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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA

COMARCA DE BILAC – SÃO PAULO.

RONI CLEBERSON RAMOS, brasileiro, CASADO, portador da cédula de identidade nº. 24.864.675-
8, inscrito no CPF/MF nº. 095.687.088-04, residente e domiciliado na Rua Pedro Vendrame
Ferrarini Nº 28, Centro – cidade de Piacatu – Estado de São Paulo, com base no Art.9º da LEI Nº
9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
propor a presente;

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO PARCIAL DE TUTELA


CUMULADA COM INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE DANOS MORAIS;

com fulcro nos arts. 186, 404, e 927, 247, 248 do Código Civil Brasileiro, artigo 5º, inciso X da
Constituição Federal, Art. 43, § 2° do CDC, e demais previsões legais, em face de SERASA S.A ,
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no C.N.P.J./MF sob o nº62.173.620/0001-80, sediada
na Alameda dos Quinimuras, 187, Planalto Paulista, CEP 04068-900, São Paulo – SP, pelos
motivos e razões que se seguem:

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a
desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

(Rui Barbosa).

PRELIMINARMENTE:

Preliminarmente, e sempre acordes no sentido da clareza meridiana, como não poderia


deixar de ser, nos conciliamos com a idéia democrática de que, no Estado de Direito, o Poder
Judiciário realiza a mais elevada função de guardião dos direitos individuais. E é com foco da
melhor luz que visualizamos que o exercício do direito de ação é salutar e deve ser viabilizado
sempre que qualquer um sentir-se lesado em algum direito que julgue ter, cabendo ao Judiciário
a serenidade devida e o necessário discernimento para saber aplicar em cada caso submetido à
sua apreciação a norma legal cabível, a fim de em aplicando o Direito, proporcionar também a
Justiça.

CANCELAMENTO DE INCLUSÃO DO AUTOR AO SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO:

Compelir liminarmente "inaldita altera pars" a parte Ré a cancelar o protesto e retirar o


nome do Autor do serviço de proteção ao crédito, visto ser a manutenção de sua negativação
ser ato totalmente arbitrário.

DA COMPETÊNCIA:
Competência territorial, relação de consumo, possibilidade de que a ação seja ajuizada
no foro do domicílio do Autor, exegese dos Arts. 6º, VIII, e 101, i, ambos do CDC. Em se tratando
de relação de consumo, um dos direitos básicos do consumidor é a facilitação da defesa de seus
interesses em juízo (art. 6º, VIII, do CDC). Dentre os instrumentos para a facilitação de direitos,
está a possibilidade de o consumidor aforar ação que verse sobre a responsabilidade civil do
fornecedor de produtos e serviços no domicílio de sua própria residência (art. 101, I, do CDC),
uma vez que a tramitação do processo na comarca de domicílio do consumidor lhe trará menor
onerosidade e maior economicidade, facilitando, assim, o acesso ao judiciário, por se tratar de
CONTRATO PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS entre as partes devidamente pactuadas em contrato.

DOS FATOS:

Antes mesmo de adentrar aos fatos, é bem oportuno dizer que, hoje em dia, por causa
da atitude de alguns, que não se importam em violentar alguns escrúpulos ou não fazem a
mínima questão de observar o principio da boa-fé ao contratar, muitos pais de família, como o
Autor, por exemplo, estão chafurdando na vida, sem crédito, devendo até o que não tem, sob
jugo feroz de uma dívida, sem retorno,ou seja, de um bem que não se pode usufruir, numa
situação que tira até os alimentos da mesa dos filhos.

O Requerente no início deste mês de dezembro de 2014, ao efetuar compras com seu
fornecedor de costume, foi informado pelo mesmo que não poderia efetuar a compra a prazo,
pois constava em seu nome, junto à requerida, um apontamento em nome de Vivo S.A, no valor
de R$ 108,82 (Cento e oito reais e oitenta e dois centavos). O requerente deste modo deixou de
efetuar as compra e de atender clientes devido a tal inscrição no cadastro de mal pagadores.

