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Administração de Medicamentos e Farmacocinética
Administração de Medicamentos e Farmacocinética
medicamentos
Por
Shalini S. Lynch
Administração de medicamentos
Por
Jennifer Le
, PharmD, MAS, BCPS-ID, FIDSA, FCCP, FCSHP, Skaggs School of
Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, University of California San Diego
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Via oral
Muitos medicamentos podem ser administrados oralmente como líquidos,
cápsulas, comprimidos ou comprimidos mastigáveis. Como a via oral é a mais
conveniente e, geralmente, a mais segura e menos dispendiosa, ela é a via
utilizada mais frequentemente. No entanto, ela tem limitações devido ao
trajeto característico do medicamento ao longo do trato digestivo. No caso de
medicamentos administrados por via oral, a absorção pode começar na boca
e no estômago. No entanto, a maioria dos medicamentos geralmente é
absorvida no intestino delgado. O medicamento passa pela parede intestinal e
chega ao fígado, antes de ser transportado pela corrente sanguínea até sua
região-alvo. A parede intestinal e o fígado alteram quimicamente
(metabolizam) muitos medicamentos, diminuindo a quantidade que chega à
corrente sanguínea. Por isso, esses medicamentos geralmente são
administrados em doses menores quando injetados por via intravenosa para
produzirem o mesmo efeito.
Alguns medicamentos administrados por via oral irritam o trato digestivo. Por
exemplo, a aspirina e a maioria dos outros medicamentos anti-inflamatórios
não esteroides (AINEs) podem danificar o revestimento do estômago e do
intestino delgado, podendo causar úlceras ou agravar úlceras preexistentes.
Outros medicamentos são absorvidos mal ou inadequadamente no trato
digestivo ou são destruídos pelo ácido e pelas enzimas digestivas no
estômago.
Outras vias de administração são necessárias quando a via oral não pode ser
utilizada, por exemplo:
Vias injetáveis
A administração por injeção (administração parenteral) inclui as seguintes
vias:
Para a via intratecal, insere-se uma agulha entre duas vértebras na parte
inferior da coluna vertebral dentro do espaço ao redor da medula espinhal.
Neste caso, o medicamento é injetado no canal medular. Frequentemente é
utilizada uma pequena quantidade de anestésico local para tornar a zona da
injeção insensível. Essa via é utilizada quando é necessário que um
medicamento produza um efeito rápido ou local no cérebro, medula espinhal
ou tecido que os envolvem (meninges) — por exemplo, para tratar infecções
nessas estruturas. Algumas vezes, anestésicos e analgésicos (como morfina)
são administrados dessa maneira.
Através da pele
Via retal
Muitos dos medicamentos que são administrados por via oral também podem
ser administrados por via retal em forma de supositório. Nesse formato, o
medicamento é misturado com uma substância cerosa, que se dissolve ou
liquefaz depois de ter sido introduzida no reto. A absorção do medicamento é
rápida, uma vez que o revestimento do reto é fino e a irrigação sanguínea é
abundante. Prescrevem-se supositórios quando alguém não pode tomar um
medicamento por via oral devido a náuseas, impossibilidade de deglutir ou
restrições alimentares, como acontece antes e depois de muitas intervenções
cirúrgicas. Os medicamentos que podem ser administrados por via retal
incluem acetaminofeno (para a febre), diazepam (para convulsões) e laxantes
(para a constipação). Medicamentos que são irritantes em forma de
supositório geralmente precisam ser administrados por injeção.
Via vaginal
Alguns medicamentos podem ser administrados a mulheres por via vaginal na
forma de solução, comprimido, creme, gel, supositório ou anel. O
medicamento é lentamente absorvido pela parede vaginal. Esta via é usada
com frequência para administrar estrogênio a mulheres durante a menopausa
para aliviar sintomas vaginais, como secura, dor e vermelhidão.
Via ocular
Os medicamentos utilizados para tratar os problemas oculares (como
glaucoma, conjuntivite e lesões) podem ser misturados com substâncias
inativas para produção de um líquido, gel ou pomada para serem aplicados no
olho. Colírios em forma líquida são de uso relativamente fácil, mas podem sair
dos olhos muito rapidamente, impedindo uma boa absorção. Fórmulas em gel
e pomada mantêm o medicamento em contato com a superfície do olho
durante mais tempo, mas podem embaçar a visão. Também estão disponíveis
apresentações sólidas para inserção ocular, que liberam o medicamento de
forma contínua e lenta, mas esses produtos podem ser de difícil aplicação e
manutenção no local exato.
