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Antibioticoterapia

nas infecções
articulares
Artrite séptica
 Mortalidade em torno de 10 – 30%

 Morbidade – 50%  Cirurgias

 Internação
prolongada
 Imobilidade articular
Uso crônico de
antibiótico
Artrite Séptica
Patogenia

 Disseminação hematogênica - o tecido sinovial é


muito vascularizado e não tem membrana basal

 Contigüidade – osteomielite

 Inoculação direta (mordedura, injeção, cirurgia,


trauma)
Fisiopatogenia

Inoculação da bactéria

Adesão à sinóvia

Reação inflamatória

Degradação da cartilagem

Isquemia pelo aumento da pressão intra-articular


Fatores predisponentes

 Doenças reumatológicas - Artrite reumatóide / osteoartrite


 Trauma
 Injeção intra-articular
 Imunossupressão – HIV / corticoterapia
 Diabetes mellitus
 Neoplasias
 Anemia falciforme
 Endocardite
 Prótese articular
 Uso de drogas EV
Agentes etiológicos
Adultos e crianças maiores de 5 anos
 S. aureus (principal agente)

 Streptococcus spp (13-27% dos casos)

 BGN
 Idosos com doença crônica e ITU associada (E. coli)
 Usuários de droga EV (pseudomonas)
 Salmonella spp. em crianças e falcêmicos

 Neisseria gonorrhoeae (sexualmente ativos)


Agentes etiológicos
crianças < 2 anos

 S. aureus

 Streptococcus spp

 Haemophilus influenzae tipo B (pré-


vacinação)
Manifestações clínicas e diagnóstico
 Dor / calor / edema/ rubor na articulação
 Hemograma / pcr e VHS
 Exames de imagem – R-X / US / TC / RMN e
Cintigrafia
 Artrocentese / hemoculturas
Tratamento
 Drenagem!!!! – artrocentese / artroscopia /
cirurgia aberta

 Crianças menores que 5 anos- CEFUROXIMA,


CEFOTAXIMA, CEFTRIAXONA 2 a 4 semanas.

 Adultos- OXACILINA por 4 semanas

 Adultos sexualmente ativos, com tenossinovite


e lesões de pele- CEFTRIAXONA por 14 dias.
Antibioticoterapia nas
infecções ósseas
Osteomielite
 Grande impacto econômico

 Alta morbidade

 Uso prolongado de antibiótico

 Múltiplas cirurgias

 Sequelas motoras
Patogenia
 Disseminação
hematogênica

 Contigüidade com
insuficiência vascular

 Contigüidade sem
insuficiência vascular

 Inoculação direta –
trauma/cirurgia
Fisiopatogenia
O S T E O M IE L IT E A G U D A

I n fe c ç ã o , I n fla m a ç ã o , e d e m a
c o n g e s t ã o v a s c u la r, m ic ro t ro m b o s

C o m p ro m e t im e n t o d a n u t riç ã o
v a s c u la r d a
m e d u la e p e r ió s t e o

F o rm a ç ã o d e á re a d e o s s o m o r t o
(S E Q Ü E S T R O )

D ifí c il e rra d ic a ç ã o b a c t e ria n a

O S T E O M IE L IT E C R Ô N IC A
Fatores de Risco
 Fatores Sistêmicos

 Desnutrição
 Insuficiência renal/hepática
 Diabetes (duração >10 anos)
 Hipoxemia crônica
 Imunossupressão
 Neoplasia
 Extremos de idade
 Tabagismo
Fatores de Risco

 Fatores Locais

 Insuficiência venosa crônica


 Linfedema crônico
 Artrite/ comprometimento de vasos
 Perda da sensibilidade local
 Radiação
 Trauma
Osteomielite Hematogênica
 Crianças
 Traumas pequenos, causando hematomas,
obstrução vascular e necrose, ficando susceptível a
instalação de bactérias em bacteremia transitória
 Metáfise de ossos longos - fim do capilar, com
diminuição do fluxo e necrose avascular
 Artrite secundária - em lactentes, pelos capilares que
atravessam a placa de crescimento; em crianças
maiores e adultos tem de perfurar a cortical do osso
 Adultos
 Infecção se inicia na diáfise óssea
 Mais difícil acometimento articular
Manifestações clínicas e diagnóstico

