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11.drenagem de Tórax
11.drenagem de Tórax
DRENAGEM DE TÓRAX
Prof. Dr. Evaldo Marchi
1. Risco pré-drenagem
O principal fator de risco para a drenagem é o de sangramento associado
a coagulopatias (plaquetas < 25.000, creatinina > 6mg%, atividade de
protrombina < 50%). Nos casos de risco, corrigir distúrbios previamente ao
procedimento.
Nos casos onde não há evidência de riscos ou nos casos de urgência, não
é necessário solicitar exames previamente ao procedimento.
2. Medicação pré-drenagem
Recomenda-se a utilização de opióides ou benzodiazepínicos por via
sistêmica previamente à drenagem torácica, no sentido de minimizar o stress e a
dor relacionados ao procedimento.
Localmente, deve ser empregada a lidocaína 2% sem adrenalina,
anestesiando por planos a derme e infiltrando profusamente o intercosto onde
será inserido o dreno, locais estes de dor mais intensa (figura 1).
3. Local de drenagem
Deve ser baseado na associação dos dados de propedêutica e análise de
imagem (radiogramas, ultra-som ou tomografia do tórax). A única exceção é o
pneumotórax hipertensivo, que exige drenagem imediata baseada somente na
propedêutica, sem a necessidade de exames de imagem.
A drenagem deve ser sempre precedida da toracocentese no local onde se
pretende inserir o dreno, associada à confirmação da presença do conteúdo a ser
evacuado. No caso de toracocentese negativa, recomenda-se reavaliar a
propedêutica e exames de imagem para a escolha correta do local de drenagem.
Preferencialmente, o dreno de tórax deve ser alocado na face lateral mais
inferior do tórax, seja para drenagem de conteúdo aéreo (pneumotórax) ou
líquido (figura 1). Habitualmente, o ponto escolhido situa-se na intersecção da
linha axilar anterior com uma linha traçada lateralmente ao apêndice xifóide.
A drenagem no 2º ou 3º espaço intercostais, na face anterior, não é
recomendada, por provocar maior dor e pela dificuldade no manuseio do dreno.
4. Calibre do dreno
Normalmente o calibre do dreno deve ser escolhido de acordo com o
conteúdo a ser drenado. Como os drenos mais finos (até 14F) provocam menos
dor, há uma tendência cada vez maior de sua utilização no pneumotórax, nos
derrames de conteúdo não espesso e no empiema crônico septado.
Embora não haja consenso, recomendamos o uso de drenos mais
calibrosos (>34F) para a drenagem de empiemas em fase inicial e do
hemotórax.
5. Ambiente de drenagem
6. Técnica
A incisão na pele deve ter o calibre do dreno, para evitar áreas cruentas
desnecessárias que aumentem o risco de infecção.
A divulsão dos planos subcutâneo e muscular deve ser mínima, assim
como o orifício na pleura, para evitar escapes de conteúdo ao redor do dreno ou
a formação de coleções extracavitárias.
Não devem ser realizadas manobras digitais na cavidade pleural, pelo
risco de infecções e por serem absolutamente desnecessárias, na maioria das
vezes, a não ser em casos de suspeita de aderências que precisem ser desfeitas
para o adequado posicionamento do dreno.
O dreno deve ser preferencialmente posicionado no sentido apical e
posterior, junto ao sulco paravertebral, independente do conteúdo a ser
evacuado. No entanto, qualquer posição do tubo é aceitável, não sendo
recomendável, na maioria das vezes, o reposicionamento do dreno, pelo risco de
manipulações múltiplas da cavidade e aumento do risco de infecções.
Devem ser inseridos, no mínimo, três orifícios do dreno na cavidade
torácica, devendo o último orifício ficar de 5 a 10 cm distante da sutura na pele.
A fixação do dreno na pele deve ser feita de forma simples e segura,
preferencialmente com fio monofilamentar 2-0. Não é recomendada a utilização
de suturas em bolsa ou “em bailarina”.
7. Clampeamento do dreno
O dreno de tórax não deve ser clampeado, seja para a movimentação do
paciente (banho, deambulação, realização de radiografias), ou mesmo antes de
sua retirada.
Constitui risco especial o clampeamento do dreno de pacientes portadores
de pneumotórax com fístula, pela possibilidade de desenvolvimento de
pneumotórax hipertensivo com risco imediato de morte.
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Paciente Ar Frasco
de
Sucção
(2)
20 cm
2 cm
Considerações Finais
Embora o procedimento de drenagem da cavidade pleural seja
considerado simples, deve ser executado por cirurgião adequadamente treinado,
e o paciente acompanhado conjuntamente sob orientação do cirurgião torácico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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