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Comentários:
O crime de abuso de autoridade, cujas condutas encontram
tipificação na Lei nº 4.898/65, consiste em violação aos direitos e garantias
fundamentais, notadamente de natureza individual, que a doutrina
classifica como direitos fundamentais de primeira geração.
A responsabilização administrativa do agente público no aspecto
disciplinar será apurada por meio de procedimento administrativo próprio
(sindicância ou processo disciplinar), conforme o seu Estatuto ou Lei
Orgânica.
Para aplicar a Lei em estudo, se faz necessário que o abuso de
autoridade seja praticado no exercício da função pública, pois do contrário
o delito será outro que não os previstos na Lei n. 4.898/65.
Os direitos fundamentais de primeira geração, conforme ensina
Fabio Ramzzini Bechara, tem sua origem na Revolução Francesa e na
Revolução Industrial, ambas no século XVIII, e evidenciam uma importante
conquista da humanidade traduzida na imposição de obrigações negativas
ou obstensivas ao Estado, de modo a coibir os excessos e
arbitrariedades. As condutas qualificadas como abuso de autoridade
acarretam simultaneamente efeitos na esfera administrativa, civil, e penal,
cuja aferição da respectiva responsabilidade é feita de forma autônoma. 1
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BECHARA. Fábio Ramazzini. Legislação Penal Especial. Coleção Curso e Concursos. São Paulo: Saraiva. 2005.
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E já que se mencionou sobre as gerações de direitos fundamentais,
vale a pena lembrar que os de segunda geração estão relacionados aos
direitos sociais, culturais e econômicos, os de terceira geração os
relacionados aos direitos globais ou de toda a humanidade, ou seja, direito
à paz, à autodeterminação dos povos e do meio ambiente equilibrado: o
direito de viver em um ambiente não poluído.
Fala-se ainda em direitos fundamentais de quarta e quinta gerações,
sendo que os de quarta geração são representados pela proteção dos
efeitos cada vez mais traumáticos da pesquisa biológica, que permitirá
manipulações do patrimônio genético de cada indivíduo e os de quinta
geração aos direitos fundamentais relacionados aos direitos virtuais e
tecnológicos.
O ato de abuso de autoridade enseja tríplice responsabilização: civil,
administrativa e criminal, sendo que a Lei em estudo regula as três
esferas de responsabilização, conforme se vê no art. 6º, portanto não é
exclusivamente criminal.
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à
autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar
processo-crime contra a autoridade culpada.
Comentários:
O expressão “representação” prevista nos arts. 1º, 2º, e a exigência
da denúncia do Ministério Público ser instruída com a representação da
vítima do abuso, no art. 12 da Lei de Regência, acabou por trazer
dúvidas, se seria de ação penal pública condicionada a representação ou
se incondicionada, tendo em vista a representação exigida para o início da
ação penal, prevista no § 1.º do art. 100 do Código Penal. Não se trata,
assim, de condição de procedibilidade para o exercício da ação penal,
mas mera notitia criminis, motivo pelo qual foi necessário a edição da
Lei n. 5.249/67 que dispôs em seu art. 1º que: “A falta de representação do
ofendido, nos casos de abusos previstos na Lei n. 4.898, de 9 de dezembro
de 1965, não obsta a iniciativa ou o curso de ação pública.”
Desta forma, a referida lei deixou claro que o crime de abuso de
autoridade não é de ação penal pública condicionada, mas sim,
incondicionada, sendo que a expressão “representação” prevista na Lei de
regência, nada mais é do que o direito de petição contra abuso de
poder previsto no art. 5º, inc. XXXIV, “a”, da CF/88.
Assim, como bem explica Tourinho Filho, o crime de abuso de
autoridade pode ser de “cognição imediata”, chegando ao
conhecimento da autoridade policial por outros meios que não a
representação tratada no art. 2º da lex em estudo, ou seja, através das
suas atividades rotineiras. Será de “cognição mediata”, quando o
conhecimento chegar ao conhecimento da autoridade por meio de
representação, de requerimento da vítima, ou por requisição do Poder
Judiciário ou do Ministério Público. Nas hipóteses de prisão em flagrante,
diz-se que é de “cognição coercitiva”.
A representação não precisa ser assinada por advogado. Será
encaminhada:
a) Ao Ministério Público para providências na órbita penal, que a
receberá como uma comunicação nos termos do art. 5.º, § 3.°, do
Código de Processo Penal;
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b) À autoridade administrativa com atribuição legal para aplicar ao
autor do abuso, seja autoridade civil ou militar, a respectiva
sanção.
Assim, é o posicionamento da jurisprudência: “Falta de representação
do ofendido não obsta a iniciativa do Ministério Público para a ação penal
por crimes previstos na Lei n. 4.898/65. A Lei nº 5.249/67 é taxativa.
Dispensa-se inquérito policial ou justificação preliminar para instruir a
denúncia” (JTACrim, 76/150).
“ A exigência de representação para legitimar a atuação do Ministério
Público na promoção de ação penal pelo crime de abuso de autoridade foi
abolida pela Lei n. 5.249/67, que revogou o art. 12, da Lei n.
4.898/65”(TJSP – RT, 375/363).
Comentários:
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mediante DOLO específico de abusar. Se o agente na honesta intenção
de cumprir seu dever e proteger o interesse público e social acaba se
excedendo, haverá ilegalidade no ato, mas não crime de abuso de
autoridade, por ausência da finalidade específica de abusar.
• Condutas: comissivas ou omissivas (art. 4º, “c”, “d”, “g”, “i”).
• Consumação e tentativa: os crimes do art. 3º, não admitem tentativa,
pois a Lei já pune o simples atentado como crime consumado. Também
não admitem tentativa os crimes previstos no art. 4º, “c”, “d”, “g”, “i”.
• Concurso de Crimes: o STF reconheceu a possibilidade de concurso de
crimes entre lesão corporal, abuso de autoridade e, também, violação de
domicílio (HC92912).
• Difamação e Injúria + Abuso de autoridade: é possível o concurso
material (RESP 684532 5ª Turma do STJ).
• Atentado contra a Liberdade de Locomoção: o art. 5, XV, da CF prevê:
“é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens”. O próprio texto constitucional prevê limitações à liberdade
de locomoção a exemplo da prisão em flagrante e prisão judicial (art. 5º,
LXI), além das limitações impostas em Estado de Sítio (art. 137, I).
