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MKT-MDL-02

Versão 00

Da Reforma Sanitária
à
Estratégia de Saúde da Família

Disciplina: Estágio em Saúde Pública I


Prof.ª Dra. Sylvana Thereza de Castro Pires Rebelo
Período do Regime Militar
(1964-1984)
Período do Regime Militar

Campo da Saúde

Implantação de um Sistema de Saúde


caracterizado pelo predomínio financeiro das
instituições previdenciárias e por uma burocracia
técnica que prioriza a mercantilização da saúde.
Período do Regime Militar

Campo da Saúde

UNIFICAÇÃO DOS IAPS – 1966


( Institutos de Aposentadoria e Pensões )

Criação do Instituto Nacional de Previdência e


Assistência Social (INPS)

INPS
 Subordinado ao Ministério do Trabalho e Previdência
Social
Período do Regime Militar

Instituto Nacional de Previdência e Assistência Social


- INPS

• Responsável pelos benefícios previdenciários e


assistência médica aos segurados e familiares
• Benefícios uniformizados para todas as categorias
• Fim da gestão tripartite: trabalhadores, empregadores e
União que existia nos IAPs
• Gestão centralizada (administrativo e financeiro, com fins
de capitalização)
Período do Regime Militar

Assistência médica previdenciária

Até 1964:

Nos hospitais, ambulatórios e consultórios


médicos da rede de serviços próprios dos
Institutos.
Período do Regime Militar

Assistência médica previdenciária

A partir de 1964:

• Contratação prioritária dos serviços privados de


saúde

• INPS grande comprador dos serviços privados da


saúde

• Estímulo do padrão de organização da prática


médica pela lógica do lucro
Período do Regime Militar

Assistência médica previdenciária

Fortalecimento do setor privado


• Prática médica pela lógica do lucro
• Previdência mantém a expansão da medicina de
grupo
Empresa médica para assistência aos
seus empregados, deixando de
contribuir com o INPS

principalmente para os trabalhadores com maior


poder aquisitivo
Período do Regime Militar

Expansão da Assistência Médica da


Previdência - 1973

Empregados domésticos

Trabalhadores
Trabalhadores rurais autônomos
Período do Regime Militar

Expansão da Assistência
Médica da Previdência - 1973

Grande impacto para os gastos da previdência, já


elevados, em decorrência:
• Modelo assistencial
• Forma de contrato com as empresas privadas
(lucratividade)
• Fraudes e corrupção frequentes (grande ônus aos
cofres previdenciários)
Período do Regime Militar

Expansão da Assistência
Médica da Previdência - 1973

Ministério da Saúde

Com recursos limitados, torna-se ineficiente para


enfrentar os problemas de saúde pública que se
agravam no país devido às condições precárias de
vida impostas à maioria da população
Período do Regime Militar

Ministério da Saúde
• Desvinculado do Ministério do Trabalho

• Subordinado ao Ministério da Previdência e


Assistência Social (MPAS) criado em 1974

• Não traz mudanças nas características em


curso dos serviços de saúde
Período do Regime Militar

Sanitaristas:
• Perdem espaço político com desvalorização do modelo
sanitarista campanhista de anos anteriores

Ações de Saúde Pública:


• Controle e erradicação de alguma endemias comandadas
pela Superintendência de Campanhas de Saúde Pública
(SUCAM)
Período do Regime Militar

Serviços de Saúde

• Privilégio do modelo clínico de caráter individual:


curativo e especializado em detrimento das ações
coletivas e de saúde pública.

• Lógica lucrativa do setor saúde


• Desigualdade de acesso e diferenciação no
atendimento de acordo com a clientela
Período do Regime Militar

Serviços de Saúde

•Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social


(MPAS) e do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento (FAS)

•Fundo de Apoio ao Desenvolvimento (FAS) - recursos


destinados ao financiamento da construção de hospitais

•Expansão do complexo médico-assistencial privado:


hospital, indústria farmacêutica e de equipamentos
médico-hospitalares e pela medicina de grupo
Período do Regime Militar

Fundo de Apoio ao Desenvolvimento (FAS)

Plano de Pronta Ação (PPA):


• Ampliava a contratação de hospitais e clínicas
particulares para atendimentos de urgência de
qualquer indivíduo, segurado ou não.

