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TRANSTORNOS

ALIMENTARES
Seminário referente ao Curso de
Enfermagem
Disciplina de Saúde Mental

PROF: SÔNIA PAIVA


ALUNA: ANA CAROLINA KOPKE ROCHA
6º PERÍODO
INTRODUÇÃO
 Preocupação com peso, forma do corpo e aparência:

SOCIEDADES DESENVOLVIDAS (oferta) e


ESTERIÓTIPOS DE BELEZA (magreza).

 Fatores sociais, psíquicos e orgânicos:

COMPORTAMENTOS INADEQUADOS

DESENCADEAMENTO DE TRANSTORNOS GRAVES.


ANOREXIA NERVOSA
 Idade Média: “DOENÇA CARACTERIZADA PELA PERDA DE
PESO GRAVE CAUSADA POR DIETAS AUTO IMPOSTAS”.
1874 foi descrita. Hoje, um dos mais incapacitantes e letais.
 “an” + “orexis” = perda de apetite de
origem nervosa: TERMO ERRADO
(princípio há luta ativa contra a fome).

 Restrição alimentar DELIBERADA,


QUANTITATIVA E QUALITATIVA.
Regime aberrante, seleciona alimentos.

 1-2% da população feminina entre 13 e


20 anos. Do total, 5-10% são homens.

 Mortalidade: 5,6% da população mortos


por década, entre 4 a 30% dos anorexos
anual.
ANOREXIA NERVOSA
 Perda de peso: 15%; alimentação diária
entre 500 a 700kcal, podendo chegar a
200kcal ou nada por dias.

 Anorexia Restritiva

 Anorexia Purgativa
ANOREXIA NERVOSA
PARÂMETROS OMS PARA A.N. :

 Peso < 15% ou IMC < 17,5.


 Perda de peso Auto Induzida por
recusa de ingesta + purgação
(vômito, exercícios, laxantes e
diuréticos).
 Distorção na Imagem Corporal;
 Transtorno Endócrino-
Generalizado (amenorreia; perda
de libido e de função);
 Pré-Púbere: manifestações
demoradas (cresc., mama,
amenorreia, genitais) e com
recuperação, retornam.
BULIMIA NERVOSA
 “bous” (boi) e “limos” (fome);

 Supera em importância a AN;

 Prevalência: 2-4% mulheres


adolescentes e adultas jovens;

 9 mulheres x 1 homem;

 O início dos sintomas aparece nos


últimos anos da adolescência e  Sociedades com maior poder
pode ir até os 40 anos (média 20 aquisitivo.
anos);
 Perda de controle alimentar:
 Maior risco: jóqueis, atletas, EPISÓDIOS DE BINGE (até
modelos e pessoas ligadas à moda 10x/dia) + Purgação (VÔMITO,
em geral; exercício, laxante, diurético,
jejuns).
BULIMIA NERVOSA
PARÂMETROS OMS PARA B.N. :

 Preocupação persistente com


alimentação e desejo irresistível
de comer + HIPERFAGIA.
 Controle do peso com Purgação
+ medicamentos (anorexígenos,
preparados tireoidianos,
diuréticos);
 Sinais de psicopatologia (pavor
mórbido de engordar). Se
impõe limite de peso;
 Pode ou não estar associado
com a AN.
ETIOLOGIA
 NÃO HÁ CONSENSO – etiologia MULTIFATORIAL:

• Genético – gêmeos homo x hetero (56 x 5%), parentes 1 grau (3x).

• Psicológico – cultura machista – detrimento valores feministas => VÍCIO DE


PERFEIÇÃO (rejeição da vida, negação consciência feminina, busca do
controle/medo da dependência).

• Familiar – regras rígidas, poucos limites, pais superprotetores e


perfeccionistas em relação aos filhos.

• Sociocultural – pressões sociais para “O Corpo Perfeito”; mudança no papel


feminino; ausência de valores e normas definidos - adolescentes. Pouca
AUTONOMIA, BAIXA AUTOESTIMA, IMPOTÊNCIA, não expressa
sentimentos e necessidades.

ALIMENTO: supri sentimentos, conforto, controle sobre si e sobre a família.


TRATAMENTO
 PROGRAMAS cliente + equipe. Deve incluir
contrato (na internação) = COMPROMISSO
COM O TRATAMENTO.

 Não controlar o paciente.


CONTROLE PRÓPRIO: DIETA

EXERCÍCIO FÍSICO INDUÇÃO DE VÔMITO

Sabe das consequências, perde ou ganha


recompensas, de acordo com o contrato.

