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Filosofia Aula/trabalho
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Filosofia
Alienação, trabalho,
consumo e lazer
2ª SÉRIE
Aula 7 – 4º Bimestre
Conteúdo Objetivos
● O processo de alienação ● Problematizar as formas como
e sua repercussão no o trabalho, o consumo e o
trabalho, no consumo e lazer alienantes se desdobram
no lazer. na atualidade.
● Refletir sobre os efeitos da
alienação nas pessoas e em
suas relações.
● Elaborar propostas para que as
pessoas possam mitigar e/ou
dirimir os efeitos de processos
alienatórios em suas vidas.
Para começar
Sem desculpas
Alienação
Em filosofia, o termo se refere a diferentes maneiras
de alheamento, inconsciência, falta de percepção
dos próprios interesses (GIACOIA JUNIOR, 2006, p.
17).
⌐◨-◨/Giphy
troca de um salário. Ao vender sua força de trabalho, o
Nounish
trabalhador se sujeita a realizar as tarefas de acordo
com as definições daquele(s) que a comprou(aram),
tornando-se alienado do processo. Isso significa que os
trabalhadores não têm controle sobre seu trabalho e
Charlie Chaplin em
não recebem os frutos de seu trabalho. Tempos modernos
Foco no conteúdo
Marx identificou quatro principais tipos de alienação no trabalho:
• Alienação do produto do trabalho: os trabalhadores não se
identificam com produtos de seu trabalho, que são propriedade
dos capitalistas.
• Alienação do processo de trabalho: os trabalhadores não têm
controle sobre o processo de trabalho, sendo tratados como meras
ferramentas.
• Alienação das capacidades humanas: o trabalho alienado não
permite que os trabalhadores usem suas habilidades e talentos de
forma plena.
• Alienação do gênero humano: o trabalho alienado separa os
trabalhadores da natureza e da comunidade.
Foco no conteúdo
Karl Marx (1818-1883)
Primeiramente, o trabalho alienado se apresenta como algo externo
ao trabalhador, algo que não faz parte de sua personalidade. Assim,
o trabalhador não se realiza em seu trabalho, mas nega-se a si
mesmo. Permanece no local de trabalho com uma sensação de
sofrimento em vez de bem-estar, com um sentimento de bloqueio de
suas energias físicas e mentais que provoca cansaço físico e
depressão. Nessa situação, o trabalhador só se sente feliz em seus
dias de folga, enquanto no trabalho permanece aborrecido. (MARX,
2010, p. 52).
Foco no conteúdo
A Escola de Frankfurt e a alienação no
consumo e lazer
Na década de 1920 foi criada por intelectuais alemães uma escola
voltada ao pensamento filosófico e sociológico, preocupada com
questões culturais e sociais da época. O grupo ganhou força e se
tornou bastante influente junto ao pensamento crítico e à teoria social
do século XX.
Segundo os pensadores da escola, a alienação poderia se manifestar
em múltiplos processos e meios, entre eles, o lazer e o consumo. Um
elo significativo entre eles se dá por meio da indústria cultural, que
influencia tanto a cultura quanto o consumo, direcionando as escolhas
das pessoas por meio de um processo alienatório.
Foco no conteúdo
Na Dialética do Esclarecimento, publicada em Razão instrumental
1947, Theodor Adorno e Max Horkheimer, dois é um tipo de razão
dos principais teóricos da Escola de Frankfurt, focada em eficiência e
discutem como a sociedade contemporânea utilidade, que não
está sob o jugo de uma razão instrumental, considera implicações
bem como da indústria cultural, que incitam o mais amplas de suas
lazer e o consumo alienado em benefício ações, como éticas,
próprio, levando as pessoas à perda de sociais e humanas.
autenticidade e individualidade, pois estas são
manipuladas por aqueles. A indústria cultural produz mercadorias
culturais padronizadas e homogeneizadas para consumo em massa.
Trata-se de um consumo alienado porque as pessoas são estimuladas a
comprar produtos culturais e estilos de vida previamente definidos,
Foco no conteúdo
Autor desconhecido
quanto ao consumo.
Outro lado problemático da indústria
cultural, segundo os filósofos, é o
fato de ela se apropriar de elementos
e expressões genuínos de culturas,
artes e análogos, para
transformá-los em mercadorias,
esvaziando seus sentidos originais.
Círculo vicioso ao qual as pessoas são
submetidas pela indústria cultural
Foco no conteúdo
● Lazer superficial e escapista: o lazer é “vendido” como uma
forma de escapar dos problemas do cotidiano, bem como daqueles
mais graves, como a violência e a fome. Os consumidores são
bombardeados com imagens de pessoas felizes e bem-sucedidas,
que lhes dão a impressão de que podem comprar a felicidade, o que
não se consuma, levando a um círculo vicioso que se retroalimenta.
● Consumo como controle: o consumo é baseado em desejos e
necessidades artificiais. As pessoas são bombardeadas com
propagandas que lhes dizem precisar de novos produtos e serviços,
moldando e orientando o que elas devem desejar e consumir. Dessa
forma, não são necessidades e desejos do consumidor que orienta a
produção industrial/cultural, mas o contrário.
Foco no conteúdo
Theodor W. Adorno (1903-1969)
Max Horkheimer (1895-1973)
Os produtos da indústria cultural podem ter a certeza de que até
mesmo os distraídos vão consumi-los alertamente. Cada qual é um
modelo da gigantesca maquinaria econômica que, desde o início, não
dá folga a ninguém, tanto no trabalho quanto no descanso, que tanto
se assemelha ao trabalho. É possível depreender de qualquer filme
sonoro, de qualquer emissão de rádio, o impacto que não se poderia
atribuir a nenhum deles isoladamente, mas só a todos em conjunto
na sociedade. Inevitavelmente, cada manifestação da indústria
cultural reproduz as pessoas tais como as modelou a indústria em seu
todo (ADORNO; HORKHEIMER. p. 119).
Na prática
Certo é certo
(Enem 2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória
da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera
uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para
dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização
histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das
inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete
sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a
liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.
ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de
Janeiro: Zahar, 1985.
Na prática
Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
Referências
LEMOV, Doug. Aula nota 10: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de
aula. Tradução: Daniel Vieira, Sandra. M. M. da Rosa. Revisão técnica: Fausto
Camargo, Thuinie Daros. 3ª ed. Porto Alegre: Penso, 2023.
SÃO PAULO. Currículo Paulista: etapa ensino médio. Organização: Secretaria
da Educação. Coordenadoria Pedagógica: União dos Dirigentes Municipais de
Educação do Estado de São Paulo – UNDIME. São Paulo: SEDUC, 2020.
SÃO PAULO. Currículo em Ação. Caderno do Professor. Segunda Série
(Filosofia).
Slide 12 – MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos de 1844.
Tradução de Luciano Cavini Martorano. São Paulo: Martin Claret, 2001.
Slide 12 – ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do
esclarecimento: fragmentos filosóficos. Tradução de Guido Antonio de Almeida.
Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
Referências
Slide 14 – Enem 2016 –
Prova Amarela/Ciências Humanas e suas Tecnologias/Questão 1