Você está na página 1de 145

HEMATOLOGIA - DISCUSSÕES

CLÍNICAS E DIAGNÓSTICA

Prof.ª Ms. Michele


Marcondes Riquena
HEMATOLOGIA: Ciência que estuda o
sangue em todos os seus aspectos.

IMUNOLOGIA: Ciência que estuda o


conjunto de mecanismos de defesa do
organismo contra antígenos.
ASPECTOS MORFOLÓGICOS,
FUNCIONAIS E QUANTITATIVOS
DO SANGUE
MORFOLOGIA SANGUÍNEA
Classificado como Tecido Conjuntivo
líquido. Preenche todo o Sistema
Circulatório, que pressionado pelo coração,
percorre todas as partes do corpo através
das artérias e veias e garante a sustentação
da vida.
MIELODISPLASIA OU SÍNDROME
MIELODISPLÁSICA
• As síndromes mielodisplásicas (SMD)
representam um grupo heterogêneo de
doenças com ampla variação de
manifestações clínicas e patológicas, que têm
em comum um defeito clonal nas células
progenitoras hematopoéticas (stem cells)
MIELODISPLASIA OU SÍNDROME
MIELODISPLÁSICA
Refere-se a um grupo de doenças, divididas em sete
categorias pela Organização Mundial de Saúde (OMS):

• · Citopenia Refratária com Displasia Unilinhagem (CRDU)


• · Anemia Refratária com Sideroblastos em Anel (ARSA)
• · Citopenia Refratária com Displasia Múltipla (CRDM)
• · Anemia Refratária com Excesso de Blastos-1 (AREB-1)
• · Anemia Refratária com Excesso de Blastos-2 (AREB-2)
• · Síndrome Mielodisplásica não Classificada (SMD-U)
• · Síndrome Mielodisplásica Associada à Deleção Isolada do
braço longo de Cromossomo 5
Reticulocitose
- Refletem o estado regenerativo da medula
-0,5 -2% do total de eritócitos

-Células eritróides nucleadas mais jovens ou com resíduos de RNA


citoplasmático
Exemplo de Raciocínio Clínico

A n e m ia n o rm o cítica n o rm o crô m ica

A v a lia r re tic u ló cito s

R e tic u ló c ito s a u m e n ta d o s R e tic u ló c ito s n o rm a is o u


d im in u íd o s

H e m o rra g ia a g u d a L e u c e m ia s F a z e r m ie lo g ra m a
H e m ó lise L in fo m a s
A p la sia m e d ula r
In fe c ç ã o
De células jovens a células maduras

De proeritroblasto a De promieloblasto a neutrófilo


polimorfonuclear
VISUALIZAÇÃO MACROSCÓPICA DO SANGUE:

- Temperatura aprox. 38°C;


- pH levemente alcalino variando entre...
VISUALIZAÇÃO MICROSCÓPICA DO SANGUE:
- Mistura heterogênea constituída por duas fases: líquida
e sólida;

Aspecto do sangue centrifugado


FASE LÍQUIDA
(perfil bioquímico) - Albumina (54%)
Proteínas - Globulinas (38%)
(7%) - Fibrinogênio (7%)
- Outros (1%)

Água
Plasma sanguíneo (91,5%)
(55%)
- Eletrólitos;
- Nutrientes (lipídeos,
monossacarídeos e
vitaminas);
- -Gases;
- Hormônios;
Outros solutos - Excretas nitrogenados
(1,5%)
(principalmente ureia,
creatinina e ácido
úrico).
TRANSPORTE:

Transporte de O2 e CO2;
Transporte de nutrientes do trato
gastrointestinal para as células do corpo;
Transporte de produtos do metabolismo
(excretas nitrogenados) para serem filtrados
pelos rins e eliminados através da urina;
Transporte de hormônios das glândulas
endócrinas para os órgãos alvo.
REGULAÇÃO:

