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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Elementos Acidentais

· Termo;
· Condição;
· Encargo.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Termo:

O Termo consiste em uma determinação acessória que


subordina a declaração da vontade a um evento futuro e
certo.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

EXEMPLOS:
• o contrato de locação passará a vigorar a partir do dia
05 de dezembro de 2008.
• o contrato de locação irá vigorar até o dia 05 de
dezembro de 2010.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição:

Segundo Clóvis Beviláqua, condição “É a determinação


acessória, que faz a eficácia da vontade declarada
dependente de algum acontecimento futuro e incerto”.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

A condição pode ser:

Condição suspensiva: O pai da noiva se obriga a doar um


imóvel aos noivos, após a realização do casamento (a
eficácia do negócio jurídico (aquisição de direitos) fica
subordinada a evento futuro e incerto/casamento, que pode
não se realizar, não concretizando a doação).

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição resolutiva: O padrinho de José, através de


contrato escrito, cede determinado bem em usufruto de seu
afilhado, para este auferir renda até a colação de grau em
curso superior. (extinção de direitos - o negócio jurídico terá
eficácia até o implemento do evento futuro e incerto/colação
de grau em curso superior, que pode não se realizar, não
extinguindo o usufruto).

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Condição positiva: Consiste na ocorrência de um fato -


auferição de renda até a colação de grau.

Condição negativa: Consiste na inocorrência de um fato -


empréstimo de moradia até que cesse o estado de
calamidade.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

-Condição lícita: não contrária à lei, à moral e aos bons


costumes.

-Condição ilícita: contrária a lei, à moral ou aos bons


costumes – NULAS (art. 123 CC).

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Condição perplexa: incompreensíveis ou contraditórias –
PRIVADAS DE EFEITOS – ex. contrato que preveja o
empréstimo de um imóvel (comodato), proibindo-se que o
beneficiário more ou alugue o citado imóvel;

Condição puramente potestativa: são aquelas que


derivam exclusivamente do arbítrio de uma das partes – ex.
caso seja de meu interesse o contrato será extinto.

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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Condições fisicamente impossíveis: são aquelas que
subordinam o negócio jurídico a uma condição impossível
de ser implementada. Ex. que subordinam o negócio
jurídico à condição de o beneficiário dar uma volta no
Estádio Maracanã em 5 (cinco) minutos.

Condição juridicamente impossível: também


consideradas ilícitas. São aquelas em que o negócio jurídico
encontra-se condicionado a em evento juridicamente
impossível. Ex. a venda de um bem público.
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EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Modo ou Encargo:

Consiste em determinação acessória acidental do negócio


jurídico a qual impõe ao beneficiário um ônus a ser
cumprido.

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INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

- NULIDADES

-Segundo Maria Helena Diniz, “vem a ser a sanção,


imposta pela norma jurídica, que determina a privação
dos efeitos jurídicos do negócio praticado em
desobediência ao que prescreve.”

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ATO NULO – NULIDADE ABSOLUTA (arts. 166 e 167 CC)

- Pode ser alegada por qq interessado e ex officio (art. 168)


- Imprescritível (art. 169)
- Interesse público superior
- Opera-se de pleno direito
- Não admite confirmação / ratificação
- Ação declaratória - efeitos “ex tunc”
Consiste em todo ato considerado desvalioso por excelência, viola
norma de ordem pública, de natureza cogente, e carrega em si vício
considerado grave. NÃO PRODUZ QUALQUER EFEITO.

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ATO ANULÁVEL – NULIDADE RELATIVA
- Pode ser alegada apenas pelos legítimos interessados (art.
177)
- Ação anulatória caduca em 2 (art. 179) ou 4 anos (art. 178)
- Interesses privados
- Não se opera de pleno direito
- Admite confirmação expressa ou tácita
- Ação anulatória - desconstitutiva – efeitos “ex nunc”

Consiste em ato contaminado por vício menos grave, decorre da


infringência de norma jurídica protetora de interesses
eminentemente privados.
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CONSERVAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

-Medidas involuntárias: decorrem da lei, sem a concorrência


da vontade das partes. Ex. prescrição e decadência.

