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variação linguística
língua e linguagem
• A linguagem é o mecanismo que utilizamos
para transmitir nossos conceitos, ideias e
sentimentos. Trata-se de um processo de
interação. Qualquer conjunto de signos ou
sinais é considerado uma forma de linguagem.
• A língua é um código verbal característico, ou
seja, um conjunto de palavras e combinações
específicas compartilhado por um
determinado grupo.
Tipos de linguagem e suas variações
• Não dependem da região em que o falante vive, mas sim dos grupos
sociais em que ele se insere, ou seja, das pessoas com quem ele
convive. São as variedades típicas de grandes centros urbanos, já que as
pessoas dividem-se em grupos em razão de interesses comuns,
como profissão, classe social, nível de escolaridade, esporte, tribos
urbanas, idade, gênero, sexualidade, religião etc.
• Para gerarem sentimento de pertencimento e de identidade, os grupos
desenvolvem características próprias, que vão desde a vestimenta até a
linguagem. Os surfistas, por exemplo, falam diferentemente de skatistas;
médicos comunicam-se diferentemente de advogados; crianças,
adolescentes e adultos possuem vocabulário bastante diferente entre si.
Os grupos mais escolarizados tendem a ser mais formais, enquanto os
grupos de menor formação normalmente são mais informais, ou seja, há
diferentes registros de linguagem.
Fatores que contribuem
• Há dois fatores que contribuem para a identificação das
variedades sociais:
• Faz-se aquele silêncio que precede as grandes revelações, mas o falso informado não diz nada. Fica
subentendido que ele está protegendo as suas fontes em Brasília.
• E há o falso que interpreta. Para ele tudo o que acontece deve ser posto na perspectiva de vastas
transformações históricas que só ele está sacando.
• E se alguém quer mais detalhes sobre a sua insólita teoria ele vê a pergunta como manifestação de
uma hostilidade bastante significativa a interpretações não ortodoxas, e passa a interpretar os
motivos de quem o questiona, invocando a Igreja medieval, os grandes hereges da história, e vocês
sabiam que toda a Reforma se explica a partir da prisão de ventre de Lutero?
• Mas o jargão é uma tentação. Eu, por exemplo, sou fascinado pela linguagem náutica, embora
minha experiência no mar se resuma a algumas passagens em transatlânticos onde a única
linguagem técnica que você precise saber é “Que horas servem o bufê?”. Nunca pisei num veleiro e
se pissasse seria para dar vexame na primeira onda. Eu enjoo em escada rolante. Mas, na minha
imaginação, sou um marinheiro de todos os calados. Senhor de ventos e de velas e,
principalmente, dos especialíssimos nomes de equipagem.
• Me imagino no leme do meu grande veleiro, dando ordens à tripulação:
• – Recolher a traquineta!
• – Largar a vela bimbão, não podemos perder esse Vizeu.
• O Vizeu é um vento que nasce na costa ocidental da África, faz a volta nas Malvinas
e nos ataca a boribordo, cheirando a especiarias, carcaças de baleia e,
estranhamente, a uma professora que eu tive no primário.
• GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
• Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento)
Linguagem vulgar (popular)
• Indo de encontro com a linguagem culta, a
vulgar é extremamente fora do padrão
gramatical e faz parte da fala dos analfabetos
ou semianalfabetos. As estruturas gramaticais
são “bagunçadas” e barbarismos são
frequentes. A exemplo temos os vícios “Nóis
vai”, “vamo ir”, “pra mim comer”.
Exemplo
Vício na fala
(Oswald de Andrade)
• São notáveis as diferenças entre a linguagem culta e a
linguagem coloquial, contudo, isso não significa que exista
uma modalidade superior à outra. Ambas, variedade padrão
e não padrão, devem ser respeitadas e seus usos devem estar
condicionados ao contexto comunicacional no qual o falante
está inserido. Saber quando utilizar cada uma das linguagens
faz do falante um poliglota do próprio idioma que sabe
definir o momento adequado para adotar cada um dos níveis
de linguagem. É preciso ressaltar que, embora o
conhecimento das variedades linguísticas amplie nossas
possibilidades de comunicação, é a norma culta que garante
a manutenção da unidade linguística de um país.
Adequação da linguagem a situações de
comunicação/contextos
• os falantes seguem um princípio cooperativo geral
que orienta os usos eficientes da língua. Numa
conversa e, podemos também dizer, numa
interação por escrito, ou via internet, os
interlocutores guiam-se – mesmo que disso não
tenham consciência – por máximas da qualidade,
da quantidade, da relevância e do modo. É
evidente que elas são frequentemente
desobedecidas, mas, num plano ideal, os
interlocutores são cooperativos.
• Não é adequado o médico que, durante uma consulta,
num posto de saúde, usa seu incompreensível jargão
para se dirigir ao seu paciente, completamente leigo
em assuntos de medicina. Ele será menos adequado
ainda, e também extremamente inconveniente se
tentar imitar, muitas vezes jocosamente a variante
linguística de seu paciente. A adequação à situação
comunicativa é perfeitamente possível, e, na maioria
dos casos, esta adaptação acontece pelo fato de
existir uma espécie de linguagem comum que todos
os falantes dominam.
• Nas situações comunicativas orais, isto é, em seminários, apresentações
de trabalhos e debates, alguns cuidados não só com o falar, como também
com o agir em público devem ser levados em consideração. Para isso
existem técnicas; a simpatia de quem está ouvindo liga-se com o ethos de
quem está falando. Falar bem, em voz alta, clara, pausada e convincente,
por exemplo, faz parte da adequação à situação comunicativa de um
seminário que os alunos preparam antecipadamente.
• Participar de discussões e debates não é entrar num bate-boca para
defender a todo custo seu ponto de vista, também não é ficar calado,
alheio ao que acontece, querendo que tudo termine logo, porque nada
daquilo lhe interessa. Participar de uma discussão é querer demonstrar
seu ponto de vista aos seus interlocutores e, mais que isso, é tentar
persuadi-los com a força de sua argumentação. Finalmente, também é
saber ouvir e respeitar o ponto de vista do outro.
Beija eu
Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...
Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
Marisa Monte
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Da Nação Brasileira
Me dá um cigarro.
Oswald de Andrade
O Poeta da Roça
(...)
Patativa do Assaré