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Elementos do negócio jurídico

TRICOTOMIA X DICOTOMIA

- EXISTENCIA
- VALIDADE - VALIDADE
- EFICÁCIA - EFICÁCIA

PROF. FRANCESCA COSENZA


Elementos do negócio jurídico

Os elementos do negócio jurídico podem


ser:

- essenciais – da essência do negócio, cuja


falta ocasionará defeito do negócio jurídico;

- acidentais – não são da essência do


negócio, mas, uma vez presentes,
submetem a eficácia do negócio jurídico a
algum termo, modo ou condição.

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INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO

Segundo Venosa, Interpretar o


negócio jurídico é determinar o seu
sentido, determinar o seu conteúdo

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INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO

INTERPRETAÇÃO NO CÓDIGO CIVIL - BOA-FÉ

art. 112: "Nas declarações de vontade se atenderá


mais à intenção nelas consubstanciada do que ao
sentido literal da linguagem".

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INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO

INTERPRETAÇÃO NO CÓDIGO CIVIL - BOA-FÉ


O art. 113 dispõe que: "Os negócios jurídicos devem
ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do
lugar de sua celebração.

§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe


atribuir o sentido que:
I - for confirmado pelo comportamento das partes
posterior à celebração do negócio;

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INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO

INTERPRETAÇÃO NO CÓDIGO CIVIL - BOA-



II - corresponder aos usos, costumes e práticas
do mercado relativas ao tipo de negócio;
III - corresponder à boa-fé;
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o
dispositivo, se identificável; e

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INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO

INTERPRETAÇÃO NO CÓDIGO CIVIL - BOA-FÉ


V - corresponder a qual seria a razoável negociação
das partes sobre a questão discutida, inferida das
demais disposições do negócio e da racionalidade
econômica das partes, consideradas as informações
disponíveis no momento de sua celebração.
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de
interpretação, de preenchimento de lacunas e de
integração dos negócios jurídicos diversas daquelas
previstas em lei.
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INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO

A boa–fé objetiva estabelece um padrão


objetivo de conduta a ser seguido pelos
contratantes.

O art. 114 do atual Código acrescenta: "Os


negócios jurídicos benéficos e a renúncia
interpretam-se estritamente."

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Segundo Miguel Reale

“boa-fé objetiva apresenta-se como


uma exigência de lealdade, modelo
objetivo de conduta, arquétipo social
pelo qual impõe o poder-dever para
que cada pessoa ajuste a própria
conduta a esse arquétipo, obrando
como obraria uma pessoa honesta,
proba e leal.”
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REGRAS DE INTERPRETAÇÃO

•Palavras e expressões ambíguas –


interpretadas pelos costumes locais;
•Expressões incompreensíveis – interpretadas
como não escritas;
•Conteúdo negocial – somente compreendem
as coisas passíveis de pacto;
•Negócios jurídicos benéficos – interpretados
restritivamente;

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REGRAS DE INTERPRETAÇÃO

•Dúvida – interpretação favorável ao devedor;


•Consumidor – interpretação a seu favor;
•Testamento – interpretação da vontade do
testador.

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REGRAS DE INTERPRETAÇÃO

Obs.: Em regra vale o princípio da autonomia


da vontade, respeitada as limitações do
princípio da supremacia da ordem pública, que
em nome da ordem pública e do interesse
social, o Estado interfere nas manifestações de
vontade.

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REGRAS DE INTERPRETAÇÃO

Aplica-se também o princípio da


obrigatoriedade dos contratos (pacta sunt
servanda) que diz, a vontade, uma vez
manifestada, obriga os contratantes., fazendo
lei entre as partes, não podendo ser
modificado pelo Judiciário, dando segurança
aos negócios em geral.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Elementos Acidentais

· Termo;
· Condição;
· Encargo.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Termo:

O Termo consiste em uma determinação


acessória que subordina a declaração da
vontade a um evento futuro e certo.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição:

Segundo Clóvis Beviláqua, condição “É a


determinação acessória, que faz a eficácia da
vontade declarada dependente de algum
acontecimento futuro e incerto”.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição suspensiva: O pai da noiva se obriga


a doar um imóvel aos noivos, após a
realização do casamento (a eficácia do
negócio jurídico (aquisição de direitos) fica
subordinada a evento futuro e
incerto/casamento, que pode não se realizar,
não concretizando a doação).

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Condição resolutiva: O padrinho de José,
através de contrato escrito, cede determinado
bem em usufruto de seu afilhado, para este
auferir renda até a colação de grau em curso
superior.
(extinção de direitos - o negócio jurídico
terá eficácia até o implemento do evento
futuro e incerto/colação de grau em curso
superior, que pode não se realizar, não
extinguindo o usufruto).
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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição positiva: Consiste na ocorrência de


um fato - auferição de renda até a colação de
grau.