- Medidas voluntárias: derivam da vontade das partes.


Ex. confirmação, conversão substancial, etc .

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CONFIRMAÇÃO / RATIFICAÇÃO (art. 172)
Medida própria dos atos ANULÁVEIS, pode ser:

• Expressa (art. 173)

• Tácita (art.174)

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CONVERSÃO (art. 170)
Medida própria dos atos NULOS e ANULÁVEIS.

A conversão aproveita os elementos materiais de um


negócio jurídico nulo ou anulável, é capaz de convertê-lo,
juridicamente, de acordo com a vontade das partes, em
outro negócio jurídico válido e de fins lícitos.
Defeitos dos atos jurídicos:

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I) VÍCIOS DO CONSENTIMENTO

provocam uma manifestação de vontade não


correspondente com o íntimo e verdadeiro querer do
agente, criam uma divergência entre a vontade manifestada
e a real intenção de quem a exteriorizou.

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OS VÍCIOS DO CONSENTIMENTO PODEM
SER:

1) ERRO: é a falsa noção sobre alguma coisa, o agente


engana-se sozinho.
obs.: erro é a idéia falsa da realidade e ignorância é o completo
desconhecimento da realidade.

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ERRO - Requisitos
substancial, essencial (art. 139)
- escusável (art. 138).
- real (efetivo, causador de real prejuízo para o interessado).
- de fato (noção falsa das circunstâncias)
- de direito (só pode ser alegado quando não objetive
descumprir a lei, admite-se para afastar alegação de má fé, também
é capaz de invalidar o negócio.) Ex. importação de mercadorias que
não sabia que estavam proibidas.

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2) DOLO (art.145):
é o induzimento malicioso à prática de um ato, prejudicial a
uma das partes negociantes, mas proveitoso ao autor do
dolo ou terceiro.

OBS: Não se considera dolo o simples elogio (dolus bonus),


deve ser de certa gravidade para anular o ato (dolus malus);

DOLO POSITIVO – COMISSIVO


DOLO NEGATIVO – OMISSIVO (art.147)
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DOLO – REQUISITOS
- dolo deve ser principal: quando este for essencial, ou seja, a
sua causa determinante (é diferente do acidental – art. 146 – gera
dever de indenizar);
- Dolo intencional: intenção do agente de enganar o declarante
para a realização do negócio jurídico;
- Dolo do agente ou terceiro com ciência da prática: é
necessária a ciência do contraente sobre a prática dolosa exercida
por interposta pessoa;
- Gravidade do método empregado;
- Relação de causa e efeito entre a manobra e a declaração de
vontade.
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3) COAÇÃO:
é toda ameaça ou pressão exercida sobre um indivíduo
para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato.

- Coação pode ser física ou absoluta (vis absoluta,


nesta não incorre qualquer consentimento ou manifestação
de vontade, o negócio é inexistente, falta requisito de
existência que é a vontade).

- coação relativa ou moral (art.151)(vis compulsiva, só


esta constitui vício de vontade).
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COAÇÃO – REQUISITOS
- a coação deve ser principal (ser a causa do ato);

- grave (fundado temor de dano a bem que considera


relevante);

- injusta (ilícita, contrária ao direito, ou abusiva);

- atual ou iminente (dano próximo e provável),

- deve acarretar justo receio de prejuízo igual, pelo menos, ao


decorrente do dano extorquido.
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COAÇÃO
OBS: Não se considerando coação a ameaça do exercício
normal de um direito – art. 153, nem o simples temor
reverencial.