Questões práticas:
a) Já foi reconhecido abuso de autoridade conduta do policial que
determinou pessoa a sair de logradouro público sem qualquer
fundamento legal.
b) Os atos de poder de policia estatal, como são autoexecutáveis, se
justificados, não constituem abuso de autoridade (ex.: os bloqueios
policiais).
c) Ébrios e doentes mentais: podem ser retirados de determinados
locais e retidos em órgão públicos ou encaminhados para suas
casas, desde que estejam perturbando a ordem pública ou
colocando em perigo a segurança própria ou alheia.
d) Prisão para averiguação sempre configura abuso de autoridade,
sendo que a detenção momentânea para busca e apreensão ou
identificação pessoal, mesmo conduzido à delegacia, não
caracteriza prisão para averiguação, constitui ato legítimo estatal de
fiscalização.
• Atentado contra a Inviolabilidade de domicílio: consta no art. 5º, inc. XI
da CF – “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial”. Domicílio: qualquer local não aberto ao público, que seja
utilizado para o trabalho ou para moradia, ainda que momentânea. O
Código Penal ao tratar do crime de violação de domicílio, no seu art. 150,
§4º define casa como sendo qualquer compartimento habitado (I),
aposento ocupado de habitação coletiva (II) e compartimento não aberto
ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (III). Questões
práticas:
a) A sala do escritório de contabilidade é domicílio: os agentes da
Administração Fazendária, conforme entendimento atual do STF e
do STJ exige-se ordem judicial para ingressarem em escritórios
fechados de contabilidade ou de empresas. A falta de mandado
gera a ilicitude da prova podendo ensejar abuso de autoridade se o
ato foi praticado com a finalidade abusiva. O art. 195 do CTN não
foi recepcionado pela Constituição Federal.
b) Havendo a violação do domicílio com o abuso de autoridade,
aplicar-se-á o princípio da especialidade, ou seja, a Lei n. 4.878/65
e não o art. 150 da CP
• Atentado contra ao Sigilo da Correspondência: previsto no art. 5º, inc.
XII da CF/88: “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
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telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”. A CF,
também prevê a exceção ao sigilo de correspondência, nas hipóteses de
Estado de Defesa e de Sítio nos arts. 136 a 139. Questões práticas:
a) Correspondências abertas: não tem caráter de sigilosidade;
b) Quando se trata de violação de correspondência praticado por
autoridade, não se aplica o art. 151, §1º, I do CP, mas sim o art. 3º,
“c”, da Lei em estudo.
c) Correspondências de presos: O STF já se posicionou quanto à
possibilidade excepcional de violação de correspondência do preso
(HC 70.814/94 2), visto que os direitos e garantias fundamentais não
são absolutos a assegurar a prática de ilícitos.
d) Crime organizado: o art. 2º, inc. III da Lei n. 9.034/95 diz que a
polícia pode ter acesso a documentos e correspondência desde que
com ordem judicial.
e) Correspondência de advogado: O art. 7º, inc. II, do Estatuto da OAB
(Lei. 8.906/2004), diz que correspondência de advogado só pode
ser aberta por ordem judicial e na presença de representante da
OAB. Se a OAB for comunicada e não indicar o representante, a
correspondência pode ser aberta (ADIN 1105/DF e 1127/DF)
f) Conversas obtidas em sala de bate-papo: não estão preservadas
pelo sigilo das comunicações, pois se trata de ambiente público e
destinado a conversas informais (STJ RHC 18116).
• Atentado contra a Liberdade de consciência e crença e culto
religioso: Art. 5,VI, CF/88: “é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias”. Questões práticas:
a) Constitui abuso de autoridade coibir injustificadamente as
manifestações pacíficas e ordeiras sobre liberdade de consciência.
Se houver justo motivo, não haverá abuso de autoridade. Ex.:
autoridade pode determinar o encerramento: 1) de uma passeata
que esteja praticando dano ao patrimônio alheio. 2) Culto religioso
com sacrifício de animal e de pessoas. 3) culto com excesso de
som que perturbem a tranquilidade e o sossego alheios.
• Atentado contra a Liberdade de Associação: Art. 5º da CF/88 prevê:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar.
• Atentado contra os direitos e garantias legais assegurados ao
exercício do voto: a condenação definitiva suspende os direitos políticos,
art. 15, inc. III, da CF. É possível que o atentado ao exercício do voto
venha caracterizar crime eleitoral previsto no Código Eleitoral Lei. 4737/65.
• Atentado ao direito de reunião: CF, Art. 5º, inc. XVI - todos podem
reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente. Ex.: passeata. Reunião de forma
desordeira ou violenta, pode ser impedida pela autoridade pública.
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“A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de
preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no
art. 41, parágrafo único, da Lei nº. 7.210/84, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos
sentenciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de
salvaguarda de práticas ilícitas.” (HC 70.814, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 24/06/94)
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ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei. Questões práticas:
a) Se a vítima for menor de 18 anos, o crime será o do Art. 230,
do ECA ( Lei 8.069/90), que dispõe: “Privar a criança ou o
adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão
sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo
ordem escrita da autoridade judiciária competente: Pena -
detenção de seis meses a dois anos”.
b) Revogou o art. 350, caput do CP.
c) Manter um preso em flagrante sem lavrar o auto de prisão
em flagrante.
d) Cumprir mandado de prisão algemando desnecessariamente
o preso, contrariando a Súmula vinculante n. 11 do STF.
• Submissão de preso ou custodiado a vexame ou a
constrangimento não autorizado em lei: Art. 5º, XLIX, CF: é
assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; Art. 38
do CP – o preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da
liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua
integridade física e moral; Art. 40 da LEP: impõe-se a todas as
autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e
dos presos provisórios. Questões práticas:
a) Sujeito ativo somente pode ser a autoridade que tenha a
custódia de pessoa;
b) Submeter o preso à filmagem em reportagem midiáticas,
contra a sua vontade, caracteriza abuso de autoridade.
c) Impedir o preso, sem justa causa, de receber visita
caracteriza abuso de autoridade.
d) Submeter o preso a trabalho vexatório caracteriza abuso de
autoridade.
e) Se o custodiado for menor de 18 anos, há crime especial no
art. 232 do ECA (Lei n. 8.069/90), que dispõe: “Submeter
criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção
de seis meses a dois anos”
• Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão
ou detenção de qualquer pessoa: CF, Art. 5º: LXII - a prisão de
qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por
ele indicada. Questões práticas:
a) O crime só existe se a prisão não for comunicada ao juiz
competente. Deixar de comunicar a prisão à família do preso
ou a pessoa por ele indicado não é crime de abuso de
autoridade.
b) A expressão “imediatamente” significa no primeiro momento
possível.
c) No caso de apreensão de criança e adolescente, sem a
devida comunicação, aplicar-se-á o art. 231 do ECA (Lei n.
