito inglês, nas ilhas, direito de raiz
costumeira, a lei comum e os costumes comuns aos diferentes clãs. Essas tradições aplicam se
ao caso concreto e caso procedente, baseado numa regra e princípios comuns que são
aplicados pelos tribunais aos casos concretos. Quando se julga um caso, é importante saber
como um caso julgado foi igual.

Direito baseado na regra do procedente, princípio de uma lei comum. Não há código civil
inglês, os Tribunais decidem baseados nos casos procedentes e pode haver recurso para
tribunais que não são da estrutura judicial, ou seja, para outros tribunais da equidade.

O Direito europeu é regulado por um código Civil baseado em regras, o que se decidiu no caso
A não quer saber, depois para decidir no caso B nem no caso C, ou seja, uma decisão pode ser
diferente da outra, não estão vinculados áquilo que se decidiu anteriormente, tenta-se criar
regras e princípios que se desprendam da dicotomia procura-encontrar princípios para que os
intervenientes dos comércios possam regular.

UNIDROIT – Estes princípios aplicam-se quando? Quando as partes disserem e entenderem


que eles se devem aplicar, aplicam se a todos e quaisquer contratos.

As partes podem dizer que o contrato está regulado pelos princípios UNIDROIT ou dizer que é
regulado pela lex mercatória que depois pode ir aos princípios.

7
Projeto do código europeu dos contratos

São Instrumentos, documentos projetados e produzidos por uma comissão organizada no


âmbito da União Europeia, mas a comissão não é comissão destinada a produzir, a comissão
foi produzindo e construindo o projeto. Projeto académico não é um projeto comunitário, este
projeto procura ser algo que permita criar espaços para uniformizar o direito europeu dos
contratos. Há uma dificuldade em fazer. Este apresenta um âmbito mais estrito, um âmbito
material na europa, aplica-se quando as partes remetem para ele, quando as partes disserem
ou quando as partes indicarem a lex mercadoria e se assim o entender o tribunal aplica. São
estruturados quase como o UNIDROIT.

Direito comunitário – É uma proposta de regulamento em relação a um direito comum da


compra e venda, esta proposta procura aplicar-se às compras e vendas europeias se as partes
o concordarem, regulamentos em paralelo com as nomas dos direitos nacionais, norma do
regime do direito subsidiário - contudo este regulamento, esta proposta não foi para a frente.

Entidades privadas são os mais importantes mercadores de lex mercatória

ICC é a câmara de comércio internacional, esta é a instituição privada mais importante em


matéria de comércio internacional, tem mais de 100 anos, foi crescendo e ainda hoje faz a
penetragem, que são os INCOTERMS, produto registado e protegido, pela ICC.

Incoterms - Os termos internacionais de comércio, conseguem traduzir de quem é o risco do


transporte, a responsabilidade do vendedor até onde vai, qual a responsabilidade dos
alfandegários, o conjunto de siglas que resumem as possíveis formas das partes acordarem as
condições de uma determinada operação é este o trabalho, e continua a ser evoluído e é
evoluído devido ao comércio.

Procuram acompanhar a evolução do comercio internacional, foram sujeitos a uma alteração,


a ICC tem um tribunal arbitral, produz as cláusulas standard, cláusulas em que se fala de
organização de risco, sobre cláusulas de força maior. As partes não tem de andar a perder
tempo a discuti-las são aceites no momento.

FIDIC – É uma federação internacional dos consultores e engenheiros, importante numa área
essencial da economia, a área da construção e da arquitetura, engenheiros e advogados. Que
desenvolvem nas minutas aplicadas aos diversos tipos de obras e construção e ao longo dos
anos tem drafts contratuais feitas como factos feitos a medida. Nesta federação são
encontrados livros onde indicam as minutas. Para evitar horas de discussão de minutas, onde
se indicam bases, bases do modelo FIDIC adequado e preencher o resto, modelo base do
contrato e um modelo equilibrado, organização de pessoas realizadas com a construção e
quando se adota uma minuta usa-se um contrato que está equilibrado. A FIDIC faz arbitragens
técnicas.