Auxilia na regulação do pH dos fluidos


corporais;
Os 91,5% de água que perfazem o plasma
sanguíneo contribuem para a regulação da
temperatura corpórea;
A Pressão Hidrostática e Pressão
Coloidosmótica exercida pelo sangue regula o
conteúdo hídrico nos tecidos e células.
PROTEÇÃO:

O sangue é capaz de coagular, protegendo


o organismo contra hemorragias;
Os leucócitos participam do Sistema de
defesa, pois realizam fagocitose e produzem
imunoglobulinas;
Há proteínas adicionais no plasma
sanguíneo, denominadas Interferons e
Complemento que auxiliam no sistema de
defesa.
ELEMENTOS FIGURADOS
DO SANGUE
É devido às diferenças de espessura do disco bicôncavo que as
hemácias normais são visualizadas na Microscopia Óptica com a
periferia mais escura e a região central mais clara.
A membrana da Hemácia apresenta a
prevalência de carga elétrica negativa, graças à
presença de uma Proteína Transmembrana
denominada Glicoforina A;
A principal função da Hemácia é proteger a
proteína Hemoglobina, transportadora de O2 e CO2.
Hemácias Normais
Hemograma Normal
Eritrograma
• Número de eritrócitos(milhões/µl)
• Hemoglobina(g/dl)
• Hematrócrito: (%)
• VCM: Volume corpuscular médio
• HCM: Hemoglobina corpuscular média
• CHCM: Conteúdo hemoglobinico corpuscular médio
• RDW(%):Variação de tamanho entre as hemácias

Histograma ( Morfologia Celular)

• Contágem de eritroblastos
• Reticulócitos
• Alarmes ( alterações de formas, cromasia e inclusões)
Referência do Hemograma
Hemácias: 4,5 a 6,0 milhões por mm3

Hemoglobina (HB) e Hematócrito ( Ht)


Idade Hb Ht
RN 17 3,5 51 9
3-6meses 11,5 2 35 6
6meses-5anos 12 1 36 3
6anos-10nosa 12,5 1 38 3
11anos-15anos 13 1 39 3

Feminino. 13,5 1,5 41 5


Masculino. 15 2 45 2
Gestante. 12 1 36 3
Hemoglobina e Hematócrito
Anemia
Redução do número de eritrócitos ou da concentração de hemoglobina no
sangue , redução na capacidade de transportar oxigênio , redução da
produção de energia e capacidade de tamponamento.

1
0
0
9
0
8
0
7
0
6
0
5
0
4
0
3
0
2
0
1
0
0
Referência para Hematócrito e Hemoglobina

- O Hematócrito é o volume ocupado pelos eritrócitos contidos numa


certa quantidade de sangue total.

Homens = entre 41% e 51% (média=46%)


Mulheres = entre 37% e 47% (média=42%)

- A Hemoglobina é a dosagem da hemoglobina contida no interior


dos eritrócitos.Varia de 12 a 16 g/dL tendo na média de acordo com o
sexo:

Homens = 15 g/dL
Mulheres= 13,5 g/dL
VCM
Volume corpuscular médio: determina o tamanho das
hemácias . Varia de 80 - 98

-Macrocitose

-Microcitose

-Normocíticas
HCM

Hemoglobina Corpuscular Média = Expressa a


quantidade média de hemoglobina que existe
dentro de uma hemácia. . Variação: entre 27 e 34 pg

-Hipocromia

- Hipercromia                                                                 
CHCM
-É a relação entre o valor da hemoglobina contida num determinado
volume de sangue e o hematócrito, sendo expressa em porcentagem

O valor varia de 32 a 35%.


RDW

-Red Cell Distribution Width: É um índice que avalia a diferença


distributiva de tamanho entre as hemácias.

-Quando este está elevado significa que existem muitas hemácias de


tamanhos diferentes circulando. Isso pode indicar hemácias com
problemas na sua morfologia.

