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TEMA IV.

As fontes do Direito
2. O controlo da legalidade
2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

O controlo da legalidade consiste em assegurar a não violação da lei e


processa-se através da:

Tutela pública ou tutela estadual

• Desempenhada primordialmente pelo Estado

Tutela privada ou autotutela

• Realizada pelos particulares na defesa dos seus direitos, mas só a


título subsidiário, e em situações excecionais e previstas na lei
(artigo 1º do Código Processo Civil).

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

A tutela pública ou estadual

Desempenhada primordialmente pelo Estado através:

• da administração pública – tutela administrativa

• dos tribunais – tutela judicária

Tema IV – As Fontes do Direito


2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

A salvaguarda dos direitos fundamentais dos cidadãos incumbe ao Estado


que a concretiza, através:

• da tutela administrativa exercida pela a administração pública e visa


a prossecução do interesse público, no respeito pelos direitos e
interesses legalmente protegidos dos cidadãos. Na sua atuação está
sujeita a determinadas regras e princípios ( como o princípio da
legalidade – artigo 266º da C.R.P. )

 da tutela judiciária, exercida pelos Tribunais, que é o processo normal


de tutela dos interesses dos particulares e exerce-se não só nas relações
entre os próprios particulares, mas também nos relações entre estes e o
Estado.

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

Artigo 266º da C.R.P.


(Princípios fundamentais)

1– A Administração Pública visa a prossecução do interesse


público, no respeito pelos direitos e interesses legalmente
protegidos dos cidadãos.

2– Os órgãos e agentes administrativos estão subordinados à


Constituição e à lei e devem atuar, no exercício das suas
funções, com respeito pelos princípios da igualdade, da
proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa-fé.

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

Os particulares estão não só Alguns meios de controle da


garantidos sobre a violação
legalidade:
dos seus direitos por parte dos
particulares como por parte da • Tribunais Judiciais (artigos 202º e 209º da
Administração Pública, C.R.P.);
• Tribunais Administrativos (artigos 212º e
contudo, há que fiscalizar e
268º da C.R.P.);
controlar a atuação desta de
forma a garantir a legalidade. • Tribunal de Contas (artigo 214º da
C.R.P.);
• Tribunais arbitrais (artigo 209º da C.R.P.);

• Tribunal Constitucional (artigos 221º e 223º


da C.R.P.);
• Provedor de Justiça (artigo 23º da C.R.P.);

• Presidente da República (artigo 120º da


C.R.P.);
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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

O Tribunal Constitucional é considerado o “guardião” ou garante último


da Constituição

O Tribunal Constitucional é considerado um órgão de soberania autónomo,


não integrado no poder judicial, ao qual incumbe «administrar a justiça em
matéria jurídico-constitucional» (artigo 221º da C.R.P) e, é sua função primeira
fiscalizar a constitucionalidade das normas jurídicas, ou seja a de controlar a
conformidade das demais normas (como por exemplo: leis, decretos-leis,
decretos legislativos regionais) com os princípios e regras constitucionais -
controlo normativo .

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

Inconstitucionalidade

• São inconstitucionais as normas que infrinjam


o disposto na Constituição ou os princípios
nela consignados ( artigo 277º da C.R.P.).

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

Tipos de inconstitucionalidade

Inconstitucionalidade por ação.

Inconstitucionalidade por omissão.

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

Tipos de inconstitucionalidade

Inconstitucionalidade por Inconstitucionalidade por


ação omissão
Traduz-se numa atuação do poder Resulta da inércia ou do silêncio de
político contrária às normas qualquer órgão do poder, que
constitucionais. É também incumbido de praticar certos atos
conhecida por inconstitucionalidade pela C.R.P., os não pratica. É
positiva. também conhecida por
inconstitucionalidade negativa.

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais


A inconstitucionalidade por ação pode assumir as seguintes modalidades:

Inconstitucionalidade material – quando existe uma contradição


entre o conteúdo do ato do poder político e as normas constitucionais.

Inconstitucionalize formal – quando um ato do poder político é


praticado sem que se tenham verificado todos os trâmites previstas nas
normas constitucionais.

Inconstitucionalidade orgânica – quando um ato do poder político é


emanado de um órgão que não dispõe de competência para a sua
prática, face às normas constitucionais.

