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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO - UEMAnet


UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB
CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

METODOLOGIA DE ESTUDO
E DE PESQUISA EM
ADMINISTRAÇÃO
Ilmar Polary

Administração
Governador do Estado do Maranhão Edição
Flávio Dino de Castro e Costa Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Núcleo de Tecnologias para Educação - UEMAnet
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Curso Bacharelado em Administração Pública


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Proibida a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem a prévia autorização desta instituição.

Polary, Ilmar.
Metodologia de estudo e de pesquisa em administração
/ Ilmar Polary. – São Luís: UemaNet, 2017.
il.; ePUB
57 p.
1. Administração. 2. Metodologia de estudo. 4.
Pesquisa. 5. Disciplina. I. Título.
CDU 005:001.8
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 4

ESTUDO E LEITURA: administração, ciência e o método científico de pesquisa


em administração 7

CONHECIMENTO E CIÊNCIA: métodos das ciências sociais e pesquisa 23

O PROJETO E A PRÁTICA DA PESQUISA ACADÊMICA NA ADMINSTRAÇÃO 37


APRESENTAÇÃO
Caro aluno!

A
A disciplina Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração apresenta um conteúdo
programático coerente com a ementa nas três Unidades: na Unidade 1 – Estudo e Leitura:
Administração, Ciência e o Método Científico da Pesquisa em Administração; na Unidade 2
- Conhecimento e Ciência: Métodos das Ciências Sociais e Pesquisa; e na Unidade 3 - O Projeto e a
Prática da Pesquisa Acadêmica na Adminstração.
Assim possibilitará a você descrever os conteúdos relevantes de cada Unidade em sua evolução
histórica, integrada aos objetivos de elaboração, implantação e avaliação de um projeto de pesquisa,
numa metodologia com uso do material didático no AVA, atividades avaliativas, fórum de discussões e
interação com seus pares e tutores, com a utilização do e-Book, materiais da Internet e ferramentas do
Google e Moodle.
A avaliação dar-se-á com participação, assiduidade e cumprimento de prazos nas atividades oferecidas
no AVA e as práticas no polo, considerado a sua textualidade, correção gramatical e cientificidade e nas
avaliações escritas, sendo virtuais e presencial.
Para facilitar sua aprendizagem foi disponibilizado a você o e-Book com os conteúdos das três Unidades,
seus objetivos, resumo, atividades de aprendizagem e referências, além de videoaula, atividades e
fóruns complementares.
Assim, registro minha expectativa de uma boa aprendizagem e êxito a todos.

Bons estudos! Curso Bacharelado em Administração Pública

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ESTUDO E LEITURA: administração,
ciência e o método científico de pesquisa
em administração

OBJETIVOS

Identificar os objetivos e as atividades da Universidade, aplicando os instrumentos de orientações


para o estudo, leitura, análise e interpretação de textos e preparação de resumo e introdução de
trabalhos acadêmicos;

Descrever a Administração e as características que definem o Método Científico de Pesquisa em


Administração.

1.1 Estudo, leitura, análise e interpretação de texto

A Universidade como universo de conhecimentos: Zanella (2012, p. 15) descreve que ao ensinar, por meio
da ação de seu corpo docente, a Universidade se propõe a incentivar o aluno a reflexão sobre a construção do
conhecimento e desenvolver habilidades do saber. Citando Severino (2007, p. 23), descreve que ao desenvolver
a pesquisa, "ponto básico de apoio e sustentação de suas outras duas atividades, o ensino e a extensão",
busca produzir conhecimento novo, ser espaço de criação e de inovação. É um universo de conhecimento e de
pessoas, e busca realizar sua função social, propiciando a formação profissional, científica e política.

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O Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Administração Pública, modalidade a Distância, em suas
Diretrizes Metodológicas, aponta essa direção de sua ação pedagógica e social:

[...] oportunizar a formação que privilegie competências profissionais, sociais e políticas, baseadas
nos aspectos: Técnico-científico, condizente com as exigências que a gestão pública contemporânea
impõe; e Ético-humanístico e político-social, que a formação do cidadão e do gestor público requer
(BRASIL, 2008, p. 7).

Sua formação técnico-científica se dará, ao longo do curso, por meio do estudo de um conjunto de disciplinas
que compõem seu currículo e com os Seminários Temáticos, e a formação ético-humanística e político-social
será realizada de maneira transversal, ao longo do curso, a partir da cotidianeidade da sua vida acadêmica, de
como o curso será desenvolvido pela sua Instituição, sendo resultante de práticas educativas.

O estudo na Universidade: para Demo (2008), descrito por Zanella (2012, p. 23), estudar é aprender. Aprender não
é resultado de instrução ou da ação de um professor, mas sim de reflexão, de crítica, de pesquisa, de elaboração de
ideias de quem está estudando. Aprendizagem requer dedicação sistemática transformada em hábito permanente.
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Cita o educador brasileiro Paulo Freire, que escreveu um texto sobre o tema: A importância do ato de ler, em
que o autor traz sua experiência como leitor, da "leitura da palavra" à "leitura do mundo". No seu entender:
"A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura
daquele" (FREIRE, 1983, p. 12).

O ato de ler, para Luckesi et al. (1986), em sua obra Fazer Universidade, descrito por Zanella (2012, p. 22),
três posturas são fundamentais e devem ser assumidas pelo estudante, para que a leitura seja produtiva:
compreender a mensagem, não memorizar; verificar a validade e a objetividade da informação, não a aceitando
como está estruturada; e questionar, buscar, perguntar sobre as informações expostas no texto.

Portanto, a compreensão, a validade, a objetividade e o questionamento são fundamentais no ato de ler. Para
Demo (2008), citado por Zanella (2012, p. 22), para que a leitura de um texto se transforme em aprendizagem,
são necessárias três condições essenciais:

Motivação: característica interna do ser humano, em que a sua vontade de estudar origina-se de seu
interesse e disposição;

Disciplina: não como uma obrigação, é o estudar para a vida toda e não somente para uma avaliação de
conhecimento;

Indisciplina: conotação da indisciplina obrigatoriamente presente no processo de criação. É encarar o estudo


como uma oportunidade de se tornar autônomo, de fazer algo diferente, original, de construir e reconstruir
a própria história, de ser autor de seus pensamentos e suas ações e não mero repetidor de palavras. Para
ser criativo, inovador, precisa desenvolver habilidades de pesquisa e elaboração. Pesquisar é questionar, é
autoquestionar, é duvidar. Zanella (2012, p. 23) descreve dicas que facilitam o aproveitamento dos estudos:

Compromisso: assumir o compromisso, independentemente da vontade de fazer ou não, sem esperar que
o tutor, ou outra pessoa, chame a atenção ou lembre o aluno de estudar. A conscientização de que adquirir
conhecimento depende exclusivamente de aluno;

Agenda de estudos: organizar uma agenda de estudos, tornando-se um compromisso assumido e

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estabelecer um horário-padrão de estudos, buscando assim, cumprir a meta. Observar a carga horária, o
cronograma e a entrega das atividades na data estipulada;

Preparação para o estudo: preparar o ambiente de estudo, reunindo com antecedência o material
necessário, começando as leituras e atividades agendadas para aquele momento;

Dúvidas e apoio: sugere pedir ajuda ao professor ou ao seu tutor, pois é um profissional habilitado e a sua
função essencial é auxiliá-lo. Anotar as dúvidas e dificuldades e buscar a orientação assim que elas surgirem;

Exercícios e avaliações: as atividades e avaliações do cronograma são importantes para a processo de


ensino-aprendizagem. Sugere resolvê-las e entregá-las na data estipulada, e com as avaliações corrigidas,
aprender com os erros cometidos, pois é uma forma de aprender.

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O processo da leitura: destacara-se dois conjuntos:

1º conjunto: delimitação da unidade de leitura e análise textual: antes de iniciar qualquer leitura é preciso
determinar o que será estudado, isto é, delimitar uma unidade de leitura, orienta Severino (2007), citado por
Zanella (2012, p. 26). “É aquilo que se define para ser lido, como um livro, um capítulo de um livro ou um
artigo. É nessa unidade que o aluno buscará estudar, compreender, argumentar, contra-argumentar e avaliar a
mensagem que o autor está transmitindo”.

Escolhido o texto (unidade de leitura), Luchesi et al. (1986, p. 191) “sugerem que o aluno faça a identificação
de elementos como: o tipo de texto, a referência bibliográfica e os dados biográficos do autor”. Quando da
identificação do tipo de texto, levar em consideração as diferentes características de cada tipo de texto, que
pode ser:

Informativo: tem como objetivo veicular a informação; Literário: trata de expressão da arte; Filosófico:
apresenta rigorosa reflexão sobre o significado das coisas e dos fatos; Científico: se caracteriza “[...] por um
raciocínio construído sobre fundamentação exaustiva e sempre provada; os termos são específicos,
técnicos da área de estudo e o método é igualmente rigoroso”. (LUCHESI, et al., 1986, p. 147).

Demo (2008), citado por Zanella (2012, p. 27) acrescenta, ainda, “outros tipos de texto: Teórico: discute teorias,
conceitos, categorias; Metodológico: discute Método, produção e testes de dados”, epistemologia*; Empírico:
discute dados e suas análises; Prático: serve para discussão de práticas organizacionais, políticas, programas,
projetos, entre outros.

*Epistemologia – do grego epistéme que quer dizer “ciência” + “logia” que significa
“estudo” = estudo da ciência, do conhecimento (FERREIRA, 2004 apud ZANELLA,
2009, p. 27).

2º conjunto: atividades específicas de análise textual, temática, interpretativa, a problematização e a síntese

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pessoal.

Análise textual: para Lakatos e Marconi (1991, p. 27):

[...] analisar um texto significa decompor um todo em suas partes a fim de poder efetuar um estudo
mais completo, encontrando o elemento-chave do autor, determinar as relações que prevalecem nas
partes constitutivas, compreendendo a maneira pela qual estão organizadas e estruturar as ideias
de maneira hierárquica.

Citado por Zanella (2012, p. 28), Severino (2007) agrupa essas atividades em cinco etapas, ou fases:

Análise textual: o leitor desenvolve atividades que são preparatórias para o processo de análise mais profunda
do texto. Inicialmente, a leitura completa com o objetivo de tomar conhecimento da linha teórica e identificar os
limites da abordagem do autor e dos componentes desconhecidos do texto através do uso de um dicionário,
requerendo: leitura na íntegra com o objetivo de obter uma visão do todo; releitura assinalando as palavras/
expressões desconhecidas, buscando conhecer seus significados; e identificar os limites de abordagem do autor;
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Análise temática: é compreender a mensagem do autor, mas sem interferir nas ideias preconizadas por ele.
O aluno deve ouvir o que o autor do texto quer dizer, sem emitir julgamento ou crítica. Inicialmente procurar
identificar o tema, reler o texto e procurar captar os motivos, as dificuldades, isto é, a determinação do problema
que levou o autor a escrever sobre tal assunto.

Nesse sentido, é importante que se faça algumas perguntas que possibilitem identificar o problema, do tipo:
"Qual a dificuldade que será resolvida? Qual o problema a ser solucionado?"

A identificação do problema revela a ideia principal defendida pelo autor. A ideia central do texto sempre é
uma proposição, e expressa a linha de raciocínio utilizada para transmitir a mensagem, isto é, o processo
lógico do pensamento do autor. Tendo evidenciado a sua estrutura lógica, será possível esquematizar e
construir um roteiro sobre as ideias (principal e secundárias) expostas no texto;

Zanella (2012, p. 30) 'desceve o quão importante salientar que as ideias do texto
foram elaboradas pelo autor, logo o crédito é do autor da ideia, em que se copiar ou
fizer referência às ideias do autor, em algum trabalho acadêmico', deve citar a fonte,
pois reproduzir e/ou apropriar-se indevidamente da ideia de outra pessoa, sem citar
a fonte é plágio*, podendo constituir crime de violação de direitos autorais, além de
ferir a ética acadêmica.

*Plágio – significa apresentar como seu um trabalho ou uma ideia que não é sua. Vem do
latim, significando “delito do plagiário”, nome dado à pessoa que roubava ou vendia homens
livros (FERREIRA, 2004 apud ZANELLA,2009, p. 30).

Citar a fonte é atribuir crédito à fonte consultada, é indicar, fazer constar no texto o nome do autor e a obra de onde
foi extraída a ideia. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Norma Brasileira NBR

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10520 de 2002, orienta como fazer uma citação de informações de outras fontes, sendo três as possibilidades:

Citação direta: é a cópia literal de um parágrafo, ou uma frase, ou mesmo uma expressão extraída de uma
fonte. É cópia exatamente igual como está no documento que foi extraído;

Citação indireta: é dizer com as suas palavras a ideia do autor. É fazer uma paráfrase das ideias do autor do
texto e também citar a fonte;

Citação de citação: é uma "Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original”
(ABNT, 2002).

Análise interpretativa: é a terceira etapa da análise de um texto, em que o leitor procurará dialogar com o
autor e se posicionar frente às ideias expostas por ele. É importante ficar atento às interferências subjetivas,
aos seus "achismos" oriundos do conhecimento do senso comum, para que não interfiram na interpretação
correta do texto.