Tal atitude, da qual não tinha o mínimo conhecimento, cerceou-lhe o direito de defesa,
fato que por si só, desqualifica tal inscrição, e a torna ilícita.

Por esse motivo não mais tendo como solucionar tal situação amigavelmente, vem a
esse respeitável juízo aguardando que a justiça seja feita.

DO DIREITO:

"Havendo dano, produzido injustamente na esfera alheia, surge a necessidade de reparação,


como imposição natural da vida em sociedade e, exatamente, para a sua própria existência e o
desenvolvimento normal das potencialidades de cada ente personalizado. É que investidas
ilícitas ou antijurídicas ou circuito de bens ou de valores alheios perturbam o fluxo tranqüilo das
relações sociais, exigindo, em contraponto, as reações que o Direito engendra e formula para a
restauração do equilíbrio rompido.” (Carlos Alberto Bittar)

Art. 42 CDC - Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Art. 43 CDC - O consumidor, sem prejuízo do disposto no Art. 86, terá acesso às informações
existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele,
bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 2º - A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser
comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. negativação do nome da
devedora deve ser-lhe comunicada com antecedência .

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Súmula 404 STJ: É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao


consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros.

Súmula 359 STJ: Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação
do devedor antes de proceder à inscrição.

DA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA:

Da comunicação sobre a inscrição no “Rol de inadimplentes”;

Ação indenização por dano moral. Abalo de crédito. Ausência de comunicação prévia de
negativação. Descumprimento do art. 43, § 2º,do CDC. Dano moral configurado. Necessidade
do órgão de proteção ao crédito retificar e retirar registros de débitos sorvidos. Notificação sem
aviso de recebimento não comprova a prévia comunicação. Indenização fixada observando a
legitimidade dos débitos. Sentença reformada.Recurso provido.

(TJ-SP - APL: 289274520098260071 SP 0028927-45.2009.8.26.0071, Relator: Caetano Lagrasta,


Data de Julgamento: 18/04/2012, 8ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
04/05/2012)

Ação indenização por dano moral. Abalo de crédito. Ausência de comunicação prévia de
negativação. Descumprimento do art. 43, § 2o,do CDC. Dano moral configurado. Necessidade
do órgão de proteção ao crédito retificar e retirar registros de débitos solvidos. Notificação sem
aviso de recebimento não comprova a prévia comunicação. Indenização fixada observando a
legitimidade dos débitos. Sentença reformada.Recurso provido.

(TJ-SP - APL: 369671620098260071 SP 0036967-16.2009.8.26.0071, Relator: Caetano Lagrasta,


Data de Julgamento: 18/04/2012, 8ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
04/05/2012)

AINDA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIZ NO ARTIGO 5º INCISO X:

"São invioláveis a intimidade a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o
direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação."
Esse patamar é atingido entre nós com os princípios constitucionais de 1988. No dizer de
Antonio Jeová dos Santos, ao comentar o aspecto constitucional, (2001:40)

“O direito deve colocar instrumentos à disposição de quem sofreu violação para não permitir
nenhuma intromissão indevida ou injusta á pessoa. As consistências de cidadania e de dignidade
pessoal conduzem a uma mais forte auto – estima e preservação de valores que emergem do
ser mesmo do Homem”.

DO CÓDIGO CIVIL DE 2002, ASSIM ESTABELECE:

Do descumprimento das obrigações de fazer:

Art. 247: "incorre também na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a
prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível."

Art. 248: "se a prestação de fato se impossibilitar sem culpa do devedor, resolver-se-á a
obrigação; se por culpa do devedor, responderá este por perdas e danos."

A vontade manifestada por qualquer forma gera obrigação, na qual deixou as empresa
Requeridas de fazer, vindo a causar transtornos ao Autor.

DIREITO E DA RESPONSABILIDADE DE INDENIZAR DANOS MORAIS:

Em se tratando de responsabilidade civil, para configurar-se o dever de indenizar, é


mister a comprovação do evento danoso e a correspondente culpa. Assim evidenciado, pelo
exposto, que o único responsável pelo fato danoso fora à empresa Requerida.

Os artigos 186 e 927 do CC é claro ao afirmar que:

"Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano".