 OBJETIVO: restaurar estado nutricional (morte por complicações –


emaciação, desidratação e distúrbio hidroeletrolítico); modificação de
comportamento;
TRATAMENTO
 PSICOFARMACOLÓGICO:  FAMILIAR: separação e
antidepressivos (sintomas – individualização: criar
depressão e ansiedade) autoconfiança, regras
próprias, autoestima.
ATENTAR familiares.

 INTERVENÇÕES COGNITIVO-  IMAGINAÇÃO, dança,


COMPORT.: reduzem hiperfagia e teatro, relaxamento,
punição – discutir medos, peso, espelhos: aceitar o
alimentos e distorção corporal. próprio corpo.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
ENTREVISTA COM O PACIENTE:
DOENÇA?
IMPACTOS?
 Peso atual e desejado;
 Menarca e padrão de menstruação; AVALIAR:
EXAMES: -Indicadores de
 Padrões alimentares: rejeições e
- SSVV crescimento;
- Peso jejuns, preferências e peculiaridades -Desenvolvimento
- Altura sexual;
alimentares;
- Pele -Desenvolvimento
- Cardiovasc.  Frequência e extensão da hiperfagia e físico.
- Evidências dos vômitos;
de exercícios
 Uso abusivo de purgativos;
e de
- Purgação.  Distorções na imagem corporal;
 Padrões de exercícios físicos.
COMPLICAÇÕES CLÍNICAS
PRINCIPAIS
COMPLICAÇÕES COMPLICAÇÕES CAUSAS

-BRADICARDIA, -INANIÇÃO,
- HIPOTENSÃO, -INANIÇÃO E PERDA DE FLUIDOS,
CARDIOVASCULARES -ARRITMIAS, -EXERCÍCIO, INANIÇÃO
-CIANOSE DE EXTREMIDADES, -INTOLERÂNCIA AO FRIO
-DESIDRATAÇÃO -INANIÇÃO E ERDA DE FLUIDOS

-ANEMIA -INANIÇÃO E BAIXA INGESTÃO


DE FERRO
HEMATOLÓGICAS -HIPERCOLESTEROLEMIA -DESCONHECIDA
-HIPERCAROTENEMIA -INGESTÃO DE ALIMENOS RICOS
EM CAROTENO

-PELE SECA E DESCAMATIVA -DESIDRATAÇÃO E PERDA DE


GORDURA
DERMATOLÓGICAS -LANUGEM -DESCONHECIDA
-CALOSIDADE NO DORSO DA -FRICÇÃO DOS DENTES OU
MÃO (S. DE RUSSELL) INDUÇÃO DE VÔMITOS

RESPIRATÓRIAS - PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO -VÔMITOS AUTO-INDUZIDOS

MUSCULO- -FRAQUEZA E ESPASMOS -INANIÇÃO E HIPOCALCEMIA


MUSCULARES
ESQUELÉTICAS -OSTEOPOROSE -INANIÇÃO
PRINCIPAIS
COMPLICAÇÕES COMPLICAÇÕES CAUSAS

-PARÓTIDA AUMENTADA --VÔMITOS AUTO INDUZIDOS


-ESOFAGITE -VÔMITOS AUTO INDUZIDOS
-CONSTIPAÇÃO -INANIÇÃO E DEPENDÊNCIA DE
LAXANTES
-EROSÃO DO ESMALTE DOS -VÔMITOS AUTO INDUZIDOS
DENTES, CÁRIES E
GASTROINTESTINAIS SANGRAMENTO DAS GENGIVAS
-DIARREIA -ABUSO DE LAXANTES
-RUPTURA GÁSTRICA -BINGE – COMER EM EXAGERO
-SANGRAMENTO OU PROLAPSO -CONSTIPAÇÃO E INANIÇÃO
DO RETO
-ESVAZIAMENTO GÁSTRICO -INANIÇÃO E REDUÇÃO DO
RETARDADO ESTÔMAGO

-AMENORREIA -INANIÇÃO E DESNUTRIÇÃO


-MENSTRUAÇÃO IRREGULAR -INANIÇÃO E DESNUTRIÇÃO
-EDEMA -DESCONHECIDA
GENITURINÁRIAS E -HIPOCALEMIA -PERDA DE POTÁSSIO
ELETROLÍTICAS DECORRENTE DE VÔMITO,
DIARREIA E USO DE DIURÉTICO
-HIPONATREMIA -PURGAÇÃO
-HIPOCLOREMIA -PURGAÇÃO
-DIMINUIÇÃO DO VOLUME -PURGAÇÃO, PERDA DE FLUIDOS
URINÁRIO, URINA
CONCENTRADA
SÍNDROME DE RUSSEL
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