O contrato regula-se a ele próprio e apresenta métodos para resolução de litigo não há
momento de intervenção nem de tribunais nem de leis arbitrais.

De notar que, contratos internacionais não são só comercio - FIDIC não tem haver com
comércio, mas sim com obras de engenheiro e arquitetura. Uma outra área é a área financeira.
Financiamentos de grande valor, só um banco não chega para financiar tudo. Na parte
financeira há uma organização que se chama LMA, baseada em Londres capital financeira do
mundo, onde está o centro financeiro. Operações de financiamento, algo desequilibrado as
minutas feitas pela LMA são para o banco, pro banco, são feitas para o interesse do banco.

8
Produção de documentos contratuais, feitas para os bandidos, para os advogados, LMA e uma
estrutura feita para os bancos e advogados. Produz instrumentos e modelos contratuais de
financiamento. Este tipo de modelos ninguém passa pela cabeça em querer fazer uma minuta,
estão ali os modelos, LMA fonte importante para a lex mercatória.

Comércios internacionais, contratos internacionais vivem à margem da lei, vivem ao abrigo da


lei. Vivem ao abrigo da soft law, da Lex mercatória.

Aula Contratos internacionais 26/04/2022

Via conflitual Regulamentos Lex mercatória


(Direito espontâneo)
RPI
Via material Não
substantiva vinculativos Soft Law - Produção
de organismos não
governamentis. Ex:
Princípios unidroit.

- A CNUDCI já fez direito vinculativo, mas, entretanto, mudou a sua postura e fez a lei modelo
da arbitragem internacional.

Princípios Unidroit – São regras gerais não princípios em sentido da palavra.

NOTA: O árbitro não tem poder executório/não tem poder coercitivo.

O legislador entendeu que é possível pedir medidas provisórias cautelares, sobretudo, durante
o processo. As medidas que fazem sentido pedir ao arbitro, por exemplo, antecipação
provisória. Para a professora o arresto e o arrolamento não tem qualquer sentido serem
pedidos. Na arbitragem não podem ser decretadas medidas cautelar com efeito surpresa.

Os requisitos encontram-se no artigo 21º LAV.

Ordem preliminar – Antecâmara de uma medida provisória cautelar de arbitragem (artigo 22º
LAV). Esta ordem não é vinculativa, é uma espécie de um aviso.

Artigo 24º LAV – Regras comuns ao procedimento cautelar e ordens preliminares.

Remeter artigo 29º LAV para o artigo 7º LAV.

Processo arbitral – Artigo 30º ao 38º LAV.

NOTA: Diferença entre cláusula compromissória e cláusula de arbitragem, sai no teste.

Em regra, a sentença é irrecorrível, se o objetivo é a celeridade processual não faz o sentido de


admitir o recurso.

Artigo 39º - Sublinhar a palavra direito.

9
Regras de direito – Pode ser soft -law; lex mercatória; direito vinculativo.

O arbitro tem grande flexibilidade no comércio internacional.

10
Aula Contratos Internacionais (Teórica) 09/05/2022

Fases do petróleo

Fase de exploração; Fase de desenvolvimento da produção; Fase da produção.

Seguros e garantias bancárias

Apólice – Contém as cláusulas e as condições gerais que o regem. Aqui existem 3 tipos de
apólices no direito marítimo: Apólice por viagem; apólice flutuante; Apólice aberta.

Risco – Acontecimento incerto e imprevisível.

Avaria grossa - aquela que é praticada deliberadamente pelo capitão ou responsável, com o
objetivo de preservar o navio e a carga de um perigo iminente.

