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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

CÁTIA CARNEIRO MUNIZ

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL


COMO FAZER QUE O ALUNO SE COMPREENDA COMO SUJEITO
CONSTRUTOR E CONSTRUÍDO PELA SOCIEDADE

Maceió
2011
CÁTIA CARNEIRO MUNIZ

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL


COMO FAZER QUE O ALUNO SE COMPREENDA COMO SUJEITO
CONSTRUTOR E CONSTRUÍDO PELA SOCIEDADE

Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da


UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a
disciplina de Atividades Interdiciplinares.
Tutora Eletrônica: Irinea A. S. Lima
Prof.Bernadete Strang
Prof.Carlos Eduardo Gonçalves
Prof.Márcia Bastos
Prof.Okçana Battini

Maceió
2011
COMO FAZER QUE O ALUNO SE COMPREENDA COMO SUJEITO
CONSTRUTOR E CONSTRUÍDO PELA SOCIEDADE

O presente trabalho tem com principal objetivo proporcionar ao discente uma


reflexão sobre a exigência pedagógica atual que é a formação de um aluno que
compreenda o mundo em que vive e se proponha, como cidadão, a buscar
condições de vida plena para todos, que o fará refletir também quanto as práticas
educativas voltadas para esses fim, o seu papel como educador e principalmente
buscar a compreensão e a consciência do cidadão que se quer formar para a
sociedade contemporânea e assim pensar em práticas docentes que se negam a
formar sujeitos individualistas e alienados.
Os aspectos históricos, filosóficos, sociais e psicológicos considerados na
execução deste trabalho levarão o discente a trabalhar a problemática proposta de
forma interdisciplinar, potencializando sua importância, que recai no fato de que um
futuro pedagogo precisa desde inicio de sua formação, compreender o seu papel e
vislumbrar a prática pedagógica que irá aplicar na sua vida profissional.
Segundo Karl Marx (1589 apud SANTOS, 2011) “é preciso não apenas
entender o mundo, mas transformá-lo, pois não é a consciência do homem que
determina o seu ser, mas ao contrário, é o ser social que determina sua
consciência”. Entender o mundo significa compreender as relações entre os
aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais nos diversos momentos
históricos. Nesse sentido é preciso destacar a importância da História tanto na
formação do pedagogo quanto na vida do aluno, pois conforme Adriana Regina de
Jesus no livro Processo Educativo no Contexto Histórico é por meio dela que “temos
a oportunidade de refletir sobre o que somos, o que pensamos, como agimos
enquanto sujeitos de uma cultura produzida historicamente em momentos de
permanências e rupturas, conservação e transformação”.
É necessário que o educador leve seu aluno a compreender que sua ação em
determinado momento histórico contribuíra para legitimar ou transformar a
sociedade. É importante levar o aluno a perceber que muitas de suas
atitudes/pensamentos, nada mais são que uma coerção social que ocorre “por meio
da interiorização de determinadas regras e práticas que fazemos em nosso dia-a-
dia, e nem sequer consideramos que sejam socialmente constituídas; ao contrário,
pensamos que são nossas escolhas”. (BATINNI; FERREIRA, 2009, p.69). Trata-se
de atitudes/pensamentos externos e generalizados, são fatos sociais, nesse caso
falamos no sujeito sendo construído pela sociedade.
Um ponto importante quanto à ação do sujeito na sociedade “é saber que
essas ações são passíveis de mudanças se os próprios indivíduos resolverem
efetivá-las”. (BATINNI; FERREIRA, 2009, p.108). Nesse caso o indivíduo se
sobrepõe a sociedade, trata-se aqui do sujeito construindo da sociedade.
Entender o mundo e assim transformá-lo é também entender a realidade a
partir das influências da cultura, minimizando o etnocentrismo. Dessa forma, aluno
precisa compreender que seu comportamento está relacionado com a cultura do
meio em que está inserido, pois o

Entendimento do significado da cultura, da relatividade dos hábitos,


costumes e valores e de sua transitoriedade poderão tornar o ser humano
mais tolerante, pois aquilo que julgamos certo ou errado, justo ou injusto,
bom ou ruim pode ter diferentes significados em outros lugares e em outro
momento. (BATINNI; FERREIRA, 2009, p.133).

