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TUTELA PROVISÓRIA - DISPOSIÇÕES GERAIS

(art. 294 a 299)

01. Gênese constitucional.


 
- Art. 5º, XXXV, da Constituição da República - “A lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de
lesão a direito.”.
 
- Princípio do acesso à Justiça em sentido lato engloba três
princípios:
a) Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional – Não
pode a lei, muito menos o pronunciamento judicial, vedar ou inibir
a concessão de uma tutela provisória.
b) Princípio do direito de ação (ou do acesso à Justiça em
sentido estrito) – Sua concepção desbordou os limites da
possibilidade de propor uma ação para alcançar a plena e
adequada atuação das faculdades oriundas do processo,
inclusive quanto a tudo que se pode obter mediante o
manuseio de uma tutela provisória.

c) Principio da efetividade da tutela jurisdicional – O


ordenamento jurídico deve ser completo, permitindo a quem
dele se utiliza a exata satisfação da sua pretensão. A ausência
de uma via processual adequada, também no que toca a
prevenção, não pode impedir ou esgarçar a realização do
direito material, sob pena de uma inaceitável incompletude
desse ordenamento.
02. Estrutura normativa.

- CPC de 1973 – Livro para tutela cautelar, com alguns dispositivos


que não apresentavam natureza cautelar (ex.: alimentos e demolição
de prédio).
- Lei nº 8.952, de 13 de dezembro de 1994 – Inseriu clausula geral
para a antecipação de tutela (poder geral de antecipação), que já
existia no sistema em algumas situações específicas (ex.: possessórias
e mandado de segurança).
- Quebra da harmonia do sistema – Divergência quanto à aplicação
das normas referentes à tutela cautelar para à tutela antecipada (ex.:
caução e responsabilidade pela perda da eficácia).
- CPC de 2015 – Restabeleceu a coerência do sistema tratando das
tutelas provisórias no Livro V, da Parte Geral do código, o que
significa que seus dispositivos se aplicam para todo sistema
processual.
- Divisões do livro:

TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS.

TÍTULO II - DA TUTELA DE URGÊNCIA.


Capítulo I – Disposições Gerais.
Capítulo II – Do procedimento da tutela
antecipada requerida em caráter antecedente.
Capítulo III – Do procedimento da tutela
cautelar requerida em caráter antecedente.

TÍTULO III - DA TUTELA DA EVIDÊNCIA.


- Divergência quanto à denominação: a) Tutela provisória (produz
eficácia até que um provimento definitivo a substitui) X b) Tutela
temporária (produz eficácia por certo tempo, independente de um
novo provimento).

- Proto Pisani – Enquanto o provimento (tutela) é sempre provisório,


seus efeitos podem ser ou não definitivos conforme a decisão final.

- O perfil que o nosso sistema processual atribuiu a essas espécies de


tutela permite classifica-las como tutelas provisórias, uma vez que,
em situação de normalidade, estão destinadas a produzir eficácia até
que sobrevenha uma decisão fundada em cognição exauriente, apta a
resolver de modo definitivo a pretensão levada a juízo.
03. Classificação. (art. 294)
 
- Tutela provisória (quanto à natureza): a) tutela de
urgência e b) tutela da evidência.
 
- Tutela de urgência (quanto à satisfação): a) antecipada e
b) cautelar.
 
- Tutela antecipada (quanto ao momento): a) antecedente
e b) incidente.
 
- Tutela cautelar (quanto ao momento): a) antecedente e
b) incidente.
04. Eficácia - Ao contrário do que diz textualmente o art.
296, do CPC, não é a pendência do processo que delimita
a eficácia da tutela antecipada, mas sim as seguintes
situações:

a) produz eficácia enquanto não for modificada por uma


decisão que lhe altera, seja em grau de recurso, seja pelo
próprio magistrado.

b) quando a decisão relativa ao pedido principal é


prolatada e passa a produzir efeitos, modificando ou
absorvendo os efeitos da tutela provisória.
c) nas hipóteses específicas de cessação da
eficácia da tutela cautelar antecedente,
previstas no art. 309;

d) em situações excepcionais, nas quais o


magistrado pode atribuir ultra atividade a
tutela concedida. Neste caso, mesmo
encerrado o processo, continuará a medida a
produzir eficácia.
05. Efetivação da tutela provisória.

- Art. 297 – Quais são as “... medidas adequadas


para efetivação da tutela provisória”.

- CPC de 1973 e tipicidade dos meios executivos.


Posterior inserção dos art. 461 e 461-A. Falta de
norma para alcançar as execuções por quantia.

- Efetividade e incompletude do sistema


executivo.
- CPC de 2015 – Inserção no sistema do Poder Geral de
Coerção - “O art. 139, IV, do CPC, apresenta a regra
matriz do ‘Poder Geral de Coerção’, que pode ser definido
como ‘o poder que a lei confere ao juiz para determinar,
conforme as exigências do caso concreto e visando a
efetividade da tutela executiva, medidas coercitivas
diversas das que são expressamente previstas na
legislação processual.”.

- Essas medidas “adequadas para efetivação da tutela


provisória” (art. 297) nada mais são do que as medidas
executivas atípicas que o juiz pode determinar com base no
Poder Geral de Coerção, previsto no art. 139, IV, do CPC.
06. Generalidades.
 
- Art. 298 – Fundamentação da decisão.

- Art. 299 – Competência:


a) a competência no caso de causa em que se pleiteia tutela
antecedente;
b) a competência no caso de pedido incidente de tutela provisória;
c) a competência no caso de ação originária de tribunal;
d) a competência no caso de tutela provisória recursal.

- Competência para decidir a medida provisória entre a publicação


da sentença e a interposição do recurso de apelação.

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