Valor de referência : de 11,6 a 14,6


Índices Hemantimétricos
PRINCIPAIS CAUSAS DE QUADROS
ANÊMICOS OU ANEMIAS
• PERDA SANGUÍNEA – AGUDAS OU CRÔNICAS

• ALTERAÇÕES NA FORMAÇÃO DOS


ERITRÓCITOS – GENÉTICAS DE MEMBRANA,
HEMOGLOBINAS (HEMOGLOBINOPATIAS) OU
DE ENZIMAS COMO A G6PD;
ALTERAÇÕES ADQUIRIDAS POR DEFICIÊNCIA
OU CARÊNCIA DE FATORES ESSENCIAIS
CONTINUAÇÃO DE ALTERAÇÕES NA
FORMAÇÃO DOS ERITRÓCITOS
• OUTRAS ALTERAÇÕES ADQUIRIDAS COMO:

 LEUCEMIAS
 INSUFICIÊNCIAS HEPÁTICAS E RENAIS
 PROCESSOS INFLAMATÓRIOS GRAVES
PRINCIPAIS CAUSAS DE QUADROS
ANÊMICOS OU ANEMIAS
• DESTRUIÇÃO PERIFÉRICA AUMENTADA –
HEMÓLISES
PODENDO SER:

ADQUIRIDAS
DEFEITOS INTRINSECOS –
HEMOGLOBINOPATIAS,
ENZIMOPATIAS, ALTERAÇÕES DE
MEMBRANA
Caso Clínico de Anemia Ferropriva
Caso clínico de sangramento
Paciente de 70 anos
História pregressa de sangue nas fezes
Diminuição do apetite
Emagrecimento de 7 kg ( 3 meses)
ANISOCITOSE
(aniso = desigual; cito = célula; ose = aumento)
Hemácias de tamanhos diferentes numa
mesma amostra de sangue.

Setas pretas: indicam hemácias maiores Setas azuis: indicam hemácias menores
A Anisocitose pode ser Discreta, Moderada ou
Acentuada e caracterizada pelos seguintes tipos:

Presença de Hemácias Normais com


Microcíticas;

Presença de Hemácias Normais com


Macrocíticas;

Presença de Hemácias Microcíticas e


Macrocíticas;

Presença de Hemácias Normais, Microcíticas e


Macrocíticas.
ANISOCITOSE
ANISOCITOSE
Morfologia das Hemácias

Normocromia e Normocitose Microcitose e Hipocromia

Macrocitose
Eritroblasto Policromático e ortocromático
Linhagem Eritrocítica Células Jovens

Eritroblastos ortocromáticos ,
Microcitose , Hipocromia e
Policromasia
Macrocitose e Policromasia eritrocitária

Eritroblasto
Policromático
Eritroblastos
Policitemias
-Aumento da hemoglobina e hematócrito
-Causas :Tumores renais, cianose ( pulmonares, cardíacas)
POIQUILOCITOSE

Drepanócitos
e hemácias
em alvo!
POIQUILOCITOSE – Esferócitos – alterações
genéticas de membrana

Hemácias microcíticas (pequenas) e com alta concentração de


hemoglobina, que elimina a palidez central das hemácias normais
vistas na microscopia de luz.
ESFERÓCITOS
POIQUILOCITOSE - Esferócitos

Microscopia Eletrônica de Varredura de um Esferócito.


SIDERÓCITOS -Constituem precipitação de molélulas de hemoglobina
destanurada que se coram de azul na periferia da célula . Aparecem nas
talassemias de deficiência de G6PD.
PODEM TAMBÉM
CARACTERIZAR UMA
ANEMIA
SIDEROBLÁSTICA OU
ANEMIA REFRATÁRIA.
ESQUIZÓCITOS – casos clínicos com
hemólises
POIQUILOCITOSE – Codócitos ou
Células em Alvo

Hemácias com área central


intensamente corada, devido a
condensação da Hemoglobina.

