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Reparação tendínea

e muscular
Matheus Ribeiro Quaglio;
Giovanni Bonacordi.
Reparação tendínea
• a cirurgia de sutura do tendão é uma com resultados
“ineficazes” quando falado sobre retorno da função, devido a
aderência adquirida no P.O;

• A reparação é efetuada por fibroblastos (sintetiza as fibras);

• Possui uma capacidade de regeneração baixa devido a baixa


nutrição e vascularização;

• Os tendões possuem receptores de Golgi, que avaliam a


tensão no tendão e transmitem essa informação para o SNC;
Reparação tendínea
Reparação tendínea
• “O processo de reparação do tendão pode prover uma
arquitetura de tendão normal, porém, dificilmente irá
reproduzir a formação prévia ou retornará às suas
propriedades mecânicas originais de deslizamento sobre os
tecidos vizinhos”.
Por que?
• as fibras de colágeno que substituem a lesão apresentam
diâmetro menor do que as originais, diminuindo a força
biomecânica do tendão;
Porém!
• Vários estudos mostram que se o tendão for tratado com os
meios biofísicos corretos, ele pode ser reparado
adequadamente.
Reparação tendínea
• Estimulação precoce: (após teotonia) diminui o infiltrado
inflamatório, ou seja, diminui a inflamação;
• Crioterapia: com o protocolo de três vezes por dez minutos ao
dia, causa diminuição significativa (71%) do fluxo sanguíneo,
reduz as pressões venosas durante a aplicação, aparentando
ser um tendão saudável.
• Laser HeNe e AsGa: constatou uma diminuição na resistência
da cicatriz do tendão; intensa síntese de colágeno e de
fibroblastos; sintese de hidroxiprolina (aminoácido importante
na ´sintese do colágeno);
• Ultrassom: após o seu uso, foi relatado que a terapia
cooperou para formação de fibras mais maduras.
A terapia com laser se mostrou mais
eficaz com protocolos de baixa energia Teotonia = cirurgia de retirada do tendão.
térmica
Reparação tendínea
• Conclui-se que:

• quando o tendão lesado é estimulado


por meios biofísicos apropriados este
se repara adequadamente.
Reparação tendínea
INTERVENÇÃO CONSERVADORA X CIRÚRGICA

• Foram feitas as teotonias nos calcâneos de 20 coelhos. 10


foram tratados cirurgicamente (grupo A) e os outros 10 de
maneira conservadora (grupo B).

• Foi feita a verificação visual da cicatrização tendinosa


comparando-se um tendão normal com o submetido a cirurgia
e com o tratado conservadoramente. Posteriormente, os
tendões foram submetidos ao teste de resistência mecânica.
Reparação tendínea
• Resultados

• Visão macroscópica: ambos tendões estavam mais longos


quando comparado a um tendão sadio. Em relação a
espessura, o tendão tratado cirurgicamente estava mais
espesso;
• Resistência mecânica:
• 4* semana = A carga de ruptura variou de 4,0 a 14,0kg/F.
• 10* semana = A carga de ruptura variou de 14,5 a 27,0 kg/F.
• Controle = a carga de ruptura variou de 17,0 a 39,0kg/F.
Reparação tendínea
• Discussão

• “A formação do hiato entre os cotos tendinosos é a grande


causa de resultados clínicos ruins após reparo cirúrgico
precário de lesão tendinosa, podendo estar associada com
tamanho de calo, aumento de aderências, proliferação de
fibroblastos desordenados, maturação de colágeno retardada
e teoricamente diminuição da amplitude efetiva do tendão;
porém no tratamento conservador a força de tração muscular
seria a responsável pelo hiato entre os cotos tendinosos”.
Reparação tendínea
• O tratamento cirúrgico bem realizado minimiza retração e
obtém boa aposição, já que um hiato amplo entre os cotos
tendinosos é preenchido por uma ponte fibrosa provisória,
sendo facilmente distendido.
• Animais sacrificados com dez semanas houve maior
resistência à ruptura mecânica em relação ao grupo de
animais sacrificados com quatro semanas.

Porém!
• Não se observou diferença significativa quanto a resistência
tendinosa à tração entre animais submetidos ao tratamento
cirúrgico e conservador.
Reparação tendínea
• Macroscopicamente, foi notado a diminuição da espessura
nos tendões submetidos ao tratamento conservador enquanto
que no grupo tratado cirurgicamente houve aumento da
espessura no local da sutura. O que talvez seja explicado pela
formação de granuloma decorrente da sutura;
• A análise histológica evidenciou maior quantidade de
colágeno, bem como sua melhor orientação, no grupo tratado
cirurgicamente, evidenciando atividade reparadora mais
acentuada.
Porém!
• apesar da relativa desorganização celular do grupo tratado
conservadoramente, os resultados funcionais foram
semelhantes.
Reparação tendínea
• Conclusão:

• 1) A organização celular e a quantificação de colágeno foram


maiores no grupo submetido ao tratamento cirúrgico.