Via nasal
Caso um medicamento deva ser inalado e absorvido através da fina
membrana mucosa que reveste as fossas nasais, ele precisa ser
transformado em pequenas gotículas no ar (atomizado). Uma vez absorvido,
o medicamento entra na corrente sanguínea. Medicamentos administrados
por essa via costumam atuar rapidamente. Alguns deles irritam as vias
nasais. Os medicamentos que podem ser administrados por via nasal incluem
nicotina (para deixar de fumar), calcitonina (para osteoporose), sumatriptana
(para enxaqueca) e corticosteroides (para alergias).
Via inalatória
Os medicamentos administrados por inalação pela boca devem ser
atomizados em partículas menores do que os administrados por via
nasal, para que seja possível que o medicamento passe pela
traqueia e entre nos pulmões. A profundidade atingida pelo
medicamento nos pulmões depende do tamanho das gotículas.
Gotículas menores alcançam maior profundidade, o que aumenta a
quantidade de medicamento absorvido. No interior dos pulmões, elas
são absorvidas e entram na corrente sanguínea.
Relativamente poucos medicamentos são administrados dessa forma, pois a inalação
deve ser controlada cuidadosamente para que a pessoa receba a quantidade correta de
medicamento em um determinado período. Além disso, pode ser necessário um
equipamento especializado para administrar o medicamento por essa via. Geralmente,
este método é utilizado para administrar medicamentos que agem especificamente nos
pulmões, tais como aerossolizados medicamentos antiasmáticos em recipientes de
doses controladas (chamados inaladores), e para administrar gases utilizados para
anestesia geral.
Via por nebulização
Similar à via inalatória, medicamentos administrados por nebulização devem
ser aerossolizados em pequenas partículas para alcançarem os pulmões. A
nebulização requer o uso de dispositivos especiais, geralmente sistemas
ultrassônicos ou nebulizadores a jato. A utilização apropriada de um
dispositivo ajuda a aumentar a quantidade de medicamento liberado nos
pulmões. Os medicamentos que são nebulizados incluem tobramicina
(para fibrose cística), pentamidina (para pneumonia provocada
por Pneumocystis jirovecii) e albuterol (para ataques de asma).
Os efeitos colaterais podem incluir aqueles que ocorrem quando o
medicamento é depositado diretamente nos pulmões (tais como tosse, sibilos,
falta de ar e irritação pulmonar), disseminação do medicamento no meio
ambiente (possivelmente afetando outras pessoas diferentes daquelas que
tomam o medicamento), e contaminação do dispositivo utilizado para
nebulização (particularmente quando o dispositivo é reutilizado e
inadequadamente limpo). Utilizar o dispositivo adequadamente ajuda a evitar
efeitos colaterais.
Via cutânea
Os medicamentos aplicados na pele geralmente são utilizados por seus
efeitos locais e, assim, são mais comumente usados no tratamento de
distúrbios da pele superficiais, como psoríase, eczema, infecções de pele
(virais, bacterianas e fúngicas), prurido e pele seca. O medicamento é
misturado com substâncias inativas. Dependendo da consistência dessas
substâncias inativas, a formulação pode ser uma pomada, um creme, uma
loção, uma solução, um pó ou um gel (veja Preparados tópicos).
Via transdérmica
Alguns medicamentos são disponibilizados no corpo todo através de um
adesivo sobre a pele. Algumas vezes, esses medicamentos são misturados a
uma substância química (como o álcool) que intensifica a penetração pela
pele e entrada na corrente sanguínea sem uso de injeções. Através de um
adesivo, o medicamento pode ser administrado lentamente e de forma
constante, durante muitas horas, dias ou até mesmo mais tempo. Como
resultado, os níveis do medicamento no sangue podem ser mantidos
relativamente constantes. Os adesivos são particularmente úteis no caso de
medicamentos que o organismo elimina com rapidez, pois, se os mesmos
fossem administrados de outras formas, teriam de ser tomados
frequentemente. No entanto, os adesivos podem irritar a pele de algumas
pessoas. Além disso, os adesivos são limitados pela rapidez com que o
medicamento pode atravessar a pele. Apenas medicamentos que devem ser
administrados em doses diárias relativamente baixas podem ser
administrados através de adesivos. Exemplos desses medicamentos são:
nitroglicerina (para dor torácica), escopolamina (para enjoo do movimento),
nicotina (para deixar de fumar), clonidina (para hipertensão arterial) e
fentanila (para alívio da dor).