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Para Severino (2007, p. 59), interpretar é “tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas, é
superar a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a
fecundidade das ideias expostas, é cotejá-las com outras, enfim, é dialogar com o autor”.

Tecnicamente, a interpretação é realizada em dois momentos: no primeiro, verificar se o autor atingiu os


objetivos propostos, se o raciocínio foi eficaz na demonstração da argumentação proposta e se a conclusão
é coerente com as suas premissas; e no segundo, formular um juízo crítico: até que ponto o autor foi original
(originalidade); até que ponto o tratamento dado ao tema é profundo (alcance); e, por último, o texto é avaliado
pela pertinência (validade) e contribuição para o estudo do tema abordado.

Para que se possa avaliar a originalidade, o alcance, a validade e a contribuição de um texto, é preciso ter
acumulado algumas leituras sobre o assunto, com abordagens teóricas semelhantes e diferentes do autor
do texto. Portanto, convém fazer a leitura de textos de outros autores no momento de fazer a interpretação e
crítica à mensagem do autor, não se limitando à leitura de um livro só, ou do texto-base da disciplina que está
estudando.

Problematização: é a quarta etapa na análise de um texto, que tem o objetivo de levantar problemas
para a discussão e reflexão individual e/ou em grupo. Sugere as seguintes atitudes: ler atentamente o texto
e procurar questioná-lo, buscando encontrar as respostas para os problemas; assinalar em uma folha de papel
os termos, os conceitos, as ideias; para problematizar, ou levantar problemas, é essencial ter lido diversas e
diferentes abordagens sobre o assunto.

Só é possível problematizar após a leitura de textos originais do autor que está escrevendo sobre o assunto e
a leitura de outros autores que criticam as ideias expostas pelo autor original. Isso significa levantar e discutir
problemas com relação à mensagem do autor, sob o ponto de vista de outros autores.

Síntese, ou conclusão pessoal: após a reflexão e a análise expostas anteriormente, o leitor tem condições
de expor as conclusões a que chegou sobre o texto. Na concepção de Lakatos e Marconi (1991), descrita por
Zanella (2012, p. 33), “trata-se de reelaboração pessoal da mensagem do autor. Convém que o leitor retorne ao
texto e confirme se compreendeu a ideia do autor. Esta etapa é finalizada com um resumo em que se apresenta

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crítica e reflexão pessoal”.

Técnicas de leitura. Para Zanella (2012, p. 34), “existem diferentes formas de ler e estudar um texto, dentre
elas, enfatiza as técnicas de sublinhar, de esquematizar, de resumir e de documentar”.

A técnica de sublinhar: implica em destacarmos no texto as ideias principais. Autores, como Salomon (2004),
Ruiz (1990), Lakatos e Marconi (1991), Medeiros (1991), entre outros, descritos por Zanella (2012, p. 35)
sugerem alguns procedimentos para a atividade de sublinhar.

Ler o texto para tomar conhecimento do assunto; esclarecer dúvidas quanto ao vocabulário, termos técnicos etc;
reler o texto para identificar as ideias principais, as palavras-chave; reconstruir o parágrafo a partir das palavras
e expressões sublinhadas; assinalar com uma linha vertical, à margem do texto, as ideias mais significativas;
destacar com um ponto de interrogação, à margem do texto, as discordâncias, os argumentos discutíveis e as

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passagens obscuras; ler o que foi sublinhado para verificar se há sentido; e reconstruir o texto, em forma de
esquema ou de resumo, tomando as palavras sublinhadas como base.

Outra forma de sublinhar é com canetas “marca texto”, utilizando cores diferentes para estabelecer um código
particular. Esta técnica facilita a elaboração de esquemas e resumos.

A técnica de esquematizar: esquema é um registro dos principais pontos de um texto. Deve ter, segundo
Salomon (2004, p. 105), as seguintes características:

Fidelidade ao texto original: o autor do resumo deve manter as ideias do autor do texto, mesmo quando
fizer uma paráfrase. No caso de transcrição ipis literis*, deve citar a página de onde foi extraída a informação;

*Ipis literis – “expressão latina que significa ‘com as mesmas palavras’, isto é, sem nenhuma
alteração no que está escrito” (LACOMBE, 2004, p. 185).

Estrutura lógica do assunto: a partir da ideia principal e dos detalhes importantes você pode organizar as
ideias partindo das mais importantes para as menos importantes;

Adequação ao assunto estudado e funcionalidade: significa que, quanto mais complexo o texto, mais
complexo o esquema, em que para assuntos com menos profundidade, o esquema consequentemente é mais
simples, apresentando somente palavras-chave;

Utilidade de seu emprego: como instrumento de estudo, o esquema deve ser útil, isto é, deve facilitar
seu retorno ao texto, para revisão, sobretudo quando próximo da avaliação, e para elaboração de trabalhos
acadêmicos;

Cunho pessoal: você pode desenvolver seu modelo de esquema, conforme suas tendências, hábitos, cultura,
recursos e experiência pessoal. Por isso, um mesmo texto estudado por duas pessoas pode apresentar

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esquemas diferentes;

A técnica de resumir: resumir é colocar em poucas palavras o que o autor expressou em um texto mais
longo. O processo é o mesmo de sublinhar e elaborar: ler inicialmente o texto, buscar compreensão das
palavras desconhecidas e sublinhar as palavras-chave, como foi exposto anteriormente. Com base nas
palavras sublinhadas você elabora o resumo;

A técnica da documentação: registra informações e/ou o conhecimento construído a partir da leitura dos
textos. Favorece a expressão escrita por conduzir a se elaborar o pensamento do autor e reconstruir o
pensamento sem reprodução, tornando-se autor de sua reflexão.

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1.2 Resumo e introdução

Resumo: a elaboração de um resumo deve conter os elementos essenciais de todo o desenvolviemto do


trabalho, de forma a permitir ao leitor, ter uma ideia geral da produção acadêmica: artigos científicos, monografias
dissertações e teses.

Descrevem-se esses elementos essenciais do resumo e da Introdução.

Itens do resumo:

Tema do trabalho: descrever com clareza a temática do trabalho pesquisado;

O objetivo geral: num trabalho acadêmcico, via de regra tem seus objetivos geral (ou final) e os específicos
(ou intermediários), sendo apropriado no resumo se descrever o objetivo maior do trabalho, que é o seu
objetivo geral ou final;

O problema: o trabalho de pesquisa acadêmica requer do investigador buscar respostas às questões


de pesquisas e ao problema. Este último, refere-se à problemática da análise da pesquisa, sendo um
questionamento a ser investigado e que no final da pesquisa resultará em uma resposta. Por exemplo: até
que ponto, investimentos em qualificação docente, refletem numa maior aprendizagem e aprovação do
corpo discente da UEMA?;

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A hipótese: é uma afirmativa prévia do pesquisador, se configurando numa premissa, numa cença, como se a
pesquisa já tivesse sido realizada, com uma afirmativa de resposta ao problema, e no final da pesquisa será
confirmada ou negada. Ex.: investimentos em qualificação docente reflete favoravelmente na aprendizagem
e aprovação do corpo discente da UEMA;

Metodologia: na metodologia deve conter os elementos de como o trabalho acadêmico será desenvolvido
no tempo e espaço, tais como a delimitação, categorias de análise, tipo de pesquisa, universo e amostra,
coleta, análise e tratamento dos dados, e limitações. No resumo, deverá ser descrita de forma sucinta e
objetiva, porém entendível para que o leitor perceba com clareza o método utilizado no trabalho acadêmico;

Resultados e conclusões: de forma objetiva, quais os resultados e conclusões obtidas na investigação,


tanto na literatura, como no trabalho de campo (se for o caso);

Palavras – chave: descrever os principais termos utilizados que caracterizam o trabalho.


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Descreve-se a seguir, um resumo acadêmico de um artigo científico do Prof. Polary,
aprovado e apresentado no XVIII ENGEMA – FEA – USP (POLARY, 2016).

GESTÃO PÚBLICA INTEGRADA: APLICAÇÃO DA GESTÃO PROFISSIONAL EMPREENDEDORA NAS


ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS

Resumo

O artigo tem como objetivo despertar reflexões críticas do impacto da Gestão Pública Integrada nas Organizações
Públicas e os reflexos no comportamento organizacional e social, a partir da análise da literatura e de casos
específicos de aplicação do Modelo de Gestão Profissional Sustentável, fundamentada no Empreendedorismo.
Foi analisado o problema de “como o modelo da Gestão Pública Integrada impacta na Gestão Profissional
Empreendedora em Organizações Públicas e na sociedade”, diante da hipótese de que “a Gestão Pública
Integrada, favorece a perenidade das organizações públicas e a sociedade”. Com base na análise da literatura
e nos dados da pesquisa de campo nas Micro, Pequenas e Médias Empresas da amostra industrial, nos
hospitais e universidades públicas, os resultados e conclusões sugerem que a aplicação do Modelo da Gestão
por Sustentabilidade Integrada favorece a gestão, o sucesso e a perenidade das empresas da amostra e que
a Gestão Pública Integrada, oriunda da Gestão Profissional Empreendedora é eficaz para a perenidade das
organizações públicas e privadas, trazendo benefícios para a sociedade, sendo disponibilizado um Programa
de Desenvolvimento para capacitação dos gestores.

Palavras-chave: Gestão Pública. Gestão por Sustentabilidade Integrada. Perenidade. Empreendedorismo.


Sociedade.

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Acesse o artigo científico “Gestão Pública Integrada: aplicação da gestão profissional
empreendedora nas organizações públicas”, (POLARY, 2016), pelo site http:// http://

bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/9978.

Numa outra análise de resumo, convém diferenciarmos um resumo de estudo, de um resumo acadêmico ou
abstract. Tenório e Lopes (2006, p. 2) descrevem em um artigo essa diferenciação e diretrizes para elaboração
de resumos. O resumo acadêmico ou abstract é um resumo feito pelo próprio autor e colocado nas primeiras
páginas de um artigo, uma monografia, uma dissertação, uma tese; um resumo aplicá-se sempre aos textos, é
uma apresentação mais curta do seu conteúdo.

Enfatizam que não é apropriado falar do resumo do pensamento de um autor, e sim falar ou escrever a síntese
do pensamento de um autor. Devemos pedir um resumo de um texto como um todo e a síntese do pensamento
de um determinado autor contida em um determinado texto ou obra, assim é mais apropriado. A síntese busca a
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apresentação do pensamento de um autor de forma lógica, buscando partir dos elementos mais simples do mesmo,
criando as condições para a compreensão do essencial daquele pensamento. Atenção ao exemplo a seguir.

Podemos dizer sinteticamente que, o pensamento de Marx parte da mercadoria enquanto elemento mais
representativo da sociedade capitalista e, por isso mesmo, rica em determinações. A partir dos elementos
constitutivos e contraditórios que compõem o fenômeno “mercadoria”, a saber, capital e trabalho, o referido autor
demonstra a contradição fundamental que explica a essência mesma das modernas sociedades capitalistas
industriais. Com isso busca apanhar a realidade em suas múltiplas determinações, sendo uma síntese das
ideias econômicas de Marx contidas em “O Capital”, tomo I, volume I.

Prosseguindo, o objetivo da síntese é trazer presente ao debate, rapidamente, o pensamento daquele autor. É
uma composição rápida dos elementos constitutivos de uma doutrina. Academicamente não é apropriado
solicitar uma síntese de um texto, e sim o resumo, sendo mais apropriado solicitar a síntese de uma
doutrina ou do pensamento de determinado autor. Por outro lado, uma sinopse (do latim Synopsis: igual forma
em grego sym, junto; opsis, vista: vista de conjunto) diferentemente da síntese, visa apresentar em conjunto
uma obra ou uma doutrina.

Já um resumo, pode trazer em sua abordagem tanto uma síntese como uma sinopse das ideias do autor, isso
dependerá do objetivo a que se destina o resumo. Em geral, os resumos acadêmicos (Abstract) devem conter
uma síntese das ideias do autor. É um grande instrumento de estudo, na medida em que, é o meio ideal
para registrar nossas leituras durante um curso de graduação ou pós-graduação. Para Tenório e Lopes (2006,
p. 4), os resumos devem seguir o seguinte esquema:

a) Citação bibliográfica do texto lido de acordo com a ABNT (NBR 6023), com inclusão do número de páginas
do texto que está sendo resumido;

b) Caso seja longo, e estruturado em capítulos o texto a ser resumido, descrever a organização dos capítulos e os
temas abordados pelos mesmos. Em se tratando de um texto curto descrever apenas o tema abordado pelo autor;

c) Descrição clara do problema abordado pelo autor no texto;

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d) Descrição das conclusões apresentadas pelo autor (ideias centrais) e os argumentos por ele utilizados.

Descrevem ainda, que um resumo não deve conter um julgamento crítico das ideias
do autor (mesmo sendo um abstract elaborado pelo próprio autor do texto), devendo
ao máximo ser fiel na descrição das ideias e na argumentação do autor, pois o
objetivo é de registro e não de julgamente, e necessariamente é bem mais curto
que o texto original, pois servirá de memória do texto lido. A sugestão é que um
resumo de estudo também tenha um tamanho de 400 palavras ou 3800 caracteres
com espaço (considerando-se um texto escrito em times new roman 12, com
espaçamento de 1,5).