• 2) Não houve diferença, entre os grupos, ao teste da


resistência mecânica a ruptura.

• 3) O tratamento conservador das lesões agudas do tendão


calcaneano mostrou resultados semelhantes aos do
tratamento cirúrgico.
Reparação muscular
• O músculo esquelético possui uma alta capacidade de
recuperação e que se inicia imediatamente após a lesão;

• A regeneração muscular humana é limitada e, se a lesão for


extensa, a regeneração poderá não ocorrer, fazendo com que
o músculo perdido seja substituído por tecido conectivo;

• Existem dois tipos de regeneração: (1) dividindo-se em duas


por cisão longitudinal ou (2) pela ativação de células satélites;
Reparação muscular
• “O sucesso da regeneração depende da extensão e da
natureza da lesão, porém em todas as situações o processo
envolve: revascularização; infiltração de células inflamatórias;
remoção dos componentes celulares lesionados através da
fagocitose; proliferação e, em seguida, fusão das células
satélites para a formação de novos miotúbulos e fibras
musculares e finalmente a reinervação e a recuperação da
função muscular”.

• todo esse processo, varia de 7 a 21 dias após a lesão no


músculo, mas o envelhecimento do individuo pode afetar
nesse tempo.
Reparação muscular

Células satélites
Reparação muscular
• O processo de regeneração após a lesão pode ser dividido em
três fases: fase inflamatória, fase proliferativa e fase de
remodelagem.

• Fase inflamatória: dura em média sete dias com seu pico


máximo por volta terceiro dia. A finalidade desta fase consiste
na remoção de debris e tecido necrosado, e em destruir
qualquer processo infeccioso.
• Os neutrófilos chegam primeiro e liberam vasodilatadores;
• Monócitos migram para o tecido e diferenciam-se em
macrofagos;
• Os macrófagos fagocitam microorganismos patogênicos,
debris teciduais e células em processo de morte, liberam
fatores que atraem fibroblastos e contribuem na regulação da
atividade mitótica das células satélites;
Reparação muscular
• Fase proliferativa: dura de 7 a 21 dias, período
correspondente a formação do tecido de granulação.
• Fase caracterizada pela proliferação das células satélites e dos
fibroblastos;
• Células satélites: São células-tronco latentes consideradas
mioblastos inativos que podem proliferar após qualquer
pequena lesão para dar origem a novos mioblastos.
• “Após a ruptura do sarcolema e consequente necrose da fibra
muscular, as células satélites são ativadas, se proliferam
mitoticamente, transformam-se em mioblastos, em seguida,
estes se fundem uns aos outros em miotúbulos, alinhando-se
pela lâmina basal para formar novas fibras musculares”.
Reparação muscular
• Fase de remodelagem: caracterizada pela maturação das
miofibras e por uma gradual recuperação das propriedades
funcionais do músculo;

• fibras colágenas tipo I, sintetizadas pelos fibroblastos, se


espessam e reorientam, ocorre a restauração da capacidade
funcional do músculo reparado inclusive a reinervação;

• “Eventualmente as fibras musculares produzem uma lâmina


basal nova na regeneração. Para uma regeneração completa.
Porém, se foi lesada severamente, as fibras musculares terão
que crescer sem orientação da lâmina”.
Reparação muscular
• Conclusão

• A área danificada atrai células precursoras (satélites), que se


incorporam ao tecido muscular e iniciam a produção de
proteínas para preencher o intervalo lesado.

• O tecido muscular possui uma alta capacidade de


regeneração, porém, pode ser limitada e seu sucesso depende
da extensão, da natureza da lesão, da integridade da lâmina
basal e da sua revascularização.
Referências
• CASALECHI, H. L. et al. REPARAÇÃO TECIDUAL DE TENDÃO
(REVISÃO DE LITERATURA).
• KURTZ, Renato C. et al. Cicatrização nas lesões agudas do
tendão calcaneano. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 31, n.
10, p. 857-861, 1996.
• MOURA, Nicole Limaverde; RICCI, Mário César. ESTUDO
TEÓRICO DO PROCESSO DE REGENERAÇÂO DO TECIDO
MUSCULAR ESQUELÉTICO LESIONADO. In: X ENCONTRO
LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E VI
ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓS-GRADUAÇÃO,
Paraíba.

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