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Item - Questão 1- Letra A - Não.

Tendo o negócio sido realizado perante um terceiro estranho


ao condomínio (0,15)...

Nota máxima: 0.60

Nota obtida: 0,00

Nota desejada: 0.60

Recurso: Respeitável Examinador. O enunciado não fornece elementos suficientes para


responder à questão, pois, a depender da característica de divisibilidade ou indivisibilidade
(legal ou natural) do imóvel rural, poderia ou não ser exercido o direito de preferência por
parte dos outros condôminos.

O fato é que o exercício da preferência somente tem lugar em condomínio de coisa indivisível.

De acordo com Gonçalves, 2004, "se a coisa é divisível, nada impede que o condômino venda
a sua parte a estranho, sem dar preferência aos seus consortes, pois estes, se não desejarem
compartilhar o bem com aquele, poderão requerer a sua divisão." (Carlos Roberto Gonçalves.
Direito Civil Brasileiro, v. III, São Paulo: Saraiva, 2004, p. 220.)

No caso apresentado, por tratar-se de sítio, portanto, área rural, cabe destacar inicialmente,
que na forma do art. 65 da Lei nº 4.504/1964, nenhum imóvel rural poderá ser desmembrado
ou dividido em área de tamanho inferior à do módulo calculado para o imóvel ou da fração
mínima de parcelamento, inclusive os condomínios rurais, senão vejamos:

"Art. 65. O imóvel rural não é divisível em áreas de dimensão inferior à constitutiva do módulo
de propriedade rural".

Neste Sentido. Jurisprudência:

“EMENTA: REGISTRO PÚBLICO - PROCEDIMENTO DE DÚVIDA - INICIATIVA DO 2º SERVIÇO


NOTARIAL DE CAMBUÍ - ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA DE FRAÇÃO DE IMÓVEL
RURAL - ÁREA INFERIOR AO MÓDULO RURAL - IMPOSSIBILIDADE - RECURSO PROVIDO. (TJMG
- Apelação Cível 1.0106.15.004946-3/001, Relator(a): Des.(a) Audebert Delage , 6ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 12/07/2016, publicação da súmula em 22/07/2016)”.

De outro lado, caso o sítio em possuísse dimensão territorial que possibilitasse sua divisão, em
tratando-se de condomínio "pro-diviso", nada impediria que o condômino, no caso Tarcísio,
dispusesse de sua fração ideal do imóvel.

Apresentamos julgado que remete à situação hipotética:

‘Ementa: Apelação cível. Condomínio. Imóvel divisível. Venda de fração a terceiro -


Preempção. Ação manejada por condômino. Improcedência.- Sendo o imóvel rural divisível,
havendo, pois, aptidão de a parte vendida ser destacada do todo, sem alteração da destinação
dele, por não se constatar nem indivisibilidade natural, nem legal, não se delineia o direito de
preempção dos condôminos.- A resultante da harmonização do comando do art. 504 do
Código Civil com a vedação do parágrafo único do art. 1.314 do mesmo estatuto implica o
desfazimento do condomínio, pela divisão que há de sobrevir, pois que um dos efeitos
necessários do ato da venda de fração do imóvel, em tal sítio, é, exatamente, o de findar ou
reduzir a unidade condominial. Apelação Cível ndeg. 1.0155.04.007507-1/001 - Comarca de
Caxambu - Relator: Des. Luciano PintoA C Ó R D Ã O-Vistos etc., acorda, em Turma, a 17ª
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos
julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Belo Horizonte, 11 de maio de 2006. - Luciano Pinto – Relator”.

Caso a Banca Informasse que o imóvel era passível de divisão em razão de sua extensão
territorial, haveria aptidão de a parte vendida ser destacada do todo, sem alteração da
destinação dele, por não se constatar nem indivisibilidade natural, nem legal, o que poderia
impedir o direito de preferência dos condôminos. Se a Banca deixasse clara a indivisibilidade
do imóvel, seja ela legal ou natural, aí sim, poderia exigir a resposta de que seria obrigatório o
respeito direito de preferência.

Requerimento: Assim, dadas a falta de informações, que impossibilitam a apresentação de


resposta correta, requer a reavaliação do gabarito, com a atribuição de nota 0,60.

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