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CLÍNICO
Um menino de 14 anos com
febre, dor articular e cólicas
abdominais
Residente: Bruna Carolyne
Interna: Estefany Ludmila
HISTÓRIA
Menino
Idade: 14 anos
Queixas: fadiga, febre, dor
nas articulações, cólicas
abdominais e diarreia.
Dor de garganta leve Dor no ombro direito e joelho esquerdo Dor articular evoluiu para
ga e febre no acampamento Cultura de garganta para estreptococo β-
de verão ↑ leucócitos e VHS ombros e joelhos de ambos os
hemolítico do grupo A negativa. Exame de sangue para a doença de Lyme foi lados
Diag: infecção viral. Diag: sinusite realizado. T: 39,4°C.
Tratamento: amoxicilina-clavulanato. Recebeu ibuprofeno e foi
levado ao pronto-socorro.
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HISTÓRIA
Menino
Idade: 14 anos
Queixas: fadiga, febre, dor
nas articulações, cólicas
abdominais e diarreia.
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REVISÃO POR
SISTEMAS
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ANAMNESE
● Amoxicilina-clavulanato
● Transtorno do espectro autista
● Fluticasona inalatória
● Asma
● Ibuprofeno
● Rinossinusite sazonal
● Albuterol inalatório s/n
PATOLOGIAS MEDICAMENTOS
PREGRESSAS EM USO
CIRURGIAS ALERGIAS
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EXAME FÍSICO
Ectoscopia
EG regular, corado, desidratado,
acianótico, anictérico, nutrido,
Boca bem desenvolvido, aparência de
Úlcera aftoide na mucosa bucal cansado
Sinais vitais:
direita
T: 36,1°C
Respiratório
PA: 128/58 mmHg
FC: 107 bpm AR + em AHT, sem RA
FR: 18 rpm Abdome
StO2: 97% em AA Dor à palpação do abdome em
IMC: 27,2. região epigástrica e
periumbilical
Articulações
Não apresentava rash nem
Sem eritema, calor, edema ou crepitação das linfonodomegalias
grandes e pequenas articulações.
Havia sensibilidade à palpação e dor ao movimento,
do ombro direito e joelhos; mas a amplitude de
movimento não foi reduzida
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EXAMES
Valor de Resultado Valor de referência
Resultado
referência
TGO 9 10-40
Hb 12,6 13,0-16,0
TGP 9 10-55
Ht 38,9 37,0-49,0
FA 81 55-149
Leucócitos 12.950 4.500-13.000
Lipase 82 13-60
Neutrófilos 8.530 1.800-8.100
Albumina 3,1 3,3-5,0
Linfócitos 2.330 1.200-5.200
Na 138 135-145
Monócitos 1.640 300-1.400
Espessamento e realce mural envolvendo pelo menos 20cm do íleo distal, achado compatível com ileíte.
O sinal do pente – dilatado, amplamente espaçado, realçando os vasos retos – estava presente.
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TESTES
DIAGNÓSTICOS
Endoscopia
O cólon apresentava-se normal, exceto pela presença de algumas lesões esparsas e brancas com bases vermelhas, sugestivas de úlceras aftoides
(Fig. A). O íleo terminal apresentava inflamação difusa leve, caracterizada por erosões, eritema, perda de vascularização, muco e ulceração
aftoide (fig. B).
A área perianal mostra uma hemorroida proeminente (fig. C). 1
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TESTES
DIAGNÓSTICOS
Biópsia
Íleo: mucosa intestinal ulcerada com exsudato fibrinopurulento e vilosidades entéricas embotadas (Fig. A).
A lâmina própria subjacente apresentava infiltrado de neutrófilos dispersos entre as glândulas residuais (ileíte gravemente ativa) (Fig.B).
A lâmina própria também apresentava foco com agregados frouxos de histiócitos, achado compatível com inflamação granulomatosa (Fig.C). Não
foram identificadas características definitivas de cronicidade.
Estômago: mucosa antral gástrica com leve expansão da lâmina própria por infiltrado inflamatório linfoplasmocitário (gastrite crônica inativa) (fig.