Aula contratos internacionais 10/05/2022

Na atualidade a arbitragem está a cair em descrédito, tendo contribuído para ela o problema
do investimento estrangeiro. No investimento estrangeiro, de um lado, temos um estado
recetor, do outro, temos multinacionais e, querem investir em economias emergentes,
normalmente o que acontece é o estado onde pertence o investidor irá celebrar uma espécie
de acordo bilateral e os dois estados, entretanto, estabelecem um contrato de investimento
estrangeiro. Estes contratos tem quase sempre cláusulas de arbitragem, os litígios decorrentes
deste contrato vão para o ICSID. Acontece desde logo que as arbitragens ICSID tem emitido
decisões quase sempre para o investidor (para os ricos).

Artigo 39º LAV – Apenas se pode aplicar ao comércio interno, no caso da arbitragem
internacional (artigo 52º), podemos aplicar qualquer regra, tal como, lex mercatória, soft-law.

Artigo 39º nº3 – Estabelece a amigável composição, esta é mais flexível do que julgar em
equidade (esta é a justiça do caso concreto), nesta julga-se com base nos interesses das partes,
entrar numa situação de equilíbrio.

De notar que equidade é diferente de composição amigável.

Artigo 39º nº4 – Princípio da irrecorribilidade das partes.

Artigo 40º - Tribunal coletivo – Decisão por maioria, o presidente é o voto de desempate.

Artigo 42º nº7 – Estabelece que a sentença arbitral tem a mesma força executiva que a
sentença de um tribunal estadual. Remeter deste artigo para o 705º nº2 CPC.

Artigo 43º - Estabelece o prazo para proferir sentença, estabelecendo o seu nº2 os casos de
prorrogação.

NOTA: Não esquecer que a sentença arbitral não é recorrível.

Artigo 46º - Pedido de anulação. O nº3 alínea a) do artigo 46º estão os casos em que a parte
tem de demonstrar estas situações. Alínea a) ponto iii – Aqui temos o problema de uma
arbitragem ultra petita infra petita. O conhecimento oficioso encontra-se na alínea b) do nº3.

POSSÍVEL QUESTÃO MINI-TESTE:

11
Numa arbitragem interna, posso anular uma decisão arbitral por violação dos princípios da
ordem pública internacional do estado português?

A ordem pública internacional portuguesa já é parte da ordem pública interna, só que numa
fração mais pequena da ordem pública portuguesa. Assim, tudo que é ordem publica
internacional é ordem pública interna, mas nem tudo que é ordem pública interna é ordem
pública internacional.

Artigo 47º - Uma decisão arbitral é um título executivo. O tribunal arbitral não tem é poder
executivo.

QUESTÃO POSSÍVEL EXAME:

Dê exemplos do princípio da colaboração dos tribunais estaduais aos tribunais arbitrais.

Exemplo; artigo 47º nº2 LAV; artigo 47º nº4 LAV.

Artigo 49º LAV – Estabelece quando é que uma arbitragem é internacional. Temos uma
arbitragem internacional sempre que essa arbitragem põe em jogo interesses do comércio
internacional.

NOTA: As leis da arbitragem internacional não podem contrariar a lei da arbitragem do lugar
onde ocorre a arbitragem.

Aula contratos internacionais 17/05/2022

Artigo 46º nº3 alínea B) – Fala das situações em que o tribunal pode conhecer oficiosamente,
são os fundamentos de conhecimento oficioso do tribunal.

Atentar artigo 51º LAV (possibilidade de sair em exame)

Artigo 52º LAV – Regras de direito aplicáveis ao fundo da causa – Estabelece que as partes
podem designar as regras (não diz o direito), ou seja, não tem de ser direito estadual, podem
ser regras de direito.

Nº2 – As partes podem não escolher a lei reguladora do fundo da causa, então o tribunal
arbitral vai aplicar o direito do estado com o qual o objeto do litígio apresente uma conexão
mais estreita. O nº3 estabelece que o tribunal arbitral deve tomar em consideração as
estipulações contratuais das partes e os usos comerciais relevantes. De notar que o legislador
acabou por limitar um bocado as coisas, uma vez que este número parece limitar com o direito
estadual. De notar que o nosso legislador não diz que o árbitro irá aplicar o direito mais
adequado ao litígio, a única coisa que diz é que o árbitro aplica o direito do estado com o qual
o objeto do litígio apresenta uma conexão mais estreita.

