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Atualização em Imunização

Enfermeira Sanitarista Roberta Pantoja Lobo


DVS- CAP 5.1
Rio de Janeiro, maio de 2018
Quais orientações sobre vacinação o ACS
pode fornecer para a comunidade?
As vacinas permitem a prevenção, o controle, a eliminação e
a erradicação das doenças imunopreveníveis, assim como a
redução da morbimortalidade por certos agravos, sendo a sua
utilização bastante custo-efetiva.
O acompanhamento dos cartões de vacina é uma das
atribuições fundamentais e prioritárias no trabalho do Agente
Comunitário de Saúde (ACS), principalmente a verificação
periódica da Caderneta de Saúde da Criança, desenvolvendo
ações de prevenção de doenças e agravos e de promoção à
saúde.
Quais orientações sobre vacinação o ACS pode fornecer
para a comunidade?
Metas do PNI- Coberturas Vacinais de Rotina
Vacinas de Rotina do calendário da
criança até 1 ano:
- BCG, Penta, Polio, Pneumo 10,
Meningo C, Tríplice Viral, Hepatite A,
Febre Amarela – 95% das crianças até 1
ano vacinadas com esquema completo.
- Rotavírus – 90% das crianças até 1
ano vacinadas com esquema completo
Proteção Coletiva
Cobertura de Rebanho
Calendário da Criança
Ao nascer: BCG e hepatite B
BCG: pode ser realizada até 4 anos, 11 meses e 29 dias
Hepatite B mopnovalente : pode ser realizada até 30 dias de vida da criança.

Aos 2 meses de vida: D1 de Penta, Polio Inatiavada (VIP), Pneumo 10 e Rotavírus. A Penta poderá ser
administrada até menores de 7 anos.
Polio e pneumo: até menores de 5 anos.

Aos 3 meses de vida: D1 de meningo C. Pode ser administrada até até menores de 5 anos.

Aos 4 meses de vida: D2 de Penta, Polio Inativada (VIP), Pneumo 10 e Rotavírus.


 

ATENÇÃO AOS PRAZOS DA ROTAVÍRUS :


D1 – AOS 2 MESES ATÉ 3 MESES E 15 DIAS DE VIDA
D2 - AOS 4 MESES ATÉ 7 MESES E 29 DIAS.
QUANDO A CRIANÇA NÃO REALIZA D1 , NÃO É POSSÍVEL REALIZAR DOSE SEQUENCIAL

Aos 5 meses de vida: D2 de meningo C


Calendário do Criança
Aos 6 meses: D3 de penta e Polio Inativada (VIP).

Aos 9 meses: Febre Amarela (DOSE PADRÃO). Esta vacina está prevista para população até 59
anos de idade.

Aos 12 meses : D1 de tríplice viral e REFORÇO de pneumo 10 e meningo C. A vacina tríplice viral está
prevista para população até 49 anos de idade.

Aos 15 meses: Dose única de hepatite A, 1º Reforço com DTP, Tetraviral e 1º Reforço com Polio Oral
(VOP). A DTP pode ser realizada em crianças < 7 anos. Polio Oral , Tetraviral e Hepatite A -< 5 anos.

Aos 4 anos :2º Reforço de DTP , Polio Oral (VOP) e Reforço Varicela Monovalente.

ATENÇÃO: CRIANÇAS MENORES 2 ANOS DE VIDA PRIMOVACINADAS, REALIZAR F.A. E APÓS NO MÍNIMO 30 DIAS ,
REALIZAR TRIVIRAL/TETRAVIRAL . NESTE CASO, OBRIGATORIAMENTE, A CRIANÇA DEVERÁ RECEBER F.A. SEPARADA
DE TRIVIRAL/TETRAVIRAL A Varicela monovalente: pode ser realizada na idade entre 5 a < 7 anos . Duas doses com
intervalo de 30 dias.
Calendário do Adolescente- Considerar História Vacinal
Hepatite B; 3 doses – 0, 1 e 6 meses. Esquema completo anterior= NÃO REVACINAR

HPV quadrivalente* (inativada): 2 doses , intervalo de 6 meses


*meninas de 9 a 14 anos
*meninos de 11 a 14 anos

Dupla adulto (toxoide): 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses. Esquema completo anterior=
NÃO REVACINAR. Reforço de 10 em 10 anos.

Meningocócica C (inativada) : dose única ou Reforço.* meninos e meninas de 11 a 14 anos

Tríplice viral - SCR (atenuada). Esquema completo anterior com 2 doses= NÃO REVACINAR

*A vacina HPV está indicada em 3 doses (esquema 0, 2 e 6) para quem vive com HIV na faixa etária
de 09 a 26 anos de idade, necessitando de prescrição médica para ser vacinado.
Calendário do Adulto- Considerar História Vacinal
Hepatite B; 3 doses – 0, 1 e 6 meses. Esquema completo na infância = NÃO REVACINAR

Dupla adulto (toxoóde): 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses. Esquema completo
anterior = NÃO REVACINAR. Reforço de 10 em 10 anos.

Tríplice viral - SCR (atenuada). Esquema completo anterior = NÃO REVACINAR.


