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CONTEÚDO
APRESENTAÇÃO
“O Nosso conhecimento dos grupos Tupi-guarani que habitavam a costa brasileira nos dois primeiros séculos da conquista depende
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de um material razoavelmente extenso, mas sobre tudo variado em sua origem”. Trata-se de crônicas de viajantes e correspondências entre
religiosos cujos autores escrevem de posições bastante distinta: há jesuítas Ibéricos como Anchieta e Nóbrega, capuchinhos, franceses como
Abville e Évreuux, o Huguenote lery, o colono português (e escravizador de índios) Soares de Souza , o artilheiro Alemão e prisioneiro dos
tupinambá Hans Stadem, “o amigo de camarões” Pedro de magalhães Gandavo, entre outros se suas origens e posições são diversas não
menos dissimilares são suas experiências na terra com a gente do Brasil: o tipo de envolvimento que tiveram com os índios, quanto tempo aqui
permaneceram, para que vieram, o que almejavam, a que serviram.
A despeito de tudo isso, há uma razoável homogeneidade de informações, que nos permite um certo grau de segurança na
reconstrução dessas sociedades , mas não nos dispensa de uma leitura critica, feita a partir da situação dos autores.
(Fausto, Carlos. Fragmentos de história e cultura tupinambá)
“A DIVISÃO DO TRABALHO, NOS GRUPOS LOCAIS, OBEDECIA AS PRESCRIÇÕES BASEADAS NO SEXO E NA IDADE”.
As mulheres ocupavam-se com o trabalho agrícola (desde o plantio e semeadura até a conservação e a colheita) e as atividades de
coleta (de frutas silvestres, de mariscos etc.) colaboravam nas pescarias indo buscar o peixe fechados pelos homens, transportavam produtos
das caçadas, aprisionavam as formigas voadoras, fabricavam farinha, preparavam as raízes e o milho para a produção do cauim, incubindo-se
da salivação do milho, fabricavam azeite de coco, fiavam algodão (...) cuidavam dos animais domésticos, realizavam todos os serviços,
relacionados com a manutenção da casa (...) os homens ocupavam-se com a derrubada e a recuperação da terra para a horticultura, entregando
as prontas para o plantio das mulheres (...) praticavam a caça e a pesca, fabricavam canoas (...) e claro que a proteção das mulheres, crianças e
velhos eram atividade masculina, bem como a realização de expedições guerreiros e o sacrifício de inimigos ou de animais como a onça
constituíram prerrogativas masculinas”.
(Holanda, Sergio Buarque de. História geral da civilização brasileira, tomo I, 1ª volume Difel, São Paulo, 1960, 75-76)
1. ANTROPOFAGIA INDÍGENA
Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil se espantaram com um dos hábitos
das tribos tupis: A antropofagia ritual milenar de alguns índios americanos era uma cerimônia que
misturava bravura, ódio e até respeito pelo inimigo. Nas guerras rotineiras entre as tribos, a vitória
de uma delas lhe garantia o direito de devorar um dos guerreiros da tribo inimiga. O prisioneiro era
levado para a aldeia e obrigado a desfilar diante das pessoas enquanto todos o ameaçavam,
VESTIBULAR – 2009
prometendo-lhe a morte.
A execução poderia demorar quase um ano para acontecer. Enquanto isso, o prisioneiro
era muito bem tratado, alimentado e poderia até receber uma esposa. Quando se aproximava o dia
de sua morte, as tribos vizinhas eram convidadas para a grande festa.
Chegado o dia, o prisioneiro e o escolhido para ser o executor eram enfeitados com cores
fortes e brilhantes, depois de imobilizado, o prisioneiro tinha a cabeça arrebentada com a
IBIRAPEMA. O corpo era limpo, cozido em grandes panelas e saboreado pelos parentes.
E importante ressaltarmos que o ritual da antropofagia esteve repleto de simbologias dentre elas podemos citar:
• momento para se vingar das comunidades indígenas rivais.
• oportunidade para satisfazer e louvar os deuses indígenas.
• significava o fortalecimento do espírito guerreiro ingerindo carne humana.
• estabelecer alianças com outras tribos
marido e mulher, cabe, de um lado, um espaço de doze pés ao comprido. O espaço correspondente do outro e ocupado por outro ocupante
assim ficam repletas as cabanas. Cada ocupante tem seu fogo próprio. O chefe da cabana recebe seu lugar no centro”