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo."

A pretensão indenizatória do Autor encontra insofismável guarida no Art. 389 do Código


Civil:

"Não cumprindo a obrigação, ou deixando de cumpri-la pelo modo e no tempo devidos,


responde o devedor por perdas e danos."

Em seus comentários, Maria Helena Diniz aponta que:

"Para que se configure o ato ilícito, será imprescindível que haja: a) fato lesivo voluntário,
negligência ou imprudência; b) ocorrência de um dano patrimonial ou moral, sendo que pela
Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça serão cumuláveis as indenizações por dano material
e moral decorrentes do mesmo fato e; c) nexo de causalidade entre o dano e o comportamento
do agente." (Código Civil Anotado, 6ª ed., Saraiva, 2000, p. 169 e 170).

A obrigação de indenizar observada no caso em tela é aquela decorrente de convenção


preestabelecida e pactuada em ambos, portanto, entende o que o fundamento legal acima
invocado ajusta-se perfeitamente ao direito pleiteado.

O dano material é uma lesão concreta que afeta um interesse relativo ao patrimônio da
vítima. Assim, a perda de bens materiais deve ser indenizada, de modo que cada desfalque no
patrimônio de alguém lesado é um dano a ser reparado civilmente e de forma ampla.

Quanto aos danos morais que são aqueles que acabam por abalar a honra, a boa-fé
subjetiva ou a dignidade das pessoas físicas ou jurídicas, estão claramente expostas nos autos.

Como é importantíssimo, para a comprovação do dano, anexou aos autos provas


minuciosamente com as condições nas quais ocorreram às ofensas à moral, boa-fé e dignidade
do Autor, as conseqüências do fato para sua vida pessoal, pois não consegue levar uma vida
normal após esse fato, pois não consegue crédito para continuar com seus negócios.

Neste sentido, é importante frisar que a fixação de indenização por danos morais tem o
condão de reparar a dor, o sofrimento e exposição indevida sofrida pelo Requerente em razão
de toda essa situação constrangedora, além de servir para desestimular a empresa Requerida,
ofensoras, a praticar novamente a conduta que deu origem ao dano.

DO PEDIDO PARCIAL DE TUTELA ANTECIPADA:

Em face das alegações e dos documentos anexados, o Requerente pede seja-lhe


concedida parcialmente e liminarmente, em antecipação de tutela, nos termos do artigo 273 do
código processual civil, inaudita altera parte, para que:

Seja determinada pelo juízo a Compelir a antecipação parcial da tutela, liminarmente


"inaldita altera parte" a parte Ré a cancelar o protesto e retirar o nome do Autor do SERASA,
serviço de proteção ao crédito, visto ser a manutenção de sua negativação ato totalmente
arbitrário, inserir seu nome e propalar informações cadastrais restritivas sem prévia notificação,
sob pena de multa diária de 100,00 ( trezentos reais) ou a ser fixada pelo juízo, e em face dos
princípios regentes da "política nacional das relações de consumo" (CDC e Decreto 2.181/97),
com relação a dados constantes de bancos de dados e cadastros de consumo (art. 43, § 3º do
CDC, c/c arts. 7º, III da LHD, 84, § 3º do CDC e 273 do CPC). Vejamos o que diz a jurisprudência
da C. Corte:

Acórdão RESP 263546/SC; RECURSO ESPECIAL (2000/0059808-9) Fonte DJ DATA:16/10/2000


PG:00318 Relator(a) Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA (1088) Data da Decisão 13/09/2000,
Orgão Julgador T4 - QUARTA TURMA, Ementa AÇÃO CAUTELAR. DÍVIDA EM JUÍZO. CADASTRO
DE INADIMPLENTES. SERASA. SPC. INSCRIÇÃO. INADEQUAÇÃO. PRECEDENTES DO TRIBUNAL.
RECURSO ACOLHIDO. "Nos termos da jurisprudência desta Corte, estando a dívida em juízo,
inadequada em princípio a inscrição do devedor nos órgãos controladores de crédito."