D). Nenhum organismo foi identificado.
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Esôfago, duodeno e cólon: sem anormalidades. 2
DIAGNÓSTICO
FINAL
Doença inflamatória
intestinal (Doença de
CROHN)
DIAGNÓSTICOS
DIFERENCIAIS
◂ Causas Infecciosas
Edema
◂ Artrite Séptica Dor
◂ Febre Alta + Monoartrite Rubor
Calor
Limitação do movimento
◂ Doença de Lyme
◂ Carrapato - Borrelia burgdorferi;
◂ Fadiga, cefaleia, mialgias, artralgias e febre;
◂ Eritema migratório – 80%; Amoxicilina clavulanato - 12 dias
Doxiciclina - 3 dias
◂ Sintomas TGI são incomuns
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DIAGNÓSTICOS
DIFERENCIAIS
◂ Causas Infecciosas
◂ Artrite Reativa
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DIAGNÓSTICOS
DIFERENCIAIS
◂ Causas Infecciosas
◂ Doença de Whipple
◂ Tropheryma whipplei
◂ Artrite, diarreia intermitente e dor abdominal em cólica
◂ Extremamente incomum em crianças
◂ Febre
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DIAGNÓSTICOS
DIFERENCIAIS
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DIAGNÓSTICOS
DIFERENCIAIS
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DIAGNÓSTICOS
DIFERENCIAIS
◂ Ileíte
◂ DC > RCU
◂ Reativa : apendicite
◂ Infecciosa
◂ TB
◂ Raros: linfoma, isquemia, vasculite e uso de AINES
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TRATAMENTO
◂ OBJETIVOS
◂ TERAPIA NUTRICIONAL
◂ Medicamentos
◂ Indução com glicocorticóides
◂ Manutenção com imunomoduladores
◂ Azatioprina
◂ MTX
◂ Anti TNF α
◂ Manejo da Fadiga
Embora os pais do paciente quisessem que ele iniciasse a terapia nutricional durante a fase de
indução, o paciente recusou. Por isso, iniciou tratamento com metilprednisolona intravenosa, que
passou para prednisona oral. O plano era fazer a transição para um agente de ácido acetilsalicílico
durante a fase de manutenção, mas os sintomas retornaram quando a dose de prednisona foi
reduzida, e iniciou tratamento com mesalazina. O nível de calprotectina fecal e os níveis de outros
marcadores inflamatórios permaneceram elevados.
Aproximadamente 4 meses após o diagnóstico, a paciente concordou em tentar a terapia
nutricional. Recebeu nutrição enteral exclusiva por 4 dias e depois seguiu a dieta específica de
carboidratos por 2 semanas, mas não quis continuar. O tratamento com o agente anti-TNF-α
adalimumab foi iniciado. A velocidade de hemossedimentação, o nível de proteína C reativa e o
nível de calprotectina fecal diminuíram, e o paciente parecia ter uma boa resposta. No entanto,
dentro de 3 meses, o nível mínimo da medicação estava baixo e os níveis de anticorpos estavam
muito altos.
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SEGUIMENTO
O tratamento foi, portanto, alterado para o agente anti-TNF-α infliximab, e metotrexato foi
adicionado para diminuir a imunogenicidade. O paciente recebeu esse regime pelos próximos 1,5
anos.
Durante o tratamento, relatou que ainda apresentava fadiga e hematoquezia e não estava se
sentindo bem. No entanto, a velocidade de hemossedimentação, o nível de proteína C reativa e o
nível de calprotectina fecal permaneceram normais.
Um ano após o início da terapia com infliximabe, o exame colonoscópico mostrou cicatrização da
mucosa no cólon e a RNM mostrou diminuição da atividade da doença no íleo. No entanto, 1,5
anos após o início da terapia com infliximabe, o paciente teve uma reação durante uma infusão.
Embora tenhamos considerado tentar outro agente anti-TNF-α, o paciente queria mudar a classe de
medicação porque não estava se sentindo melhor.
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SEGUIMENTO
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OBRIGADA
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