Obs.: A coação vicia o ato, ainda quando exercida por


terceiro – art. 154, diferente do dolo exercido por terceiro
que só vicia o ato se uma das partes, isto é, o beneficiário, o
soubesse – art. 148. Na coação, se o beneficiário conhecia
previamente responderá solidariamente pelas perdas e
danos – art. 154 e se Prof.
não soube, só
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terceiro responderá –
art. 155.
4) ESTADO DE PERIGO:
ocorre quando o agente que, encontrando-se em situação
de perigo conhecido pela outra parte, emite uma declaração
de vontade para salvaguardar direito seu ou de outra
pessoa próxima, assumindo obrigação excessivamente
onerosa. (semelhante ao estado de necessidade). Ex.
cheque caução para atendimento hospitalar de emergência.

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ESTADO DE PERIGO
INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO


– é capaz de validação do ato caso haja uma revisão
contratual, equiparando as prestações.

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5) LESÃO
Configura-se quando alguém obtém um lucro exagerado,
desproporcional, aproveitando-se da inexperiência ou da
situação de necessidade do outro contratante – Art. 157 CC.

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LESÃO - REQUISITOS
- Objetivo ou material: desproporção das prestações;
- Subjetivo, imaterial ou anímico: premente necessidade,
inexperiência ou leviandade (lesado) e o dolo de aproveitamento
(beneficiário).

- A lesão só é admitida nos contratos comutativos, em que as


prestações são certas e presumidamente equivalentes;
- a desproporção deve ser verificada no momento do contrato,
não em fase posterior (onde aplica-se a teoria da imprevisão);
- A desproporção deve ser considerável.
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II) VÍCIOS SOCIAIS
a vontade manifestada corresponde exatamente ao seu
desejo, mas é exteriorizada com a intenção de prejudicar
terceiros ou de fraudar a lei.

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FRAUDE CONTRA CREDORES:
ocorre quando o devedor insolvente, ou na iminência de o
ser, desfalca seu patrimônio, onerando ou alienando bens,
subtraindo-os à garantia comum dos credores. A lei
presume a fraude na transmissão gratuita de bens ou
remissão de dívidas (art. 158), no pagamento antecipado de
dívidas vincendas (art. 162) e na constituição de direitos de
preferência a algum credor quirografário (art. 163).

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FRAUDE CONTRA CREDORES:

ELEMENTOS:

- Consilium fraudis – conluio fraudulento;


- Eventus damni – prejuízo causado ao credor.

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FRAUDE CONTRA CREDORES:
A lei optou por proteger o adquirente de boa fé, em desfavor
aos interesses dos credores, salvo o caso do art. 159 em
que se presume a má-fé do adquirente quando a
insolvência for notória, ou se havia motivo para ser
conhecida do outro contratante.

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FRAUDE CONTRA CREDORES:
A ação cabível para anulação do ato é a Ação Pauliana ou
Revocatória, só estão legitimados a ajuizá-las os credores
quirografários e que já o eram ao tempo da alienação
fraudulenta (art. 158), sendo sujeito passivo o devedor
insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação
fraudulenta e o adquirente de má-fé;

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NEGÓCIO JURÍDICO NULO

SIMULAÇÃO:

é a declaração falsa, enganosa, da vontade, visando


aparentar negócio diverso do efetivamente desejado, é
produto de um conluio entre os contratantes, visando obter
efeito diverso daquele que o negócio aparenta conferir.

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NEGÓCIO JURÍDICO NULO

- Absoluta (quando na realidade não realizam


negócio algum) – ato nulo;

- Relativa - dissimulação (quando na realidade


realizam outro negócio).

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NEGÓCIO JURÍDICO NULO

- Objetiva – quando a simulação diz respeito à


natureza do negócio, a seu objeto ou a algumas
características;

- Subjetiva – quando, pela simulação, a pessoa


declarada não for a real parte ou beneficiária do negócio;

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NEGÓCIO JURÍDICO NULO

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá


o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas


diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem;

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NEGÓCIO JURÍDICO NULO

II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula


não verdadeira;

III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-


datados.

§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em


face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
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NEGÓCIO JURÍDICO NULO

RESERVA MENTAL

Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o


seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que
manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

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FIM

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