8.069/90), que dispõe: Deixar a autoridade policial
responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele
indicada: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
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• Deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção
ilegal que lhe seja comunicada: Art. 5º, inc. XLV, da CF: a prisão
ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. O
comando constitucional é pelo relaxamento imediato da prisão ilegal.
Questões práticas:
a) Crime de mão própria que somente pode ser praticado pelo
juiz competente (juiz, desembargador, Ministro do STF).
b) Se criança ou Adolescente, art. 234, do ECA (Lei n.
8.069/90): Deixar a autoridade competente, sem justa causa,
de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente,
tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
• Levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar
fiança, permitida em lei: O art. 5º, inc. LXVI, da CF, prevê que:
ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança.
• A cobrança de carceragem e a emissão do recibo do pagamento da
a título de carceragem: alíneas “f” e “g” do art. 4º não tem aplicação no
Brasil, visto que a prisão é gratuita.
• O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou
jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem
competência legal: o dispositivo deixa claro a possibilidade de prática
de abuso de autoridade contra a honra e patrimônio da pessoa física ou
jurídica. Questão prática:
a) A vigilância sanitária interdita um restaurante, se for de forma
legal, não caracteriza abuso de autoridade, se ilegal ou
abusiva, caracteriza o delito atingindo a honra e o patrimônio
do restaurante.
• Prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida
de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de
cumprir imediatamente ordem de liberdade: Questões práticas:
a) A Lei n. 7.960/89 trata da prisão temporária: prazo de 5 dias
prorrogáveis por mais 5 dias, para crimes comuns e 30 dias
prorrogáveis por mais 30 dias se crime hediondo.
b) Se for prisão preventiva: Se o delegado deixar de cumprir o
alvará de soltura de prisão preventiva comete o abuso de
autoridade do art. 4º, alínea “b” que dispõe: submeter pessoa
sob sua guarda ou custódia [...] a constrangimento não
autorizado em lei.
c) Se a vítima for menor de 18 anos, o delito será o do art. 235
do ECA (Lei n. 8.069/90): “Descumprir, injustificadamente,
prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado
de liberdade: Pena - detenção de seis meses a dois anos”.
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que
transitoriamente e sem remuneração.
Comentários:
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São chamados por alguns autores de crimes de responsabilidades
impróprios (crimes funcionais). Lembrando que os crimes de
responsabilidade próprios são os previstos na Lei n. 1.079/51, que define
as infrações políticas-administrativas.
Não é imprescindível que o indivíduo seja funcionário público; porém,
é necessário que exerça uma função pública (transitória e sem
remuneração) e tenha autoridade, ou seja, que tenha capacidade de
determinar, de se fazer obedecer, tais como, magistrados, membros do
Ministério Público, policiais civis, militares ou federais, oficiais de justiça,
advogados do Estado, comissários de menores, prefeitos, vereadores,
guardas municipais, mesário eleitoral, jurados, etc.
Não se considera autoridades aqueles que exercem um munus
público, tais como, tutores e curadores dativos, inventariantes, síndicos e
comissários, depositários judiciais, advogados, administrador de falência,
etc., os quais exercem essas funções por determinação legal ou por ordem
de autoridade, em benefício da coletividade ou da ordem social.
O particular pode agir em coautoria com a autoridade ou como
partícipe, nos termos do art. 30 do Código Penal3, mas desde que
conhecendo esta circunstância elementar, que é a condição de
autoridade, nos termos do art. 5º da Lei. Assim, já decidiu a jurisprudência:
“Um indivíduo não funcionário público pode cometer um crime de abuso de
autoridade, desde que o faça em concurso com uma das pessoas
mencionadas no art. 5º da Lei n. 4.898/65” (TACrim – JTACrim, 85/159).
Existe uma discussão se a prática das condutas previstas no art. 3º e
4º da Lei de Regência, fora do exercício da função pública, se
caracterizaria ou não crime de4 abuso de autoridade. O STJ, como bem
lembrado por Fernando Capez , entendeu que: “Comete o delito o agente
que mesmo não estando no exercício da função age invocando a
autoridade do cargo, com exibição da carteira funcional”(RT 665/359).
Ressalte-se a existência do verbete sumular n. 172 do STJ, que
dispõe: “compete à Justiça Comum [estadual ou federal] processar e julgar
militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço”.
(explicação entre colchete nosso).
3
O Art. 30 do CP dispõe que: “não se comunicam as circunstâncias e as condições pessoais de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime”.
4
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Legislação especial. v. 4, São Paulo: Saraiva,
2007. p.30.
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• Ver comentários ao art. 7º, §3º
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no
pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
• O CPP, no seu art. 387, inc. IV, prevê que o juiz pode fixar na sentença
um valor mínimo de indenização.
Comentários:
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Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil.
Comentário:
• Competência: Em virtude da pena de detenção ser inferior a dois anos
(dez dias a seis meses) o Crime de Abuso de Autoridade é de
competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da Lei nº
9.099/95 e suas alterações posteriores, permitindo que o Ministério
Público proponha a transação penal, a suspensão condicional do
processo, bem como, havendo condenação a substituição da pena de
prisão por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 e seguintes do CP.
• Procedimento: o rito adotado será o sumaríssimo, previsto no art. 77 e
seguinte da Lei n. 9.099/95.
• Competência Federal: se houver interesse da união a competência
será da Justiça Federal, pelo Juizado Especial Criminal Federal.
• Conexão de abuso de autoridade com crime que não seja de menor
potencial ofensivo: art. 60 e parágrafo único da Lei n. 9.099/95, vai
tudo para o juízo comum.
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• Conexão de crimes militares com abuso de autoridade: haverá a
cisão (separação dos processos), ou seja, a justiça militar julga o crime
militar e a justiça comum julga o abuso de autoridade (súmula 90 do
STJ) e STJ HC 81752. Neste sentido o STF também se manifestou no
HC 92912.
• Abuso de autoridade por Militar: A Justiça Militar não julga crime de
abuso de autoridade praticado por militar (súmula 172 do STJ).
• Abuso de autoridade cometido por servidor público federal:
prevalece o entendimento de ser da competência da Justiça Federal,
pois está prejudicando a regularidade do serviço público Federal,
portanto interesse da União. STJ/ CC 20.779 – RO. O Nucci,
isoladamente, afirma que é da competência da Justiça estadual.
• Vítima do crime de abuso de autoridade servidor público federal:
competência da Justiça Federal. STJ CC 89.397/AC.