Condição negativa: Consiste na inocorrência


de um fato - empréstimo de moradia até que
cesse o estado de calamidade.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição lícita: não contrária à lei, à moral e


aos bons costumes.

Condição ilícita: contrária a lei, à moral ou aos


bons costumes – NULAS (art. 123 CC).

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição perplexa: incompreensíveis ou


contraditórias – PRIVADAS DE EFEITOS – ex.
contrato que preveja o empréstimo de um
imóvel (comodato), proibindo-se que o
beneficiário more ou alugue o citado imóvel;

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição puramente potestativa: são aquelas


que derivam exclusivamente do arbítrio de uma
das partes – ex. caso seja de meu interesse o
contrato será extinto.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condições fisicamente impossíveis: são


aquelas que subordinam o negócio jurídico a
uma condição impossível de ser implementada.

Ex. que subordinam o negócio jurídico à


condição de o beneficiário dar uma volta no
Estádio Maracanã em 5 (cinco) minutos.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição juridicamente impossível: também


consideradas ilícitas. São aquelas em que o
negócio jurídico encontra-se condicionado a
em evento juridicamente impossível.

Ex. negócio jurídico subordinado à venda de


um bem público.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

OBS: Tais condições, se suspensivas -


invalidam o negócio jurídico; se resolutivas –
serão inexistentes, remanescendo o negócio
jurídico em sua forma pura.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Modo ou Encargo:

Consiste em determinação acessória acidental


do negócio jurídico a qual impõe ao
beneficiário um ônus a ser cumprido.

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IVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Segundo Maria Helena Diniz, a invalidade do


negócio jurídico “vem a ser a sanção, imposta
pela norma jurídica, que determina a privação
dos efeitos jurídicos do negócio praticado em
desobediência ao que prescreve.”

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IVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

ATO NULO – NULIDADE ABSOLUTA (arts. 166


e 167 CC)

- Pode ser alegada por qualquer


interessado e ex officio (art. 168)
- Imprescritível (art. 169)
- Interesse público superior
- Opera-se de pleno direito
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IVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

- Não admite confirmação / ratificação


- Ação declaratória - efeitos “ex tunc”, ou
seja, a sentença retroage até a celebração do
negócio, anulando seus efeitos, como se ele
nunca tivesse existido.

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IVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

-Consiste em todo ato considerado desvalioso


por excelência, viola norma de ordem pública,
de natureza cogente, e carrega em si vício
considerado grave.

- NÃO PRODUZ QUALQUER EFEITO.

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IVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
ATO ANULÁVEL – NULIDADE RELATIVA

- Pode ser alegada apenas pelos legítimos


interessados (art. 177)
- Ação anulatória caduca em 2 (art. 179) ou 4
anos (art. 178)
- Atinge interesses privados
- Não se opera de pleno direito
- Admite confirmação expressa ou tácita

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IVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

- Ação anulatória - desconstitutiva –


efeitos “ex nunc”, ou seja, deixa de surtir
efeitos a partir da anulação.

Consiste em ato contaminado por vício menos


grave, decorre da infringência de norma
jurídica protetora de interesses eminentemente
privados.
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CONSERVAÇÃO DOS NEGÓCIOS
JURÍDICOS
- Medidas involuntárias: decorrem da lei,
sem a concorrência da vontade das partes. Ex.
prescrição.

- Medidas voluntárias: derivam da


vontade das partes. Ex. confirmação,
conversão substancial, etc.

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CONSERVAÇÃO DOS NEGÓCIOS
JURÍDICOS
CONFIRMAÇÃO / RATIFICAÇÃO (art. 172)

Medida própria dos atos ANULÁVEIS, pode


ser:
•Expressa (art. 173)
•Tácita (art.174)

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CONSERVAÇÃO DOS NEGÓCIOS
JURÍDICOS
CONVERSÃO (art. 170)
Medida própria dos atos NULOS e ANULÁVEIS.

A conversão aproveita os elementos materiais de um


negócio jurídico nulo ou anulável, sendo capaz de
convertê-lo, juridicamente, de acordo com a vontade
das partes, em outro negócio jurídico válido e de fins
lícitos.

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DEFEITOS DOS ATOS JURÍDICOS

I) VÍCIOS DO CONSENTIMENTO - provocam


uma manifestação de vontade não
correspondente com o íntimo e verdadeiro
querer do agente, criam uma divergência entre
a vontade manifestada e a real intenção de
quem a exteriorizou.

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DEFEITOS DOS ATOS JURÍDICOS

II) VÍCIOS SOCIAIS: a vontade manifestada


corresponde exatamente ao seu desejo, mas é
exteriorizada com a intenção de prejudicar
terceiros ou de fraudar a lei.

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FIM

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