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Sistema

SistemaDigestivo
Digestivo
Dispositivos
DispositivoseeCuidados
Cuidados
Ana Paula Sulino e Gabriela Carla – Alunas EERP-USP
Ana Paula Sulino e Gabriela Carla – Alunas EERP-USP
Sumário
Sumário
1. O Sistema Digestivo: Anatomia e Fisiologia;
2. Tipos de dieta: Oral, Enteral e Parenteral;
3. Indicações e Situações para o uso de cada dieta;
4. O que são os dispositivos: Sonda Nasogástrica, Sonda Nasoentérica, Gatrostomia e Jejunostomia;
5. Indicação e Objtivo de cada dispositivo;
6. Técnica das sondagens;
7. Cuidados relacionados ao posicionamento das SNG e SNE, para a adminitraç ão da dieta e de medicaç ões;
8. Aspecto legal da participação do Auxiliar/Técnico em cada dispositivo;
9. Atuação do Auxiliar/Técnico no cuidado de cada dispositivo.
01
O
OSistema
SistemaDigestivo
Digestivo
Anatomia e Fisiologia
Anatomia e Fisiologia
Anatômia
Anatômia
Fisiologia
Fisiologia
Boca Estômago Pâncreas
Responsável pela mastigação. Responsável pela digestão de Responsável pela produção de
Primeiro processo é digestão proteínas. A mastigação ativa uma secreção que contém
mecânica, segundo momento a produção do ácido enzimas digestivas. São
a ação enzimática (atua sobre clorídrico, mas só com a ativadas no Intestino delgado.
o amido) presença de proteína que se
inicial a produção do suco
gástrico. Vesícula
Esôfago Biliar
Responsável pela condução
Fígado Responsável por armazenar e
do alimento até o estômago, A secreção da bile é a secretar os sais biliares
através do peristaltismo. principal função digestiva do produzidos pelo fígado.
fígado. A bile é essencial para
o metabolismo de
carboidratos, proteínas e
principalmente lipídios.
Fisiologia
Fisiologia
Intestino Intestino
Delgado Grosso Reto
Responsável por recebe a bile Ceco – Primeira porção do Parte final do Intestino
e o suco pancreático, o que intestino delgado. Nele os Delgado. Onde o bolo fecal
torna o quimo (material resíduos alimentares já se fica por horas até a
gástrico) menos ácido e gera tornam o “bolo fecal”. eliminação.
condições necessárias para a É no Intestino Delgado que o
digestão e absorção intra- organismo absorve o restante Ânus
intestinal. dos nutrientes e água.
Responsável pela eliminação
Glândulas na mucosa
das fezes.
secretam muco, com a
finalidade de lubrificação.
02
Tipos
Tiposde
deDietas
Dietas
Indicações e Situações para uso
Indicações e Situações para uso
Nutrição
Nutrição

Alimentos
Substância sólida e/ou
líquida. Levada ao sistema
digestório e utilizadas como
fonte de energia

Nutrientes
Substâncias que compõe os
alimentos, com funções
específicas, indispensáveis
para o funcionamento
orgânico. Carboidratos,
Proteínas, Lipídios,
Vitaminas, Minerais e Água
Vias
Vias de
de Administração
Administração

Via Oral Via Enteral Via Parenteral

Sonda Nasogástrica Acesso Venoso


Sonda Nasoentérica (Central ou Periférico)
Gastrostomia
Jejunostomia
Via
Via Oral
Oral
Inclui alimentos
macios e com pouca
Nada por via oral. fibra. Indicada a
Dieta Zero Dieta Branda pacientes com
disfagia ou
dificuldade de
Inclui líquidos sem
mastigação
Dieta Líquida resíduos. Indicada
para pós-operatório Inclui todas as classes
de alimentos e
Dieta Geral nutrientes. Para
Inclui alimentos bem pacientes sem
cozidos e/ou restrições
Dieta Pastosa amassados. Indicada
a pacientes com
disfagia ou Outras Dietas Laxativa; Hipossódica;
dificuldade de Hipocalórica.
mastigação
Via
Via Enteral
Enteral

Procedimento terapêutico para manutenç ão e/ou recuperaç ão do


estado nutricional do paciente por meio da Nutriç ão Enteral, com

O que é ? ingestão controlada de nutrientes, de forma isolada ou combinada.