• Substituição da pena de prisão por multa: No caso de condenação à
pena privativa de liberdade, não poderá esta ser substituída por pena
de multa, Súmula 271 do STJ: “cominadas cumulativamente, em lei
especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é defeso a
substituição da prisão por multa”.
• A prescrição para o crime de abuso de autoridade: a Lei de abuso
de autoridade não prevê regra de prescrição ou prazo prescricional,
portanto será de 3 anos, seguindo a prescrição mínima do Código
Penal, art. 109 e suas demais regras.
• Hipóteses de afastamento do JECrim para julgar os crimes de
abuso de autoridade: a) o acusado não for encontrado para ser citado
(art. 66, § único, da Lei n. 9.099/95); b) a complexidade do fato
impossibilitar o oferecimento da denúncia pelo membro do parquet (art.
77, §2º da Lei n. 9.099/95), neste casos os autos serão encaminhados
para um Vara Criminal que aplicará o procedimento da Lei n. 4.898/65.
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Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado
nesta lei, será admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém,
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os
termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas,
proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer
à audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será
acompanhado da segunda via da representação e da denúncia.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de
justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o
perito, o representante do Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a
queixa e o advogado ou defensor do réu.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido,
os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de
audiência.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará
imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do
processo.
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Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz,
termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da
defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a
observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre
motivadamente, até o dobro.
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo
Penal, sempre que compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado
por esta lei.
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1. JUIZ TRF 1º REGIÃO 2004 - I - nos crimes de abuso de autoridade, tipificados na Lei n.
4.898, de 09/12/1965, a prescrição é regida pelo Código Penal e ocorre em dois anos.
Certo
Errado
Comentários: A lei de abuso de autoridade não dispôs sobre a prescrição para os crimes ali previstos,
motivo pelo qual aplica-se a regra do art. 12 do Código Penal, o qual dispõe que: “As regras gerais
deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo
diverso”. Assim, a prescrição será a do Código Penal, sendo que como a pena é inferior a 6 meses de
detenção, a prescrição nos termos do art. 109 do CP será de três anos. Ressalte-se que se o réu for
menor de 21 anos na data do crime ou maior de 70 anos na data da sentença essa prescrição deverá
ser reduzida à metade, tendo em vista o comando do art. 115 do CP. Resposta está errada. Ressalte-
se que até recentemente a questão estaria correta, pois antes a pena inferior a 1 ano prescrevia em
dois anos, no entanto com a Lei nº 12.234, de 2010, passou a ser de três anos.
2. DNIT 2006 O servidor público eventualmente condenado por crime de abuso de autoridade,
definido na Lei n° 4.898, de 09.12.1965, somente não se pode aplicar a sanção penal de:
A) multa
B) detenção
C) perda de bens
D) perda do cargo público
Comentários: Não existe na lei a pena de perda de bens, apesar da previsão de sanções
administrativa, civil e penal, respectivamente nos § 1º, 2º e 3º do Art. 6º da Lei, senão vejamos:
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e
consistirá em: a) advertência; b) repreensão; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de
cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; d) destituição de função; e)
demissão; f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma
indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e
consistirá em: a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; c)
perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três
anos. Resposta correta é a letra “C”.
Comentários: A assertiva “A” está errada, porque fala em “qual for a sua natureza”. Ora se for
uma associação criminosa, a Autoridade poderá atentar contra essa associação. Já a assertiva “B”
está errada porque se a prisão é legal, pode o juiz deixar de relaxar a prisão, sem caracterizar o crime
de abuso de autoridade. A assertiva “C” está correta, pois prevista no art. 3º da Lei 4.898/65, alínea
“h”. A assertiva “D” o que está errado é a expressão “qualquer natureza”, não autorizado na Lei. Por
fim a assertiva “ E” está errada, visto que se o crime for afiançável, sendo arbitrada a fiança e o
autuado não pagar, deverá ser levado à prisão, sem caracterizar abuso de autoridade.
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Comentários: A assertiva 1 está correta, pois encontra previsão no artigo Art. 5º Considera-se
autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza
civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. A assertiva 2, também está correta,
pois está previsto na alínea “J” do artigo 3º, j) incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79. A assertiva 3 é
falsa, pois é possível a existência de concurso de crimes entre o crime de abuso de autoridade e
crimes relacionados no Código Penal ou em leis extravagantes. Por fim, a assertiva 4 é verdadeira,
pois trata-se de uma sanção de cunho administrativa, prevista no art. 6º, § 1º alínea “c” da Lei n.
4.898/65. Assim, gabarito correto é a letra “E”.
Comentários: A assertiva I está correta, pois encontra previsão no art. 3º, alínea “I” da Lei de
Regência. O item II, também está correto, pois está previsto no art. 4º alínea “C” da Lei de Abuso de
Autoridade. Já o item III está errado, pois apesar da lei no seu art. 1º mencionar trazer a expressão
“direito de representação”, não significa dizer que se trata de ação penal pública condicionada à
representação, mas apenas um direito de delatio criminis. O item IV está correto, visto que a
Autoridade culpada pelo crime de abuso de autoridade, poderá responder civil, administrativa e
penalmente, em instâncias independentes (art. 6º). A quantidade de itens certos é igual a três,
portanto resposta letra “C”.
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II. O indivíduo que, surpreendido por policiais, após consumir um cigarro de substância entorpecente,
ainda se encontre sob influência do tóxico de forma a demonstrar a utilização pretérita, responderá
pela conduta típica de trazer consigo.
III. Configura a continuidade delitiva a hipótese em que o agente, mediante várias condutas, pratica
os crimes de furto e de ameaça em condições de tempo, lugar e maneira de execução semelhantes,
indicando ser cada um desses crimes continuação do anterior.
IV. A condenação penal do servidor público pela prática de abuso de autoridade não impede as
sanções administrativa e civil pelo mesmo fato.
V. Considere a seguinte situação hipotética. Tércio e Dionísio planejaram um furto a ser executado
por Dionísio em uma residência, cujos moradores encontravam-se viajando. Tércio forneceu uma
chave falsa a Dionísio, que, utilizando-a, adentrou a casa e deparou-se com um imprevisto vigia,
oportunidade em que praticou violência contra este para obter êxito na subtração de vários objetos.
Nessa situação, Tércio terá cometido o crime de furto qualificado pois não participou do delito mais
grave, no caso o roubo. (cód. Q05498)
Estão certos apenas os itens:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e V.
e) IV e V.