40x
CAUSAS:
-Talassemia e Anemia Falciforme;
- Acúmulo de Colesterol e
Fosfolípideos na membrana
plasmática;
- Esplenectomia. 100x
POIQUILOCITOSE - Acantócitos
Hemácias com espículas
desproporcionais facilmente
identificáveis, com irregularidades
no tamanho e no espaçamento.

CAUSAS: Herdada ou Adquirida


- Alteração na composição da
membrana plasmática,
decorrente da deficiência de
colesterol (doenças
hepáticas, síndromes da má
absorção);
- Esplenectomias.
POIQUILOCITOSE - Acantócitos

Microscopia Eletrônica de Varredura de um Acantócito.


POIQUILOCITOSE – Codócitos ou
Células em Alvo

Microscopia Eletrônica de Varredura de um Codócito. Observar a condensação


de Hemoglobina no centro, bem como o aumento da superfície da hemácia,
decorrente do acúmulo de colesterol e de fosfolipídios de membrana.
POIQUILOCITOSE – Drepanócitos ou
Hemácias em formato de Foice.
ANEMIA FALCIFORME

40x 40x 40x

100x 100x
POIQUILOCITOSE – Drepanócitos ou
Hemácias em formato de Foice.
ANEMIA FALCIFORME

Observar a presença de Hemácias falcizadas e de


Codócitos (hemácias em alvo).
POIQUILOCITOSE – Drepanócitos ou
Hemácias em formato de Foice.
ANEMIA FALCIFORME

Microscopia Eletrônica de Varredura de um Drepanócito.


POIQUILOCITOSE – Eliptócitos ou
Ovalócitos – alterações genéticas de
membrana
CAUSAS:

- Mutação genética que


afeta o citoesqueleto das
hemácias, fazendo com que
40x as mesmas percam a
elasticidade;

- Ao passarem pela
microcirculação sanguínea
(capilares), as hemácias são
forçadas a se deformar,
100x porém não são capazes de
voltar à forma normal.
POIQUILOCITOSE – Eliptócitos ou
Ovalócitos

Microscopia Eletrônica de Varredura de Eliptócitos.


POIQUILOCITOSE – Estomatócitos
CAUSAS:

- Influxo excessivo de Na+


para o interior da
hemácia, que
desencadeia aumento
na hidratação (turgidez
celular);
- Pode ser artefato na
preparação do esfregaço
sanguíneo, por falha na
distensão do sangue na
lâmina.
POIQUILOCITOSE – Estomatócitos

Microscopia Eletrônica de Varredura de Estomatócitos.


POIQUILOCITOSE – Dacriócitos
Hemácias com forma de lágrima
ou gota.

CAUSAS:
- Metaplasia Mielóide: Na
Policitemia Vera (doença
genética que causa aumento na
produção das hemácias,
polimorfonucleares e
plaquetas), a metaplasia é
consequência. Neste caso, há
aumento da atividade dos
macrófagos esplênicos.
POIQUILOCITOSE – Dacriócitos

Microscopia Eletrônica de Varredura de Dacriócitos.


NEUTRÓFILOS
- São Leucócitos denominados de Polimorfonucleares,
pois apresentam o núcleo em forma de lobos
(segmentado) ligados entre si por finos filamentos de
cromatina;
NEUTRÓFILOS
- Os Neutrófilos com núcleo em forma de bastão
(bastonetes) compreendem um estágio de maturação
que antecede os neutrófilos segmentados.
NEUTRÓFILOS
- A Neutrofilia (aumento no número de neutrófilos) tende
a ocorrer principalmente nas infecções bacterianas.
NEUTRÓFILOS
- A função dos Neutrófilos é realizar Diapedese e
Fagocitose de Antígenos invasores.
EOSINÓFILOS
- Também são conhecidos como Leucócitos
Polimorfonucleares, pois apresentam núcleo com apenas
dois lobos ligados por um fino filamento de cromatina;
EOSINÓFILOS
- A Eosinofilia (aumento no número de Eosinófilos), tende a
aparecer nas seguintes situações...
EOSINÓFILOS
- Alergias;
- Infecções por helmintos (verminoses). Os Eosinófilos são
coadjuvantes nas infecções alérgicas ocasionadas por
parasitas.
EOSINÓFILOS
- Tumores.