 Apresentação subaguda / crônica


 Sintomas vagos – raramente febre / dor inespecífica
 Hemograma / VHS e pcr
 R-X (após 10/14d) / RMN / TC / cintigrafia
 Biópsia óssea - cultura
Agente etiológico
Osteomielite Hematogênica

 Lactentes  > 1 ano


 S. aureus  S. aureus
 Streptococcus  Streptococcus
agalactiae pyogenes
 E. coli  Haemophilus influenzae
(até 4 anos) em
lugares onde não há
 Adultos vacinação de rotina
 S. aureus para HIB
 S. coagulase negativa
Osteomielite Vertebral
 Origem hematogênica

 Envolve disco intervertebral e vértebra adjacente

 S. aureus

 Em usuários de droga EV (P. aeruginosa e risco de Ca-


MRSA)

 Coluna lombar 45%


 Coluna torácica 35%
 Coluna cervical 20%
Tratamento
Princípio Gerais
 Intervenção cirúrgica – sem melhora com antbt /
acometimento articular ou abscesso de partes moles

 Escolher antibiótico com boa penetração óssea,


baixa toxicidade, posologia confortável e baixo custo

 Osteomielites Crônicas em pós-operatório- colher


material antes da antibioticoterapia (risco de
bactérias resistentes)

 Antibioticoterapia por 4 a 6 semanas após o maior


debridamento
Contigüidade
(sem insuficiência vascular)
 Inoculação direta - por trauma (fratura
exposta), durante procedimento cirúrgico
 Extensão de infecção de partes moles
 Período de incubação cerca de 1 mês
 Polimicrobiano
 S. aureus é o mais comum – OXACILINA por
4 a 6 semanas
 Anaeróbios
Menos frequentes
 BGN
Contigüidade
(com insuficiência vascular)
 Acomete principalmente ossos pequenos do

 Alteração vascular predispõe à infecção
 Diabetes é o maior fator de risco - úlceras
 Polimicrobiano

 S. aureus - mais comum Ciprofloxacina +


Clindamicina ou Beta-
 Anaeróbios lactâmico com inibidor
 BGN por 4 a 6 semanas
Antibioticoterapia
nas infecções
cutâneas
Classificação das Infecções
Bacterianas de Pele
 Piodermas primários
 Impetigo
 Foliculite
 Furúnculo e carbúnculo
 Erisipela
 Celulite

 Gangrenas Infecciosas
 Gangrena estreptocócica
 Fasciíte necrotizante
 Infecções em úlceras cutâneas superficiais
 Pé diabético
 escara de decúbito
Etiologias
 S. aureus (anexos)
 Streptococcus
pyogenes
 Outras bactérias
 Vírus
 Fungos
 Protozoários
Foliculite – infecção dos
folículos pilossebáceos
 S. aureus
 Pseudomonas – banhos de piscina
 Pode acometer toda a região rica em pelos e
cronificar levando à queda permanente
 Mais frequente na região da face (barba - sicose)
/ couro cabeludo / extremidades
 Se relacionam com atrito / oclusão / sudorese
 Lesões eritematosas, papulares, pruriginosas
que evoluem para pústulas centradas por pelos
ou pelo óstio do folículo piloso
Foliculite

 Indicações de antibioticoterapia sistêmica: lesões crônicas que não


respondem às medidas locais – compressas / sabonetes antissépticos e antbt
tópica ( neomicina / bacitracina / ac. Fusídico)

 Cefalosporinas de primeira geração – cefalexina / cefadroxil

 Descolonização (banhos com germicida)


Furúnculo / Antraz / Carbúnculo
 S. aureus
 Início por nódulo endurado que evolui com sinais
de flogose – intensa dor local
 Furúnculo – abscesso que compromete todo o
aparelho pilossebáceo
 Carbúnculo / Antraz
 2 ou mais furúnculos confluentes com centros
necróticos independentes
 Se desenvolve em áreas de pele espessa,
inelástica.
 Mais frequente na coxa / dorso e pescoço
 Indicação de antibioticoterapia sistêmica:
 Área de induração maior que 5-6 cm
 Localização nasal ou lábio superior
 Carbúnculo
 Complicações locais (celulite) / sistêmicas
 Aplicar calor local - drenagem / Não espremer!!!
 Cefalosporinas de primeira VO ou EV / oxacilina –
manter até redução inflamação – 7 a 10 dias
 Alérgicos: clindamicina
Antrax

 Bacillus anthracis
 Forma cutânea
 Bioterrorismo –
forma inalatória
 Antb:
 Ciprofloxacina
 Penicilina
 Doxiciclina
Hidradenite – infecção das
glândulas sudoríparas
 S. aureus

 Ocorre apenas onde há gl. sudoríparas apócrinas – axilas / púbis /


inguinal / coxas / glúteos / seios

 Fatores pré-disponentes: uso de desodorantes que contenham pós,


hiperidrose, depilação

 Cuidados locais – compressas / anbt

 Antibioticoterapia sistêmica: casos com sintomas sistêmicos

 Nódulos grandes - drenagem

 Nas recidivas, retirada cirúrgica.


