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O fato é que o exercício da preferência somente tem lugar em condomínio de coisa indivisível.
De acordo com Gonçalves, 2004, "se a coisa é divisível, nada impede que o condômino venda
a sua parte a estranho, sem dar preferência aos seus consortes, pois estes, se não desejarem
compartilhar o bem com aquele, poderão requerer a sua divisão." (Carlos Roberto Gonçalves.
Direito Civil Brasileiro, v. III, São Paulo: Saraiva, 2004, p. 220.)
No caso apresentado, por tratar-se de sítio, portanto, área rural, cabe destacar inicialmente,
que na forma do art. 65 da Lei nº 4.504/1964, nenhum imóvel rural poderá ser desmembrado
ou dividido em área de tamanho inferior à do módulo calculado para o imóvel ou da fração
mínima de parcelamento, inclusive os condomínios rurais, senão vejamos:
"Art. 65. O imóvel rural não é divisível em áreas de dimensão inferior à constitutiva do módulo
de propriedade rural".
De outro lado, caso o sítio em possuísse dimensão territorial que possibilitasse sua divisão, em
tratando-se de condomínio "pro-diviso", nada impediria que o condômino, no caso Tarcísio,
dispusesse de sua fração ideal do imóvel.
Caso a Banca Informasse que o imóvel era passível de divisão em razão de sua extensão
territorial, haveria aptidão de a parte vendida ser destacada do todo, sem alteração da
destinação dele, por não se constatar nem indivisibilidade natural, nem legal, o que poderia
impedir o direito de preferência dos condôminos. Se a Banca deixasse clara a indivisibilidade
do imóvel, seja ela legal ou natural, aí sim, poderia exigir a resposta de que seria obrigatório o
respeito direito de preferência.