Adenocarcinoma de estômago
BASÓFILOS
- Também são conhecidos como Leucócitos
Polimorfonucleares, pois apresentam núcleo irregular;
- Grânulos grosseiros e fortemente basófilos são
visualizados no citoplasma e sobre o núcleo, que são
Histamina e Heparina.
LINFÓCITOS
- Apresentam dois tipos: Linfócitos T e Linfócitos B;
- Na análise por Microscopia de luz é impossível
diferenciá-los, pois sua morfologia é similar.
LINFÓCITOS
- Apresentam núcleo bastante evidente e citoplasma
escasso.
LINFOCITOSE
- A Linfocitose (aumento no número de linfócitos)
geralmente está relacionada com infecções virais.
MONÓCITOS
- Geralmente, os Monócitos tendem a se moldar ao
microambiente onde estão contidos.
MACRÓFAGOS
- Os Macrófagos apresentam morfologia muito variável,
dependendo do tipo de tecido onde foram
diferenciados. São células grandes, de núcleos
polimorfos e citoplasma rico em granulações;
- Os Macrófagos fagocitam tudo que for estranho ao
organismo, promovem a limpeza de cavidades e tecidos.
Macrófagos alveolares
Macrófagos Hepáticos
(no fígado, onde são conhecidos como células de Kupffer)
Macrófagos Cerebrais

(onde são conhecidos como Micróglia)


Variação da concentração de
leucócitos em uma ferida
Desvio a esquerda
Didaticamente o processo de maturação dos granulócitos
posicionam as células mais jovens à esquerda.

– Presença de maior quantidade de bastonetes e/ou de células


mais jovens da série granulocítica
(metamielócitos,mielocitos,promielócitos,mieloblastos).

– Resposta inicial da medula óssea frente ao processo


infeccioso é de liberação de neutrófilos da reserva.

– Resultando da resposta proliferativa desordenada.


Importância do escalonamento e
o desvio à esquerda
mielócito
REAÇÃO LEUCEMÓIDE

• Patologia que é reacional a alguma doença. Faz diagnóstico


diferencial com a Leucemia Mieloide Crônica. Na reação
leucemóide, as anormalidades desaparecem quando é corrigida a
condição subjacente, ou seja, a infecção.
• Geralmente cursa com uma leucometria elevada, variando entre
25.000 a 50.000 leucócitos e com desvio a esquerda escalonado
chegando a mielócitos. Diferenças entre a Reação Leucemóide e
LMC REAÇÃO LEUCEMOIDE WBC ≤ 50.000 com Desvio a esquerda
até mielócito. Ausência de eosinófilos e basófilos.
• Plaquetas normais .Fosfatase alcalina elevada. Granulações
tóxicas e vacúolos citoplasmáticos. Ausência do cromossomo
Philadelfia.
PRINCIPAIS PATOLOGIAS CAPAZES DE
CAUSAR A REAÇÃO LEUCEMOIDE:
• Infecções piogênicas graves ;
• Necrose tecidual;
• Tuberculose,
• toxoplasmose,
• brucelose;
• Glomerulonefrites;
• Artrite reumatóide;
• Insuficiência hepática e Cetoacidose diabética.
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA
• WBC > 50.000 com Desvio a esquerda
até mieloblasto. Eosinofilia e basofilia.
Plaquetose ou plaquetopenia. Fosfatase
alcalina diminuida. Ausência de
granulações tóxicas e vacúolos
citoplasmáticos. Presença do
cromossomo Philadelfia.
MIELOBLASTOS
MIELOBLASTOS
PRESENÇA DE BASTÕES DE AUER -
MIELOBLASTOS
Raciocínio Clínico

