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Ministério da Indústria e Comércio

LEGISLAÇÃO COMERCIAL EM ANGOLA


ANÁLISE TÉCNICA DA LEI N.º 1/07, DE 14 DE MAIO-LEI DAS ACTIVIDADES COMERCIAIS E CONEXOS

Junho de 2023
1. INTRODUÇÃO

Da análise do quadro das actividades económicas existentes em Angola, dado o estágio em que o País se encontra, da afirmação da
economia de mercado, fica evidente que o sector do comércio preenche
LEI 9 /16 maior
DE 16 DE percentual, e deste modo, as actividades comerciais, se
JUNHO
DOS CONTRATOS PÚBLICOS
desdobram em comércio interno e comércio externo.
O comércio interno consiste no exercício da actividade comercial à nível nacional, comportando as suas diversas componentes, tais como
o comércio a grosso, retalho, feirante, ambulante, electrónico, prestação de serviços mercantis, por franshing, distribuição, concessão etc.
Ao passo que actividade externa comporta as facetas de importação
SERVIÇO NACIONAL DAe CONTRATAÇÃO
exportação. PÚBLICA
Ora, enquanto funcionários públicos é relevante a superação constante e obtermos o perfeito conhecimento das nossas atribuições,
domínio da legislação que move a nossa actividade, quer seja de índole técnica ou administrativa, porquanto, o desconhecimento da
norma não te exime da responsabilidade do ponto de vista administrativa, civil ou criminal.
É este espírito que deve levar o licenciador e os aplicadores, “Directores Nacionais, Provinciais, Municipais, Distritais, das autarquias
locais, técnicos, operadores económicos” a conhecerem minuciosamente os instrumentos reguladores da actividade comercial para
melhor aplicação
2. LEGISLAÇÃO COMERCIAL
CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA
DE ANGOLA DECRETO
LEI N.º PRESIDEN
15/03, DE CIAL N.º
126/20

LEI N.º
15/19, DECRETO
AMBULANT PRESIDEN
EE CIAL N.º
FEIRANTE LEI N.º 1/07, 14 DE
MAIO
COMÉRCI
COMÉRCI
O
OA
FRONTERI
RETALHO
ÇO

COMÉRCI
OA HORÁRIO
GROSSO
FISCALIZA
ANIESA
DESCRIÇÃO DE CONCEITOS

Shopping Center/ Centro comercial - é uma edificação que contém um conjunto de estabelecimentos, no mínimo 12 e com área bruta
superior a 500m2, de diferentes bens de consumo, além de prestação de serviços e lazer (lanchonetes, restaurantes, salas de cinema,
teatro, área reservada a recreação, etc.), constituindo-se em uma grande área comercial fechada, praticamente independente e isolada,
dotada de climatização, escadas rolantes, estacionamento e, eventualmente, atracções musicais e outras;
Centro de Logística e de Distribuição (CLOD): Local dotado de infra-estruturas de apoio a produtores, distribuidores e outros agentes
económicos que exercem actividades que lhe estão correlacionados e constituído por mercados abastecedores, entreposto, empresas
de distribuição e de prestação de serviços comerciais permitidos por Lei;
Mercados Abastecedores: equipamentos colectivos como uma única unidade, destinada á organização e comercialização por grosso de
produtos alimentares e não alimentares, de largo consumo diário, visando o abastecimento de grandes aglomerados populacionais.
Comércio de franquia – é o sistema de venda na qual o franquiador cede ao franquiado o direito de uso de sua marca, patente, infra-
estrutura, e o direito de distribuição exclusiva ou semi exclusiva de produtos os serviços;
Comércio electrónico – forma de comércio à dis­tância, realizada fundamentalmente com recurso a meios informáticos.
Comércio Fronteiriço – trocas comercias realizadas entre pessoas residentes habitualmente ao longo da extensão fronteiriça do
território nacional, com um raio de acção até dez mil metros, cujos bens destinam-se a subsistência da família, estritamente
necessários ao uso ou consumo pessoal ou doméstico, bem como de países com os quais a República de Angola faz fronteira.