RESP 253771/SP; RECURSO ESPECIAL (2000/0031117-0) Fonte DJ DATA: 25/06/2001, PG:00171,


Relator(a) Min. NANCY ANDRIGHI (1118),Data da Decisão 20/04/2001, Orgão Julgador T3 -
TERCEIRA TURMA.

Ementa Recurso Especial. Civil e Processual Civil. Banco de Dados. Registro de Inadimplência.
Nome. Exclusão. Deferimento. Hipóteses restritas. "O pedido de exclusão do nome do
consumidor, como devedor inadimplente em cadastro de proteção ao crédito, justifica-se
quando este diligencia em impugnar a cobrança da dívida."

Afora estas circunstâncias, é abusivo o procedimento adotado pela instituição que remete o
nome do devedor ao Serasa, porquanto respaldado na legislação pertinente.

Recurso Especial não conhecido. RESP 228790/SP; RECURSO ESPECIAL (1999/0079317-0) Fonte
DJ, DATA:23/10/2000, PG:00135 Relator(a) Min. WALDEMAR ZVEITER (1085), Data da Decisão
29/06/2000, Orgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Ementa PROCESSUAL CIVIL - CAUTELAR - SPC
- SERASA "I - Não há como assentir seja registrado nome de devedor inadimplente no SERASA
ou no SPC, a respeito de débitos que estão sendo discutidos em ação judicial - Precedente do
STJ. II - Recurso conhecido e provido".

DO PERICULUM IN MORA:

Conforme argumento exposto, o Autor ficará inadimplente por culpa da empresa


requerida; e com as informações restritivas nos cadastros comerciais, se encontrará impedido
de exercer a livre e plena cidadania, necessário ao sonhado sustento de sua vida comercial, pois
não é aceito como consumidor, sendo justo o receito de maior lesão.

A demora no andamento processual não outorga ao Autor o conforto da espera e isso


poderá lhe trazer ainda mais prejuízos, havendo justo receio e certeza de que não possa
sustentar dignamente sua família em vista dos problemas contratuais que o escraviza.

Sem dúvida há risco de sérios danos serem causados ao Requerente se não concedida a
presente medida.

Não resta meio suasório para que se proceda ao acertamento da relação jurídica entre
as partes, sendo a via judicial única forma de proceder-se a obrigação do contrato a fim de que
se proceda o cancelamento da inclusão do nome do Requerente ao “rol de maus “ pagadores,
essas necessárias a fim de ajustar o pacto à legalidade.

Mas, com a concessão da presente medida, todos estes transtornos e riscos podem ser
evitados, visto que o Requerente poderá adquirir o que lhe é de direito, não sofrer outros
transtornos.
E, como autoriza o artigo 273 e §§ do CPC, ao Juiz é possível conceder um ou mais efeitos
da prestação jurisdicional perseguida no limiar da ação ou no curso da mesma, de modo evitar-
se a ocorrência de dano irreparável ou de difícil reparação, vendo na espécie logo presentes não
só o aperfeiçoamento desse requisito, como os demais previstos na norma em alinho.

Há, por isso, que dar vida aos preceitos constitucionais de respeito à tranqüilidade,
honra e dignidade do Requerente, até porque toda a lesão ou ameaça de lesão a direito não
pode ser excluída da apreciação do Poder Judiciário (inc. XXXV, art. 5º), sem embargo de que:

"...é importante ressaltar que exigências constitucionais não podem ficar submetidas à previsão
(ou não) das vias processuais adrede concebidas para a defesa dos direitos em causa. Não se
interpreta a Constituição processualmente. Pelo contrário, interpretam-se as contingências
processuais à luz das exigências da Constituição." (CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO, in
Controle Judicial dos Atos Administrativos, RDP 65/27).

DO FUMUS BONIS JURIS:

São tantos e sólidos os argumentos do Autor, além de baseados na lei, na doutrina e


jurisprudência, que configuram induvidosamente a fumaça do bom direito e emprestam
credibilidade maior ao pleito. Aliás, bastante é verificar as circunstâncias e peculiaridades do
negócio comercial, efetuado totalmente em detrimento do Autor, com enlevo do vicio de
consentimento, para creditar-se, também, verossimilhança às suas alegações.