Linfocitose

Leucemia Linfocitose benigna Síndrome da


por infecção viral Mononucleose
(respiratória, digestiva, com "rash"
cutâneo)

Leucemia linfóide Leucemia mielóide


(presença de linfoblastos) (presença de m ie loblastos)
Causas de Linfocitose
Causas de Linfopenia
TRANSLOCAÇÃO CROMOSSÔMICA – motivo principal das leucemias
TRANSLOCAÇÃO: Consiste na quebra de cromossomos
que podem ser ocasionadas por radiações ionizantes ou
por radicais livres. Como consequência, ocorre o
rearranjo entre “pedaços” de cromossomos não
homólogos

Radiação
ionizante

Cromossomos
homólogos
Exemplo de translocação
CROMOSSOMO FILADÉLFIA: É uma translocação que
ocorre entre os cromossomos 9 e 22. O gene ABL situado
no cromossomo 9 é translocado para o cromossomo 22 na
região do gene BCR.
O Gene ABL codifica uma proteína que controla a divisão e
adesão celular. A função do Gene BCR ainda não está
elucidada. Contudo, a fusão do gene ABL com o Gene BCR
no cromossomo 22 desencadeia a síntese de uma proteína
ABL anormal.
Esta proteína ABL anormal está relacionada com a
predisposição à Leucemia Mielóide Crônica (LMC) e alguns
casos de Leucemia Mielóide Aguda (LMA) e LLA/LLC.
CARIÓTIPO DE UMA PACIENTE PORTADORA DO
CROMOSSOMO FILADÉLFIA
Caso de Leucemia Linfóide

Aumento 400 x Aumento de 1000 x


Globulos Vermelhos: 3.600.000/mm3 Globulos Brancos: 30.800/mm3
Ht: 30% Neutrófilos: 6%
Hb: 9 g/dl Linfócitos: 90%
VCM: 83 Monócitos: 4%
HCM: 25
Reticulócitos: 9%
Plaquetas: 215.000/mm3
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA
• A leucemia linfóide aguda (LLA) é a forma mais comum de câncer na infância,
compreendendo 70% dos casos; em adultos a incidência é de apenas 20%.

• A abordagem inicial do diagnóstico consiste no exame citomorfológico do


sangue periférico e da medula óssea.

• O estudo imunofenotípico eleva para 99% o percentual de casos corretamente


classificados, permitindo identificar a linhagem celular (T ou B) e os diferentes
estágios de maturação da célula.

• Aproximadamente 20% dos casos são de origem de célula T; 75%, precursores


de célula B; e 5%, de célula B madura. As técnicas citogenéticas têm
contribuído de maneira fundamental para a compreensão da biologia
molecular e do tratamento da LLA.
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA
• As anormalidades cromossômicas, quando
associadas ao painel de imunofenotipagem,
constituem o parâmetro mais importante para
a classificação das leucemias, e, juntamente
com outros fatores clínicos e laboratoriais,
possibilitam a estratificação dos pacientes em
diferentes grupos de risco, tendo importância
fundamental para determinar o prognóstico e
estabelecer o tratamento adequado.
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA -
LINFOBLASTOS
EXAMES CITOMORFOLÓGICOS -
MIELOGRAMA, BIÓPSIA DE MEDULA
ÓSSEA OU ASPIRADO DE MEDULA ÓSSEA
Mielograma

Punção aspirativa da medula óssea = define o


diagnóstico de leucemia

Estuda a morfologia, a citoquímica, a


imunofenotipagem e a citogenética das
leucemias.
CITOQUÍMICA – LEUCEMIAS MIEÓIDES POSITIVO
LEUCEMIAS LINFÓIDES NEGATIVO
Mielograma

Citoquímica positiva para peroxidase:


Mielograma
coloração
de grânulos
EXAMES IMUNOFENOTÍPICOS-
IMUNOFENOTIPAGEM
• A caracterização imunofenotípica tem sido o
método preferencial para a determinação da
linhagem celular e análise da maturação das
células nas neoplasias hematológicas.
• O desenvolvimento de ampla gama de
anticorpos monoclonais e das potencialidades
do citômetro de fluxo têm impulsionado esta
área nos últimos 20 anos.
IMUNOFENOTIPAGEM – uso de painel de
anticorpos
• Marcadores mieloides expressos na LMA:
mieloperoxidase (MPO), CD33 e CD13.

