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RESPOSTA INFLAMATÓRIA À LESÃO

MUSCULAR

Prof. Vinícius Gomes Machado


Mestre em Fisioterapia- UFPE
Esp. Terapia Intensiva – UCB/RJ
Esp. Fisiologia do Exercício – FTC/VC
Resposta inflamatória
• O numero maior de células inflamatórias que
aparecem no local da lesão pode ser resultado da
quimiotaxia* das células inflamatórias do
sistema circulatório para o local da lesão e da
mitogênese** dessas células, que, normalmente,
estão no músculo em estado inativo.
• *Quimiotaxia é o processo de locomoção de células em direção a um gradiente químico
• **Mitogênese é o processo de indução da mitose ou de transformação celular
• Lesão primária representa o resultado de um
traumatismo que lesa diretamente as próprias
células.
• Lesão secundaria é desencadeada pela resposta
do organismo ao traumatismo (hipóxia
secundaria).
Resposta Inflamatória
• Essa resposta inclui redução do fluxo sanguíneo
para a região traumatizada como resultado da
vasoconstrição, que reduz a quantidade de
oxigênio para a área lesada.
• Assim sendo, ocorre a morte de células adicionas
em virtude da hipóxia secundaria. Essas
células mortas se organizam e formam o
hematoma.
• A degeneração ou a morte celular perpetua
a liberação de poderosas substancias
capazes de induzir alterações vasculares.
(mediadores químicos)
• A mais comum dessas substancias e a
histamina, que eleva a permeabilidade
capilar e permite a saída de liquido e de
células sanguíneas para os espaços
intersticiais.
• Não havendo lesão, o plasma e as proteínas do
sangue saem dos capilares por osmose e
difusão passiva e penetram nos espaços
intersticiais, sendo reabsorvidos
• No entanto, o traumatismo acarreta o
aumento da permeabilidade capilar
como resultado da liberação de enzimas
celulares, permitindo que o plasma e as
proteínas do sangue possam penetrar nos
tecidos circundantes.
• A reação pós lesão do corpo consiste na
mobilização e no transporte de componentes de
defesa do sangue para área lesada.
• Inicialmente o fluxo sanguíneo é reduzido,
permitindo a migração de leucócitos para as
margens da parede dos vasos penetrando no
interstício. Uma vez nos tecidos circundantes, o
leucócitos fagocitam e removem o material
irritante.
• Os neutrófilos são os primeiros a chegarem,
destruindo o tecido lesado e as bactérias quando
há infecção.
• Após a migração, os neutrófilos sofrem
degranulação e morrem.
• A destruição nos neutrófilos resulta na liberação,
para dentro do liquido inflamatório, de enzimas
proteolíticas ativas*, que podem atacar os
tecidos articulares.
• *proteolíticas, família das proteases, quebram ligações peptídicas e
ligações entre aa.
• Depois de removido os detritos inflamatórios,
inicia-se a fase de reparo, que normalmente
ocorre simultaneamente à limpeza empreendida
pelos macrófagos.
• A inflamação é a única adaptação do musculo
esquelético que ocorre em resposta à lesão e está
relacionada com tipo, extensão e severidade da
lesão, preservação da inervação, suprimento
sanguíneo da área e grau de integridade da
arquitetura muscular.
Regeneração
• O sucesso da regeneração varia de acordo com a
natureza da lesão, mas em todas as situações o
processo envolve revascularização, infiltração
celular, fagocitose do musculo danificado por
necrose, proliferação e fusão das células
precursoras do musculo e, por ultimo, a
reinervação.
• Mas este processo só é efetivo quando há uma
estrutura de suporte para a celular muscular, o
qual serve de guia para a preservação da
configuração e direcionamento da fibra
muscular.
• Certos aspectos da estrutura muscular são
importantes para a compreensão da
regeneração das fibras musculares.
• A unidade de desenvolvimento do musculo
consiste das próprias fibras musculares, da
lamina basal e de uma população de células
mononucleadas pequenas e inespecíficas
chamadas de satélites – que tem potencial
miogênico e estão envolvidas com o
crescimento e regeneração do musculo
esquelético.
• Após uma variedade de lesões, as fibras do
musculo esquelético entram em colapso e a
substituição do tecido danificado é conseguido
pela células satélites.
• O próximo estagio da regeneração muscular é
o colapso imediato pela célula e a remoção de
todos os traços de fibra muscular danificada.
• Os macrófagos constituem o principal tipo de
células invasoras. Como o transporte da
maioria dessas células fagocitária é feito pelo
sangue, a entrada no musculo danificado
depende da circulação local.
• Com a ação dos macrófagos, ocorre a
estimulação da revascularização que
intensifica a reparação dos tecidos.
• Os fatores sistêmicos que estão presentes no
sistema circulatório após lesão muscular ou
exercício, podem desempenhar um importante
papel na regulação do estado de ativação das
células inflamatórias.
• O exercício intenso com exercícios de
fortalecimento no músculo lesado pode
aumentar o acumulo de enzimas
lisossomais* e a atividade fagocitária dos
macrófagos por todo o corpo e não só no
tecido muscular, aumentando assim a
resposta imunológica às células
inflamatórias globalmente.

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