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Por outro lado, quando o resumo é utilizado com o objetivo de ajudar na qualidade da leitura de um texto, visa
outro propósito, pelo maior cuidado com as palavras e com a ideia geral provocado pela escritura. Neste caso,
é possível solicitar-se em um curso, disciplina que o estudante faça um resumo com algum detalhamento,
fixando-se também, em algo que vai além dos argumentos que busca o encadeamento das ideias e figuras de
apoio, busca as premissas, a compreensão das metáforas através do conjunto.

Assim sendo, o tamanho do resumo pode variar e ser maior que o padrão sugerido, pois, se pretendem maiores
detalhes, sendo preciso se aproximar, dar um zoom nos detalhes buscando captar a expressão do significado
do texto como um todo.

Acesse “Diretrizes para elaboração de resumos, resenhas e artigos Científicos”


(TENÓRIO & LOPES, 2006), pelo site: https://pt.scribd.com/doc/29338973/Resumo-
Resenha-Artigo-Científico.

Itens da introdução: convém que sejam mantidos os mesmos itens do resumo para a identificação do leitor,
descritos numa outra redação, porém sem alterá-los, podendo até expandi-los, como no caso dos objetivos, ou
seja descrever além do objetico geral os específicos.

Para Garcia (2000), a introdução apresenta o tema e indica aos leitores a linha do trabalho, sua motivação
e o plano da obra, com alguns elementos das conclusões alcançadas; menciona a importância do trabalho e
justifica contextual e pessoalmente a necessidade da sua realização, devendo ambientar o leitor. Deve ainda,
citar fatos históricos importantes e trabalhos clássicos; a caracterização do problema, as justificativas e as
hipóteses podem ser incluídas na introdução ou destacadas à parte, quando for o caso. Autores podem ser
citados, mas não se trata de revisão.

Prosseguindo, uma ênfase do referencial teórico nos itens da contextualização do trabalho, da forma que foi
desenvolvido em partes ou capítulos, ou seja, coerente com os itens do súmário que contempla o todo o trabalho.

Acesse “Normas para elaboração de dissertações e monografias” (GARCIA, 2000), on-line Curso Bacharelado em Administração Pública
pelo site: http://dicionario.sensagent.com/trabalho%20academico/pt-pt/.

Para Silva et al. (2009, p. 4), como uma visão geral, a introdução mostra panoramicamente o assunto que será
tratado ao longo do trabalho bem como sob qual aspecto – delimitação do assunto (tematização), na introdução
indica-se também o objetivo do trabalho. Enfatiza que os trabalhos científicos focalizam uma questão a partir
de um objeto de investigação, busca com a investigação apontar uma possível solução, portanto o objeto de
investigação deve suscitar um problema. Medeiros (2006, p. 233) descreve: “Se não há problema para resolver,
não há porque iniciar a pesquisa e a redação da monografia”

14
Prosseguindo, a resolução do problema exige um método de investigação específico que possui íntima relação
com o problema, por isso, a introdução, como visão geral do trabalho deve também indicar a metodologia de
investigação aplicada (levantamento bibliográfico, pesquisa de campo, uso de questionários e pesquisa de
laboratório). Também engloba a abordagem que será dispensada ao tema, ou seja, o método.

A introdução de um trabalaho para fins acadêmicos deve apresentar (SILVA et


al., 2009, p. 5):

Objeto de trabalho e sua delimitação (estabelecimento claro dos limites da pesquisa;


estágio de desenvolvimento do assunto; objetivo; problema/problematização;
hipóteses e variáveis; justificativa; metodologia utilizada na pesquisa; destaque de
fontes bibliográficas utilizadas; referências às partes do trabalho; possibilidade de
contribuição da pesquisa desenvolvida, sem anunciar conclusões e soluções.

1.3 Administração: do pioneirismo à ciência da Administração

Administração das civilizações antigas: na evolução do pensamento administativo, Silva (2004, p. 86)
descreve desde as civilizações antigas os principais marcos, os quais são relevantes para compreendermos
como a administração evoluiu até a fase atual da pesquisa acadêmica, em que destacaram-se:

Salomão, um governante bíblico, dirigiu a elaboração de acordo de comércio, administrou programas de


constituição e modelou tratados de paz no século X a.C. No Egito, a construção da pirâmide de Quéops
envolveu o trabalho de mais de 100 mil homens, durante 20 anos, em que isso equivale à administração
e direção dos esforços de uma cidade-empresa de 100 mil habitantes. Na Babilônia, o império que se
desenvolveu no vale dos rios Tigre e Eufrates, também forneceu muitos exemplos de práticas administrativas;

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O Código de Hamurabi representou um pensamento administrativo no período de 2000 a 1700 a.C. Na
China, a Constituição de Chow, escrita em 1100 a.C., é um catálogo dos servidores civis do imperador,
desde o Primeiro Ministro até os criados domésticos;

A Grécia desenvolveu um governo democrático, com todas as complexidades que um governo desse tipo
acarreta, estando lá a origem do método científico, que influenciou a administraço e os estudiosos da Teoria
Administrativa. Os romanos, se voltaram para o modo mais eficiente de organizar e controlar o império, com
controle sobre 50 milhões de pessoas num território que se estendia da Grã-Bretanha até a Síria, incluindo
parte da Europa e todo o norte da África. Dentre os hebreus, Moisés, um grande líder e um administrador
que organizou e conduziu o êxodo dos hebreus, libertando-os da escravidão egípcia. Ciro, um líder militar
e governante grego de a.C. forneceu exemplos do pensamento da época sobre Administração;

15
A Igreja Católica Romana, que é a organização formal mais velha do mundo, foi uma herança do império
romano. No segundo século D.C., os líderes reconheceram a necessidade de definir a doutrina e a conduta
das atividades cristãs, tendo como resultado uma grande organização religiosa e uma fonte centralizada de
autoridade no Papa. Na Administração Medieval no século XV, Veneza era uma cidade-estado florescente,
com uma grande frota mercantil privada, logo, para fins de defesa, a cidade abriu seu próprio estaleiro, o
arsenal em 1436, sendo que no século XVI, era, provavelmente, a maior instalação industrial do mundo;

No Sistema Feudal, desde a queda do Império Romano, em 476 a.C., até por volta de 1450, a Europa
testemunhou o seu desenvolvimento, em que o rei possuía toda a terra, dividindo parte com os nobres, em
troca de apoio militar e financeiro. Os senhores feudais, permitiam que as pessoas de classes inferiores
vivessem e trabalhassem em áreas das terras, em troca de uma parte das colheitas ou impostos. No nível
mais baixo da pirâmide, estavam os servos, que recebiam proteção e nasciam com um vínculo hereditário
a um ou outro senhor ou lorde de nível inferior;

No Sistema da Indústria Caseira, existia a forma transicional de manufatura entre o artesanato e os sistemas
fabris, surgido no século XV e prosseguindo até cerca de 1700, caracterizado pela entrega de matéria-prima
nas casas ou cabanas de trabalhadores. O Sistema Fabril no século XVII, em concorrência com o sistema
da indústria caseira, e por fim, superando-o como forma predominante de produção, tomou forma;

A Revolução Industrial iniciou por volta de 1700, e o progresso tecnológico que a define, forneceu o meio
para uma escala de produção enormemente aumentada. Surgiu uma “revolução” na Inglaterra no final do
século XVIII, que marcou o início de um avanço tecnológico com a substituição do trabalho humano pelo da
máquina, em que a mão de obra foi dividida e cada pessoa se especializava em uma tarefa.

Atenção aos períodos:

De 1760 a 1850: a “grande mudança” se restringe à Inglaterra, a “oficina do mundo”,


com a produção de bens de consumo, os têxteis e a energia a vapor; de 1850 a
1900: se espalha pela Europa, América e Ásia, em países como Bélgica, França,

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Alemanha, Itália, Estados Unidos, Japão e Rússia. Cresce a concorrência, a indústria
de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem, novas formas de
energia, como a hidrelétrica e o petróleo passam a ser utilizadas; de 1900 até os dias
atuais: grandes conglomerados industriais, com produção automatizada, explosão
da sociedade de consumo e dos meios de comunicação, avançaram as indústrias
química e eletrônica, a engenharia genética e outras atividades. A Revolução
Industrial é que teve maior impacto no estudo e na prática da Administração.

16
Dentre os pioneiros do estudo da Administração, destacaram-se (SILVA, 2004, p. 104): Adam Smith (1723-
1790 - Escócia), economista clássico que mostrou extraordinário conhecimento das funções administrativas
e à divisão do trabalho e seus benefícios. Sua obra, A Riqueza das Nações, coloca-o entre os intelectuais do
mundo moderno. Robert Owen (1771-1858 – País de Gales) chamou a atenção aos problemas humanos das
industrializações para ajudar na disciplina e motivação.

Prosseguindo, Charles Babbage (1792-1871 - Inglaterra), reconhecido como o fundador da pesquisa


operacional e da Ciência da Administração. Daniel McCallum (1815-1878 - Escócia) buscou um sistema
de organização que levasse a uma melhoria no desempenho. Henry Poor (1812-1905 - EUA) concebeu a
Ciência da Administração em três princípios: organização, comunicação e informação, sendo um dos maiores
contribuidores do pensamento administrativo.

Nessa cronologia, decorreu uma evolução conceitual da Administração. Temos:

Historicamente, para Silva (2004, p. 4) há três abordagens principais para o estudo da Administração. A
Administração era vista como:

a) um conjunto de funções: é a abordagem funcional de empenho de certas funções ou atividades para levar
adiante seus trabalhos;

b) uma série de papéis: é similar à funcional, mas focaliza um conjunto diferente de ações administrativas;

c) a aplicação certas habilidades específicas: capacidade de aplicar um conjunto particular de qualificações, se


desejam obter sucesso em seus cargos.

As funções da administração, são aquelas atividades básicas que devem ser desempenhadas por Administradores
para alcançar resultados determinados e/ou esperados pelas organizações. Essas funções, segundo Silva
(2004, p. 10), constitui o processo adimunistrativo e são: Planejamento, Organização, Direção e Controle.
Nesse contexto, uma reflexão se faz necessária. Seriam essas as funções Universais da Administração?

Há várias definições de Administração e classificadas em categorias. Na escola funcional, nas visões de

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MCFarland, de Henry Fayol e de George Terry, descrito por Silva (2004, p. 6), temos: Administração é um
processo distinto, que consiste no planejamento, organização, atuação e controle, para determinar e alcançar
os objetivos da organização pelo uso de pessoas e recursos (George Terry).

Conjunto de princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços de um
grupo de indivíduos que se associam para atingir um resultado comum (LACOMBE & HEILBORN, 2006, p. 48).

Acesse “Administração: Princípios e tendências” (LACOMBE & HEILBORN, 2006),


on-line pelo site: https://pt.slideshare.net/LeonardoBuenoTeixeir/aula-01-impressa-
introduo-a-administrao.

17
Definições de Administração:

Administração científica: originou-se na Perspectiva Clássica da Adminisstração (1890-1950), tendo


como pioneiro Frederick W. Taylor (1856-1915) , que com os seus Livros Administração de Oficinas (Shop
Management), em 1903 e Princípios de Administração Científica em 1911, sugere que a Administração deveria
aplicar métodos científicos de pesquisa e experimento, princípios e processos padronizados;

Do seu livro Princípios de Administração Científica, como descreve Silva (2004, p.122), Taylor via a Administração
Científica de modo amplo, em que consiste fundamentalente de certos princípios gerais amplos, uma certa
filosofia, que pode ser alicada de muitos modos. Dentre as suas caracterísiticas, destacaram-se: Ciência em
lugar de empirismo; harmonia em vez de discórdia; cooperação, não individualismo; máxima produção e não
restrição da produção; desenvolvimento de cada homem para a sua máxima eficiência e prosperidade.

Taylor descreveu quatro princípios básicos da Administração Científica: 1. Desenvolvimento de um método


científico para o trabalho dos operários; 2. Estabecimento de um processo científico de seleção e treinamento
do operário; 3. Cooperação entre gerência e operários; 4. Divisão do trabalho dos operários em função da sua
especialização.

Taylor teve uma visão de organização formal, com ênfase nos aspectos internos e
foco na produção; modelo de homem econômico (HOMOECONOMICUS).

Seguidores de Taylor, descrito por Vieria (2004, p. 126), Frank (1866-1924) e sua esposa Lilian Gilberth (1878-
1972) - Estudo da Fadiga; Henry Grant (1861-1919) – Gráfico de Grant; Carl Barth (1860-1939) – complexos

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problemas de matemática nos experimentos de corte de metais; Harrington Emerson (1853-1931) – 12 princípios
de eficiência. Morris Cooke (1872-1960) – Princípios e técnicas de Administração Científica nos campos do
Governo e Educação; Henry Ford (1863-1947) - Princípios da Produtividade, produção em massa, em série e
em cadeia contínua. Linha de montagem; dentre outros.

Já a Ciência da Administração, na concepção atual não pode ser apontada como ciência exata, como as
ciências naturais, porque trata com seres humanos. É uma Ciência Social, inexata, que lida com fenômenos
complexos, mas é científica. Silva (2004, p. 25) descreve administração como ciência ou arte e como Profissão,
e no Brasil, a Lei nº.4.769/65-CFA define a Administração como Profissão Liberal.