Até 29 anos: 2 doses com intervalo de 30 dias
De 30 a 49 anos: Dose única
Profissional de Saúde 2 doses com intervalo de 30 dias

Febre Amarela: Dose Fracionada (campanha) ou Dose Padrão, depende da condição clínica . Esta
vacina pode ser administrada de 9 meses de vida até 59 anos de idade.
Calendário da Gestante
Hepatite B; 3 doses – 0, 1 e 6 meses. Esquema completo na infância = NÃO REVACINAR

Dupla adulto : 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses. Esquema completo anterior > 5
ANOS=FAZER RFORÇO COM DTPa

DTPa: Como dose que completa esquema de Dt ou dose única devido à gestação. O ideal é
que esta vacina seja administrada entre a 20ª e 36ª semana de gestação.

A vacinação contra a Influenza é sazonal = Período de Campanha Nacional entre os meses de abril
e maio = vacinação trivalente (cepa vigente devido à possível mutação viral).
Vacinas Atenuadas
Vacinas atenuadas:

- BCG, Rotavírus , Polio Oral, Triviral, Febre Amarela,


Tetraviral, Varicela monovalente.

As demais vacinas são consideradas inativadas.


Vias de Administração
Intradérmica: BCG
Subcutânea: Triviral, Febre Amarela, Tetraviral e
Varicela monovalente;
Intramuscular: Hepatite B, penta, pneumo10, Polio
inativada, meningo, Hepatite A, HPV, Influenza, DTP,
Dupla Adulto (dt), DTPa adulto.
Oral: Polio oral e Rotavírus.
Padronização dos Locais de Aplicação
*Diretriz:
- Calendário em dia x criança em atraso;

- Plano de Imunização do Indivíduo;

- Avaliação e responsabilidade do aplicador: estrutura física do usuário, oferta


de massa muscular no sítio de aplicação, via de administração;

- Recomendação para vacinação com via intramuscular:


- vasto lateral em < 2 anos de idade;
- deltóide a partir de 2 anos de idade.
Importante
O glúteo não é mais um local de aplicação
recomendado pelo PNI, desde o ano 2001 !

Esta recomendação se fundamenta:


- Risco de lesão do nervo ciático;
- Oferta de massa muscular x tecido adiposo em crianças =
pode ocorrer absorção inadequada de algumas vacinas.
O intervalo entre as Vacinas!!!!!!!!

Inativado /Inativado- nenhum

Atenuado/Inativado- nenhum

Atenuado/Atenuado: mínimo 15
dias/ideal 30 dias
Vacinação Simultânea
Conceito: É a aplicação de 2 ou mais vacinas em diferentes
sítios anatômicos. Não intensifica a ocorrência de
eventos adversos pós-vacinais e não prejudica a
resposta imunológica.

As vacinas podem ser administradas simultaneamente ,


exceto a vacina febre amarela e tríplice viral em crianças
< 2 anos. Neste caso, estas vacinas devem ser
administradas com intervalo mínimo de 30 dias.
MOTIVOS PARA ADIAR VACINAÇÃO
 Presença de febre moderada à grave - evitar associação
de um possível EAPV ;

 Uso de corticóide : superior a 2 semanas com dose maior


ou igual 2mg/kg/dia em crianças com peso menor de 10
kg ou acima de 20mg/dia em crianças com peso acima
de 10kg e adultos – aguardar 1 mês após o término da
corticoterapia.
Intervalo entre hemotransfusão e vacinas
atenuadas injetáveis
Uso de Antitérmico Profilático
Estudos comprovaram que o uso do paracetamol
profilático desencadeia uma redução do título de
anticorpos das vacinas administradas.

O uso desta medicação deverá ocorrer mediante


orientação médica e atrelada à história familiar de
convulsão e /ou ocorrência de Eventos Adversos Pós-
vacinais associados à ocorrência de febre moderada
/grave.
CONTRAINDICAÇÕES

FALSAS ! Doenças
infecciosas ou Desnutrição
Diarrréia
leve/moderad
Prematuridade /
baixo peso
(exceto a BCG-
alérgicas – a
trato
peso mínimo
respiratório 2000g)- idade
superior cronológica;
(tosse,coriza);

Corticóide em doses Doenças de


História familiar Uso de
diárias não elevadas pele
de convulsão ou antibióticos
durante < 1 semana/ (impetigo ,
uso prolongado com morte súbita
escabiose)
baixas doses / em dias
Reação local a
alternados /
dose anterior
corticóides inalatórios

Aleitamento
Alergias não Tratamento Histórico
materno exceto
relacionadas antirrábico pregressa de
vacina contra a
aos em curso doença
Febre Amarela
componentes imunoprevenível
das vacinas
CONTRAINDICAÇÕES PARA VACINAS DE VÍRUS ATENUADOS

Verdadeiras! Gravide
z Altas doses
de corticóide
por mais de
15 dias

Neoplasia
maligna Quimioterapia
/ Radioterapia
OS 12 PASSOS CERTOS EM IMUNIZAÇÃO

VACINAÇÃO SEGURA
Conferi se a câmara e a caixa
térmica estão com temperaturas
adequadas (entre 2 a 8 °C)?
1- Conferi o nome
completo do usuário?