Comentários: A assertiva I, está errada, pois para caracterização do crime de rixa (art. 137 do CP),
não se exige que todos os contendores sejam imputáveis, basta que o indivíduo participe da briga,
independentemente da idade dos demais, exceto se participar no sentido de separar a briga, ou seja,
o maior irá responder por crime de rixa, enquanto os menores serão submetidos a julgamento perante
a Vara da Infância e da Juventude, aplicando-se as regras do ECA (Lei nº 8.69/90). A assertiva II,
está errada, pois quem já fez uso de droga não pode ser punido por isso, o art. 28 da Lei nº
11.343/06 (antigo art. 16 da Lei 6.368/76, já revogada), prevê como crime o porte para consumo, mas
não o consumo. A assertiva III está incorreta, pois não se admite a continuidade delitiva entre crimes
que não sejam da mesma espécie, ou seja, furto e ameaça não são crimes da mesma espécie. A
assertiva IV está correta, pois a Lei nº 4.898/65, prevê no § 4º do artigo 6º a possibilidade do autor
do crime de abuso de autoridade responder em três instâncias autônomas e cumulativamente, quais
sejam: administrativa, civil e penal. A assertiva V está correta, pois ouve a quebra do liame
subjetivo, Tércio não pretendia praticar crime de roubo, apenas o crime de furto qualificado em virtude
do emprego de chave falsa, aplicando-se a regra do art. 29, § 2º do CP, que dispõe: “Se algum dos
concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave”.
Assim, a alternativa correta é a letra “E”.
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d) apenas I e III estão corretos.
e) apenas I e II estão corretos.
Comentários: A assertiva I está correta, pois elenca as espécies de liberdade provisória conforme
ensina a doutrina (confira: Processo penal de Mirabete, 16ª Edição. Editora: Atlas. 2004. p. 435/441).
A assertiva II está correta, pois encontra previsão legal nas leis nº 9.034/95 e 9613/98. A assertiva III
está errada quando diz que o crime de tráfico é crime hediondo, o que não é verdade, pois é apenas
assemelhado a crime hediondo, conforme Lei n. 8.072/90. A IV está errada, visto que apesar do
crime de abuso de autoridade ser de ação penal pública incondicionada, a representação não é o
meio para propositura da ação, mas sim a denúncia (pelo MP) ou queixa crime subsidiária da pública
(pela vítima, nos casos de inércia do MP em propor a ação penal no prazo legal), na verdade a
representação irá instruir a denúncia ou queixa-crime subsidiária, sendo que além disso a lei de
abuso de autoridade não prevê a resposta preliminar do denunciado antes do recebimento da
denúncia. A assertiva V está errada, pois a resposta ou retificação da notícia injuriosa por meio da
imprensa, não impede que seja proposta a ação civil. Assim, a resposta correta é a letra “E”.
08. A Lei nº 4.898/65 (Abuso de Autoridade) descreve vários crimes e define autoridade. O
crime por ela praticado, nessa qualidade, quanto ao agente, é:
A) próprio
B) comum
C) instantâneo
D) privativo
E) coletivo
Comentários: O crime de abuso de autoridade trata-se de crime PRÓPRIO, na medida em que exige
do sujeito ativo ( o agente) a qualidade de autoridade, que é definida pela própria lei, no seu Art. 5º
“Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública,
de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração”. Resposta letra “A”
09. Juiz de Direito, que deixa de ordenar, sem justa causa, a imediata liberação de adolescente,
ao tomar conhecimento da ilegalidade da apreensão, pratica
A) crime previsto no Código Penal.
B) crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
C) crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade.
D) mera irregularidade funcional.
Comentários: A resposta correta é a letra “B”, pois neste caso prevalece o princípio da
especialidade, visto que existe a tipificação do crime no art. 234 do Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA, Lei nº 8.069/90, com o seguinte teor: Art. 234. Deixar a autoridade competente,
sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha
conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
10. A inabilitação temporária para o exercício de função pública cominada aos delitos de
abuso de autoridade, previstos na Lei 4.898/65, quando aplicada de forma isolada e autônoma,
tem a natureza de:
A) pena principal
B) pena acessória
C) pena administrativa
D) pena restritiva de direito
E) efeito da condenação
Comentários: A resposta correta é a letra “A”, pois o art. 6º, § 3º, alínea “c”, prevê a inabilitação
como sanção penal principal e não substitutiva ou como efeito de condenação.
11. Zilton, conhecido investigador da Polícia Civil, efetuou uma busca na residência de Norton,
sem mandado judicial, à procura dos objetos furtados da residência do senhor Secretário de
Segurança Pública, no mês de maio de 1999. Após a busca, não foram encontrados os objetos
subtraídos. Então, Zilton tentou obter de Norton informações a respeito do paradeiro dos bens
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e da confissão da autoria do crime de furto. Norton recusou-se a colaborar com o policial
ocasião em que Zilton disse que, a partir daquele dia, todos os passos de Norton e seus
familiares seriam seguidos até que se descobrisse a localização dos objetos furtados, o que
deixou Norton apavorado, Nessa situação, praticou Zilton:
A) o crime de violação de domicílio e abuso de autoridade;
B) somente o crime de abuso de autoridade;
C) os crimes de, violação de domicílio e constrangimento ilegal;
D) somente o crime de constrangimento ilegal, com a pena agravada pelo abuso de poder;
E) os crimes de abuso de autoridade e ameaça.
Comentários: A resposta encontra tipificação no art. 3º , alínea “b”, da Lei 4.898/65, quando dispõe
que constitui abuso de autoridade qualquer atentado contra a inviolabilidade do domicílio. Portanto
letra “B”. A conduta de tentar obter a confissão ou informações de Norton, por si só não é crime,
somente seria se fosse empregada a tortura. O fato de Zilton ter alertado Norton que a partir daquele
dia seus passos estariam sendo seguidos, também não caracteriza nenhum crime, desde que não
privasse a liberdade do investigado, sem autorização judicial e sem estar em situação flagrancial.
12. Delegado de Polícia que deixa de colocar em liberdade pessoa acautelada por força de
prisão temporária, cujo prazo já se expirou e o pedido de revogação foi negado pelo
Magistrado, concedendo a liberdade ao indiciado, comete o delito de:
A) cárcere privado;
B) prevaricação;
C) abuso de autoridade;
D) constrangimento ilegal;
E) seqüestro
Comentários: A conduta descrita está tipificada no art. 4º da Lei 4.898/65, alínea “i”, da seguinte
forma: “prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando
de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade”, incluído pela Lei nº
7.960, de 21/12/89.
Comentários: As assertivas “a’, “b” e “d”, são condutas previstas como crime de abuso de autoridade
pela Lei nº 4.898/65. Já a conduta do item “c”, não caracteriza crime, mas sim uma obrigação legal,
pois a prisão de toda pessoa deve ser comunicada ao juiz competente. Resposta letra “C”.