Administração como Ciência: corpo sistematizado de conhecimentos, baseados em certos princípios


capazes de aplicação generalizada (SILVA, 2004, p. 29);

Administração como Arte: de acordo com Terry, descrito por Sillva (2004, p. 30), arte é conseguir um
resultado desejável por meio de aplicação de habilidade.
18
Para Silva (2004, p. 4), uma teoria administrativa explica e prediz o comportamento das organizações e dos
seus membros. É um conjunto de conceitos e ideias que explica e prediz fenômenos sociais e físicos. Há as
teorias de configurações - desenvolvidas pelos próprios estudiosos ou aprendidas de outros com o tempo e
como resultados das experiências. Há as teorias científicas - desenvolvidas por meio de métodos científicos.
Somente a experiência pode não ser válida e somente a metodologia não garante sucesso, mas as pessoas
podem adquirir teoria e experiência prática ao mesmo tempo, seja por meio de programas de trabalho-estudo
ou de treinamentos.

TEORIA PRÁTICA

Definições; fatos relevantes; Integração sistemática da teoria Experiência simulada. Casos


conceitos; técnicas; orientações; e prática nos meios significativos para estudo. Participação em
palestras e seminários. e úteis da administração. eventos específicos.

Fonte: Silva (2004, p. 5). Adaptado de Kreitner, Robert, Managment, 8. ed. Boston, Houghton Miflin, 2001, p. 25.

1.4 O Método científico da pesquisa acadêmica em Administração

Na Administração como Ciência Social, os princípios que governam a formulação de metas, hipóteses, coleta
de dados, análise e interpretação dos fatos, teste de conclusões e alcance das soluções, são os mesmos
aplicados nas demais ciências, porém adequados às características da Ciência Social, em que predominam a
subjetividadade, as probabilidadades e as tendências.

Pesquisa acadêmica em Administração: investigação sistemática que fornece informações para orientar

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as decisões empresariais. O seu desenvolvimento em administração está, comparativamente com as
outras ciências, em um estágio de formação. A pesquisa em administração tem origem muito mais recente
e é, em grande parte, patrocinada pelas organizações empresariais que esperam atingir alguma vantagem
competitiva. A pesquisa física é normalmente conduzida sob condições controladas em laboratório; a pesquisa
em administração raramente é; a pesquisa em administração normalmente lida com tópicos como atitudes
humanas, comportamento e desempenho.

Mesmo com esses obstáculos, os pesquisadores estão fazendo grandes progressos na área científica; novas
técnicas estão sendo desenvolvidas e rigorosos procedimentos avançam. Computadores e métodos analíticos
poderosos contribuíram para esse movimento, mas um maior entendimento dos princípios básicos da pesquisa
bem fundamentada é mais importante.

19
Quadro 1 - Características que definem o método científico de pesquisa em Administração

O QUE O ADMINISTRADOR DEVERIA BUSCAR EM UMA PESQUISA FEITA


CARACTERÍSTICAS
POR TERCEIROS OU INCLUIR EM PESQUISA AUTO CONDUZIDA

• Propósito O pesquisador distingue entre o sintoma do problema organizacional, a


claramente definido percepção que o gerente tem do problema e o problema de pesquisa.

• Processo de
O pesquisador fornece uma proposta de pesquisa completa.
pesquisa detalhado

Procedimentos exploratórios são destacados com construções definidas;


• Projeto de pesquisa
Unidade de amostragem é claramente descrita junto com a metodologia de
totalmente planejado
amostragem; Procedimentos de coleta de dados são selecionados e planejados.

O procedimento desejado é comparado com o procedimento real no relatório;


• Limitações reveladas
A amostragem desejada é comparada com a amostragem real no relatório; O
francamente
impacto nos resultados e nas conclusões é detalhado.

Existem salvaguardas para proteger os participantes do estudo, as organizações,


• Altos padrões éticos os clientes e os pesquisadores; As recomendações não excedem o escopo do
aplicados estudo; A metodologia do estudo e suas limitações refletem a preocupação do
pesquisador com a acuidade.

• Análise adequada
Resultados suficientemente detalhados são associados aos instrumentos de
às necessidades do
coleta.
tomador de decisão
Os resultados são apresentados claramente em palavras, tabelas e gráficos; Os
• Resultados resultados são organizados de forma lógica para facilitar a tomada de decisão
apresentados de do gerente em relação ao problema; Um resumo executivo de conclusão é
forma não-ambígua destacado; Um índice detalhado acompanha as conclusões e a apresentação
de resultados.
• Conclusões As conclusões para tomada de decisões são associadas a resultados

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justificadas detalhados.

• Experiência refletida
O pesquisador fornece sua experiência / suas credenciais junto com o relatório.
do pesquisador

Fonte: Cooper e Schindler (2004).

20
Resumo

Vimos que a Universidade busca produzir conhecimento novo, ser espaço de criação e de inovação, em que
realiza sua função social, propiciando a formação profissional, científica e política. Estudar é aprender, que
para Demo (2008), não é resultado de instrução ou da ação de um professor, mas sim de reflexão, de crítica, de
pesquisa, de elaboração de ideias de quem está estudando. No processo da leitura, Zanella (2012) aponta dois
conjuntos: o 1º - delimitação da unidade de leitura e análise textual; e o 2º - atividades de análise textual, análise
temática, análise interpretativa, a problematização e a síntese, ou conclusão pessoal. Na análise temática,
Zanella (2012) desceve o quão importante salientar que as ideias do texto foram elaboradas pelo autor e deve
citar a fonte, se não, é plágio - que significa apresentar como seu um trabalho ou uma ideia que não é sua.
Nas técnicas de leitura, há diferentes formas: de sublinhar, de esquematizar, de resumir e de documentar. Na
elaboração de um resumo, deve conter os elementos essenciais do desenvolviemto do trabalho, de forma a
permitir ao leitor ter uma ideia geral da produção acadêmica; e na introdução, manter os mesmos itens do
resumo, uma ênfase do referencial teórico, e uma contextualização do trabalho como um todo. Na evolução do
pensamento administrativo considerar os antecendentes históricos, os pioneiros do estudo da administração
e seus seguidores e entender a diferencia conceitual da Administração tradicional, Administração Científica,
Administração como Ciência Social. O método científico da pesquisa acadêmica em Administração possui
características específicas que o definem; e na pesquisa em Administração, os princípios que governam a
formulação de metas, hipóteses, coleta de dados, análise e interpretação dos fatos, teste de conclusões e
alcance das soluções, são os mesmos aplicados nas demais ciências, porém adequados às características
das Ciência Sociais.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

1 Descreva e comente sobre os aspectos relevantes quando da leitura, análiase e interpretação de textos que

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favorecema aprendizagem do aluno, na visão de Demo (2008), Zanella (2012) e suas percepções nesse
processo de aprendizagem.

2 Apresente os elementos essenciais de um resumo e de uma introdução de um trabalho acadêmcico,


conceituando-os de forma sucinta e objetiva.

3 Do pioneirismo da Administração até a atualidade, a literatura administrativa apresenta seus antecedentes,


os pioneiros e a evolução conceitual da Administação. Apresente a diferença entre Administração
Científica e Administação enquanto Ciência Social e comente sobre a relevância da pesquisa acadêmica
em Administração para a academia e as organizações. Apresente e comente também sobre as principais
características do Método Científico da Pesquisa em Administação.

21
Referências

BRASIL. Projeto Pedagógico do Curso Bacharelado em Administração Pública modalidade a distância.


Ministério da Educação, 2008.

COOPER, Donald R; SCHINDLER, Pámela S. Métodos de Pesquisa em Administração. 7. ed. Porto Alegre:
Bookman Editora, 2004.

CFA. Lei nº 4.769 de 09 de setembro de 1965. Publicada no D.O.U. de 13/09/65, p. 9.337 e retificada no
D.O.U., de 16/09/65, p. 9.531.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três textos que se completam. 3.ed. São Paulo: Autores
Associados: Cortez, 1983. p.11-24 (Coleção Polêmicas do nosso tempo.).

GARCIA, Mauricio. Normas para elaboração de dissertações e monografias. São Paulo: Universidade do
Grande ABC, 2000.

LACOMBE, Francisco; HEILBORNE, Gilberto. Administração: Princípios e tendências. 1. ed. São Paulo: Ed.
Saraiva, 2006.

LACOMBE, Francisco. Dicionário de Administração. São Paulo: Saraiva, 2004.

MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2006. p. 240.

POLARY, Ilmar. Gestão Pública Integrada-GPI: aplicação da Gestão Profissional Empreendedora-GPE nas
Organizações Públicas. Artigo Científico aprovado e apresentado no XVIII ENGEMA. São Paulo: FEA-USP, 2016.

SILVA, R. O. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Tompson Learning, 2004.

TERRY, George. Principles of management. Richard Irwin, 1953.

Curso Bacharelado em Administração Pública


ZANELLA, Liane C. H. Metodologia de estudo e de pesquisa em administração 2. ed. Florianópolis:
Departamento de Ciências da Administração-UFSC, 2012.

22
CONHECIMENTO E CIÊNCIA:
métodos das ciências sociais e
pesquisa

OBJETIVOS

Descrever a diferença entre conhecimento e ciência, as peculiaridades das ciências sociais, definindo
os seus métodos, os meios técnicos de investigação e a metodologia;

Descrever os tipos e técnicas de pesquisa aplicáveis na investigação científica da Administração,


reconhecendo a importância da produção científica para a universidade e a prática no contexto
organizacional.

2.1 Conhecimento e ciência, Natureza e tipos de ciências

Conhecimento e ciência: conhecimento é o acúmulo de informações de cunho intelectual, com o domínio


teórico ou prático acerca de um assunto, científico ou não. Para Gil (2008, p. 1), pela observação, o ser
humano adquire grande quantidade de conhecimento. Entretanto, essa forma de conhecimento, não satisfaz
os espíritos mais críticos, pois a observação casual dos fatos conduz a graves equívocos.

O autor considera ciência como uma forma de conhecimento que tem por objetivo formular, mediante
linguagem rigorosa e apropriada - se possível, com auxílio da linguagem matemática -, leis que regem os

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fenômenos. Pode-se definir ciência mediante a identificação de suas características essenciais. Assim pode
ser caracterizada como uma forma de conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível.

Atenção para as características:

O conhecimento científico é objetivo porque descreve a realidade independente dos caprichos do


pesquisador;

É racional porque se vale sobretudo da razão, e não de sensação ou impressões, para chegar a seus
resultados;

É sistemático porque se preocupa em construir sistemas de ideias organizadas racionalmente e em incluir


os conhecimentos parciais em totalidades cada vez mais amplas;

É geral porque seu interesse se dirige fundamentalmente à elaboração de leis ou normas gerais, que
explicam todos os fenômenos de certo tipo;
23
É verificável porque sempre possibilita demonstrar a veracidade das informações; e

É falível porque, ao contrário de outros sistemas de conhecimento elaborados pelo homem, reconhece sua
própria capacidade de errar.

Para Netto (2006, p. 1), Ciência é a expressão máxima da capacidade racional humana em explicar as causas
dos fenômenos naturais, sociais e humanos.

Natureza e tipos de ciência: há conhecimentos que não pertencem à ciência, como o conhecimento vulgar,
o religioso, e em certa acepção, o filosófico (GIL, 2008, p. 2). Descreve ainda, que poucas coisas em ciência
são tão controversas quanto sua definição, havendo mesmo autores que consideram essa discussão insolúvel.

No entanto, a partir das características essenciais da ciência, torna-se possível, em boa parte dos casos,
distinguir entre o que é ciência e o que não é. Há situações, entretanto, em que não se torna possível determinar
com toda clareza se determinado conhecimento pertence à ciência ou à filosofia. Estas situações ocorrem
sobretudo no domínio das ciências humanas.

Classificação das ciências: pode-se classificar as ciências, em duas grandes categorias: formais e empíricas
(GIL, 2008, p. 3). As formais tratam de entidades ideais e de suas relações, sendo a Matemática e a Lógica
Formal; as empíricas tratam de fatos e de processos, em que incluem-se ciências como a Física, a Química, a
Biologia e a Psicologia.

As ciências empíricas, por sua vez, podem ser classificadas em naturais e sociais. Dentre as ciências naturais
estão: a Física, a Química, a Astronomia e a Biologia; e dentre as ciências sociais estão: a Sociologia, a
Antropologia, a Ciência Política, a Economia e a História.

A Psicologia, a despeito de apresentar algumas características que a aproximam das ciências naturais, constitui
também uma ciência social. Isto porque, ao tratar do estudo do comportamento humano, trata-o sobretudo a
partir da interação entre os indivíduos.