DA AUSÊNCIA DE IRREVERSIBILIDADE NO ANTECIPAMENTO DO PROVIMENTO REQUERIDO:

É preciso deixar bem claro que a antecipação de um dos efeitos da tutela não causará
qualquer prejuízo à empresas Requerida. De clareza impar que a antecipação do provimento, se
deferido, não causará qualquer dano irreversivel à demanda. Pois as restrições cambiais e
cadastrais somente promovem maiores dificuldades ao Requerente, impossibilitando-o de viver
dignamente, e, ademais, não resolve os hipotéticos problemas da Requerida em relação ao
Requerente. Para não dizer que a Requerida, na hipótese de apresentar argumento em contrário
de forma consistente, poderá promover a pronta suspensão dos efeitos reclamados.

DO ÔNUS DA PROVA:

A Lei 8.078/90, a qual regula as relações de consumo, inovou ao trazer determinações


próprias e particulares que tratam especificamente das questões em que fornecedores e
consumidores integram a relação jurídica, principalmente no que concerne a matéria
probatória.

Neste sentido, inovou ao facultar ao magistrado a determinação da inversão do ônus da prova


em favor do consumidor, Ora Autor, excepcionando aquela regra geral trazida no art. 333 do
CPC.
Cumpre, neste momento, transcrever o quanto prescreve o CDC em seu Art 6º, VIII:

"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

(...) Omissis

VIII- A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência". (Grifamos)

Da simples leitura deste dispositivo legal, verifica-se, sem maior esforço, ter o legislador
conferido ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a incumbência de, presentes o requisito da
verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for hipossuficiente, poder inverter o
ônus da prova, como é a situação exposta nesta exordial.

Andou bem o legislador ao introduzir este dispositivo em nosso ordenamento. Isto


porque o consumidor é, indubitavelmente, o pólo mais frágil da relação firmada com os
fornecedores e carece de proteção contra os possíveis abusos perpetrados por estes.

Ressalte-se que esta vulnerabilidade do consumidor foi reconhecida pelo próprio CDC,
em seu art. 4º, que, per si, já ampara a proteção do consumidor nesta questão da prova.

Conquanto merecedor de aplausos o legislador ao permitir a inversão do ônus da prova,


conferindo ao magistrado o poder-dever para, presentes os requisitos da verossimilhança das
alegações ou hipossuficiencia do consumidor, decidir pela inversão do ônus da prova em favor
do consumidor, o mesmo não se diga quanto à instrumentalização procedimental da referida
medida. Para tanto requer inversão do ônus da prova.

VIII - DO PEDIDO DE PROCEDÊNCIA DA AÇÃO:

Ex-positis,

Destarte, requer se digne V. Ex.a.:

a) Compelir a antecipação parcial da tutela, liminarmente "inaldita altera pars" a parte Ré a


cancelar o protesto e retirar o nome do Autor do SERASA, serviço de proteção ao crédito, visto
ser a manutenção de sua negativação ato totalmente arbitrário, sob pena de pagamento de
multa diária, com base no art. 644, cc. art. 461, ambos do CPC, com as introduções havidas pela
Lei nº 10.444, de 07.05.2002, no valor de R$100,00 (trezentos reais), este em favor ao Autor,
contada a partir da data da ciência do despacho que confirmar o presente pedido, e;
b) A procedência da ação, com a condenação da empresa Requerida a indenizar o Autor pelos
Danos Morais no valor equivalente a 20 (cinqüenta) salários mínimos vigentes, ou em valor a
critério deste Juízo que irá saber quantificar o dano sofrido pelo Autor.

c) Determinação da inversão do ônus da prova em favor do consumidor, Ora Autor,


excepcionando aquela regra geral trazida no art. 333 do CPC.

Seja a presente ação JULGADA PROCEDENTE em todos os pleitos, como medida de mais
lídima JUSTIÇA!

Assim, inclusos documentos, espera pela procedência da ação, na forma do pedido supra.

Termos em que

Pede Deferimento

DATA 08/12/2014

Roni Cleberson Ramos

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