• Elevação dos gastos previdenciários


• Fortalecimento da dicotomia entre atenção
preventiva e atenção curativa
Período do Regime Militar

Fundo de Apoio ao Desenvolvimento (FAS)

Final dos anos 70


• Aumento da crise do modelo de saúde previdenciária
• Caos nos serviços públicos de saúde, sucateados e
insuficientes para a demanda existente
Período do Regime Militar

Crise do Setor de Saúde

•Agravamento dos problemas sociais e de saúde


•Resolução lenta por parte do Ministério da Saúde
•Crescimento da insatisfação da sociedade

Criação do Sistema Nacional de Previdência e


Assistência Social (SIMPAS) em 1977
Período do Regime Militar

Este sistema foi se tornando cada vez mais


complexo tanto do ponto de vista administrativo
quanto financeiro dentro da estrutura do INPS,
que acabou levando a criação de uma estrutura
própria administrativa, o Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS) em 1978.
Período do Regime Militar

Ano de 1978
INPS ( Instituto Nacional de Previdência e
Assistência Social)

INAMPS ( Instituto Nacional de Assistência


Médica e Previdência Social)
Período do Regime Militar

INAMPS

• Filiado ao Ministério da Previdência e


Assistência Social (hoje Ministério da
Previdência Social).

• Prestação de atendimento médico aos que


contribuíam com a previdência social, ou seja,
aos empregados de carteira assinada.
Período do Regime Militar

SIMPAS
(Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social)

1. Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)


2. Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS)
3. Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA)
4. Instituto de Administração Financeira da
Previdência e Assistência Social (IAPAS)
Período do Regime Militar
SIMPAS
(Sistema Nacional de
Previdência e Assistência Social)

5. Empresa de Processamento de Dados da


Previdência Social (DATAPREV)
6. Fundação Nacional de Bem- Estar o Menor
(FUNABEM)
7. Central de Medicamentos (CEME)
Período do Regime Militar

Conferência de Alma Ata, 1978

Começa a ser difundida na América Latina e no


Brasil, com apoio da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS) o Conceito de Atenção Primária à Saúde e
a necessidade de proteger e promover a saúde de
todos os povos do mundo.
Período do Regime Militar

Atenção Primária à Saúde

Atenção Primária à Saúde: princípios da medicina


comunitária preconizava:
• Desmedicalização
• Autocuidado de saúde
• Atenção primária realizada por não profissionais de
saúde
• Participação da comunidade
Período do Regime Militar
Programa de Interiorização das
Ações de Saúde e Saneamento
(PIASS)

•Criado em 1976 para expansão da cobertura dos


serviços de saúde
•Objetivo de extensão da cobertura dos serviços de
saúde nas zonas rurais e pequenas cidades do interior
do país ( região nordeste)
•Princípios preconizados pela atenção Primária à Saúde
•Surgimento de novas experiências no campo da Saúde
Pública
Período do Regime Militar

A partir da década de 1980:

•Sinais de esgotamento do Sistema de Saúde (filas, baixos


salários, precárias condições de trabalho)
•Má-gerência dos recursos
•Corrupção

Colapso da Previdência
Período do Regime Militar

Conselho Consultivo de Administração da Saúde


Previdenciária (CONASP)

Sanitaristas entraram para áreas estratégicas do


INAMPS

• Fiscalizar a prestação de contas dos prestadores de


serviços credenciados
• Exercer maior influência no processo de reforma do
setor saúde.
Período do Regime Militar

AIS (Ações Integradas de Saúde)

Criado em 1983

• Projeto interministerial (Previdência-Saúde-


Educação), visando um novo modelo
assistencial que incorporava o setor público,
procurando integrar ações curativas-
preventivas e educativas ao mesmo tempo.
Período do Regime Militar

AIS (Ações Integradas de Saúde)

• Previdência passa a comprar e pagar serviços


prestados por estados, municípios, hospitais
filantrópicos, públicos e universitários.

• Base para a implantação do Sistema Unificado


e Descentralizado de Saúde (SUDS), a
primeira aproximação estratégica para o
Sistema Único de Saúde (SUS).
Período do Regime Militar

Implantação do SUDS

• Promoveu uma estadualização do INAMPS, por


meio da fusão de suas estruturas às secretarias
estaduais de saúde.