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Comentários: A resposta está no Art. 5º da Lei de Regência, que dispõe: “considera-se autoridade,
para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar,
ainda que transitoriamente e sem remuneração”. Portanto reposta é letra “D”.
Comentários: Na alternativa “a” o que está errado é a exoneração que não se confunde com a
demissão. Exoneração não é sanção, pois ocorre normalmente a pedido. Já a demissão é uma
sanção administrativa, inclusive pela lei de abuso de autoridade. Na alternativa “b”, o que está errado
é a suspensão de até 200 dias, pois a lei prevê suspensão por cinco a cento e oitenta dias. Na
alternativa “c”, o que está errado é a cassação de disponibilidade, que não está no rol das sanções
administrativas da lei de abuso de autoridade. Por fim, a assertiva “d” está correta, tendo em vista que
a lei prevê a destituição de função, na alínea “d” do art. 6º da Lei em estudo.
18. A representação de que trata o art. 2° da Lei 4898/65 será feita em ....... e conterá a
exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver.
a) quatro vias c) três vias
b) duas vias d) N.R.A.
Comentários: Segundo a lei, a representação será feita em duas vias, conforme parágrafo único do
art. 2º, que dispõe: A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo
do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de
testemunhas, no máximo de três, se as houver.
19. Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado
exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de:
a) 2 (dois) a 6 (seis) anos;
b) 2 (dois) a 4 (quatro) anos;
c) 1 (um) a 5 (cinco) anos;
d) 1 (um) a 3 (três) anos;
Comentários: resposta correta está na letra “C”, pois é o que está previsto no § 5º Quando o abuso
for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza
policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
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Comentários: Resposta é a letra “D”, tendo em vista o teor caput do art. Art. 6º: “o abuso de
autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa, civil e penal.”
Comentários: A resposta está no art. 2º da Lei, que abrange o item I e II, portanto resposta letra “A”.
Ressalte-se que a lei não menciona em representação perante o Judiciário, entretanto isso pode
ocorrer, devendo o juiz encaminhá-la para o Ministério Público. Assim, o que deixa o item III errado é
a exigência “sempre”. Resposta letra “A”.
22. Marque a alternativa incorreta: Não constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade de consciência
c) ao sigilo da correspondência
d) à liberdade de crença
Comentários: A alternativa correta é a letra “B”, pois a lei fala em liberdade de consciência e não
inviolabilidade. Todas as demais são condutas criminosas tipificadas na Lei nº 4.898/65.
Comentários: Item “A” está correto, pois é o comando do art. 7º da Lei nº 4.898/65. A letra “B”,
também está correta, pois atende ao comando do § 1º do art. 7º da referida Lei, o mesmo em relação
ao item “C”, que é a redação do § 2º do art. 7º. Por fim, o item “D” está errado pois contraria o teor do
§ 3º do art. 7º, que dispõe: “O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de
aguardar a decisão da ação penal ou civil” . Assim, a alternativa a ser marcada é a letra “D”, pois é a
incorreta, conforme exigido na questão.
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a) A sanção aplicada por abuso de autoridade será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou
militar .
b) Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou independentemente
dela, poderá ser promovida, pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da
autoridade culpada.
c) À ação civil serão aplicáveis as normas do Código do Processo Penal.
d) A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação, por denúncia
do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Comentários: o item “A” retrata o teor do art. 8º da Lei 4.898/65, portanto está correto. O item “B”,
também está correto, pois de acordo com o art. 9º da Lei. O item “C” está errado, pois segundo artigo
11, a ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil. O item “D” está correto, pois
previsto no art. 12 da Lei. Assim, a resposta a ser marcada é a do item “C”, pois está incorreta.
Comentários: A alínea “A” está correta, pois reproduz o art. 15 da Lei nº 4898/65. O item “B”
reproduz a primeira parte do art. 16, enquanto que o item “C”, reproduz a parte final do mesmo artigo,
portanto, ambos estão corretos. O item “D”, está errado, pois a citação será acompanhada da
segunda via da representação e da denúncia e não da primeira como foi colocada. Assim, deve ser
assinalado o item “d”, que é o incorreto, como exigido na questão.
Comentários: A resposta desta questão está na letra “b”, pois nos termos do art. 13 da Lei, o prazo
para o MP denunciar é de 48 horas.
Comentários: A denúncia será apresentada em duas vias, conforme § 1º do art. 13. Resposta letra
“C”.
28. Recebidos os autos, o juiz, dentro do prazo de .......... proferirá despacho, recebendo ou
rejeitando a denúncia.
a) 48 horas c) 72 horas
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b) 24 horas d) 5 dias
Comentários: O prazo para o juiz receber ou rejeitar a denúncia é de 48 horas, conforme art. 17 da
Lei 4.898/65. Resposta item “A”.
29. No despacho em que receber a denúncia, o juiz designará, desde logo, dia e hora para a
audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente, dentro de
......................
a) 8 (oito) dias
b) 48 (quarenta e oito) horas
c) 10 (dez) dias
d) 5 (cinco) dias
Comentários: item “a” está correto, pois é o teor do § 1º do art. 14 da Lei 4.898/65. O item “b” está
errado, pois as testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo,
independentemente de intimação, nos termos do art. 18. O item “c” está correto, conforme parágrafo
único do art. 18, assim como o item “b” que reproduz o art. 19 da Lei 4.898/65.
Comentários: O artigo 21, da Lei 4.898/65, dispõe que: A audiência de instrução e julgamento será
pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito
(18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar. Portanto resposta
correta está no item “D”.
Comentários: O art. 23, da Lei n. 4.898/65, dispõe: Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o
Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a
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queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um,
prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz. Reposta correta é o item “C”.
Comentários: O item “A” está incorreto, pois a única hipótese de adiamento da audiência será a
ausência do juiz, conforme parágrafo único do art. 19 da Lei nº 4.898/65. Ademais, no caso de
ausência do réu, segundo o parágrafo único do art. 22, “Não comparecendo o réu nem seu advogado,
o Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do
processo”. O demais item estão corretos, sendo que o item “B”, reproduz o art. 20, o item “C”,
reproduz o art. 22 e o item “D”, reproduz o parágrafo único do art. 22.
Comentários: Item “A” está correto, corresponde ao art. 24 da Lei 4.898/65. Item “B”, também
correto, art. 25 da Lei. Item “C”, correto art. 26 e item “D” incorreto¸ pois contraria o art. 27, que
dispõe: “Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância
dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro”.
Portanto resposta a ser marcada é a letra “D”.