Peculiariedades das ciências sociais: foram constituídas principalmente no século XIX, sob a influência

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da orientação positivista de Augusto Comte. As ciências sociais, fundamentadas nessa perspectiva, supõem
que os fatos humanos são semelhantes aos da natureza, observados sem ideias preconcebidas, submetidos
à experimentação, expressos em termos quantitativos e explicados segundo leis gerais. Esse modelo logo
passou a ser questionado, pois ficaram claras as suas limitações, em que torna-se necessário reconhecer que
os objetos das ciências humanas e sociais são muito diferentes dos das ciências físicas e biológicas. Gil (2008,
p. 4) ressalta algumas das dificuldades das Ciências Sociais:

O problema da objetividade: Emile Durkheim (1973), um dos pioneiros da investigação científica nas
Ciências Sociais, estabeleceu em “As regras do método sociológico”, que a primeira e mais fundamental regra
para o sociólogo é tratar os fatos sociais como coisas. Trata-se de clara tentativa de adotar nas ciências sociais
procedimentos semelhantes aos das ciências naturais, plenamente consoantes com a doutrina positivista;

24
O problema da quantificação: é impossível negar que o cientista social lida com variáveis de difícil
quantificação. Contudo, o problema da quantificação em ciências sociais, se analisando com a merecida
profundidade, mostrar-se-á bem menos crítico do que aparenta;

Os fatos sociais dificilmente podem ser tratados como coisas, pois são produzidos por seres
que sentem, pensam, agem e reagem, sendo capazes, portanto, de orientar a situação
de diferentes maneiras. Da mesma forma, o pesquisador, pois ele é também um ator que
sente, age e exerce sua influência sobre o que pesquisa. É preciso admitir que o princípio
da objetividade, tão raro ao Positivismo, aplica-se precariamente às ciências sociais, posto
que não há como conceber uma investigação que estabeleça uma separação regida entre o
sujeito e o objeto.
Os resultados obtidos nas pesquisas não são indiferentes nem à forma de sua obtenção
nem à maneira como o pesquisador vê o objeto. Por essa razão é que nas ciências sociais
a discussão acerca da relação sujeito-objeto é relevante. O que justifica a existência de
diferentes quadros de referência para análise e interpretação dos dados.

O problema da experimentação: o experimento em investigações sociais é bem pouco utilizado, visto


que, de modo geral, o cientista não possui o poder de introduzir modificações nos fenômenos que pretende
pesquisar, lhe cabendo indagar se de fato o experimento controlado é realmente indispensável para a obtenção
de resultados cientificamente aceitáveis;

O problema da generalização: se as pesquisas nas ciências naturais com frequência conduzem ao


estabelecimento de leis, nas ciências sociais não conduzem mais do que à identificação de tendências. O
máximo que um pesquisador experiente pode almejar é a construção de teorias, que provavelmente não serão
tão gerais quanto ele gostaria que fossem.

2.2 Métodos das ciências sociais, Meios técnicos de investigação, Metodologia

Método: caminho para se chegar a um determinado fim. Curso Bacharelado em Administração Pública

Método científico: conjunto de procedimentos intelectuais adotados para se atingir o conhecimento


(GIL, 2008, p. 8). Dentre os métodos de investigação, destacara-se:

Método dedutivo - parte do geral e, a seguir, desce ao particular. Princípios reconhecidos como verdadeiros, proposto
pelos racionalistas (Descartes, Spinoza e Leibuiz), onde só a razão é capaz de levar a conhecimentos verdadeiros,
irrecusáveis. Larga aplicação nas ciências como a Física e a Matemática, e restrito nas ciências sociais. Exemplo a seguir:
Todo homem é mortal. (premissa maior)

Pedro é homem. (premissa menor)

Logo, Pedro é mortal. (conclusão)

25
Método indutivo - parte do particular para a generalização, posterior do trabalho de coleta de dados
de observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade. Proposto pelos Empiristas
(Bacon, Hobbes, Locke e Hume), em que o conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência.
Exemplo a seguir:
Antônio é mortal.
Benedito é mortal.
Carlos é mortal.

-------------------

Zózimo é mortal.

Ora, Antônio, Benedito, Carlos... e Zózimo são homens,

logo, (todos) os homens são mortais.

Método hipotético-dedutivo: foi definido por Karl Popper a partir de críticas à indução, expressas em
“A lógica da investigação científica”, obra publicada pela primeira vez em 1935. No método hipotético-dedutivo
(KAPLAN, 1972, p. 12):
[...] o cientista, através de uma combinação de observação cuidadosa, hábeis antecipações e
intuição científica, alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos pelos quais
está interessado, daí deduz ele as consequências por meio de experimentação e, dessa maneira,
refuta os postulados, substituindo-os, quando necessário por outros e assim prossegue. Método,
conforme esquema abaixo:

Dedução de
consequências Tentativa de
Problema Conjecturas Corroboração
observadas falseamento

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Fonte: Kaplan (1972, p. 12).

Método dialético - arte do diálogo (Platão). Na Idade Média, utilizado para significar a lógica. Na
concepção moderna - fundamenta-se para o filósofo Hegel, onde as contradições se transcendem, mas dão
origem a novas contradições que passam a requerem solução. É de natureza idealista. Privilegia as mudanças
qualitativas, distinguindo da ótica positivista, que enfatiza os procedimentos quantitativos;

Método fenomenológico - propõe-se a estabelecer uma base segura, liberta de proposições para
todas as ciências. Edmund Husserl (1859-1938). Não é dedutivo, nem empírico.

26
Métodos que indicam os meios técnicos da investigação são:

1 Método Experimental: submeter os objetos de estudo às influências de certas


variáveis, em condições controladas, para observar os resultados que a variável
produz no objeto;
2 Método Observacional: observar o fenômeno. É muito utilizado nas ciências
sociais;
3 Método Comparativo: investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos,
para ressaltar as diferenças e similaridades entre eles;
4 Método Estatístico; aplicação da teoria estatística da probabilidade, sendo
importante auxílio para investigação em ciências sociais;
5 Método Clínico: relação profunda entre pesquisador e pesquisado.
Exemplo:pesquisa psicológica ou psiquiátrica para obter ajuda, sobretudo depois
dos trabalhos de Freud;
6 Método Monográfico: o estudo de um caso em profundidade pode ser considerado
representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes. Níveis:
Monografia (graduação e especialização); Dissertação (Mestrado); Tese (Doutorado).

Metodologia: tipologia de raciocínios que devem ser utilizados na investigação sistemática do tema definido.
A partir dos conhecimentos científicos é que podemos dimensionar o grau de profundidade e extensão com
que se pretende abordar um tema.

2.3 Pesquisa: definições, finalidades, níveis, campos, tipos e técnicas

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Definições: processo formal e sistemático do desenvolvimento do método científico. Objetiva descobrir
respostas para problemas, mediante o emprego de procedimentos científicos. A pesquisa social é um processo
que, utilizando a metodologia científica, permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade
social (GIL, 2008, p. 26). Para Asti Vera (1979, p. 12), é um problema a definir, examinar, avaliar, analisar
criticamente, para depois tentar uma solução.

Segundo Ander-Egg (1978, p. 28), significa um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo,
que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir
verdades parciais.

Para Rummel (1972, p. 3), dois significados: em sentido amplo, engloba todas as investigações especializadas
e completas; em sentido restrito, abrange os vários tipos de estudos e de investigações mais aprofundados.

27
Finalidades da pesquisa: a pesquisa social, segundo Gil (2008, p. 26), pode decorrer de razões de ordem
intelectual, quando baseadas no desejo de conhecer pela simples satisfação para agir, em que se pode falar
em pesquisa pura e em pesquisa aplicada.

A pesquisa pura busca o progresso da ciência, desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação
direta com suas aplicações e consequências práticas, e objetiva a generalização, com vistas na construção
de teorias e leis.

A pesquisa aplicada tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e consequências
práticas dos conhecimentos. É menos voltada para o desenvolvimento de teorias de valor universal, a que
mais se dedicam os psicólogos, sociólogos, economistas, assistentes sociais e outros pesquisadores sociais.

Níveis de pesquisa: cada pesquisa social tem um objetivo específico, sendo possível fazer grupamentos
amplos. Selltiz et al. (1967, p. 5) classificam em três estudos: exploratórios, descritivos e os que verificam
hipóteses causais - denominadas explicativas. Observe:

1 Pesquisa Exploratória - desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas à formulação de
problemas ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores: levantamentos bibliográficos e documentais,
entrevistas não-padronizadas e estudos de caso;

2 Pesquisa descritiva – objetiva a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o


estabelecimento de relações entre variáveis. Estudar as características de um grupo; o nível de atendimento dos
órgãos públicos de uma comunidade; e aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis;

3 Pesquisa explicativa - identifica os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos. Explica a razão, o porquê das coisas.

Campos: a pesquisa social é um processo que utiliza metodologia científica, por meio da qual se pode obter
novos conhecimentos no campo da realidade social. Segundo Ander-Egg (1978, p. 30), temos: 1. Natureza
e personalidade humanas; 2. Povos e grupos culturais; 3. A família;4. Organização social e instituição social;
5. População e grupos territoriais; 6. A comunidade rural; 7. A conduta coletiva; 8. Grupos antagônicos e

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associativos; 9. Problemas sociais, patologia social e adaptações sociais; 10. Teoria e métodos.

Tipos de pesquisa: variam de acordo com o enfoque do autor, os quais descrevem-se:

Ander-Egg (1978, p. 33) apresenta dois tipos: 1. Pesquisa básica pura ou fundamental - procura o progresso
científico, a ampliação de conhecimentos teóricos, sem a preocupação de utilizá-los na prática. É a pesquisa
formal, tendo em vista generalizações, princípios, leis. A meta é o conhecimento pelo conhecimento; 2.
Pesquisa aplicada - caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou
utilizados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade;

Best (1972, p. 12) descreve: a) Histórica – “descreve o que era” e enfoca quatro aspectos: investigação,
registro, análise e interpretação de fatos ocorridos no passado, para, por meio de generalizações, compreender
o presente e predizer o futuro; b) Descritiva – “delineia o que é”, abordando quatro aspectos: descrição, registro,
análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o seu funcionamento no presente; c) Experimental –
“descreve o que será”, quando há controle sobre determinados fatores, nas relações de causa e efeito.
28
Moreira e Caleffe (2006, p. 73) citam a pesquisa não-experimental, sendo recomendada para: 1) descrever e
explicar eventos e situações como elas existem ou existiram; 2) avaliar produtos ou processos; 3) desenvolver
inovações. E Classificam outros tipos:

a) Pesquisa bibliográfica;

b) Pesquisa documental;

c) Pesquisa histórica;

d) Pesquisa de levantamento (survey) - é o tipo de pesquisa descritiva mais comum, que inclui a utilização de
questionários, entrevistas e levantamentos normativos;

e) Pesquisa de avaliação – coleta de dados por meio de observações, de entrevistas, de questionários, de


testes e de documentos;

f) Pesquisa correlacional - descobrir associações entre duas ou mais variáveis;

g) Pesquisa causal-comparativa - explorar uma possível relação de causa e efeito, pois não pode demonstrar
causa e efeito. Chamada de pesquisa ex post facto (depois do fato) e simplesmente indica que uma variável
independente existe e não pode ser alterada imediatamente, mas pode ser explorada para ser entendida.

Rummel (1972, p. 8) apresenta quatro divisões: a) Pesquisa bibliográfica - utiliza materiais escritos; b)
Pesquisa de ciência da vida e ciência física – experimental - tem como campo de atividade o laboratório; c)
Pesquisa social - visa melhorar a compreensão de ordem, de grupos, instituições sociais e éticas; d) Pesquisa
tecnológica ou aplicada - prática – aplicação dos tipos de pesquisa relacionados às necessidades imediatas
dos diferentes campos da atividade humana.

Técnicas de pesquisa: é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte
(MARCONI & LAKATOS, 2006, p. 62). Atenção. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas:

1 Documentação indireta: toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que

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sejam os métodos ou técnicas empregados. Pode ainda, sugerir problemas e hipóteses e orientar para outras
fontes de coleta. É a fase de recolher informações prévias sobre o campo de interesse. O levantamento de
dados, primeiro passo da pesquisa científica, é feito de pesquisa documental (fontes primárias), e pesquisa
bibliográfica (fontes secundárias).

a) Pesquisa documental (ou fontes primárias): a fonte de coleta de dados está restrita a documentos,
escritos ou não, constituindo o que se predomina de fontes primárias.

Existem registros em que a característica “primária” ou “secundária” não é tão evidente, o mesmo ocorrendo
com algumas fontes não escritas. Diferenciação no Quadro 2, a seguir:

29
Quadro 2 – Diferenciação de Escritos Retrospectivos e Contemporâneos

ESCRITOS OUTROS
PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS
Transcritos de
Compilados na
fontes primárias Feitos pelo autor Feitos por outros
ocasião pelo autor
contemporâneas
Exemplos Exemplos Exemplos Exemplos

Documentos de Relatórios de Fotografias Material cartográfico


arquivos públicos pesquisa baseados
em trabalho de Gravações em fita Filmes comerciais
CONTEMPORÂNEOS Publicações campo de auxiliares magnética
parlamentares e Rádio
administrativas Estudo histórico Filmes
que recorre aos Cinema
Estatísticas (censos) documentos originais Gráficos
Televisão
Documentos de Pesquisa estatística Mapas
arquivos privados baseada em dados
Outras ilustrações
do recenseamento
Cartas
Pesquisa que usa a
Contratos correspondência de
outras pessoas

Compilados após o Transcritos de


Analisados pelo
acontecimento pelo fontes primárias Feitos por outros
autor
autor retrospectivas
Exemplos Exemplos Exemplos Exemplos

Diários Pesquisa que Objetos Filmes comerciais


recorre a diários ou
Autobiografias autobiografias Gravuras Rádio

RETROSPECTIVOS Relatos de visitas à Pinturas Cinema


Instituições
Desenhos Televisão
Relatos de viagens

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Fotografias

Canções Folclóricas

Vestuário

Folclore

Fonte: Marconi e Lakatos (2006, p. 63).

b) Pesquisa bibliográfica (ou de fontes secundárias) abrange toda bibliografia já tornada pública em relação
ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisa monográficas, teses,
material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e áudio visuais:
filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou
filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências.

