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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

UENP - CAMPUS JACAREZINHO


CENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE
CURSO FISIOTERAPIA

BIOMECÂNICA DA FRATURA, PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO E FASES DA


REPARAÇÃO

Matheus Ribeiro Quaglio

Jacarezinho

2020
Matheus Ribeiro Quaglio

BIOMECÂNICA DA FRATURA, PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO E FASES DA


REPARAÇÃO

Trabalho efetuado na Universidade


Estadual do Norte do Paraná,
voltado para a diciplina de
Ortopedia.

Docente: Julio Agante Fernandes

Jacarezinho

2020
BIOMECÂNICA DA FRATURA E CICATRIZAÇÃO

Fratura é uma lesão traumática, é uma carga de alta magnitude


imposta ao osso que acontece por meio das forças de tensão, cisalhamento,
compressão, curvamento e torção, atuando juntas ou separadas.

O osso é dinâmico, se deforma e pode ser moldado com facilidade


após as fraturas.

Existem dois tipos de fratura: exposta (o osso penetra em outros


tecidos) e a fechada (sem deslocamento do osso).

Em sua matriz, encontramos dois componentes:

Inorgânico: confere a parte mineral dele, cerca de 65% do peso, concede rigidez ao
osso.

Orgânico: inclui fibras de colágeno, cerca de 35% do peso, concede ao osso a


plasticidade.

Possui células que atuam diretamente:

Osteoblastos: secretam matriz;

Osteócitos: célula madura do osso;

Osteoclastos: faz a reabsorção e remodelação óssea.

 Tipos de fratura:
A fisioterapia atua na fratura logo no P.O, com exercícios respiratórios,
posicionamento, mobilização de MMII e exercícios ativos, para garantir retorno
venoso.

A terceira idade um grande numero no quadro de fraturas. Devido a


chegada de doenças degenerativas, maior probabilidade de quedas. O aumento dos
acontecimentos dessas fraturas, na idade acima de 60 anos, deve-se à osteoporose.

 Tratamento cirúrgico x conservador

Cirúrgico: são levados em conta vários fatores para determinar a fixação ideal, no
qual as mesmas devem conter a fratura até a ossificação de todos fragmentos.

Conservador: usa-se órteses e gesso para fixação, gerando em 90% dos casos a
união dos ossos. Porém, pode ocorrer pseudoartrose.

 Fases do processo de cicatrização

No P.O, devido as lesões teciduais, são liberados substancias


inflamatórias.

O tecido ósseo quando se regenera, ele tenta ficar mais próximo


possível do original. Estabelecendo a circulação cortical, periosteal, endosteal, assim
como a integridade estrutural e a capacidade de transmitir carga e movimentação
sem dor.

Inflamação fase 1: tem característica pela remoção dos fragmentos estranhos e


tecido morto e grande atividade de fibroblastos. A mediação desse processo é feito
por das anafilatoxinas que atraem neutrófilos e monócitos.

Nesse inicio de cicatrização, temos a ação dos Osteoclastos, que vao


reabsorver o osso e remodelar, preparando para os osteoblastos.

Consolidação: A consolidação óssea primária ocorre com o contato constante entre


os segmentos fraturados para uni-los. A consolidação secundária denota
mineralização e substituição por osso de uma matriz cartilaginosa com formação de
calo ósseo.

Nesta fase da cicatrização, a proliferação e a regeneração levam à


formação da cicatriz e reparo do tecido lesionado, que acontecem após a
inflamação.

A fibroplasia tem início nos primeiros dias pós lesão, podendo durar em
média de 4 a 6 semanas.
Fase reparadora: ocorre a reepitelização, por meio da fibroplasia com nova
vascularização e desenvolvimento da matriz de colágeno que gera a angiogênese.
No momento que acontece a evolução do processo cicatricial, a fase inflamatória e
seus sintomas já estão quase ausentes. Entretanto pode haver algum resquício
presente de efusão residual, resistente à reabsorção. A reparação é intermediada
por diferentes fatores de crescimento, iniciando pela formação de coágulo sanguíneo
depois degranulação de plaquetas, liberando os fatores de crescimento (por isso a
importância do edema na fratura).

O laser tem se mostrado eficinte no metabolismo do tecido ósseo, na


aceleração do reparo e consolidação de fraturas, aumentando o volume da
densidade mineral óssea e consequentemente aumento do volume do calo ósseo.

O impacto da fratura nos tecidos moles é profundo, acontecendo


amolecimento da cartilagem articular, encurtamento e atrofia dos músculos,
diminuição da mobilidade capsular e articular e redução da circulação.

OBS: A imobilização pode ser usada para ajudar na cicatrização inicial e no reparo,
mas como a imobilidade prolongada resulta em aderência e rigidez.

A imobilização prolongada em idosos pode aumentar a taxa de


mortalidade dos mesmos. Álcool também pode ser um problema, já que é toxico ao
osso.

A eletroterapia pode ser usada para manter o tônus muscular, tratar a


dor, estimular a sensibilidade e auxilia na cicatrização.

Terceira fase da cicatrização: acontece a remodelagem do ferimento e ocorre a


conversão do tecido cicatricial inicial em tecido cicatricial (consolidação e maturação)
Essa demorada fase de contração, remodelamento do tecido e crescimento da força
tensional no local da incisão, pode durar até um ano.

É necessário gerar uma tensão com cautela, para evitar encurtamento


e fibrose na fratora e cicatrizes. É importante também trabalhar a propriocepção
desde o começo, para melhor desempenho quando recuperado.

