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normas jurídicas
Viu-se que as normas jurídicas são veiculadas por sentenças da língua
portuguesa, embora não se possa dizer que ela sejam “apenas” o
significado delas.
O que a estrutura lógica das normas daí decorrente diz sobre a natureza
delas?
(1) A gramática
reconhece a distinção entre sentenças declarativas e
sentenças imperativas.
Perguntando visualmente:
João,
fecha a porta! = (o fechamento da porta por João) + O QUÊ? [o
que deve ser acrescentado para fazer a mesma função da sentença
imperativa?]
‘João fecha a porta.’ = ‘Eu acredito que João fecha a porta.’
‘João, fecha a porta!’ = ‘Eu quero que você, João, feche a porta’
Considere as sentenças:
João é alto
Pedro relaxará quando tomar banho de banheira
O vidro é quebrável
O metal dilata quando aquecido
‘João é alto’ simboliza a crença (de alguém) na realidade do estado de coisas
(determinado) consistente em “João sendo alto”
‘Pedro relaxará quando tomar banho de banheira’ simboliza a crença (de alguém) na
realidade do estado de coisas (determinado) consistente em “Pedro relaxando quando
tomar banho de banheira”
Nenhum!
Assim, ‘O vidro é quebrável’ e ‘O metal dilata quando aquecido’ são, na realidade,
sentenças condicionais abertas “disfarçadas” em sentenças fechadas.
‘O vidro é quebrável’ expressa exatamente o mesmo que ‘Se algo for um objeto de
vidro e for exposto a impacto com outro objeto resistente [antecedente], então este
algo quebrará (tende a quebrar) [consequente]’.
E a sentença ‘‘Se algo for um objeto de vidro e for exposto a impacto com outro
objeto resistente [antecedente], então este algo quebrará (tende a quebrar)
[consequente]’, expressa exatamente o mesmo, numa versão em linguagem natural,
do que a seguinte sentença parcialmente formalizada: ‘Se __ é um objeto de vidro e
__ for exposto a impacto com outro objeto resistente, então __ quebrará (tende a
quebrar)’
Da mesma forma, ‘O metal dilata quando aquecido’ expressa exatamente o
mesmo que ‘Se algo for um objeto de metal e for aquecido, então este algo
dilatará (tende a dilatar)’
E a sentença ‘Se algo for um objeto de metal e for aquecido, então este algo
dilatará (tende a dilatar)’, expressa exatamente o mesmo que a sentença,
parcialmente formalizada, ‘Se __ é um objeto de metal e __ for aquecido, então
__ dilatará (tende a dilatar)
SINONÍMIAS – PARÁFRASES RECÍPROCAS
As sentenças A1), A2) e A3), por um lado, e B1), B2) e B3), por outro, possuem o
mesmo significado convencional (sentence meaning), não obstante a forma gramatical
de “sentença fechada” de A1 e A2 e B1 e B2 e a forma explicitamente (formal´) de
sentença condicional aberta de A3 e B3.
Alguém que profira literalmente essa sentença, estaria se referindo a quem? Quem seria o “locatário” e
quem seria o “locador”?
Ninguém! Algo como “Quem quer que” ou “x”
Qual seria o estado de coisas específico representado por esta sentença normativa?
Nenhum!
E então?
O locatário é obrigado a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a
recebeu, salvas as deteriorações naturais ao uso regular. (Art. 569, IV, CC)
C2) Se alguém violar direito ou causar dano de outro alguem, ainda que exclusivamente moral,
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, então o primeiro alguém fica
obrigado a reparar os danos causados ao segundo alguém.
C3) Se X violar direito ou causar dano a Y, ainda que exclusivamente moral, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, então X fica obrigado a reparar os danos
causados a Y.
A primeira lição que se extrai daí é que normas não poderiam, literalmente, ser
comandos e nem mesmo conteúdo de comandos, umas vez que elas são o sentido de
sentenças condicionais abertas, na qual nenhum estado intencional é representado.
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;