35. Lei no 4.898/65, que trata do abuso de autoridade, considera como sujeito ativo das
condutas previstas:
A. somente a pessoa que exerça emprego e função pública de natureza militar.
B. toda pessoa que exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração.
C. o titular do direito ou garantia constitucional violada.
D. somente a pessoa que exerça cargo, emprego ou função pública de natureza civil.
E. somente a pessoa que exerce função pública de natureza civil, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração.
Comentários: A resposta correta é a que está disposta no Art. 5º da Lei, que dispõe: “Considera-se
autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza
civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração”. Portanto resposta correta é a letra
“B”.
36. Ao servidor público eventualmente condenado por crime de abuso de autoridade, definido
na Lei n° 4.898, de 09.12.1965, somente não se pode aplicar a sanção penal de:
A ) multa
B ) detenção
C ) perda de bens
D ) perda do cargo público
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Comentários: Dentre as penas indicadas acima, somente a de perda de bens não tem previsão na
Lei de regência. Assim, a resposta correta é o item “C”.
37. Em relação aos crimes de abuso de autoridade, tipificados na Lei n° 4.898, de 09.12.65,
pode-se afirmar que a representação, de que trata seu artigo 2°:
( A ) constitui condição objetiva de procedibilidade
( B ) é indispensável à propositura da ação penal pública
( C ) equivale à queixa, sendo a peça inicial da propositura da ação penal privada
( D ) conforma mera notícia de fato criminoso, dela podendo prescindir o Ministério Público para
propor a ação penal
38. No que concerce ao exercício e aos limites dos poderes da administração pública, julgue
os itens subseqüentes.
A) O abuso de poder de um delegado federal pode ser controlado por meio de mandado de
segurança individual, desde que não haja necessidade de dilação probatória.
B) A função de polícia judiciária não exclui da Polícia Federal o poder de polícia administrativa.
C) O poder disciplinar impõe ao superior hierárquico o dever de punir o subordinado faltoso.
D) O Congresso Nacional tem competência para controlar o poder regulamentar do presidente da
República.
E) Se invalidada por sentença judicial a demissão de policial, decorrente de condenação
administrativa por abuso de autoridade, terá ele direito à reintegração na vaga que antes ocupava.
Comentários: item “A” é falso, pois o abuso de autoridade praticado por militar, será punido pela Lei
nº 4.898/65, nos termos do art. 5º, portanto não é crime militar, que só encontra previsão do Código
Penal Militar. O item “B” é falso, visto que a representação mencionada no art. 2º da Lei, funciona
apenas como uma notitia criminis, não se exigindo tal representação para ação penal que é
incondicionada. A letra “C” é verdadeira, pois se a conduta for também tipificada no Código Penal,
responderá o agente apenas pela Lei de Abuso de Autoridade, tendo em vista o princípio da
especialidade. O item “D”, também está correto, pois segundo o Art. 5º Considera-se autoridade, para
os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar,
ainda que transitoriamente e sem remuneração. Já o item “E”, segundo o entendimento doutrinário
e jurisprudencial, os crimes previstos na Lei nº 4.898/65, especialmente os do art. 4º, podem ser
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praticados por meio de ações ou omissões. Assim, o gabarito é: F, F, V, V, V. Assertiva correta é a
letra “A”.
Comentário: Alternativa correta é a letra B. Dispõe o art. 6º, §1º, da Lei nº 4.898/65: "A sanção
administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de
vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público".
41) A responsabilidade civil, nos casos de abuso de autoridade, poderá ser apurada mediante:
Comentário: Alternativa correta é a letra A. Quanto à responsabilidade civil, nos casos de abuso de
autoridade, deverá ser apurada por meio de ação civil indenizatória, aplicando-se ao caso o Código
de Processo Civil (arts. 6º e 11, da Lei nº 4.898/65).
Comentário: Alternativa correta é a letra C. A natureza jurídica da representação prevista nos arts. 1º
e 2º, da Lei nº 4.898/65, constitui exercício de direito de petição e não condição de procedibilidade da
ação penal por crime de abuso de autoridade - não obsta a iniciativa ou curso de ação pública
(incondicionada).
Comentário: Alternativa correta é a letra D. O sujeito ativo das condutas previstas pela lei é a
autoridade, considerada para esse fim, toda pessoa que exerça cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente ou sem remuneração (art. 5º da Lei nº 4.898/65).
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a) É crime próprio, pois apenas o funcionário público pode ser o sujeito ativo.
b) Terceiro que não exerça função pública só poderá ser responsabilizado a título de
participação.
c) O vereador não pode ser sujeito ativo do crime de abuso de autoridade, uma vez que seu
cargo é eletivo.
d) Haverá crime de abuso de autoridade se o funcionário público, que não estiver no exercício
de suas funções, a invoque para a prática do ato.
Comentário: Alternativa correta é a letra C. Praticando o crime na função pública ou em razão dela,
configurar-se-á o crime de abuso de autoridade. Qualquer funcionário público poderá ser o sujeito
ativo do delito, inclusive o vereador.
Comentário: Alternativa correta é a letra D. O crime de abuso de autoridade exige o dolo, pois não
comete o crime o funcionário que age pensando estar certo. Consuma-se com o atentado aos direitos
e garantias fundamentais previstos no art. 3º e por meio das ações e omissões exigidas pelo art. 4º
da Lei nº 4.898/65, bastando o perigo de dano. As hipóteses previstas no art. 3º não admitem
tentativa, porém será possível às condutas do art. 4º.
46) O atentado à liberdade de locomoção é uma das condutas tipificadas como abuso de
autoridade. O direito à livre locomoção:
Comentário: Alternativa correta é a letra B. O direito de locomoção é garantido tanto aos brasileiros
quanto aos estrangeiros residentes ou não no país. Englobam o direito à liberdade de locomoção:
acesso e ingresso, saída, permanência e deslocamento no território nacional.
O art. 139, da CF prevê hipótese excepcional de limitação ao direito de locomoção quando houver
estado de sítio decretado, por motivo de segurança.
47) Sobre o direito à liberdade de consciência e crença e ao livre exercício do culto religioso,
podemos afirmar:
a) É assegurado amplamente, mesmo que o culto seja contrário à ordem, tranqüilidade e sossego
público.
b) Constitui crime de abuso de autoridade a atuação do agente público para reprimir a prática
religiosa pelo excesso de gritos, pois esses são formas de expressão de pensamento.
c) Constitui abuso de autoridade a fixação de pena restritiva de direitos consistente em prestação de
serviços à comunidade em templo religioso.
d) Constitui crime de abuso de autoridade a reprimenda da prática de curandeirismo.