Celulite
 Infecção difusa da pele e do tecido subcutâneo
podendo estender para derme profunda / linfáticos
 Clínica: Febre, calafrios, queda do estado geral,
flogose local
 Pode ocorrer bacteremia
 Agentes:
 S. aureus
 Streptococcus pyogenes
 Haemophilus influenzae
 Outros
 Atenção: CELULITE DE FACE – secundária à
sinusite
Área mal delimitada / bordas
pouco levadas / eritema pouco
vivo

 Tratamento por 7 a 10 dias


 Cefalosporinas de primeira geração
 EV: Oxacilina, cefalotina ou
cefazolina
 VO: Cefadroxil / cefalexina
 Ca- MRSA – SMZ/TMP, vancomicina
Erisipela
 Infecção da derme profunda e tecido subcutâneo
superficial, havendo acometimento linfático.
 Febre / flogose / adenopatia regional
 Podem ocorrer bolhas, equimoses e petéquias
 Agente:
 Streptococcus pyogenes
 Porta de entrada pode estar presente – Ex:
onicomicose
 Predominantemente membros inferiores e face
 Área bem delimitada com bordas elevadas e
aspecto de casca de laranja
 Tratamento: 10 a 14 d
 Penicilina cristalina
 Penicilina procaína
 Cefalotina ou cefazolina
 Alérgicos: Clindamicina,
Eritromicina, azitromicina.
Síndrome da Pele Escaldada
 Doença causada por toxinas do S.aureus – exotoxina
esfoliativa

 RN e crianças até 5 anos: mais afetados

 Inicia-se com febre, sintomas gerais e rash escarlatiniforme

 Exantema eritematoso, que inicia-se na região perioral,


dissemina-se para tronco e membros e evoluiu com bolhas e
descamação

 Comum cursar com infecção secundária local

 Diagnóstico diferencial com farmacodermia


Síndrome da Pele Escaldada

Tratamento com oxacilina ou cefalosporina de primeira ( EV)


melhora da pele em 2 semanas
Impetigo
 Infecção superficial, benigna – predomina em crianças

 Início com pápulas, evoluindo para vesículas, pústulas e crostas


em 4 a 6 dias.

 Em geral sem sintomatologia geral; adenopatia satélite ocasional.

 Agentes:
 Streptococcus pyogenes / S. aureus ou ambos

 Indicações de antibioticoterapia sistêmica


 Medidas de saúde pública
 Evitar complicações locais e sistêmicas
 Múltiplas lesões
Impetigo
 Tratamento:
 Penicilina VO 10 dias
 Penicilina benzatina DU
 Cefalosporinas de primeira
ger. (Staf. aureus)
Gangrena Infecciosa
 Necrose extensa e celulite – tecido subcutâneo / derme profunda e
fáscia.

 Cursam com sintomas sistêmicos importantes

 Fasciíte necrotizante:
 Gangrena estreptocócica (tipo II) - Streptococcus pyogenes
 Polimicrobiana (tipo I) – enterobactérias, anaeróbios,S.aureus,
enterococo.
 Gangrena de Fournier – genitália masculina

 Gangrena sinérgica
 Streptococcus microaerófilos / Staphylococcus aureus / BGNs

 Gangrena gasosa
 Mionecrose por Clostridium perfringens, raramente outros Clost.
Gangrena Infecciosa
 Debridamento amplo é
fundamental!!!
 Sem agente: Beta-lactâmico com
inibidor / Cipro + clinda
 Streptococcus: Penicilina + clinda
 Clostridium: Penicilina cristalina
Gangrena estreptocócica
Úlceras cutâneas superficiais
 Úlceras de decúbito
 Pé diabético
 Polimicrobianas- BGN, anaeróbios e CGP
 Tratamento: Cipro + clinda / Beta-lactâmico com
inibidor

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