Sua composição é definida e especialmente formulada. Usada
exclusiva ou parcialmente para suprir ou complementar a
alimentação do paciente.

Indicada quando para quando o paciente é incapaz de ingerir a


Indicação alimentação por via oral, mais ainda mantém a capacidade de
digestão e de absorção dos nutrientes.

Uma sonda de alimentação é introduzida através da narina que vai


Como ? até o estômago (nasogástrica) ou até o intestino delgado
(nasoentérica). Quando prolongada
Tipos
Tipos de
de Nutrição
Nutrição

É chamada in natura e preparada com os alimentos usuais como


Dieta Caseira legumes, verduras, arroz, carne, frango, leite etc. Orientada pelo
nutricionista, deve ser completa e equilibrada.

Em sistema ABERTO - Dieta pronta, balanceada, com todos os


Dieta nutrientes necessários, que requer manipulaç ão prévia à sua
Industrializada administração.

Em sistema FECHADO - Pronta, balanceada, estéril, acondicionada


Dieta em recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conex ão
Industrializada ao equipo de administração.
Via
Via Parenteral
Parenteral

Procedimento terapêutico para manutenç ão e/ou recuperaç ão do


O que é ? estado nutricional do paciente por meio da Nutriç ão Parenteral. As
necessidades nutricionais paciente é suprida por via intravenosa.

Indicada quando para quando o paciente é incapaz de ingerir a


Indicação alimentação por via oral, e também continuam com ingest ão
insuficiente por via enteral, além de ter a incapacidade de utilizar
os nutrientes.

Um acesso venoso central ou periférico é estabelecido, através dele


Como ? é administrado a dieta que é formulada especificamente para as
necessidades e de forma estéril.
03
Sonda
SondaNasogástrica
Nasogástrica
Indicações, Objetivos, Técnica e Cuidados
Indicações, Objetivos, Técnica e Cuidados
Técnica
Técnica
É indicada para:
● Neoplasias
● Cirurgias de cabeça, pescoço e TGI
● Traumas
● Desordens Neurológicas/ Musculares
● Desordens Gastrointestinais
● Intubação Prolongada
● Ingestão oral inadequada (dificuldade na
mastigação/deglutição).

Utilizada a Sonda de Levine - manufaturada


com plástico ou borracha, com aberturas
localizadas próxima à ponta. Indicadas para
uso em um período inferior a 4 semanas;
Técnica
Técnica
1. Higienizar as mãos;
2. Orientar o paciente e promover privacidade;
3. Posicionar-se de pé no lado direito do leito, se destro, e do lado esquerdo, se canhoto;
4. Posicionar o paciente em Fowler ou sentado;
5. Colocar a toalha sobre o tórax;
6. Verificar o uso de prótese dentária e solicitar sua retirada;
7. Oferecer a lenço de papel e pedir que o cliente assoe as narinas;
8. Ocluir cada narina e verificar o fluxo de ar (selecione a narina mais pérvia);
9. Inspecionar as narinas com o uso de lanterna;
10. Medir o comprimento da sonda: da ponta do nariz até o lóbulo da orelha e descendo até o final do esterno (apêndice
xifóide ). Marcar esta distância com uma tira de adesivo hipoalergênico;
11.Calçar as luvas de procedimento;
12. Lubrificar 10 cm iniciais da sonda com lubrificante hidrossolúvel;
13. Introduzir a SNG na narina dirigindo-a para a nasofaringe posterior e para baixo (em direção à orelha). Após a
introdução da parte lubrificada, flexionar o pescoço de forma que o queixo se aproxime do tórax;
14. Ao atingir a orofaringe peça para o paciente voltar a cabeça na posição ereta;
15. Solicitar para o paciente que faça movimentos de deglutição durante a passagem da sonda pelo esôfago; observar
se a mesma não está na cavidade bucal;
16. Introduzir a sonda até a marca;
17. Fixar a sonda, após a confirmação do seu correto posicionamento;
18. Reposicionar o paciente.
Cuidados
Cuidados

Teste da Aspiração do Medir


Ausculta conteúdo Comprimento

Seringa e
Seringa e Tira Fita
Esteto Reagente Métrica

Aspira conteúdo pela


Injetar ar na sonda com uma seringa. O Medir o comprimento
sonda e auscultar pH do conteúdo determina da sonda exposta
após sua inserção e
o som do ar o posicionamento. pH
gástrico ~3. documentar essa
entrando. medida. Comparar
com a medida inicial.
Cuidados
Cuidados
Quando fazer esses Testes ?
Mediante sinais de redução
Imediatamente após a da saturação de oxigênio;
sondagem;