• Ocorreu uma concentração de poder nas


secretarias estaduais de saúde, que estabeleciam
com os municípios uma relação de clientelismo.
Período do Regime Militar

AIS (Ações Integradas de


Saúde)

Propiciaram o surgimento das Comissões


Interinstitucionais de Saúde (CIS), os embriões
dos atuais Conselhos de Saúde.
Período do Regime Militar

SUDS

Possibilitou:
• A formação dos conselhos estaduais e municipais de
saúde
• A desconcentração de recursos e poder da esfera
federal para a estadual

• O esvaziamento do INAMPS
• O aumento (insuficiente) da cobertura de serviços
de saúde para a população
Período do Regime Militar

Início dos Anos 80


•Reestruturação de movimentos em defesa de uma
política de saúde mais abrangente e disponível
para todos

Movimento Sanitário
Período do Regime Militar

Reforma Sanitária Brasileira

• Organizado solidamente desde meados dos anos


70

• Participação de intelectuais, profissionais dos


sistemas de saúde, parcela da burocracia e
organizações populares e sindicais
Período do Regime Militar

Reforma Sanitária Brasileira

Propostas da Reforma Sanitária

• Conceito ampliado de saúde


• Reconhecimento da saúde como direito de todos
e dever do Estado
• Criação do Sistema Único de Saúde (SUS)
• Participação popular (controle social)
• Constituição e ampliação do orçamento social
Período do Regime Militar

7ª Conferência Nacional de Saúde


( Brasília 24 a 28 de março de 1980)

...”Grupo de debates encarregado de analisar e


oferecer sugestões quanto à participação da
odontologia nos serviços básicos de saúde
considerou que o modelo de prática e assistência
odontológica caracterizava-se, em traços gerais, pela
ineficácia, ineficiência, descoordenação, má
distribuição, baixa cobertura, alta complexidade,
enfoque curativo, caráter mercantilista, caráter
monopolista e inadequação no preparo de recursos
humanos.”
Período do Regime Militar

Período do Regime Militar

Aumento da participação social


Fortalecimento dos sindicatos e da oposição política

MOVIMENTO DAS DIRETAS JÁ


(1984)
O movimento das DIRETAS JÁ (1985) e a eleição
de Tancredo Neves marcaram o fim do regime
militar, gerando diversos movimentos sociais
inclusive na área de saúde, que culminaram com a
criação das associações dos secretários de
saúde estaduais (CONASS) ou municipais
(CONASEMS).
Em março de 1985 Sarney tomou posse e enviou ao
Congresso a proposta de convocação da
Assembleia Nacional Constituinte a ser composta
pelos deputados federais e senadores que seriam
eleitos nas eleições previstas para 1986 e pelos
senadores já eleitos em 1982.
Diante do cenário de redemocratização da
sociedade, diversas entidades e movimentos
sociais mobilizavam e estimulavam a participação
em vários estados no processo de discussão da
nova Carta Constitucional.
Desejava-se que a elaboração da nova Carta
Constituinte fosse fruto da participação dos
diversos segmentos sociais e não apenas das
elites econômicas e políticas e, avançasse no
aspecto da democracia e na garantia dos direitos
e deveres de cidadania.
Esse clima de ebulição participativa e de lutas
por ampliação da cidadania foi favorável para se
colocar a saúde na agenda política e difundir
as propostas da Reforma Sanitária.
Política Odontológica Nacional
(Goiânia, 1984)

“Proposta de Política Odontológica


Nacional para um Governo Democrático”

Administradores e Técnicos de serviços


públicos reivindicaram o direito de Estados e
Municípios de planejarem e executarem ações de
saúde bucal de acordo com suas respectivas
realidades sociais e econômicas.
Período da Nova República (1985- 1988)

VIII Conferência Nacional de


Saúde

• Realizada na cidade de Brasília em 1986

• Participação de cerca de 5.000 pessoas,


representantes dos diversos movimentos sociais,
movimentos populares de saúde, trabalhadores,
usuários, estudantes e intelectuais da saúde,
parlamentares, sindicatos.
Período da Nova República (1985- 1988)