30
Tipos de fontes bibliográficas: 1) imprensa escrita; 2) meios audiovisuais; 3) material cartográfico (mapas,
gráficos etc.); 4) publicações: livros, teses, monografias, publicações avulsas, pesquisas etc., formam o
conjunto de publicações.

2 Documentação direta: a documentação direta constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio


local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras: por meio da pesquisa
de campo ou da pesquisa de laboratório;

Observe:

a) Pesquisa de campo: é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos
acerca de um problema para o qual se procura uma reposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou
ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles;

b) Pesquisa de laboratório: é um procedimento de investigação mais difícil, porém mais exato. Ela descreve
e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas. Exige instrumental específico, preciso, e ambientes
adequados.

3 Observação direta intensiva: é realizada por meio de duas técnicas, as quais são:

Observação: utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas
em ver e ouvir, mas também examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar;

Entrevista: é uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador,
verbalmente, a informação necessária. Tipos: Padronizada ou Estruturada, Despadronizada ou Não Estruturada,
Painel.

4 Observação direta extensiva: apresentando as técnicas de:

Questionário: constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença
do pesquisador;

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Formulário: roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do
pesquisado;

Medidas de opinião e de atitudes: instrumento de “padronização”, pelo qual se pode assegurar a equivalência
de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade de compará-las;

Outras técnicas: incluem-se aqui, entre outras, algumas para investigação social: testes, sociometria, análise
de conteúdo e história de vida, história oral e técnicas mercadológicas;

Testes: instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que permitam medir o rendimento, a frequência,
a capacidade ou a conduta de indivíduos, de forma quantitativa;

31
Sociometria: técnica quantitativa que procura explicar as relações pessoais entre indivíduos de um grupo;

Análise de conteúdo: permite a descrição sistemática, objetiva e quantitativa do conteúdo da comunicação;

História de vida: tenta obter dados relativos à “experiência íntima” de alguém que tenha significado importante
para o conhecimento do objeto em estudo;

História oral: segundo Moss (1974, p. 9), descrito por Marconi e Lakatos (2006), “é uma técnica para gravar não
apenas lembranças do passado, mas reflexõe e opiniões daqueles cujas vidas estão ainda comprometidas com
atividades públicas”. No Brasil, foi o Museu de Imagem e do Som que primeiramente valeu-se dessa técnica;

Técnicas mercadológicas: a pesquisa de mercado é a obtenção de informações sobre o mercado, de maneira


organizada e sistemática, tendo em vista ajudar o processo decisivo nas empresas, minimizando a margem de
erros.

Independentemente da(s) técnica(s) escolhida(s), deve-se descrever a característica e a forma de aplicação,


indicando como codificar e tabular os dados obtidos, considerando:

Delimitação do universo (descrição da população): é o conjunto de seres animados ou inanimados que


apresentam pelo menos uma característica em comum. Sendo N o número total de elementos do universo
ou população, o mesmo pode ser representado pela letra latina maiúscula X, tal que Xn = X1; X2; X3...; Xn. A
delimitação do universo explica que pessoas ou coisas, fenômenos etc., que serão pesquisadas, enumerando
suas características comuns, como por exemplo, sexo, faixa etária, organização a que pertencem, comunidade
onde vivem etc;

Tipo de amostragem: só ocorre quando a pesquisa não é censitária, isto é, não abrande a totalidade dos
componentes do universo, surgindo a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população. É
escolher uma parte (ou amostra), de tal forma que ela seja a mais representativa possível do todo, e, a partir
dos resultados obtidos, relativos a essa parte, pode inferir, o mais legitimamente possível, os resultados da
população total, se esta fosse verificada;

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A amostra constitui uma parcela selecionada do universo (população). É um subconjunto do universo. Sendo n
o número de elementos da amostra, a mesma pode ser representada pela letra latina minúscula x, tal que x =
x1; x2; x3; ...; xn onde xn < Xn e n < (maior ou igual) N.

Há duas grandes divisões no processo de amostragem: a não-probabilista e a probabilista. A priemira, não


fazendo uso de uma forma aleatória de seleção, não pode ser objeto de certos tipos de tratamento estatístico,
o que diminui a possibilidade de inferir para o todo, os resultados obtidos para a amostra.

32
É por este motivo que a amostragem não-probabilista é pouco utilizada. Apresenta
os tipos: intencional, por júris, por tipicidade e por quotas. A segunda baseia-
se na escolha aleatória dos pesquisados, significando o aleatório que a seleção
se faz de forma que cada membro da população tinha a mesma probabilidade
de ser escolhido. Esta maneira permite a utilização de tratamento estatístico,
que possibilita compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a
representatividade e significância A amostra constitui uma parcela selecionada
do universo (população). É um subconjunto do universo. Sendo n o número de
elementos da amostra, a mesma pode ser representada pela letra latina minúscula
x, tal que x = x1; x2; x3; ...; xn onde xn < Xn e n < (maior ou igual) N.
Há duas grandes divisões no processo de amostragem: a não-probabilista e a
probabilista. A primeira, não fazendo uso de uma forma aleatória de seleção, não
pode ser objeto de certos tipos de tratamento estatístico, o que diminui a possibilidade
de inferir para o todo, os resultados obtidos para a amostra. É por da amostra.

Tratamento estatístico: os dados colhidos pela pesquisa apresentar-se-ão “em bruto”, necessitando da
utilização da estatística para seu arranjo, análise e compreensão;

Embasamento teórico: são os elementos de fundamentação teórica da pesquisa e, também, a definição dos
conceitos empregados, que são:

a) Teoria de base: a finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados
empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para
tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo teórico que
sirva de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados. Todo projeto
de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador fundamentará
sua interpretação;

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b) Revisão de literatura: pesquisa alguma parte hoje da estaca zero. Em algum lugar, já deve ter feito pesquisas
iguais ou semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida. Uma procura
de tais fontes documentais ou bibliográficas, torna-se imprescindível para a não-duplicação de esforços, a não
“descoberta” de ideias já expressas, a não-inclusão de “lugares-comuns” no trabalho;

c) Definição dos termos: a ciência lida com conceitos, isto é, termos simbólicos que sintetizam as coisas e
os fenômenos perceptíveis na natureza, no mundo psíquico do homem ou na sociedade, de forma direta ou
indireta. Para que se possa esclarecer o fato ou fenômeno que se está investigando e ter possibilidade de
comunicá-lo, de forma não ambígua, é necessário defini-lo com precisão.

Cronograma: a pesquisa deve ser dividida em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para
passar de uma fase a outra, podendo determinadas partes serem executadas simultaneamente, e outras que
dependem das anteriores;

33
Instrumento de pesquisa: devem-se anexar ao projeto os instrumentos referentes às técnicas selecionadas
para a coleta de dados.

2.4 Fases da pesquisa

Em linhas gerais e com a sua devida adequabilidade, considerar quando da elaboração do projeto de pesquisa
as seguintes fases (MARCONI & LAKATOS, 2006, p. 25). Assim, destamos:

1 Escolha do tema: é o assunto que se deseja estudar e pesquisar. Selecionar de acordo com as inclinações
e aptidões e encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente;

2 Levantamento de dados: três procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e contatos


diretos;

3 Formulação do problema: é uma dificuldade teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real
importância a qual se deve encontrar uma solução;

4 Definição dos termos: é torná-los claros, compreensivos, objetivos e adequados;

5 Construção de hipótese: é uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta
existente para um programa;

6 Indicação de variáveis: ao se colocar o problema e a hipótese, deve ser feita também a indicação das
variáveis dependentes e independentes;

7 Delimitação da pesquisa: é estabelecer limites de tempo e espaço para a investigação em relação ao


assunto, a extensão e a uma série de fatores humanos, econômicos e de prazo;

8 Amostragem: é uma parcela convenientemente selecionada do universo (população). É um subconjunto do

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universo;

9 Seleção de métodos e técnicas: a seleção do instrumento metodológico das técnicas está direcionada
diretamente com o problema estudado;

10 Organização do instrumental de pesquisa: esboços práticos que servem de orientação na montgem dos
formulários, questionários, roteiros de entrevistas, escalas de opinião ou de atitudes e outros aspectos, além
de dar indicações sobre o tempo e o material necessário à realização de uma pesquisa;

11 Teste de instrumentos e procedimentos: é o teste preliminar ou pré-teste, que consiste em testar o


instrumento da pesquisa em uma pequena parte da população do “universo” ou da amostra, antes de ser
aplicado definitivamaente;

12 Execução da Pesquisa: coleta, elaboração, análise e representação dos dados; e as conclusões que
devem estar vuinculadas à hipótese de investigação, cujo conteúdo foi comprovado ou refutado.

34
Resumo
Vimos que o conhecimento é o acúmulo de informações de cunho intelectual, com o domínio teórico ou prático,
científico ou não; e a ciência - é a forma de conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível,
e que as ciências podem se classificar em duas grandes categorias, formais e empíricas (GIL, 2008). As ciências
sociais, supõem que os fatos humanos são semelhantes aos da natureza, mas com dificuldades peculiares, como os
problemas: da objetividade, da quantificação, da experimentação e da generalização. O método científico é conjunto
de procedimentos intelectuais adotados para se atingir o conhecimento, os quais indicam os meios técnicos da
investigação, dentre eles: o observacional, o estatístico e o monográfico, largamente utilizados nas Ciências Sociais.
Metodologia significa tipologia de raciocínios que devem ser utilizados na investigação sistemática do tema. A
pesquisa social é um processo que, utilizando a metodologia científica, permite a obtenção de novos conhecimentos
no campo da realidade social, tendo como objetivo fundamental descobrir respostas para problemas em diversos
campos, dentre eles segundo Ander-Egg (1978), temos: natureza e personalidade humanas, organização e
instituição social, a conduta coletiva, teoria e métodos. Os tipos de pesquisa, variam de acordo com o autor, em que
destacaram-se nas ciências sociais: aplicada, a descritiva, a bibliográfica, a documental e a de campo. A técnica
de pesquisa, segundo Marconi e Lakatos (2006), é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma
ciência, sendo que toda ciência utiliza inúmeras técnicas, dentre elas: a Documentação Indireta – com as pesquisas
documental (fontes primárias) e bibliográfica (fontes secundárias); a Documentação Direta – com as pesquisas de
campo e laboratório; a Observação Direta Intensiva - com as técnicas da Observação e entrevista; e Observação
Direta Extensiva – em que temos o questionário e as técnicas mercadológicas. Na elaboração do projeto de
pesquisa, considerar as seguintes etapas: o tema; levantamento de dados; formulação do problema; definição dos
termos; construção de hipótese; Indicação de variáveis; delimitação da pesquisa; amostragem; seleção de métodos
e técnicas; organização do instrumental; teste de instrumentos e procedimentos; e execução da pesquisa .

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

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1 Segundo Gil (2008), há duas grandes categorias nas ciências: formais e empíricas. As ciências empíricas, por sua
vez, podem ser classificadas em naturais e sociais, sendo que as Ciências Sociais, tem suas peculiaridades e
dificuldades. Assim, apresente e comente sobre as dificuldades das Ciências Sociais na concepção desse autor.

2 O Método Científico é um conjunto de procedimentos intelectuais adotados para se atingir o conhecimento.


Dentre os métodos de investigação, destacaram-se o dedutivo e o indutivo, sendo que os métodos indicam
os meios técnicos de investigação. Nesse contexto, apresente a diferença entre o méodo dedutivo e o
método indutivo; três meios técnicos de investigação comumente utilizado nas Ciências Sociais; e o seu
entendimento sobre o que significa metodologia.

3 A pesquisa tem como objetivo fundamental descobrir respostas para problemas mediante o emprego de
procedimentos científicos. Assim, comente sobre o significado da pesquisa; sua finalidade; e os campos,
tipos e técnicas aplicáveis nas Ciências Sociais.
35
Referências

ANDER-EGG, Ezequiel. Introducción a lãs técnicas de investigación social: para trabajadores sociales.
7.ed. Buenos Aires Humanitas, 1978. Parte I, Capítulo 1.

ASTI VERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. Tradução Maria Helena Guedes Crespo; Beatriz
Marques Magalhães. 5. ed. Porto Alegre: Editora Globo, 1979.

BEST, J. W. Como investigar em educacion. 2. ed. Madrid. Ed. Morata, 1972.

BOCHENSKI, I. M. A filosofia contemporânea ocidental. 2. ed. São Paulo: Herder, 1968.

GIL, Antônio C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

KAPLAN, Abraham. A conduta na pesquisa: metodologia para as ciências do comportamento. São Paulo:
Herder, 1972.

LAVILLE, Christian, DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em


ciencias humanas. Tradução Heloisa Monteiro e Francisco Settineri. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte:
EditoraUFMQ, 1999.