Se houver deslocamento
acidental ou queixas de
Antes do oferecimento de
desconforto.
qualquer alimento/
medicamento;
04
Sonda
SondaNasoentérica
Nasoentérica
Indicações, Objetivos, Técnica e Cuidados
Indicações, Objetivos, Técnica e Cuidados
Indicações
Indicações ee Objetivos
Objetivos
É indicada para:
● Neoplasias
● Cirurgias de cabeça, pescoço e TGI
● Traumas
● Desordens Neurológicas/ Musculares
● Desordens Gastrointestinais
● Intubação Prolongada
● Ingestão oral inadequada (dificuldade na
mastigação/deglutição).

Utilizada a Sonda de Dobbhoff – manufaturada com


poliuretano e silicone, possui ponta pesada e flexível
(ogiva de tungstênio), acompanha fio-guia em aço
inox, suporta longos períodos em contato com o suco
gástrico, pode ser usada por até 4 meses (enquanto
estiver íntegra, limpa e translúcida)
Técnica
Técnica
É um procedimento similar a da SNG, porém tem particularidades como:

1. Medir o comprimento da sonda: da ponta do nariz até o lóbulo da orelha e descendo até o final do esterno (apêndice
xifóide ), para o posicionamento na porção intestinal acrescentar mais 20 cm a essa medida. Marcar esta distância com
uma tira de adesivo hipoalergênico;

2. A sonda tem o movimento de migração para o Intestino Delgado através do peristaltismo; ou seja a parte da sonda
que ficou “sobrando” no estômago vai descer espontaneamente;

3. Para que a sonda chegue no Intestino de forma mais rápida, aconselha-se que o paciente deambule se tiver
condições, ou que coloque-o em decúbito lateral direito;

4. Após 2 a 3 horas da passagem da sonda, realizar Rx para confirmar posicionamento.


Cuidados
Cuidados

Teste da Aspiração do Medir


Comprimento Padrão Ouro
Ausculta conteúdo

Seringa e
Seringa e Fita
Tira Raio X
Esteto Reagente Métrica

Procedimento
Injetar ar na Aspira conteúdo pela Medir o comprimento
padrão para verificar
sonda e auscultar sonda com uma da sonda exposta
após sua inserção e colocação, antes de
o som do ar seringa. O pH do iniciar dieta. Não
conteúdo determina documentar essa
entrando. medida. Comparar pode ser repetido
o posicionamento. com frequência.
pH intestinal ~6,5 com a medida inicial.
Deixar fio guia.
Cuidados
Cuidados
Quando fazer esses Testes ?
Mediante sinais de redução
Imediatamente após a da saturação de oxigênio;
sondagem;

Se houver deslocamento
acidental ou queixas de
Antes do oferecimento de
desconforto.
qualquer alimento/
medicamento;
05
Gatrostomia
GatrostomiaeeJejunostomia
Jejunostomia

Indicações, Objetivos, Técnica e Cuidados


Indicações, Objetivos, Técnica e Cuidados
Indicações
Indicações ee Objetivos
Objetivos
Indicação:
Quando a alimentação enteral deve ser
prolongada, pode ser então realizado o
procedimento de se colocar uma sonda
diretamente no estômago ou no intestino
delgado através de cirurgia ou procedimento
endoscópico.

Gastrostomia: a sonda é colocada


diretamente no estômago;

Jejunostomia: a sonda é colocada


no intestino (jejuno).
Técnica
Técnica

Procedimento Cirúrgico

De competência Médica
realiza-lo

O Enfermeiro especialista (Estomoterapeuta), pode


realizar apenas a troca do disposotivo.
Cuidados
Cuidados
Manter o curativo sempre limpo e seco;
Administrar medicação ou dieta;
Atentar-se na hora de administração de medicação ou dieta, para expor o menos possível.
06
Aspectos
AspectosLegais
Legais
Participação do Auxiliar/Técnico
Participação do Auxiliar/Técnico
Resolução
Resolução COFEN
COFEN Nº
Nº 619/2019
619/2019

