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ALGUNS ASPECTOS DA

DOGMÁTICA DA TUTELA DE
URGÊNCIA
ATENÇÃO

Medida de urgência concedida (= EFEITOS impostos por decisão)

diferente

• Medidas de implementação de efeitos determinados (= medida de


urgência concedida)
• Nessa perspectiva, o “método” através do qual a tutela de urgência é
efetivamente prestada, consiste em algo análogo ao processo sincrético:
uma “fase de cognição”, para determinar se a medida é cabível, e uma
“fase de execução”, para implementar concretamente a medida
concedida
• Os três sistemas de medidas de urgência (concebíveis e historicamente
existentes)

• Sistema típico: todas as medidas eram tipificadas em lei


• Sistema misto: algumas medidas tipificadas em lei, com o poder
indeterminado e residual do juiz para determinar medidas atípicas
(CPC/73 e a maioria dos ordenamentos do sistema românico-germânico)
• Sistema atípico: todas as medidas são determinadas pelo juiz
(CPC/2015)
1.O juiz pode conceder medida diversa da que foi solicitada?
2. O juiz pode conceder medida de ofício?
3. O juiz pode conceder medida de urgência que não guarde
estrita correspondência com a tutela final pleiteada?
• O assim chamado “princípio dispositivo” e suas três “manifestações”

• O juiz deve se abster de instaurar um processo (“princípio da inércia”,


mas art. 2º do CPC/2015)

• O juiz deve julgar a causa nos limites do pedido da parte, nem mais, nem
diferentemente (“princípio da vinculação do juiz ao pedido”, mas art.
141 do CPC do CPC/2015)

• O juiz deve se abster de produzir provas (contra, art. 370 do CPC/2015)


• O que justificaria os dois primeiros “mandamentos” ou as duas normas
processuais?
• A necessária simetria entre ordenamento processual e ordenamento
material:
• No âmbito do direito material, o exercício dos direitos subjetivos é
condicionado à vontade de seu titular. Logo, o mesmo deve acontecer
quanto à instauração e à determinação dos limites da tutela jurisdicional
a ser prestada a ele.
• É que a violação de qualquer dessas normas se qualificaria como
exercício de direito subjetivo por quem não é seu legítimo titular – no
caso, um órgão jurisdicional.
• Por isso é que nenhuma dessas normas se aplica à tutela de urgência.

• Isso é assim, pela simples razão de que, com a prestação de tutela de


urgência, não se está tutelando nenhum direito subjetivo.

• A tutela de urgência pode ser concedida mesmo em casos que se venha


a revelar o direito subjetivo que se busca tutelar, pois seu objetiva é
assegurar a efetividade da tutela para esse hipotético direito.
1. O juiz pode conceder medida diversa da que foi solicitada?
R: Sim, quando for mais eficaz e/ou menos prejudicial que a medida
solicitada para combater mora processual
2. O juiz pode conceder medida de ofício?
R: Sim, mas apenas, por uma questão de lógica, quando já pleiteada a
tutela final. A efetivação de um direito fundamental não pode
depender, inteiramente, da iniciativa de seus beneficiários
(“dimensão objetiva dos direitos fundamentais”)
3. O juiz pode conceder medida de urgência que não guarde estrita
correspondência com a tutela final pleiteada?
R: Sim, quando eficaz e proporcional para eliminar a mora processual,
objetivo que pode ser alcançado de muitas maneiras.

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