MARCONI, Maria de A.; LAKATOS, Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MOREIRA, H.; CALEFFE L. G. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro:
DP&A, 2006.

NETTO, Alvim A. de O. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. rev. e atual. Florianópolis: Visual Books, 2006.

POPPER, Karl R. The logic of scientific discovery. Londres: Hutchinson, 1972.

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RUMMEL, J. F. Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação. Porto Alegre: Globo, 1972.

SELLTIZ, C.; WRIGHTSMAN, L. S.; COOK, S. W. Métodos de pesquisa das relações sociais. São Paulo:
Herder, 1967.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. 18


reimp. São Paulo, Atlas, 2009.

36
O PROJETO E A PRÁTICA DA
PESQUISA ACADÊMICA NA
ADMINSTRAÇÃO

OBJETIVOS

Descrever os elementos da estrutura e organização básica de um trabalho científico em seus


elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais;

Aplicar os conhecimentos técnicos, teóricos e metodológicos da literatura, quando da elaboração


e avaliação de trabalhos científicos, tais como: TCC, artigo científico, monografia e de projetos de
pesquisa em Administração.

3.1 Objeto de estudo, área, problema

A Unidade III é a consolidadação dos conteúdos trabalhados aqui nas Unidades I e II para a elaboração do
projeto da pesquisa. Nessta etapa, deparamos com diversas fases, as quais seguem uma sequência lógica,
que vai desde o título, com a sua identificado no início (capa projeto) até as referências no final.

No Brasil, como descreve Silva et al. (2009, p. 2), a estrutura da organização de um trabalho acadêmico
está definida pela norma ABNT NBR 14724:2005, que estipula parâmetros de elaboração e apresentação de
trabalhos acadêmicos, segundo os quais os trabalhos científicos compõem-se de: elementos pré-textuais
– que antecedem o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho; elementos

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textuais – parte do trabalho em que é exposta a matéria, e compõem-se de introdução, desenvolvimento e
conclusão; e elementos pós-textuais – que complementam o trabalho.

Nessa sequência organizada, convém iniciarmos com a clareza de três aspectos


relevantes: o objeto de estudo; a área; e o problema, posto que sejam os
norteadores do desenvolviemnto de todo o projeto.

Objeto de estudo – refere-se à grande área de estudos e pesquisa de interesse do pesquisador. Com
exemplo, temos: Administração Pública. Micro e Pequenas Empresa – MPEs. É a partir desse objeto de
estudo, que será retirada uma área de trabalho a ser investigada.

37
Área – é parte específica extraída do objeto de estudo, ou seja nesse objeto, há uma dimensão grande a ser
explorada, sendo pertinente delimitar em uma parte desse universo para ser pesquisado. Por exemplo: Gestão
Pública Empreendedora e Planejamento Público Governamental, são áreas do objeto de estudo Administração
Pública. Já Gestão Profissional de PMEs e Mortalidade das MPEs, são áreas do objeto de estudo Micro e
Pequenas Empresas.

No Brasil, temos a Lei nº 4.769/65-CFA que define com clareza as áreas e os campos privativos da Administração,
sendo pertinente que os pesquisadores da graduação e pós-graduação em Administração desenvolvam
projetos de pesquisas nessas áreas, posto que contemplam todas as áreas de trabalho e níveis hierárquicos
das organizações públicas e privadas.

Problema – é uma questão não resolvida, é algo para o qual se vai buscar um resposta, via pesquisa (VERGARA,
2007, p. 21). Quase sempre problemas apresentam relações entre variáveis. Exemplo: Qual a correlação entre
produtividade e iluminação do local de trabalho? (Elton Mayo. Teoria das Relações Humanas).

Definir e formular um problema de pesquisa, de acordo com Triviños (2009, p. 93), requer alguns pressupostos:
um deles é o de considerar que o pesquisador esteja envolvido, direto e indiretamente, na realidade na qual
um matiz dela, abrangente ou não, apresenta uma situação que precisa ser esclarecida. Do ponto de vista
instrumental, o investigador deve estar essencialmente vinculado a dois aspectos fundamentais: 1 - o tópico
de pesquisa deve cair diretamente no âmbito cultural de sua graduação; e 2 - o assunto deve surgir da prática
cotidiana que o pesquisador realiza como profissional.

Nesse sentido, segundo Triviños (2009, p. 94), as primeiras atividades do pesquisador no seio da comunidade
que interessa são de natureza exploratória, tendentes à conscientização tanto do pesquisador, como dos
integrantes do grupo social, dos problemas que existem, das dificuldades que se apresentam, e de interesse
coletivo na vida das pessoas.

Qualquer que seja o ponto de vista teórico que oriente o trabalho do investigador, a precisão e a clareza
são obrigações elementares que devem cumprir na tentativa de estabelecer os exatos limites do estudo. No
enfoque positivista, por exemplo, a formulação do problema deve ressaltar as relações entre os fenômenos.

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Assim, esses três aspectos iniciais: objeto de estudo, área e problema, quando definidos com objetividade e
clareza pelo pesquisador, facilitrão na elaboração e execução do projeto de pesquisa.

3.2 Projeto de pesquisa: elementos que compõem a estrutura de um projeto

Nesta parte, além das questões conceituais apresenta-se também um exemplo prático de um projeto aprovado
como referência, da temática das Micro Pequenas e Médias Empresas – MPES, visando facilitar a compreensão
desses itens.

38
3.2.1 Título, capa, folha de rosto, itens específicos, sumário, justificativa

Título: é o tema selecionado pelo pesquisador, identificado na capa do projeto.

Capa: é a primeira página do projeto, porém, via de regra, não é numerada. Vejamos um exemplo do título de
um projeto selecionado, identificado na capa (POLARY, 2015).

Acesse “As contribuições das Tecnologias da Administração e perenidade das Micro


e Pequenas Empresas – MPEs” (POLARY, 2015), pelo site: http://www.uema.br/wp-
content/uploads/2015/08/Rela%C3%A7%C3%A3o-de-inscri%C3%A7%C3%A3o-PIBEX-
2015-2016-oficial.pdf.

PIBEX – PROEXAE / UEMA

AS CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS DA ADMINISTRAÇÃO E PERENIDADE DAS MICRO E


PEQUENAS EMPRESAS (MPES)

Curso Bacharelado em Administração Pública


Equipe executora: Orientador e alunos bolsistas do
Programa PIBEX – PROEXAE/UEMA/Edital Nº 07/2015.

Orientador: nome do Professor orientador,


departamento e centro de lotação.

São Luís

2015
39
Folha de rosto: é a segunda página do projeto, que contém além dos itens da capa, outras informações que
caracterizam o projeto.

Em projetos acadêmicos em geral, projetos de extensão e de pesquisa institucional, convém observar as


normas dos editais de cada Instituição e/ou órgão de fomento do projeto e atendê-las. Vejamos o exemplo, do
complemento anterior da capa.

PIBEX – PROEXAE / UEMA

AS CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS DA ADMINISTRAÇÃO E PERENIDADE DAS MICRO E


PEQUENAS EMPRESAS (MPEs)

Projeto de Pesquisa apresentado ao Programa de


Extensão da UEMA pelo Prof. (nome, departamento e
centro) atendendo ao Edital Nº 07/2015 – PROEXAE/
UEMA, como incentivo à participação de professores e
alunos nas atividades de extensão, visando a integração

Curso Bacharelado em Administração Pública


entre o ensino a pesquisa e a extensão na UEMA.

____________________________________________

Prof. Nome para assinatura do orientador.

São Luís

2015

40
Itens específicos: espaço destinado para citações, agradecimento, epígrafes etc. Vejamos um exemplo de citação.

Felicidade é ter algo o que fazer,


ter algo que amar e algo que
esperar...
(Aristóteles)

Sumário: é uma enumeração das principais divisões de um documento, na ordem em que a matéria nele se
sucede. NBR 6027 (1989). Um exemplo a seguir do projeto aprovado.

1 INTRODUÇÃO
1.1 Problema
1.2 Questões de Pesquisa e Hipótese
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo final
3.2 Objetivos intermediários
4 REFERENCIAL TEÓRICO
5 METODOLOGIA
5.1 Categorias de análise
5.2 Tipos de Pesquisa
5.3 Universo e amostra
5.4 Coleta de dados
5.5 Análise de dados
5.6 Limitações do método
6 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO
6.1 Cronograma
6.2 Orçamento

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REFERÊNCIAS

ANEXOS

APÊNDICES

Introdução: apresenta o tema e indica aos leitores a linha do trabalho, sua motivação e o plano da obra, com
alguns elementos das conclusões alcançadas; menciona a importância do trabalho e justifica contextual e
pessoalmente a necessidade da sua realização, devendo ambientar o leitor.

Verificar os demais itens da introdução na Unidade I e, o exemplo da introdução do


artigo Gestão Pública Integrada: Aplicação da Gestão Profissional Empreendedora
nas Organizações Públicas, - XVIII ENGEMA – FEA – USP (POLARY, 2016), site
http://engemausp.submissao.com.br/18/ anais/resumo.php?cod_trabalho=328.
41
Problema: formular um problema de pesquisa (TRIVIÑOS, 2009, p. 93), requer considerar que o pesquisador
esteja envolvido, direto e indiretamente, na realidade em que apresenta uma situação que precisa ser esclarecida.

Vejamos um exemplo de problema do projeto das MPEs em análise: “De que


forma as Tecnologias da Adminstração Contemporânea podem contribuir com a
perenidade das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) Industriais e de Prestação
de Serviços de São Luís-MA?”

Questões de pesquisa e hipótese

Diante do problema formulado há questões de pesquisa e hipótese: a questão de pesquisa representa o que
o investigador deseja esclarecer, e parte das ideias da formulação do problema e dos objetivos, e podem
indicar entre as variáveis, relações de associações (TRIVIÑOS, 2009, p. 107). Vejamos o exemplo do projeto
das MPEs: A pesquisa investigará e buscará respostas na literatura e nas MPES da amostra para questões
de: Tecnologias da Administração; as dimensões da capacidade tecnológica; e Gestão por Sustentabilidade
Integrada-GSI (POLARY, 2012, p. 44), tais como:

Qual relação poderia ser estabelecida entre o sistema físico, base de dados, máquinas e equipamentos com
perenidade das MPES Industriais e de Prestação de Serviços da amostra?

Qual relação poderia ser estabelecida entre a qualificação formal dos gestores, suas experiências e talentos
com perenidade das MPEs da amostra?

A Hipótese, de acordo com Quivy e Campenhoudt (1995, p. 22), prevê uma relação entre dois termos, que
podem ser conceitos ou fenômenos.

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Acesse “Manual de Investigação em Ciências Sociais” (QUIVY & CAMPENHOUDT, 1995),
pelo site: http:// idinis.weebly.com/uploads/5/6/3/9/5639534/quivy.pdf.

Para Triviños (2009, p. 105), a hipótese surge depois da formulação do problema, em que o investigador
vislumbra prováveis soluções e envolve uma possível verdade, em que os fatos poderão verificar ou não a
hipótese.

Justificativa: na justificativa o autor de um estudo deve apresentar argumentos consistentes, adequados, e


suficientes que leve ao convencimento quanto à importância e valor do trabalho que está apresentando.

42
Esses argumentos devem consistir nos motivos ou razões que fundamentaram o trabalho proposto, de modo a
apontar a oportunidade do estudo ou trabalho bem como indicar a solução do problema que se deseja resolver
(SILVA et al., 2009, p. 8). Vejamos o exemplo ao projeto das MPEs descrito anteriormente.

Início da justificativa

Analisar variáveis das Tecnologias da Administração, dentre elas a Gestão por Sustentabilidade Integrada (GSI)
como uma tecnologia de Gestão fundamentada no Empreendedorismo, sugere a descoberta de outras vertentes
que favoreçam esclarecermos aspectos ainda obscuros, não investigados e/ou pouco pesquisados desse
segmento e da relação dessas tecnologias com a perenidade Micro e Pequenas (MPEs), sendo relevante para
a Ciência da Administração em seus aspectos acadêmicos e de complementação de estudos anteriores para
as MPEs do Maranhão e do Brasil. O estudo sugere pensarmos em alternativas de investigação e intervenção,
que favoreçam soluções de problemas relacionados às dimensões: da capacidade tecnológica; Administrativo
Tecnológico – como Gestão e Tecnologias de Gestão; Político Institucional – o papel do Estado em termos
de Políticas Públicas, Estratégias e suas implicações para as MPEs; e Econômico Social – relevância para o
desenvolvimento econômico social do Estado, gerado por esse segmento relevante para a economia.

Constata-se que o Governo, Empreendedores formais e informais, Administradores da Academia, Gerentes


de nível intermediário e Gestores em geral das MPEs, estão buscando na Administração Contemporânea
tecnologias, informações e parcerias que possam melhorar a gestão das MPEs, a exemplo da criação da
Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República-SMPE/PR em nível de Ministério; o
SEBRAE, que em conjunto com incubadoras de empresas, tem estudado e apresentado formas alternativas
de apoio aos gestores e proprietários das MPEs no Brasil; a promulgação da Lei Geral da MPE, que é o novo
Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte, e suas devidas alterações.

Assim, justifica-se este projeto de pesquisar as contribuições das Tecnologias da Administração na perenidade
das MPEs da amostra em São Luís-MA, contribuindo assim com a sua realidade social.