VIII Conferência Nacional de


Saúde

Os princípios filosóficos e organizativos tiveram


origem no movimento social (REFORMA
SANITÁRIA) que se estruturou no país dos anos 70
e início dos anos 80, em torno de mudanças do
modelo médico assistencial privatista que se tornou
hegemônico na segunda metade do século XX.
Período da Nova República (1985- 1988)

VIII Conferência Nacional de


Saúde

Foram debatidos os princípios e diretrizes da


Reforma Sanitária:

1. O conceito ampliado de saúde


2. O reconhecimento da saúde como direito de
todos e dever do Estado
Período da Nova República (1985- 1988)

VIII Conferência Nacional de


Saúde

3. A criação do SUS (unificação dos serviços do


INAMPS e do Ministério da Saúde)

4. Descentralização e hierarquização dos serviços


5. Atenção integral às necessidades de saúde da
população

6. Participação popular.
Período da Nova República (1985- 1988)

Período da Nova República


(1985- 1988)

VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986


• Foi importante na propagação do movimento da
Reforma Sanitária que resultou na implantação do
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde
(SUDS)

• Convênio entre o INAMPS e os governos estaduais


Período da Nova República (1985- 1988)

Implantação do SUS

1° SUDS
2° Incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde
3° Lei Orgânica da Saúde (Lei n° 8080) fundou o SUS
Período da Nova República (1985- 1988)

VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986

Criou um espaço importante para o debate dos


problemas do sistema de saúde e de propostas
de reorientação da assistência médica e de
saúde pública.
Período da Nova República (1985- 1988)

VIII Conferência Nacional de


Saúde (1986)

Aspectos necessários à reforma sanitária:


1. Conceito amplo de saúde que extrapola a visão
meramente biologicista
2. Saúde como direito de cidadania e obrigação do
Estado
3. Instituição de um sistema único pautado pelos
princípios da universalidade, integralidade,
equidade, descentralização e participação da
comunidade
Período da Nova República (1985- 1988)

1ª Conferência Nacional de Saúde


Bucal

Brasília, 10 a 12 de outubro de 1986


• Participantes: CD, THD, ACD, acadêmicos e
usuários

Discussão:
• Saúde como Direito de Todos e Dever do Estado
• Diagnóstico de Saúde Bucal
• Reforma Sanitária: “Inserção da Saúde Bucal no
Sistema Único de Saúde” e Financiamento do Setor
Saúde Bucal.
INAMPS
1988 Departamento
Ministério da de
Previdência e Odontologia
Assistência
Social Programa Nacional de Controle
da Cárie Dental com o Uso de
Descentralização / Selantes e Flúor (PNCCSF)
municipalização =
Programa Nacional de
1989 Prevenção da Cárie Dental
Ministério da (PRECAD)
Previdência e
Assistência Política
Social Nacional de
Saúde Bucal
Período da Nova República (1985- 1988)

Em 1988 com a promulgação da Constituição


Federal, foi aprovado o Sistema Único de
Saúde (SUS) que incorporou a maioria das
propostas do movimento da Reforma Sanitária.
Período da Nova República (1985- 1988)

Governo de Fernando Collor de


Melo

• Reduziu em quase metade os recursos para o


setor saúde

• Governos estaduais reduziram sua participação


orçamentária para a saúde
Período da Nova República (1985- 1988)

Governo de Fernando Collor de


Melo e Itamar Franco

• Reforçaram o projeto conservador em saúde

• Implantação distorcida do SUS

• Apoio ao modelo médico-assistencial privatista


reciclado de expansão da assistência médica
supletiva.
Período da Nova República (1985- 1988)

Governo de Fernando Collor de


Melo e Itamar Franco

• Reforçaram o projeto conservador em saúde

• Implantação distorcida do SUS

• Apoio ao modelo médico-assistencial privatista


reciclado de expansão da assistência médica
supletiva.
Período da Nova República (1985- 1988)

Governo de Fernando Collor de


Melo e Itamar Franco

Evidencia o florescimento do projeto conservador


antagônico à política pública de saúde defendida
pela reforma sanitária.
Período da Nova República (1985- 1988)
Período da Nova República (1985- 1988)

SUS

•Definido pela Constituição de 1988

•Conjunto organizado e articulado de serviços e ações


de saúde integrantes das organizações públicas de
saúde das esferas municipal, estadual e federal, além
dos serviços privados como complementares.
Constituição Federal de 1988

Artigo 196:
A saúde é um direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Constituição Federal de 1988

• Sistema é Único

 Princípios e diretrizes que regem a organização


dos serviços e ações de saúde devem ser os
mesmos nas três esferas de governo (federal,
estadual e municipal)

 Comando único em cada nível de gestão.


