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“Procedimento escrito
De acordo com o art. 9º do CPP, todas as peças do inquérito policial serão, num só processado,
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. Diante do teor
desse dispositivo, discute-se, na doutrina, acerca da possibilidade de se utilizar de recursos de
gravação audiovisual no curso das investigações policiais.
A nosso juízo, apesar de o CPP não fazer menção à gravação audiovisual de diligências realizadas
no curso do inquérito policial, deve-se atentar para a data em que o referido Codex entrou em
vigor (1º de janeiro de 1942). Destarte, seja por força de uma interpretação progressiva, seja por
conta de uma aplicação subsidiária do art. 405, § 1º, do CPP, há de se admitir a utilização desses
novos meios tecnológicos no curso do inquérito. Portanto, sempre que possível, o registro dos
depoimentos do investigado, do indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou
recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual,
destinada a obter maior fidelidade das informações.” (LIMA, 2020)
“Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
[...].
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo
juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.
§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado,
ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética,
estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior
fidelidade das informações.
§ 2o No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do
registro original, sem necessidade de transcrição.” (Código de Processo Penal) (Grifei e
sublinhei)
“Procedimento dispensável
[...].
Se a finalidade do inquérito policial é a colheita de elementos de
informação quanto à infração penal e sua autoria, é forçoso concluir
que, desde que o titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido)
disponha desse substrato mínimo necessário para o oferecimento da
peça acusatória, o inquérito policial será perfeitamente dispensável.”
(LIMA, 2020) (Sublinhei e grifei)
“A existência do inquérito policial não é obrigatória e nem necessária
para o desencadeamento da ação penal. Há diversos dispositivos no
Código de Processo Penal permitindo que a denúncia ou queixa sejam
apresentadas com base nas chamadas peças de informação, que, em
verdade, podem ser quaisquer documentos que demonstrem a
existência de indícios suficientes de autoria e de materialidade da
infração penal.” (REIS e GONÇALVES, 2016) (Grifei)
“Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma
ou outra.
[...].
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em
que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando
o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
[...].
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data
em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu
estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art.
16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação. [...].”
(Código de Processo Penal) (Grifei e sublinhei)
“Procedimento sigiloso
[...].
Se na própria fase processual é possível a restrição à publicidade, o que
dizer, então, quanto aos atos praticados no curso de uma investigação
policial? Se o inquérito policial objetiva investigar infrações penais,
identificando fontes de provas e coletando elementos de informação
quanto à autoria e materialidade dos delitos, de nada valeria o trabalho da
polícia investigativa se não fosse resguardado o sigilo necessário durante o
curso de sua realização. Deve-se compreender então que o elemento da
surpresa é, na grande maioria dos casos, essencial à própria efetividade das
investigações policiais.” (LIMA, 2020) (Sublinhei e grifei)
“Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.” (Código de
Processo Penal) (Grifei)