2- Conferi registros
vacinais! (avaliação da
caderneta/cartão)

3- Realizei anamnese individualizada?


(estado de saúde, febre, EAPVs anteriores
, uso de medicações *corticóide*, alergias
a componentes específicos?
Idade certa:
Conferi a data de
nascimento? Calculei a
idade?
Vacina certa: Conferi o rótulo certificando o
nome de cada vacina por no
mínimo TRÊS VEZES?

Conferi o rótulo certificando a validade


do lote em uso no mínimo TRÊS
Validade Certa: VEZES? (e do diluente em caso de
reconstituição!)
Dose certa:
Conferi se a dose é
D1, D2, D3 ou
reforço?
Insumo certo: Conferi a compatibilidade
entre seringa agulhada e via
de administração?

Conferi se o volume aspirado está de


acordo com o preconizado pelo PNI
Volume Certo: considerando também faixa etária do
usuário?
Via de administração
certa: Conferi a via de
admnistração? (oral,
intradérmica, subcutânea e
intramuscular)
Conferi se o sítio de
aplicação está de acordo com
a padronização preconizada
pela CPI?

Conferi se o ângulo está de acordo


com a técnica de via de
administração?
Ângulo Certo:
Vigilância de Eventos Adversos e Erros de
Imunização
O preenchimento pleno e correto do formulário de
investigação de EAPV pelo profissional favorece com que a
investigação possa ser qualificada e que possa traçar uma
conduta adequada e eficaz, proporciona acompanhamento
e encerramento com mínimo encerramento por perda de
seguimento.

O tempo de notificação interfere diretamente na


intervenção/conduta diante da sintomatologia apresentada.
OPORTUNIDADE NOTIFICAÇÃO
/INVESTIGAÇÃO
 Notificação via sistema nacional SIEAPV , considerando
OPORTUNO o período de:
24 horas nos EAPVs GRAVES – ligar
IMEDIATAMENTE PARA A DVS/SVS DE
REFERÊNCIA!
07 dias para os EAPVs NÃO GRAVEs;

SUSPEITOU (SEGUNDO CRITÉRIOS CLÍNICOS E


CRONOLOGIA – PNI)= NOTIFICOU!
CRIEs
CRIE ROCHA MAIA - Encaminhar crianças até 12 anos de idade para consulta
pré-agendada.
Contatos : 2295-2295, ramal 203 e e-mail criesmsdc@gmail.com
End: Rua General Severiano, 91 – Botafogo, no Hospital Municipal Rocha Maia

CRIE IPEC/FIOCRUZ – Encaminhar a partir de 13 anos de idade para consulta pré-


agendada.
Contatos : 3865-9124/9125 ou e-mail crie.agenda@ipec.fiocruz.br
End: Av. Brasil, s/n – Manguinhos, no Hospital Evandro Chagas

OBS: Fornecer ao paciente guia de referência contendo resumo do caso e


história vacinal e orientar o paciente a levar os comprovantes de vacinação.
EMERGÊNCIA NA SALA DE VACINAS
CHOQUE ANAFILÁTICO: depois de minutos até 2 hs após a vacinação;

Sinais e Sintomas:
- diminuição ou abolição do tônus muscular;
- palidez;
- cianose;
- resposta diminuída ou ausente aos estímulos;
- depressão ou perda da consciência;
- hipotensão ou choque;
- algumas vezes parada cardíaca associada ou não às alterações respiratórias e manifestações
cutâneas.

TODA SALA DEVE ESTAR MUNIDA DE UM KIT DE EMERGÊNCIA

-AMPOLA DE ADRENALINA 1:1000;


-HIDROCORTISONA DE 100mg;
EMERGÊNCIA NA SALA DE VACINAS
EMERGÊNCIA NA SALA DE VACINAS
“FAKE NEWS”/ ANTIVACINISMO
* Diversas notícias falsas dificultam a adesão da população à vacinação. Notícias
falsas são um tipo de imprensa  que consiste na distribuição deliberada de 
desinformação ou boatos via jornalimpresso, televisão, rádio, ou ainda online, como
nas mídias sociais.

adesão da população às Campanhas de Vacinação e as coberturas de vacinação


de rotina

Risco de reinserção de doenças


imunopreveníveis no ambiente !
Coordenação do Programa de
Imunizações/SVS/SUBPAV/S
Referências Bibliográficas

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças


Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação/ Ministério da Saúde. Secretaria
de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças Transmissíveis- Brasília. Ministério da Saúde,
2014.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças


Transmissíveis. Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós- vacinação/ Ministério
da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças Transmissíveis-3. ed.
Brasília. Ministério da Saúde, 2014.

Levi.Guido. Controvérsias em imunizações: 2013/Guido Levi. Heloisa Ihle Giamberardino, Renato Kfouri- São
Paulo: Segmento Farma, 2014.

CPISMS-RJ. Guia Prático de Normas e Procedimentos de Imunização. Rio de Janeiro. 2016.


Obrigada!
Tel.: 3357-6526
dvscap51@gmail.com

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