Compete ao Técnico de Enfermagem e/ou ao Auxiliar de Enfermagem na sondagem


oro/nasoenterala):
Auxiliar ao enfermeiro na execução do procedimento da sondagem oro/nasoenteral;
Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de enfermagem ou
protocolo pré-estabelecido;
Comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência advinda do procedimento;
Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e
pontual;
Participar das atualizações.
Parecer
Parecer COREN-SP
COREN-SP nº
nº 003/2020
003/2020

Tendo em vista o disposto no Parecer COFEN nº 06/2013, conclui-se que:


Uma vez estabelecido o trajeto da gastrostomia (tempo definido pelo protocolo da
instituição), a troca de sonda de gastrostomia em ambiente hospitalar, ambulatorial e
domiciliar pode ser realizada pelo ENFERMEIRO, desde que tenha recebido capacitação
específica e sinta-se seguro e competente para a execuç ão do procedimento.

Conforme Parecer COFEN nº 06/2013, conclui-se que:


A troca de sonda de jejunostomia, deverá ser realizada exclusivamente pelo enfermeiro
estomaterapeuta, respaldado por protocolo institucional. Recomenda-se atuaç ão
juntamente à Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN).
07
Cuidados
Cuidados
Participação do Auxiliar/Técnico
Participação do Auxiliar/Técnico
Recomendações
Recomendações Gerais
Gerais para
para administração
administração de
de
medicação
medicação ee dieta
dieta via
via gástrica/enteral
gástrica/enteral
Verificar a disponibilidade e compatibilidade de forma farmacêutica líquida para
administração via sonda;
Realizar avaliação das prescrições contendo medicamentos a serem administrados via
sonda, considerando a compatibilidade com a via e técnica de preparo, interaç ões entre os
medicamentos e a nutrição enteral e o potencial para ocasionar reaç ões adversas;
Verificar na dispensação se os medicamentos prescritos s ão compatíveis com a trituraç ão e
administração via sonda;
Observar a identificação dos medicamentos que n ão devem ser triturados;
Higienizar as mãos antes e após o preparo e administraç ão dos medicamentos, bem como
os materiais necessários para o preparo (ex.: trituradores);
Diluir o medicamento líquido em água para minimizar efeitos adversos no trato
gastrointestinal;
Triturar medicamentos sólidos separadamente até obter um pó fino e homogêneo;
No caso de múltiplos medicamentos, triturá-los e solubilizá-los separadamente em água
devido ao risco de incompatibilidade físico-química;
Recomendações
Recomendações Gerais
Gerais para
para administração
administração de
de
medicação
medicação ee dieta
dieta via
via gástrica/enteral
gástrica/enteral
Dois ou mais medicamentos prescritos para o mesmo horário devem ser preparados e
administrados separadamente, sendo necessário lavar a sonda com 5 a 15 mL de água
entre as administrações;
Conferir o posicionamento correto da sonda antes de administrar os medicamentos;
Antes de administrar o medicamento, interromper a dieta e lavar a sonda com 15 a 30mL
de água;
Lavar a sonda novamente após a administraç ão do medicamento, considerando o balanço
hídrico e a idade do paciente;
Não adicionar medicamentos nas fórmulas enterais;
Caso seja necessário interromper a nutriç ão enteral, esta deve ser reiniciada assim que
possível, e a pausa alimentar deve ser registrada para que a Nutriç ão reajuste o aporte
nutricional do paciente.
Obrigada!
Obrigada!
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Referências
Referências
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educaç ão. Recomendaç ões para administraç ão
de medicamentos via sonda –Unidade de Dispensaç ão Farmacêutica - HU-UFGD/Ebserh, 2017. 17 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. PNAN – Política Nacional de Alimentaç ão e Nutriç ão. Brasília – DF, 2013.

Parecer COREN-SP nº 003/2020 – acesso em 23 de agosto de 2021

POTTER, P.; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. 8ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.

Resolução COFEN Nº 619/2019

Taylor C; Lillis, C; Lemone, P. Fundamentos de enfermagem. A arte e a ciência do cuidado de enfermagem.


7ªed. Artmed, 2014.

GIMENES, F.R.E.; MOTTA, A.P.G.; NUNES, E. Planejamento da assistência de enfermagem ao paciente


com cirrose hepática e nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais. In: Anamaria
Alves Napoleão; Camila Takao Lopes; Viviane Martins da Silva. (Org.). PRONANDA Programa de
atualização em diagnósticos de enfermagem: ciclo 5. 1ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, v. 3, p. 91-120.

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