NUTRIÇÃO DESEQUILIBRADA DISTÚRBIO NA IMAGEM


menos que as necessidades CORPORAL
corporais:

Supervalorização da
Medo de ganhar peso aparência física e ao medo
 perda de peso, déficit de de ganhar peso
volume de líquido, tônus
muscular e tugor cutâneo  verbalização de sentimento
deficientes, lanugem, que reflete visão alterada da
bradicardia, hipotensão, aparência, estrutura ou
arritmias cardíacas e função;
membranas pálidas e secas
decorrentes de jejuns,
atividades purgativas e
exercício físico excessivo;
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

PROCESSOS FAMILIARES DÉFICIT DE CONHECIMENTO


INTERROMPIDOS SOBRE NUTRIÇÃO E
com sistema familiar disfuncional TRANSTORNOS
ALIMENTARES
Conflito familiar
Interpretação errônea da
 mudanças nas alianças de informação
poder, nos padrões e nos
rituais, relacionados à  comportamento alimentar
alteração do poder de impróprio ou exagerado;
membros da família e à troca
dos papeis, bem como a
alteração do estado de saúde
de um dos membros;
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

ISOLAMENTO SOCIAL RISCO PARA


Medo de rejeição AUTOMUTILAÇÃO

 preocupação com rituais Sentimento de


alimentares ou
comportamentos; Inadequação e necessidade
de alívio de tensão
 ferimentos causados por
ANSIEDADE exercícios excessivos e vômito
Medo de ganhar peso autoinduzido;

 rituais associados com a


preparação de alimentos e
como é ingerido;
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

NEGAÇÃO INEFICAZ BAIXA AUTOESTIMA


CRÔNICA
Retardo no
Sentimento de baixo valor
desenvolvimento do ego e
próprio e às suas
medo de perder o único
capacidades
aspecto da vida sobre o qual
o cliente percebe ter algum  verbalização de um único
tipo de controle (comer) parâmetro de sucesso
(aparência pessoal
 incapacidade de admitir o  adequada);
impacto do comportamento
alimentar não-adaptativo
sobre o padrão de vida;
RESULTADOS ESPERADOS
Padrões saudáveis /
normalizar os
parâmetros fisiológicos Demonstra interesse para
relativos ao peso e à continuar atividades físicas de
nutrição; manutenção;

Reconhece que possui um


transtorno alimentar e aceita o
tratamento;

Autonomia no meio familiar;

Cliente e família identificam regras, Ciente das alterações metabólicas


papéis e rituais que impedem o prejudiciais resultantes das
funcionamento autônomo e atividades físicas inadequadas e dos
diferenciado; vômitos autoinduzido;
RESULTADOS ESPERADOS
Sistemas de apoio social;
Sairá do isolamento
social;
É capaz de descrever uma
dieta balanceada baseada nos
Descrições claras diversos grupos de alimentos;
e corretas dos
Compreensão:
limites corporais e
comportamentos
peso ideal;
alimentares não
eficazes Capacidade de lidar
com controle;

Outros atributos Procura desenvolver estratégias


pessoais positivos para lidar com a ansiedade;
INTERVENÇÕES DE ENF.
 Estabelecer com o cliente e a equipe o peso “alvo” (80 a 85% do peso
corporal ideal = IMC de 19 ou mais);

 Pesar os clientes diariamente, após o despertar e após a primeira


micção, inspecionando a possível presença de objetos que elevem o
peso artificialmente;

 Manter um registro rigoroso de controle hídrico (ingeridos e


eliminados) e aferir sinais vitais, atentando à possíveis alterações
metabólicas ou hidroeletrolíticas;

 Avaliar diariamente turgor, integridade da pele, umidade e cor das


membranas da mucosa oral;
INTERVENÇÕES DE ENF.
 Permanecer com o cliente durante o tempo estipulado para as
refeições (30 min) e por pelo menos uma hora após as refeições;

 Planejar e supervisionar as atividades físicas e esclarecer sobre danos


decorrentes do exercício físico exacerbado;

 Aceitar as manifestações de frustração e medo, ouvindo e


demonstrando compreensão, ajudando-o a aceitar-se como é;

 Ajuda-lo a desenvolver uma percepção realista da imagem corporal e


da relação com o alimento;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 REAVALIAR O PROCESSO.

 PROFISSIONAIS DE SAÚDE:

compaixão, frustração, indignação e impotência.

FATORES DO CLIENTE:
suicídio do cliente, risco de morte pelas complicações clínicas,
dificuldade na aceitação do tratamento, comportamentos
manipulativos e recaídas constantes.
ATÉ QUANDO???

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