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O PROBLEMA

DO
MAL

E S T H E R F R A N Ç A , L A R A C O S T A , M A T I L D E C A R VA L H O
11 B
O MAL
• A existência do mal no mundo é inegável.
• Existem dois tipos de mal:
- o mal moral, ligado às ações humanas:
• atentados terroristas;
• violência doméstica;
• abusos infantis;
- o mal natural, que não é causado por seres humanos:
• tsunamis;
• sofrimento dos animais em testes científicos;
COMO É QUE DEUS PERMITE A
EXISTÊNCIA DO MAL?
• A diversidade de males coloca um problema
às pessoas que acreditam na existência de um Deus:
Se Deus é omnipotente, pode impedir o mal de acontecer.
Se Deus é tão bom como dizem porque é que ele deixa que
o mal aconteça? Se o mal acontece, então Deus não existe.
Ou talvez exista, mas seja diferente do que se imagina: ou é
omnipotente mas não é bom (pode impedir o mal mas não
impede) ou é bom mas não é omnipotente (quer impedir o
mal mas não pode).
• É preciso reconhecer que alguns males são
úteis, pois funcionam como mecanismos de
autoprevenção. Por exemplo: as sensações
dolorosas (a dor provocada pelo fogo leva-nos
a tirar a mão, evitando danos maiores).
• Existem males que são meios para alcançar
um certo bem (por exemplo, na fisioterapia
um atleta lesionado faz esforços que lhe
causam dores, mas necessários para a cura).
• Há casos em que o mal não parece ter nenhum
desses benefícios e não se consegue perceber
que justificação possa ter (por exemplo, um
canguru fica queimado devido a um incêndio
provocado por um raio). Trata-se de um mal
gratuito e sem sentido.
• Parece implausível que um Deus omnipotente e bom permita males sem sentido, como o do
canguru, e por isso, somos levados a duvidar que exista um Deus omnipotente e bom – talvez
não exista um Deus, ou, pelo menos, não exista o Deus teísta.
«Provavelmente, há males sem sentido. Se Deus existe, não há males sem sentido. Logo,
provavelmente, Deus não existe.» - William Rowe
• Muitos filósofos pensam que este argumento não é sólido, porque consideram a primeira
premissa falsa. Pensam que não há males sem sentido – ou seja, julgam que Deus tem boas
razões para permitir a sua existência.
GOTTFRIED WILHELM LEIBNIZ

• Foi um dos filósofos que tentou explicar


porque é que Deus permite o mal. Para ele
Deus é um ser perfeito e criou o melhor
mundo possível. Vivemos no melhor mundo
possível e todos os males que existem têm
uma razão de ser e são compensados por um
bem maior.
• Outros filósofos, como Leibniz, elaboraram
teodiceias – explicações das razões pelas
quais Deus terá permitido que o mal
ocorresse. Outras respostas ao problema do
mal são:
 a defesa do livre-arbítrio;
 a defesa da edificação do carácter;
 a injustiça do mal;
A DEFESA DO LIVRE-ARBÍTRIO
• O mundo está aparentemente cheio de males, o que parece incompatível com um Deus teísta;
• Deus deu-nos livre-arbítrio;
• Se temos liberdade de escolha podemos escolher entre agir bem e agir mal;
• O mal resulta do livre-arbítrio e deve-se ao ser humano e não a Deus;
• O mal existe no mundo porque muitas pessoas agem mal;
• O mal é o preço a pagar pelo livre-arbítrio.

O livre arbítrio justifica o mal moral, mas deixa de fora o mal natural.
A DEFESA DA EDIFICAÇÃO DO
CARÁCTER
• O mal é necessário para desenvolver o carácter moral;
• Num mundo hedonista (perfeito), as pessoas não teriam acesso a situações onde pudessem
demonstrar compaixão, generosidade, esperança ou coragem, pois estas são reações aos problemas
que surgem
• Num mundo sem males, seríamos pessoas com menos valor.
- objeção: a quantidade de mal existente parece ser maior do que o necessário para promover o
desenvolvimento do nosso carácter. Ou seja, há mal gratuito e sem sentido.

As dificuldades formam o carácter!!


A INJUSTIÇA DO MAL
• Salienta que somos seres cognitivamente limitados e não sabemos o suficiente para perceber
sempre qual é o bem maior que resulta da ocorrência de um certo mal e, por isso, parece-nos
que este não tem sentido.
“Deus escreve direito por linhas tortas”
• Por exemplo, ao analisarmos o caso da morte de uma criança devido a uma doença dolorosa,
não nos apercebemos de que esse terrível acontecimento está associado a outros
acontecimentos muito melhores, e de que o bem resultante destes compensa o mal do outro.
- objeção: se somos demasiado limitados em termos cognitivos para perceber as razões
justificativas dos males que acontecem, também somos demasiado limitados para falar de Deus e
afirmar a sua existência e os seus atributos (como a omnipotência e a bondade).
BIBLIOGRAFIA
M A N U A L D E F I L O S O F I A , 11 A N O , “ D Ú V I D A M E T Ó D I C A ”

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