FASES DE REPARAÇÃO DA FRATURA

Mecanismos de fraturas: podem ocorrer por traumas (choques diretos ou indiretos),


estresse (por estresses ou choques repetitivos que danificam o osso aos poucos) ou
patologia especifica (osteoporose por exemplo).

 Processo de consolidação de fraturas

Esse processo se inicia logo após a fratura. Normalmente o edema é


formado formando um calo duro que posteriormente sera transformado em osso.
Nem sempre a cicatrização ocorre como desejamos, unindo os ossos
por tecido fibroso (pseudoartrose) não sendo mecanicamente favorável a função
original.

As primeiras duas semanas: formam-se coágulos sanguíneos e macrófagos em


torno da fratura. O coágulo sanguíneo é invadido por macrófagos e osteoclastos,
que removem o osso morto, e por osteoblastos, que produzem osso, em lugar de
fibroblastos, que formam o tecido fibroso nas lesões das partes moles.

2-6 semana: bordas agudas são removidas por osteoclastos e forma-se calo ósseo
no interior do hematoma e na cavidade medular, aumentando o deposito de cálcio
no local;

6-12 semana: forma-se osso no interior do calo ósseo e há cobertura do espaço


entre os fragmentos, readquirindo a resistência mecânica;

6-12 meses: o espaço cortical é coberto por osso;

1-2 anos: ocorre remodelamento e o osso retorna arquitetura normal.

 Reparação do osso tubular

Estagio de hematoma: após a fratura, o sangue vaza pelos vasos e forma um


hematoma. O hematoma fica quase que totalmente contido no periósteo. Quando o
periósteo é retirado, o hematoma pode extravasar para a partes moles, ficando nos
por músculos, pela fáscia e pele.

Estagio da Proliferação celular Subperiostal e Endostal: temos a proliferação de


células do periósteo próximo à fratura. Tais células são as precursoras dos
osteoblastos. Á proliferação subperiotal ocorre a atividade celular dentro do canal
medular, quando as células que proliferam parecem ser derivadas do endósteo e do
tecido medular de cada fragmento. Este tecido também cresce até se encontrar e se
fundir ao tecido semelhante que cresce do outro fragmento.

Estagio de Calo: À medida que o tecido celular que cresce dentro de cada fragmento
amadurece as células básicas dão origem ao osteoblasto. Os osteoblastos
depositam uma matriz intercelular de colágeno e polissacarídeos, que logo se torna
impregnada de sais de cálcio para formar o osso não amadurecido do calo da fratura
denominado osso “primário”. A formação desta ponte de osso primário proporciona
rigidez evidente á fratura.

Estagio de Consolidação: O osso primário transforma-se gradualmente pela ação


dos osteoblastos em um osso mais amadurecido, com estrutura lamelar típica.

Estagio de Remodelação: Quando a consolidação está completa, o osso recém-


formado forma um colar bulboso que circunda o osso e oblitera o canal medular.
 Processo de reparação do osso esponjoso

Segue um padrão diferente do osso cortical. Como o osso tem uma


textura esponjosa uniforme e não tem canal medular, há uma área de contato
relativamente mais ampla entre os fragmentos do que no caso do osso cortical, e a
trauma de tubérculos permite uma penetração mais fácil do tecido ósseo em
formação. A consolidação pode ocorrer através do calo endostal como um osso
cortical. O primeiro estagio de consolidação é a formação de um hematoma, para o
qual penetram os vasos recém-formados e as células osteogênicas que proliferam
as superfícies fraturadas até que se encontrem e fundem com tecido semelhante
que cresce do fragmento oposto. Os osteoblastos depositam então a matriz
intercelular, que se calcifica para formar o osso primário.

 Implicações na consolidação

Nas crianças o remodelamento corrige algumas deformidades. Pode-se


esperar que até 30º de mau alinhamento no plano de flexão e extensão sejam
corrigidos por remodelamento na criança pequena. Deformidades rotacionais e
maus alinhamentos em outros planos não se dão tão bem. Outra desvantagem é
que, nas crianças uma extremidade fraturada crescera mais rapidamente do que o
lado normal e podemos aceitar uma perda de comprimento de 1-1,5 cm abaixo dos
12 anos de idade.

O tempo de consolidação de uma fratura varia. Para crianças mais


novas, a consolidação é quase sempre muito rápida. Em crianças mais velhas a
consolidação não ocorre tão rapidamente. Para a idade adulta, a idade exerce pouco
efeito sobre o tempo de consolidação.

Para os adultos o tempo necessário é de cerca de três meses, embora


em muitos casos se estenda para quatro ou ate cinco meses, especialmente no caso
de um osso longo. Em geral, a consolidação tende a ocorrer bem mais rapidamente
em ossos finos do membros superiores de que em ossos grandes dos membros
inferiores que sustentam o peso.

Fraturas em ossos esponjosos se consolidam em tempo um pouco


menor do que as fraturas em ossos rígidos corticais, devido a grande vascularização
deste.
REFERÊNCIAS

file:///C:/Users/Uso%20Exclusivo/Desktop/Fisioterapia%20UENP/3%20ano/ortopedia
/1%20bimestre/IMPORTÂNCIA%20DO%20CONHECIMENTO%20NAS%20FASES
%20DA%20REPARAÇÃO%20DA%20FRATURA%20PARA%20O%20PROFISSION
AL%20DE%20FISIOTERAPIA.pdf

file:///C:/Users/Uso%20Exclusivo/Desktop/Fisioterapia%20UENP/3%20ano/ortopedia
/1%20bimestre/A%20BIOMECÂNICA%20DA%20FRATURA%20E.pdf

Email para contato: matheusrquaglio@gmail.com

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