• Marcadores de célula T expressos em LLA-T:


CD3 citoplasmático ou superfície, CD7.

• Marcadores de célula B expressos na LLA-B:


CD19, CD22, CD79a
IMUNOFENOTIPAGEM – uso de painel de
anticorpos
IMUNOFENOTIPAGEM X IMUNO -
HISTOQUÍMICA
• O propósito da imuno-histoquímica é reconhecer
antígenos e assim identificar e classificar células
específicas dentro de uma população celular
morfologicamente heterogênea (ou aparentemente
homogênea).
• A visualização do complexo antígeno-anticorpo é
possível pela adição de um fluorocromo conjugado
ao anticorpo, que pode então ser observado ao
microscópio, ou alternativamente uma enzima, cujo
produto de reação pode igualmente ser visualizado.
CITOGENÉTICA – ANÁLISE DOS
CROMOSSOMOS
• Citogenética - Neste exame, os cromossomos das
células leucêmicas são analisados para detectar
qualquer anormalidade. Em alguns casos de leucemia,
as células apresentam alterações cromossômicas
visíveis sob o microscópio.
• A maioria das alterações cromossômicas em adultos
com leucemia linfoide aguda é do tipo de translocação.
• As informações sobre o tipo translocação podem ser
úteis para prever a resposta terapêutica de um
paciente. 
Análise do perfil do HLA (antígeno leucocitário
humano) para transplantes de MO
PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS
- Pequenas células Anucleadas, lentiliformes, ou por
vezes, irregulares.
- Apresentam prolongamentos filamentosos de
citoplasma que são filamentos de aderência.

2 a 4 µm
diâm.

na
m
1 µ ior
ma ss.
sp e
e

Microscopia eletrônica
PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS
- Apresentam Mitocôndrias e granulações do citoplasma,
que reagem entre si para produzirem fatores de
coagulação, além de também apresentarem Peptídeos
antimicrobianos.

Microscopia eletrônica
PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS
- Quando observadas ao Microscópio de luz, têm forma
pouco precisa, com filamentos que se projetam ao seu
redor e granulações em seu interior (granulômero).
PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS
PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS
A principal função das Plaquetas é participar do
processo de Coagulação sanguínea, através da
Agregação Plaquetária.
PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS

Rede de Fibrina (RF), hemácias (H) e plaquetas (P) em coágulo sanguíneo


recém-formado, em um processo inicial de reparação, observado por
microscopia eletrônica de varredura.
Alterações Plaquetárias
Raciocínios Clínicos

S angram ento de pele


e m ucosas

Plaquetas Plaquetas norm ais


baixas

Púrpura plaquetopênica idiopática


Defeitos plaquetopênicos hereditários
Insuficiência da m edula óssea
Obrigada!!!
Referências:
- GÓMEZ, A.R.M. Hematologia herramienta para el diagnóstico: atlas de morfología
celular, alteraciones y enfermedades relacionadas. 1 ed. Bogotá: CEJA, 2003. 177P.

- LEE, G.R., BITHELL, T.C., FOERSTER, J., ATHENS, J.W., LUKENS, J. N. Wintrobe Hematologia
Clínica. 9 ed. São Paulo: Manole, 1998.

- LEWIS, S.M., BAIN, B.J., BATES, I. Hematologia Prática de Dacie e Lewis. 9. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2006. 572 p.

- MURPHY, K., TRAVERS, P., WALPORT, M. Imunobiologia De Janeway. 7. ed. Porto alegre:
Artmed, 2010.

Você também pode gostar