Antes do SUS

Assistência médica pelo Ministério da Previdência e


Assistência Social

 Assegurada apenas aos trabalhadores que


estavam inseridos formalmente no trabalho,
contribuindo com a previdência.
Antes do SUS

Que não contribuíam com a previdência:

 Não era assegurado esse direito

 Assistência nos poucos serviços públicos ou


filantrópicos disponíveis.
Artigo 196

Explicita que a saúde é direito de todos e dever do


Estado, que deve garantir o acesso universal e
igualitário às ações e serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.
Artigo 197

Saúde é direito de todos e dever do Estado, que


deve garantir o acesso universal e igualitário às
ações e serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação.

Ações e serviços de saúde são de relevância


pública.
Artigo 198 SUS

Rede regionalizada e hierarquizada de ações e serviços


públicos de saúde, cuja organização deve pautar-se nas
diretrizes:

•Descentalização - direção em cada esfera do governo


•Atendimento integral - prioridade atividades
preventivas e sem prejuízo das atividades curativas
•Participação da comunidade.
Artigo 198 SUS

Financiamento do sistema de saúde brasileiro feito


com recursos do orçamento da seguridade social, da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, além de outras fontes.
Artigo 199

Assistência à saúde livre à iniciativa privada

Instituições privadas poderão participar do SUS de forma


complementar

Segundo diretrizes do SUS

Mediante contrato de direito público ou convênio,

Preferência as entidades filantrópicas e as sem fins


lucrativos.
Constituição Federal de 1988

Constituição Cidadã

Reconhecimento de muitos direitos, inclusive o de


saúde a todos os cidadãos a ser garantido pelo
Estado, por meio de políticas públicas e sociais.
Regulamentação do SUS

Leis Orgânicas da Saúde (LOS):

• Lei 8.080/90

• Lei 8.142/90
Regulamentação do SUS

Lei 8.080/90
• Condições para promoção, proteção e recuperação
da saúde
• Regula as ações, a organização e o funcionamento
dos serviços de saúde em todo o país.
Regulamentação do SUS

Lei 8.142/90

• Participação da comunidade na gestão do SUS


• Transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde
Regulamentação do SUS

Lei 8.142/90

• Espaço público de controle social, mediante a


participação da população por meio das conferências
e dos conselhos de saúde em todas as esferas de
governo.
Regulamentação do SUS

Lei 8.142/90
• Recursos financeiros do SUS
 Recursos serão depositados em conta especial ( os
fundos de saúde), em cada esfera de atuação e
deverão ser movimentados sob o controle e
fiscalização dos conselhos de saúde.
Normatização do SUS

Lei 8.142/90
Operacionalização do SUS:

• Pelas Normas Operacionais:


1.Normas Operacionais Básicas- NOBs
2.Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS
Princípios Doutrinários e
Organizativos do SUS

Princípios Doutrinários:

• Universalidade

• Equidade

• Integralidade da ação
Princípios Doutrinários e
Organizativos do SUS

Princípios Organizativos:

• Descentralização

• Regionalização e hierarquização do sistema

• Participação e controle social


Obrigada!
Levantamentos epidemiológicos em saúde
bucal

Os três grandes levantamentos nacionais


(realizados em 1986, 1996 e 2003) foram de
grande relevância para

Construção de uma consistente base de dados


relativa ao perfil epidemiológico de saúde bucal
da população brasileira
Levantamentos epidemiológicos em saúde
bucal
Levantamento epidemiológico em saúde bucal
(2003)

Envolveu a participação de várias instituições e


entidades odontológicas
Conselho Federal e Regionais de Odontologia
Associação Brasileira de Odontologia e suas
seções regionais
Faculdades de odontologia
Suporte das secretarias estaduais e municipais de
saúde
SB Brasil 2003
A população foi estratificada em dois níveis:

1. Macrorregião geográfica
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul Centro-Oeste
SB Brasil 2003
A proposta foi examinar pessoas de seis grupos
etários:
18 a 36 meses
5 anos
12 anos
15 a 19 anos
35 a 44 anos
65 a 74 anos
SB Brasil 2003
Para cada idade foram definidos os problemas a
serem estudados

Grupo de 12 anos foi:


Cárie
doença periodontal
fluorose
má-oclusão
SB Brasil 2003
A amostra total foi de 108.921 indivíduos, ficando
aquém dos 187.500 estimados originalmente do
projeto

Com relação às crianças de 12 anos, o total foi de


34.550 gerando CPOD
 médio de 2,78 a nível nacional
 3,19 na região Nordeste do Brasil
SB Brasil 2003
Cárie dentária
Os resultados para cárie dentária e sequelas
mostram que
Tendência de queda na prevalência e severidade
da cárie em população infantil (tomando a idade de
12 anos como parâmetro) está sendo mantida

Queda em relação a 1996 não tem sido tão


significativa
Levantamentos epidemiológicos em saúde
bucal
Levantamentos epidemiológicos em saúde
bucal
Levantamentos epidemiológicos em saúde
bucal
Levantamentos epidemiológicos em saúde
bucal
SB Brasil 2003

Doença periodontal

Alta em todas as faixas etárias

Menos de 22% da população adulta e menos de


8% dos idosos apresentando gengivas sadias
SB Brasil 2003

Edentulismo

Apenas 10% dos idosos com vinte ou mais


dentes
Serviços de saúde bucal no
Brasil

A prestação de serviços de saúde bucal no Brasil,


historicamente caracterizava-se por:
Ações de baixa complexidade na maioria curativas e
mutiladoras

Com acesso restrito

A grande maioria dos municípios brasileiros desenvolvia


ações para a faixa etária escolar, de 6 a 12 anos
Serviços de saúde bucal no
Brasil
Odontologia Sanitária e Sistema Incremental

Priorizou a atenção aos escolares do sistema


público de primeiro grau

Assistência odontológica com abrangência


predominante a escolares de 6-14 anos.

Enfoque curativo-reparador
Serviços de saúde bucal no
Brasil

Os adultos e os idosos

• Tinham acesso apenas a serviços de urgência,


geralmente mutiladores

• Isso caracterizava a odontologia como uma das


áreas da saúde com extrema exclusão social.
Serviços de saúde bucal no
Brasil

Nos últimos anos


Apenas algumas experiências isoladas
ampliavam o acesso e desenvolviam ações de
promoção e prevenção, além de atividades
curativas mais complexas

Não havia uma política nacional para o setor


Levantamento epidemiológico em saúde bucal
(2003)

Embasar do ponto de vista epidemiológico a


elaboração das Diretrizes da Política Nacional de
Saúde Bucal

Subsidiar ações para o fortalecimento da gestão


dos serviços públicos em saúde bucal nas
diferentes esferas de governo
Levantamento epidemiológico em saúde bucal
(2003)

Permitiu a análise comparativa dos dados


nacionais com dados de outros países e com as
metas da OMS para o ano 2000
SB Brasil 2010

Objetivos

Conhecer a situação de saúde bucal da


população brasileira urbana em 2010

Subsidiar o planejamento e a avaliação das


ações e dos serviços perante o Sistema Único
de Saúde
SB Brasil 2010

Objetivos

Manter uma base de dados eletrônica para o


componente de vigilância à saúde da Política
Nacional de Saúde Bucal
SB Brasil 2010
Analisou a situação da saúde bucal da
população brasileira

Objetivo de proporcionar ao SUS informações


úteis
 ao planejamento de programas de prevenção
e tratamento
 em nível nacional,estadual e municipal
SB Brasil 2010

Analisou a situação da população brasileira com


relação
Cárie dentária
Doenças da gengiva
Necessidades de próteses dentais
Condições da oclusão
Fluorose
Traumatismo dentário
Ocorrência de dor de dente
SB Brasil 2010

Principais resultados:

1. Relativos à cárie dentária


CPO aos 12 anos ficou em 2,07
Redução de 26,2% em 7 anos
SB Brasil 2010

Entre os adolescentes de 15 a 19 anos

Redução no componente “cariado” foi de 35%


(de 2,60 dentes em 2003 para 1,70 em 2010)
SB Brasil 2010
Entre os idosos de 65 a 74 anos

CPO praticamente não se alterou


CPO = 27,5 em 2010
2003
CPO = 27,8, com a maioria componente “extraído”
SB Brasil 2010
Grupo de 35 a 44 anos

CPO caiu de 20,1 para 16,7 (declínio de 17%)


Componente “perdido” cai de 13,23 para 7,48,
Componente “obturado” cresce de 4,22 para 7,33
(aumento de 73,7%)
SB Brasil 2010
População adulta de 35 a 44 anos
Menor ataque de cárie
Maior acesso a serviços odontológicos para
restaurações dentárias

Os procedimentos mutiladores, representados pelas


extrações de dentes, cedem espaço aos tratamentos
restauradores
SB Brasil 2010

Cárie dentária - diferenças regionais:


CPO aos 12 anos:

Região Norte (com 3,16)


Região Nordeste (com 2,63)
Região Centro-Oeste (com 2,63)
Regiões Sudeste (1,72) e Sul (2,06).
SB Brasil 2010
Cárie dentária - diferenças regionais:

Os valores extremos (regiões Norte e Sudeste)


mostram uma diferença de cerca de 84%
Na Região Nordeste, a proporção de dentes
restaurados em relação ao CPO total é menor do
que na Região Sudeste

indicando que o maior ataque da doença combina-se


com o menor acesso aos serviços odontológicos
SB Brasil 2010

Os resultados do Projeto SB Brasil 2010 indicam


que segundo a classificação adotada pela OMS,
o Brasil saiu de
uma condição de média prevalência de cárie
em 2003 (CPO entre 2,7 e 4,4)

para uma condição de baixa prevalência em


2010 (CPO entre 1,2 e 2,6)
SB Brasil 2010

Os resultados do Projeto SB Brasil 2010 indicam que


o percentual de indivíduos

Sem nenhum problema periodontal foi de


 63% para a idade de 12 anos
 50,9% para a faixa de 15 a 19 anos
 17,8% para os adultos de 35 a 44 anos
 somente 1,8% nos idosos de 65 a 74 anos
SB Brasil 2010

Quanto às diferenças regionais:

Percentual de adolescentes sem problemas


Gengivais
 varia de 30,8% na Região Norte a 56,8% na
Região Sudeste
SB Brasil 2010

Para os adultos
 Necessidade de algum tipo de prótese em 68,8%
dos casos
41,3% necessita de prótese parcial em um maxilar
1,3% necessita de prótese total em pelo menos
um maxilar
Em 2003 era de 4,4% a redução corresponde a
70%
SB Brasil 2010

Em idosos de 65 a 74 anos

23,9% necessitam de prótese total em pelo


menos um maxilar

15,4% necessitam de prótese total dupla


SB Brasil 2010
 CPO aos 12 anos: 2,07 para o Brasil
 CPO aos 12 anos: 2,63 para a região nordeste.
Brasil saiu de uma condição de
 Média prevalência de cárie em 2003 (CPO entre
2,7 e 4,4) para uma condição de baixa prevalência
em 2010 (CPO entre 1,2 e 2,6)

Meta preconizada pela OMS, para o ano 2010, aos


12 anos de idade, o valor médio do CPO-D deverá
ser menor que 1
Políticas públicas de Saúde Bucal no Brasil

Democracia
1983...

Promulgação da Constituição Federal de 1988


Programa Nacional de Saúde Bucal

Atendimento

• 1.ͦ Crianças em idade escolar ( 6 a 12 anos)


• 2.ͦ Faixas etárias de 13 a 19 anos
• 3º Faixas etárias de 2 a 5 anos
• 4º Adultos
Políticas públicas de Saúde Bucal no Brasil

Democracia
1983...

Promulgação da Constituição Federal de 1988

Programa Nacional de Saúde Bucal

Serviços prestados - prioridade para:


• Serviços emergenciais
• Ações preventivas
• Educação em saúde bucal
• Serviços recuperadores básicos - restaurações
Obrigada!

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