A sentença arbitram em regras é irrecorrível, conforme artigo 53º LAV, ou seja, ela é apenas
sindicável, controlável pela impugnação do artigo 46º LAV.

Artigo 54º - Ordem pública internacional – de que estado? Aqui o legislador foi infeliz, aqui o
que se presume é que do nosso ordenamento, o legislador não disse, mas se é para produzir
alguns efeitos aqui, não pode ser atentatória da ordem pública portuguesa.

No capítulo X vigora a convenção de Nova York de 1958.

12
Artigo 55º LAV – É um ato formal de reconhecimento, atenção que o estado português
formulam uma reserva só a estados que adotaram a convenção anteriormente referida.

Um dos méritos da convenção de Nova York é o artigo II, ou seja, os estados que ratificarem a
convenção, aceitam as convenções arbitrais. No artigo 2º há todo um princípio pro convenção
de arbitragem, ou seja, devemos ter uma posição favorável.

Artigo V (convenção de Nova York) – Aqui a questão da capacidade diz respeito a saber se a
pessoa que está a representar a pessoa coletiva tem poderes/legitimidade para estar lá.

O árbitro arbitral tem de ser visionário, uma vez que tem de ver que o litígio tem de ser
arbitrável no tribunal da sede, porém se um dia a decisão tiver que ser executada num outro
estado, tem de ver que essa decisão seja arbitrável num outro estado. Temos ainda o
problema da ordem pública, conforme o artigo V nº2 alínea B) da convenção de Nova York.

Os fundamentos do artigo 56º da LAV são uma cópia da convenção de Nova York do artigo 5º e
35 da CNUDCI. Os fundamentos são apenas estes, não há outros, não havendo revisão de
mérito, as alíneas do nº1 são alegadas pelas partes, o nº2 são de conhecimento oficioso.

Tribunal competente – artigo 59º LAV. De notar que quando se impugna uma decisão é para o
tribunal da relação.

O que saber: O que é uma arbitragem, modalidade da convenção de arbitragem, tipos de


arbitragem, princípio da competência competência, principio da autonomia da convenção da
arbitragem. O que são os incoterms, para que servem. Cláusulas típicas dos contratos de
compra venda. Ver cláusula de força maior e hardship. A convenção de Viena de compra e
venda internacional, tem uma cláusula de força maior.

VER JURISPRUDÊNCIA DE SETENÇAS ESTRANGEIRAS.

Hardship – Ponto 6.2.1/6.2.2/6.2.3 – UNIDROIT – Trazer exemplos de HARDSHIP.

Cláusula de Força maior – Artigo 7.1.7

Tudo que não for mão do homem é força maior, tudo que for coberto pela mão do homem é
HARDSHIP. O covid foi um caso de força maior, mas em março, já não é força maior.

VER CASOS DE HARDSHIP E CASOS DE FORÇA MAIOR. Ver como é que o Tribunal da relação
tem aplicado a convenção de Nova York.

Aula contratos internacionais 24/05/2022

É provável que saia uma pergunta de incoterms, o que é, para que serve. Âmbito de aplicação
da CISG. A importância da harmonização do direito no comércio internacional. A importância
das garantias bancárias no comércio internacional. O que é um contrato de transporte
marítimo, documento de embargo.

Cláusula de Hardship e Força maior

No caso da força maior, há lugar à exoneração do devedor, por exemplo, o Covid-19.

Cláusula típica do contrato

Em matéria internacional vigora o princípio da autonomia da vontade, este é um princípio


verdadeiramente internacional, este princípio significa que as partes podem escolher a lei

13
reguladora do seu contrato. Em matéria de comércio internacional, as partes podem escolher
a lei que as aprouver. Esta lei escolhida pode ser lex mercatória (usos e costumes do comércio
internacional) ou soft-law, uma das cláusulas típicas do contrato internacional é a cláusula de
escolha de lei.