Comentário: Alternativa correta é a letra C. A CF assegura o livre exercício do culto religioso desde
que não contrário à ordem, tranqüilidade e sossego públicos. Assim, não constitui crime de abuso de
autoridade a atuação do agente público para reprimir a prática religiosa pelo excesso de gritos, nem
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para impedir a prática de curandeirismo, pois, nesse caso, não se autoriza a prática terapêutica sob
pretexto de culto religioso. Constitui abuso de autoridade a fixação de pena restritiva de direitos
consistente em prestação de serviços à comunidade em templo religioso, por ofensa à garantia
constitucional da liberdade de prestar culto.
Comentário: Alternativa correta é a letra B. A existência de uma associação como pessoa jurídica
depende somente do ato voluntário de seus membros e não do reconhecimento do Estado. O Estado
não pode limitar a existência de associação, apenas estabelecer requisitos para a classificação das
associações em diversas categorias.
Comentário: Alternativa correta é a letra A. A CF (art. 5º, XVI) garante que todos podem reunir-se
pacificamente, sem armas, em locais públicos, independentemente de autorização, vedando a análise
da conveniência ou não de sua realização. Isto não exclui a necessidade de comunicação prévia às
autoridades a fim de que exercitem a segurança e garantia da ordem pública. O direito a reunião
poderá ser restrito nos casos de Estado de Defesa e Estado de Sítio (arts. 136, §1º, I, a e 139, IV, da
CF).
50) Se o agente atua com abuso de autoridade e causa lesões corporais, responderá:
a) prisão em flagrante.
b) prisão preventiva.
c) prisão temporária.
d) prisão para averiguações.
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fundamentada, sob pena de ser responsabilizado na esfera civil, administrativa e criminal (art. 5º, LXI,
da CF; Lei nº 4.898/65 e Lei nº 8.429/92, art. 11).
Comentário: Alternativa correta é a letra B. Segundo a Súmula 171, do STJ, não há a possibilidade
de substituição da pena privativa de liberdade pela pena de multa para os crimes de abuso de
autoridade, as penas aplicam-se cumulativamente.
a) Ordinário.
b) Sumário.
c) Sumaríssimo.
d) Especial.
Comentário: Alternativa correta é a letra C. De acordo com a Lei nº 9.099/95 o rito sumaríssimo será
aplicado aos crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou multa, mesmo que
possuam rito especial. Veja arts. 60 ao 62 da Lei 9.099/95 (conforme redação dada pela Lei n°
11.313/06).
Comentário: Alternativa correta é a letra A. Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada,
iniciando-se por denúncia oferecida pelo Ministério Público, independentemente de inquérito policial
ou justificação.
a) O Ministério Público tem 48 horas, a partir da representação da vítima para oferecer denúncia, sob
pena de decadência.
b) A não representação da vítima acarretará decadência.
c) Ao Ministério Público não será admitido requerer o arquivamento do processo.
d) Caberá queixa-crime subsidiária no caso da inércia do Ministério Público.
Comentário: Alternativa correta é a letra D. O não oferecimento da denúncia pelo Ministério Público
em 48 horas, a partir da representação da vítima para oferecer denúncia, não acarretará a
decadência, uma vez que se trata de ação pública incondicionada. Pelo mesmo motivo, não haverá
decadência pela não apresentação da representação pelo ofendido. O MP poderá pedir o
arquivamento do processo, nos termos do art. 15, da Lei nº 4.898/65.
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56) Dentre os crimes abaixo, cometidos por funcionários públicos, qual não constitui abuso de
autoridade:
a) Atentado à liberdade.
b) Peculato.
c) Cobrança indevida de emolumentos pelo carcereiro.
d) Deixar de comunicar ao juiz a prisão ou detenção de qualquer pessoa.
Comentário: Alternativa correta é a letra B. A lei de abuso de autoridade traz rol taxativo dos crimes
que constituem tal delito. Portanto, o peculato é crime praticado por funcionário público contra a
administração em geral e não atingem nenhum direito ou garantia fundamental do cidadão.
a) Apenas o Estado.
b) O Estado (sujeito mediato) e o titular do direito ou garantia fundamental violado (sujeito imediato).
c) O Estado (sujeito imediato) e o titular do direito ou garantia fundamental violado (sujeito mediato).
d) Nenhuma das respostas anteriores.
Comentário: Alternativa correta é a letra B. O crime de abuso de autoridade têm dupla subjetividade
passiva, sendo o Estado sujeito passivo mediato, na condição de titular da administração pública,
enquanto o titular do direito ou garantia constitucional violada é o sujeito passivo imediato.
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Comentário: Alternativa correta é a letra C. Para a aplicação da pena de multa aos crimes de abuso
de autoridade observa-se o disposto no Código Penal, que estabelece o sistema de dias-multa, entre
o mínimo de 10 e o máximo de 360 dias-multa (art. 49 do CP). Quanto ao valor do dia-multa, tem-se o
mínimo de 1/30 e o máximo de cinco vezes o salário mínimo (art. 49, §1° do CP).
Gabarito: 1- Certo; 2 - C; 3- C, 4 – E, 5 – C, 6 – E, 7 – E, 8 – A, 9 – B, 10 – A, 11 – B, 12 – C, 13 –
C, 14 – C, 15 – D, 16 – D, 17 – D, 18 – B, 19 – C, 20 – D, 21 – A, 22 – B, 23 – D, 24 – C, 25 – D, 26 –
B, 27 – C, 28 – A, 29 – D, 30 – B, 31 – D, 32 – C, 33 – A, 34 – D, 35 – B, 36 – C, 37 – D, 38 – C, 39 –
A; 40 - B; 41 - A; 42- C; 43- D; 44- C; 45 - D; 46- B; 47- C; 48- B; 49 - A; 50- C; 51- D; 52 - B; 53- C;
54 - A; 55- D; 56- B; 57 - B; 58 - A; 59 - C.
REFERÊNCIAS
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. São Paulo: Saraiva, 2005.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal - Legislação penal especial v. 4. 7 ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
FRANCO, Alberto Silva; STOCO, Rui. Leis penais especiais e sua interpretação
jurisprudencial. São Paulo: Editora RT, 2002.
GOMES, Luiz Flavio; CUNHA, Rogério Sanches. Legislação criminal especial. 2ª ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis penais e processuais penais comentadas. 5 ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
SILVA, José Geraldo da. BONINI, Paulo Rogério. Leis Penais Especiais anotadas.
Coordenador: Wilson Lavorenti. 12 ed. Campinas, SP: Millennium Editora, 2011.
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