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• Urbanismo comercial – é o processo de organização que visa a modernização da actividade comercial, de prestação de serviços
mercantis do espaço público envolvente integrado em áreas limitadas dos centros urbanos com carac­terísticas de elevada densidade
comercial, centralidade mul­tifuncionalidade de desenvolvimento económico, patrimonial e social;
• Concessionário – é aquele que, mediante um con­trato de concessão comercial, comercializa os produtos do concedente, em seu
nome e por conta própria, numa deter­minada área ou círculo de clientes.
Produtor – é a entidade que produz bens manufacturados, industriais, serviços e faz a distribuição por ocasião, aos grossistas e
exportadores, com intuito lucrativo.
Reexportação – é a saída de mercadorias do território aduaneiro que não chegaram a ser nele nacionalizadas ou que estiveram
temporariamente em circulação no referido território aduaneiro.
Retalhista – é aquele que adquire ao produtor ou ao grossista mercadorias para as vender ao consumidor final.
Serviços mercantis – é a actividade através da qual uma das partes se obriga a proporcionar a outro certo resultado do seu trabalho
intelectual ou manual, mediante retribuição.
Feirante – é aquele que exerce actividade comercial a retalho de forma não sedentária em mercados cober¬tos ou descobertos, em
instalações não fixas.
Grossista – é a pessoa jurídica que adquire junto do produtor ou do importador as mercadorias para as distribuir a outros operadores
económicos sem efectuar vendas direc¬tas ao público consumidor.
Importador – é aquele que adquire directamente nos mercados externos produtos destinados ao consumo interno ou para posterior
reexportação.

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Actividade comercial – actividade realizada profis­sionalmente por pessoas jurídicas, nacionais ou estrangeiras que possuam
capacidade civil, comercial e financeira para praticar actos de comércio, com o objectivo de obter lucro.
Actos de comércio – são considerados actos de comércio todos aqueles que se achem especialmente regula­dos na presente lei e
demais legislação complementar e além deles, todos os contractos e obrigações dos comer­ciantes que não forem de natureza
exclusivamente civil, se o contrário do próprio acto não resultar.
Agente económico – toda a pessoa jurídica que exerce actividade comercial e económica, proporcionando a outrem certo
resultado do seu trabalho.
Agente de comércio – toda a pessoa singular ou colectiva que, através de um contrato se obriga a promover, por conta e em nome
de outrem, a celebração de actos de comércio numa determinada zona, de modo autónomo e estável mediante retribuição.
Agente comercial – é a pessoa singular ou colectiva que promove por conta de outrem a celebração de contractos em certa zona
ou determinado círculo de clientes de I modo autónomo, estável e mediante retribuição.
Cadastro comercial – ficheiro com informações de identificação e caracterização dos comerciantes e seus esta­belecimentos, sua
localização, número e qualificação de tra­balhadores empregue, superfícies de vendas, actividades económicas e comerciais
exercidas e outras informações.

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COMERCIANTES
 É toda pessoa singular ou colectiva que prática actos de comércio subjectivamente comercial, definido nos termos do código
comercial e na Lei das actividades comerciais;
 As actividades subjectivamente comerciais devem ser licenciadas;
 O licenciamento comercial visa a segurança e certeza jurídica nas relações comerciais;
 O licenciamento comercial permete o registo e o cadastro dos comerciantes a fim de conhecer o estado da actividade económico do
país, evitando as actividades ilícitas, tais como: O branqueamento de capitais; financiamento de terrorismo, tráfico de seres
humanos;

Os comerciantes classificam-se em
operadores de:

 Comércio á grosso;
 Comércio à retalho; A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada
ao abrigo da CC BY-NC-ND
® Comércio de Representação;
Prestação de Serviços Mercantis. A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da
CC BY-SA-NC

Artigo 5.º da Lei.

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CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS PARA EFEITOS DE LICENCIAMENTO COMERCIAL

• Grandes superfície comercial


• Dimensão :  2000 m2 ≤ 3000 m2
Artigo
8.º

• Média superfície comercial


• Dimensão : ≤200 m2 > 2000 m2
Artigo
9.º

• Pequena Superfície comercial


• Dimensão: Aquela que não funciona nos moldes do comércio tradicional; c)Individual ou colectiva, dedicada
ao comércio a retalho e disponha de uma superfície de exposição e venda ao público, superior a 4m2 e
Artigo inferior a 200m², em função a natureza dos bens a comercializar e classes de mercadorias especializadas,
10.º tabacarias, quiosques, depósitos de pão, mercearias e minimercados etc.