Cláusula da modalidade de pagamento e das cláusulas de garantia – Em primeiro devemos


ter uma cláusula sobre a modalidade de pagamento, a forma, a moeda, etc. Normalmente ou
o pagamento é direto (transferência bancária) ou podemos ter um crédito documentário (este
normalmente depende do banco do comprador e do vendedor e há aqui instrumentos que
devem ser recebidos por um, ou seja, normalmente isto passasse entre 2 bancos)

Cláusula de estabilização – Estas acontecem sobretudo com taxas de imposto a contratar,


uma vez que podem sofrer flutuações. Acontecem normalmente com estados.

Cláusulas de resolução de conflitos – Aqui temos uma cláusula de arbitragem ou de mediação


ou aquilo que nós chamamos uma cláusula escalonada (escalona as diversas vias(etapas)).

Problema das cláusulas de sigilo – Não pode revelar nada do contrato a terceiro, quer antes
do contrato estar fechado, quer depois.

Cláusula de idioma do contrato – Este problema prende-se com as interpretações que podem
surgir.

Problema da cláusula penal – A cláusula penal normalmente é para situações de atraso ou


incumprimento.

Cláusula de equidade – Arbitragem da justiça do caso concreto.

Aula contratos internacionais 31/05/2022

Batalha das formas

Princípios UNIDROIW – Artigo 2.2.2

Cláusulas tipo - Disposições pré-estabelecidas por uma das partes, que as partes não abdicam,
existindo um conflito entre as cláusulas tipo de um contrato e as cláusulas tipo de outro
contrato, as cláusulas chocam entre elas, chama-se a isso a batalha das formas.

O artigo 2.2.2, dá a solução a essa batalha. Esse contrato é pautado pelas cláusulas que são
convergentes, ignorando as cláusulas que colidem.

NOTA: No comércio internacional há aquilo que nós chamamos contratos sem lei, ou seja, o
contrato auto regulamenta-se, se estivermos num contrato de construção com uma barragem
que liga dois estados, havendo ajustes a fazer à medida que o contrato vai seguindo. Nos
contratos de empreitada existe sempre uma cláusula de disputes bordes, isto para evitar
futuros litígios.

Há contratos sem lei, porque não se arriscam a ir para a frente de um contrato sem
regulamentarem todos os aspetos.

Convenção de Viena – Hard-law;

Princípios Unidroit – Soft-law

14
Os princípios Unidroit são posteriores à CISG. Chamam-se princípios Unidroit porque são
regras gerais.

O preâmbulo dos princípios Unidroit explica em que é que estes se aplicam. Estes aplicam-se a
qualquer contrato e, portanto, de alguma forma flexíveis, podendo ser utilizados para
interpretar ou suplementar instrumentos internacionais de direito uniforme.

A CISG não se basta a si própria para a sua interpretação.

Hipotética de questão: Qual a importância do princípio da boa-fé nos contratos internacional?

Nos princípios Unidroit não é permitido o afastamento do princípio da boa-fé, encontrando-se


plasmado no artigo 1.7.

Uma das fontes dos princípios unidroit foi a CISG.

Avarias no direito marítimo – Ver a avaria grossa e avaria simples; Ver o que é o contrato de
frete; Ver o que é um transporte marítimo; principal documento no transporte marítimo;
quem são as partes no transporte marítimo; garantias bancárias para que servem no comércio
internacional; perceber o que são os seguros em matéria de comércio internacional; Incoterms
saber para que servem, para que se usam, qual o contributo da CCI; saber a importância da
arbitragem, o que se passa relativamente ao comércio internacional; o que é a mediação, aqui
são as partes que chegam à solução, com a ajuda do mediador; problema da lei modelo; as
cláusulas típicas do contrato; Problema da autoridade no canal do Suez, este acaba por se ligar
muito ao dano, à navegabilidade, aquilo que acontece no transporte marítimo.

VER CISG – Ver bem.

Acórdão sobre avarias; acórdão sobre responsabilidade pelo risco; a CISG a propósito de
incumprimento.

15

Você também pode gostar