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

A fiscalização da constitucionalidade pode ser realizada por:

órgãos políticos - a Assembleia da República (alínea a) do artigo 162º


da C.R.P.).

órgãos jurisdicionais - no atual sistema jurídico português a


fiscalização da constitucionalidade é essencialmente jurisdicional, pelo
que cabe aos tribunais essa função (artigos 204º e 223º da C.R.P.).

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

Declaração da inconstitucionalidade

A declaração de inconstitucionalidade cabe exclusivamente


ao Tribunal Constitucional (artigos 221º e 223º da C.R.P.).

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

A fiscalização da constitucionalidade pode ser:

Fiscalização preventiva da constitucionalidade – prevista no artigo 278º da C.R.P.

Fiscalização concreta da constitucionalidade – prevista no artigo 280º da C.R.P.

Fiscalização abstrata da constitucionalidade – prevista no artigo 281º da C.R.P.

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2. O CONTROLO DA LEGALIDADE
O CONTROLO DA LEGALIDADE

Legalidade e direitos fundamentais

A fiscalização da constitucionalidade por omissão.

A fiscalização da constitucionalidade por omissão é


requerida pelas entidades previstas no nº1 do artigo 283º da
C.R.P., ao Tribunal Constitucional que verificando a sua
existência, dará disso conhecimento ao órgão legislativo
competente, nos termos do nº2 do 283º, da C.R.P.

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2.2. MECANISMOS DE DEFESA DO CIDADÃO PERANTE A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Garantias dos particulares

As garantias dos particulares, consistem nos meios criados pela


ordem jurídica com a finalidade de evitar ou sancionar as violações
do direito objetivo, as ofensas dos direitos subjetivos ou interesses
legítimos dos particulares, ou o demérito da ação administrativa,
por parte da Administração Pública.

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2.2. MECANISMOS DE DEFESA DO CIDADÃO PERANTE A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Garantias dos particulares

As garantias de que os particulares podem lançar mão para reagir contra


atos da administração que considerem lesivos dos seus direitos,
desdobram-se em:

Garantias
Garantias
Garantias politicas contenciosas ou
administrativas
jurisdicionais

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2.2. MECANISMOS DE DEFESA DO CIDADÃO PERANTE A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Garantias dos particulares

Garantias políticas

Garantias políticas - aquelas que são efetivadas pelos órgãos do


poder político, sendo que toda a organização democrática do
Estado consagrada na Constituição, traduz em si mesma uma
garantia para os particulares.

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2.2. MECANISMOS DE DEFESA DO CIDADÃO PERANTE A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Garantias dos particulares

Garantias administrativas

Garantias administrativas - aquelas que são asseguradas pela


própria Administração Pública e que se traduzem nos meios ou
mecanismos de defesa da legalidade e dos direitos individuais
que existem no seio da Administração e controlam a sua própria
atividade.

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2.2. MECANISMOS DE DEFESA DO CIDADÃO PERANTE A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Garantias dos particulares

Garantias administrativas

Peditórias Reclamação
Garantias
administrativas
Impugnatórias Recurso hierárquico

Recurso Tutelar

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2.2. MECANISMOS DE DEFESA DO CIDADÃO PERANTE A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Garantias dos particulares

Garantias contenciosas ou jurisdicionais

Garantias contenciosas ou jurisdicionais - consistem na


possibilidade dos particulares recorrerem, para os tribunais, dos
atos administrativos definitivos e executórios que considerem
lesivos dos seus direitos e interesses juridicamente protegidos.

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2.2. MECANISMOS DE DEFESA DO CIDADÃO PERANTE A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Garantias dos particulares

Principio da tutela jurisdicional efetiva ( nº 4 do artigo 268º da C.R.P.)

(Artigo 268º da C.R.P.)

4. É garantido aos administrados tutela efetiva dos seus direitos ou


interesses legalmente protegidos, incluindo, nomeadamente, o
reconhecimento desses direitos ou interesses, a impugnação de
quaisquer atos administrativos que os lessem, independentemente
da sua forma, a determinação da prática de atos administrativos
legalmente devidos e a adoção de medidas cautelares adequadas.

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