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AUTORIZAÇÃO DE EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE COMERCIAL

• DESCONCETRAÇÃO ADMINISTRATIVA- LICENCIAMENTO PELO GPDEI e Administrações Municipais; Decreto


Presidencial 202/19 (Regulamento da Lei da Administração Local do Estado) de 25/06/2019 com a redacção dada por
Decreto Presidencial 272/20 (Alteração do Regulamento da Lei da Administração Local do Estado); Decreto Presidencial
n.º 20/18, de , Regulamento da Administração Local do Estado, Lei n.º 26/21, d;
• DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – AUTARQUIAS LOCAIS - Lei 27/19 (Lei Orgânica sobre a Organização e
Funcionamento das Autarquias Locais);
• Taxas e emolumentos – Lei n.º 7/11 (Lei sobre o Regime Geral das Taxas); Decreto Presidencial n.º 40/18 (Regime de
Financiamento dos Órgãos da Administração Local do Estado);

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CADASTRAMENTO COMERCIAL

No acto de licenciamento da actividade comercial e de prestação de serviços mercantis, os órgãos de licenciamento


procedem em simultâneo ao registo e cadastramento dos estabelecimentos e da actividade, de acordo com o
classificador das actividades económicas-CAE.
É obrigatório o registo comercial das seguintes ocorrências:
®Mudança do titular do alvará comercial ou outro documento de licenciamento por constituir um facto novo ou alterar as
circunstâncias;
®Mudança da firma ou insígnia do estabelecimento nos termos da Lei da Propriedade Industrial ou do Regulamento
sobre as Denominações sociais;
®Transmissão do estabelecimento comercial por trespasse e a cessão de exploração do estabelecimento nos termos do
Código Civil;
®Encerramento do estabelecimento comercial quer por decisão judicial ou voluntária;
®Dissolução da sociedade comercial nos termos da Lei n.º 1/04, de xxx –Lei das Sociedades Comerciais.

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URBANISMO COMERCIAL
É a regulação, distribuição e implantação territorial dos estabelecimentos comerciais de acordo a mobilidade
populacional, o trafego, o impacte ambiental e a valorização da função comercia
A instalação e construção de estabelecimentos comerciais é autorizado nos termos da equiparação da
competência para o licenciamento comercial.
1. Para salvaguarda do urbanismo comercial, deve ser observado o seguinte:
Zonas urbanas – estabelecem-se em geral, superfícies comerciais, nomeadamente hipermercados, centros
comerciais, supermercados, minimercados, assim como mercados municipais urbanas, estabelecimentos de
prestação de serviços mercantis de dimensão relevante e actividade comercial grossista na modalidade de
comércio por grosso em livre serviço (cash and carry);
Zonas suburbanas – além das superfícies comerciais estabelecem-se em geral nestas zonas, comércio
retalhista, comércio precário, comércio geral, comércio ambulante, comércio feirante, mercados municipais
urbanos, mercados abastecedores, entrepostos comerciais e outras actividades previstas por lei;
Zonas rurais – estabelecem-se em geral comércio retalhista, comércio precário, comércio geral, comércio
ambulante, comércio feirante, mercados municipais rurais, pequena actividade agro-pecuária e transportadora
e outras actividades previstas por lei.
O comércio a grosso deve ser exercido em áreas previamente delimitadas e determinadas pelos órgãos
competentes do Governo. Sem prejuízo do regime especial fixado, os estabelecimentos comerciais podem
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estar abertos ao público ao período compreendido entre as 6 horas da manha e as 20 horas.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ACTIVIDADE COMERCIAL

• POLÍTICA COMERCIAL-DECRETO PRESIDENCIAL N.º 105/14, DE 16 DE MAIO-POLÍTICA COMERCIAL DE ANGOLA;


• FISCALIZAÇÃO E INSPECÇÃO COMERCIAL; (Decreto Presidencial 267/20, Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança
Alimentar);
• COIMAS E/OU MULTAS À VIOLAÇÃO DA NORMA; (Diferença entre multa e coima, Lei das contra-ordenações e estatuto da ANIESA - Decreto
Presidencial n.º 268/20, de 18 de Outubro);
• Projecto Simplificação dos Actos Administrativos - Decreto Presidencial n.º 161/21 (Projecto de Simplificação de Procedimentos na Administração
Pública);
• Programa da Reconvenção da Economia Informal – PREI - Decreto Executivo conjunto 326/16 (Regulamento do Programa de Reconversão da
Economia Informal - Decreto Presidencial 84/14 (Programa de Reconversão da Economia Informal);
• Tribunais comerciais;
• Lei da Concorrência – Lei n.º 5/18 (Lei da Concorrência);
• Lei de Defesa do Consumidor;
• Lei da Publicidade Lei n.º 9/17 (Lei Geral da Publicidade);
• Cooperativas Comerciais
• PROCESSO DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PUNITIVAS (Lei dos Procedimentos Administrativos)
• SUSPENSÃO E INTERDIÇÃO DO EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE COMERCIAL

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Ministério da Indústria e Comércio

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