Para que o aluno faça uma leitura reflexiva e crítica do mundo, saindo da
“menoridade” e tornando-se uma pessoa “esclarecida” (no sentido filosófico destas
palavras) é preciso que o educador considere o desenvolvimento das capacidades
da autonomia e da liberdade e nesse sentido o papel do educador como mediador
do conhecimento é fundamental, sendo a reflexão sobre a prática docente
preponderante e para Ferreira (2009, p.173) a Filosofia atenderá essa necessidade
ao afirmar que “na formação pedagógica de futuros docentes é imprescindível a
reflexão filosófica. Reflexão não só sobre teorias e suas influências, mas sobre a
própria prática docente.”
Falar em autonomia e liberdade do aluno é falar em formar um indivíduo
autônomo e livre da alienação, que perde sua passividade passando a ser sujeito do
processo educativo, o que leva o educador a refletir sobre o processo de
desenvolvimento humano, reflexão esta que pode ser subsidiada na psicologia da
educação, se for considerado que “ao pensar em desenvolvimento humano,
estamos construindo uma relação íntima com a educação que também é vista como
ponto central do processo de formação do homem”. (SILVA, 2009, p.07).
Partindo de uma análise multireferencial do conceito de desenvolvimento,
Silva (2009, p. 08), define desenvolvimento como “todo movimento que o ser
executa durante a vida no caminho de sua formação.” E como fica a postura do
professor neste contexto?

Muito mais do que uma tentativa de enquadre do aluno em determinadas


etapas do desenvolvimento, considero importante o professor ver esse aluno
como alguém único, o que impossibilita tamanha redução. Caso isso, ocorra,
está aberta também a construção de preconceitos, uma vez que a redução do
homem em determinados traços ou sinais é visto como estigma. (GOFFMAN,
1978 apud SILVA, 2009).

Observa-se, portanto que o educador deve assumir uma nova postura ética
na sua formação, “isso significa que cabe ao professor a postura de investigador do
sujeito humano, e não um simples aplicador de teorias indiscriminadamente”.
(SILVA, 2009, p.10). Dessa forma, considero pertinente a afirmação de Cícera de
Albuquerque e Fadhia El Souki no artigo A prática docente: Ensinar e Aprender1
onde afirmam que “a prática de ensinar dever ser subsidiada pela reflexão-ação-
reflexão, afim de que o educador possa reinventá-la, tendo com sujeito principal o
discente e seus interesses, bem como ter em vista a realidade na qual atua de modo
a adequar suas práticas e seus saberes conforme este contexto.” No cotidiano
escolar o professor pode fazer uso de atividades em grupo promovendo o
entendimento da coletividade, do respeito ao direito de expressão e as diferenças,
pode desenvolver projetos de visitação a parques ambientais, museus e espaços
culturais e históricos de sua cidade. Desta forma, o professor poderá trabalhar a
aprendizagem do conteúdo das disciplinas de forma interdisciplinar. Por exemplo:
durante o percurso da atividade supracitada o professor pode pedir ao aluno que
observe a organização geográfica dos bairros, a escrita dos nomes da rua, a
questão do lixo na cidade, entre outras atividades e promover em sala de aula um
debate sobre o que foi visto.
Enfim, o educador tem um grande desafio nas mãos, desafio que passa pela
questão da qualidade do ensino, da formação do professor e da reflexão sobre suas
práticas docentes, porém sua grande motivação deve ser o seu objeto de trabalho
que é o ser humano, e seu foco deve ser a formação de indivíduos capazes de
trilhar caminhos mais solidários, igualitários e justos, promovendo assim o bem
geral.
1
Artigo está disponível no endereço eletrônico: http://www.nead.unama.br/site/bibdigital - Artigo produzido
pelas alunas graduandas do Curso de Pedagogia da Universidade da Amazônia para publicação na Revista Lato
& Sensu, sob orientação do Prof. Emmanuel Cunha.
REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Cícera Maria Gomes de; SOUKI, Fadhia Gonçalves El. A prática
docente: O ensinar e aprender. Disponível em:
<http://www.nead.unama.br/site/bibdigital>. Acesso em: 24 de abr. 2011.

BATTINI, Okçana; FERREIRA, Adriana de Fátima. Cultura e Sociedade. São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2009.

FERREIRA, João Vicente Hadich. Teoria do conhecimento. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2009.

JESUS, Adriana Regina de. Processo educativo no contexto histórico. São


Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

SANTOS, Lucival Fraga dos Santos. O Desenvolvimento e a Função Social da


História. Disponível em: <http://www.webartigos.com>. Acesso em: 24 de abr. 2011.

SILVA, Rafael Bianchi. Desenvolvimento e comportamento humano. São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2009.

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