Término da justificativa

Objetivos: Gerais e específicos

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Objetivo geral ou final: os objetivos gerais são tratados em seu sentido mais amplo e constituem a ação que
conduzirá ao tratamento da questão abordada no problema de pesquisa, fazendo menção ao objeto de uma
forma mais direta.

Com base no problema descrito anteriormente do projeto das MPEs, vejamos


exemplos de objetivo geral e intermediários.

43
Objetivo geral ou final: analisar, por meio da literatura e pesquisa de campo, as contribuições das Tecnologias
da Administração, dentre elas a Gestão por Sustentabilidade Integrada-GSI na perenidade das MPEs Industriais
e de Prestação de Serviços de São Luís - MA.

Objetivos específicos ou intermediários: apresentam de forma pormenorizada, detalhada, as ações que


se pretende alcançar e estabelecem estreita relação com as particularidades relativas à temática trabalhada.
Assim, com base no objetivo geral acima, descreve-se alguns objetivos específicos dessa temática.

Observe:
Analisar o impacto do sistema organizacional, das estratégias gerenciais, dos
procedimentos e rotinas organizacionais na perenidade das MPEs da amostra;

Pesquisar variáveis relevantes na literatura e pesquisas anteriores nas fases de


criação, manutenção, manutenção perene e crescimento e suas implicações na
perenidade das MPEs;

Avaliar o impacto da Gestão por Sustentabilidade Integrada (GSI) como uma


das tecnologias de capacidade tecnológica da Administração Contemporânea na
perenidade das MPEs da amostra.

Referencial teórico  ou revisão da literatura: deve constar a base científica para o desenvolvimento da
pesquisa, em que serão extraídas citações diretas e indiretas de outros pesquisadores que abordaram o
problema a ser investigado (SILVA et al., 2009).

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Principalmente, na área das ciências sociais aplicadas sempre haverá algum conhecimento prévio sobre
o tema em questão. Essa etapa do projeto de pesquisa é importante para o pesquisador formar uma
linha de raciocínio consubstanciada no conhecimento de outros autores. Desse modo, ao concluir a
pesquisa, poderá haver uma contribuição para o desenvolvimento do tema, logo o referencial teórico é
o alicerce da pesquisa.

Para Lakatos e Marconi (2003, p. 248), a revisão da literatura consiste em uma síntese, a mais completa
possível, referente ao trabalho e aos dados pertinentes ao tema, dentro de uma sequência lógica, pois
o referencial teórico permite verificar o estado do problema a ser pesquisado, sob o aspecto teórico já
realizado.

No exemplo do projeto das MPEs, em coerência com o problema, as questões de pesquisa e hipótese e os
objetivos, o referencial teórico ou revisão de literatura sugere:

44
Início do referencial teórico

A pesquisa e análise na literatura, na questão central focada nas Tecnologias da Administração


Contemporânea, dentre elas a Gestão por Sustentabilidade Integrada - GSI, sendo um estudo organizacional
das linhas de pesquisa “Tecnologias de Gestão e Gestão Pública Profissional” do Grupo de Pesquisa
“Administração Gestão e Estado”- AGE, da área de Ciências Sociais Aplicadas. Dentre os referenciais
pesquisados na literatura, destacaram-se:

Tecnologia nas concepções (DOSI, 2006, p. 40) - conjunto de parcelas de conhecimento tanto “prático”
como “teórico” de know-how, métodos, procedimentos, experiências de sucesso e insucesso e, também,
dispositivos físicos e equipamentos; Kim (2005) - conjunto de processos físicos que transformam insumos
em produtos quanto ao conhecimento e habilidades que estruturam as atividades que promoverão tal
transformação; aptidão e capacidade tecnológica.

Prosseguindo, a competência tecnológica que refere-se às habilidades da empresa para realizar atividades
inovadoras em produtos, processos e organização da produção, sistemas organizacionais, equipamentos
e engenharia de projetos (BELL & PAVITT, 1995; FIGUEIREDO, 2001, 2003). A capacidade tecnológica
em nível organizacional (PENROSE, 1959; NELSON & WINTER, 1982; BELL & PAVITT, 1993; TEECE &
PISANO, 1994; LALL, 1992; FIGUEIREDO, 2001, 2004); as dimensões da capacidade tecnológica de uma
empresa (ou de um setor industrial) está armazenada, acumulada, em pelo menos quatro componentes
(LALL, 1992; BELL; PAVITT, 1993; 1995; FIGUEIREDO, 2001).

Na atuação da Gestão Profissional Polary (2012) destaca que: análise das fases de criação, manutenção,
manutenção perene, crescimento e perenidades descritas e pesquisadas nas MPEs Industriais do
Maranhão e a Gestão por Sustentabilidade Integrada – GSI , que é uma ampliação do termo gestão, da
forma que Drucker (2002) a caracterizou, considerando as dimensões e os desafios da administração, logo
é diferente de “Gestão Sustentável da Dimensão Geoambiental” (CASAROTTO & PIRES, 2001, p. 112).

A GSI fundamenta-se na Teoria do Empreendedorismo em duas abordagens da literatura: a gerencial, na


Teoria de McClelland (1967) e posteriormente das Teorias das Organizações e de Administração, e na
perspectiva das estratégias das empresas e modos de gestão estratégica, Lumpkin e Dess (1996); e a

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econômica, nos estudos de Schumpeter (1934) e posteriormente introduzidos nas Ciências Sociais pela
Teoria Econômica.

A GSI é um modelo alternativo de Gestão Profissional para a Administração, que requer do gestor
conscientização pessoal profissional para administrar com Orientação Empreendedora-OE e Visão
Integrativa-VI, diante de suas variáveis, componentes e dimensões, para favorecer a gestão, o sucesso e
a perenidade da empresa. Quadro 3, a seguir:

45
Quadro 3 - O modelo da GSI integra 03 dimensões, 05 componentes e 12 variáveis

MODELO DIMENSÕES COMPONENTES VARIÁVEIS

Competências e Habilidades Gerenciais - Gestão Profissional (GSI),


Gestão fundamentada no Empreendedorismo.

Administrativo Estudos de viabilidade: técnica, econômica e financeira.


Tecnológico
Aporte Tecnológico (máquinas e equipamentos; sistemas e métodos de
Tecnologia trabalho).
Nível de eficiência Industrial.

Políticas Públicas do Governo Federal, Estadual e Municipal.


Políticas
GSI Aspectos legais, fiscais e trabalhistas.
Político
Institucional Estratégias locais e Parcerias Político Institucional, Segmento Industrial
Estratégias e Sociedade Civil.
Plano de Desenvolvimento Industrial – PDI-2020.
Mão de obra industrial qualificada.
Indicadores Atrativos de investimentos: interno, externo e do Governo local.
Econômico
Econômicos
Social
e Sociais Preservação do meio ambiente local da indústria.
Localização do negócio.

Fonte: Polary (2012, p. 86)

Término do referencial teórico

Metodologia: definições; delimitação e relevância do estudo; tipo de pesquisa; universo e amostra; instrumentos
e técnicas; coleta, tratamento e análise dos dados; limitações do método.

Metodologia: deve responder a um só tempo, as questões como? Com quê? Onde? Quando? (MARCONI &
LAKATOS, 2007, p. 109). Corresponde aos métodos de abordagem e de procedimento, técnicas, delimitação

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do universo, amostragem, tratamento estatístico, instrumentos de pesquisa e bibliografia.

No exemplo do projeto nas MPEs, foi considerado: as categorias de análise; o tipo de pesquisa, universo e
amostra; a coleta de dados; a análise de dados; limitações do método; cronograma e orçamento; e referências.
Vejamos a seguir.

Categorias de análise: tem por objetivo, a garantia de rigor da pesquisa, que norteiam a coleta de dados
(VIEIRA, 2004), com suas devidas alterações no desenvolvimento da pesquisa, sendo consequência do
aprofundamento da temática, dinâmica do método, e do objetivo final.

As categorias de análise no exemplo do projeto das MPEs, foram elaboradas de forma correlacionada aos
objetivos, às questões de pesquisa e hipótese levantada, com a devida sustentação teórica, as quais foram:

1 Porte das MPEs pelo número de empregados das micro e pequenas empresas Industriais e de Prestação de
Serviços de São Luís do Maranhão;

46
2 Variáveis relevantes e por ordem de importância em cada fase das MPEs da amostra: criação, manutenção,
manutenção perene, crescimento e perenidade;

3 Variáveis relevantes para a perenidade das MPEs da amostra nas dimensões da Capacidade Tecnológica;
Administrativo Tecnológico, Político Institucional e Econômico Social da Gestão por Sustentabilidade Integrada
(GSI) e seus respectivos componentes.

Tipos de pesquisa: Bibliográfica e pesquisa de campo.

Universo e amostra: o universo foi as MPEs Industriais e Prestadoras de Serviços de São Luís-MA formais,
cadastradas na Federação das Indústrias do Maranhão-FIEMA e Junta Comercial do Maranhão-JUCEMA. Foi
extraída uma amostra significativa das MPEs industriais e prestadoras de serviço, do tipo aleatória estratificada
proporcional, cuja média amostral representou esse universo, considerando a participação de cada categoria
econômica no PIB-MA.

Coleta de dados: no referencial teórico foi extraída das fontes secundárias (pesquisa bibliográfica) e fontes
primárias (pesquisa documental). O instrumento de coleta de dados foi o questionário.

Análise de dados: os dados levantados das fontes primárias e secundárias foram analisados, considerando: os
objetivos; questões de pesquisa e hipóteses levantadas; o contexto de variáveis das dimensões da Capacidade
Tecnológica e do Modelo da Gestão por Sustentabilidade Integrada (GSI). Os dados da pesquisa de campo
receberam tratamento estatístico para análise comparativa com o referencial teórico e verificação da hipótese.

Limitações do método: todo método tem possibilidades e limitações. Vergara (2007, p. 61) enfatiza que é
saudável antecipar-se às críticas do leitor, explicitando quais as limitações que o método escolhido oferece,
mas que ainda assim, o justifique como o mais adequado. Vejamos, o exemplo das limitações do projeto das
MPEs. Observe:

1 A delimitação do critério de estudo no universo que será pesquisado, em virtude do país ter uma vasta dimensão
territorial, com subculturas inseridas no cenário da conjuntura geral das MPEs no Brasil e no Maranhão, que
tem 217 municípios (IBGE, 2009), logo se delimitou à São Luís, capital do Maranhão;

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2 Pouca literatura específica e trabalho empírico sobre a temática das Tecnologias da Administração
Contemporânea nas MPEs Industriais e de Prestação de Serviços no Brasil, e no Maranhão, de forma que
permitisse um estudo aprofundado da teoria, que segundo Popper (1975), toda discussão científica deve surgir
com base em um problema por conta de conflitos entre as teorias existentes.

Consciente das limitações, consideramos que o método foi adequado e aceitável para sustentar a pesquisa e
avaliar com consistência essa problemática.

Definição dos termos: como já vimos na Unidade II, a ciência lida com conceitos, sendo necessário torná-los
claros, compreensivos, objetivos e adequados, para que se possa esclarecer o fato ou fenômeno que se está
investigando e ter possibilidade de comunicá-lo, de forma não ambígua, sendo necessário defini-lo com precisão.

No exemplo do projeto das MPEs, Polary (2012, p. 57) definiu com clareza o Modelo que elaborou e pesquisou
da Gestão por Sustentabilidade Integrada – GSI; das fases e processos das MPEs; e caracterizou a MPE
47
Industrial, com base no cadastro FIEMA (2006) que utilizou da Confederação Nacional da Indústria - CNI, pelo
número de empregados: Microempresa Industrial – até 09 empregados; e Pequena Empresa Industrial – de 10
a 99 empregados.

Acesse a Tese de Doutorado “Gestão Por Sustentabilidade Integrada (GSI): uma análise
nas Micro, Pequenas, Médias e Grandes Empresas (MPMGEs), a partir da literatura e da
visão dos Gestores Industriais do Estado do Maranhão” (POLARY, 2012), pelo site: http://
bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/9978.

Cronograma e orçamento: o cronograma de atividades é discriminação das etapas com seus respectivos
prazos (VERGARA, 2007, p. 63). No exemplo do projeto das MPEs temos:

As etapas deram-se de acordo com o Programa PIBEX – PROEXAE/UEMA/Edital Nº 06/2015, executado no


período de 09/2015 a 08/2016, conforme cronograma a seguir:

Quadro 4 - Cronograma de execução

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

2015_ 2016_
ATIVIDADES
09 10 11 12 01 02 03 04 05 06 07 08
Elaboração e entrega do Projeto da Pesquisa. Seleção e Indicação do(s)
Bolsista(s) com documentação e plano de trabalho. (06 e 07.2015)
Levantamento e aquisição do referencial teórico, material bibliográfico e
x x
equipamentos.
Levantamentos de variáveis para coleta de dados da pesquisa nas MPEs da
amostra industrial e de Prestação de Serviços em São Luís - MA e pesquisa x x
bibliográfica. Elaboração e entrega de relatórios parciais às Instituições do Projeto.

Coleta de dados das variáveis na literatura e na amostra das MPEs industriais e


de Prestação de Serviços em São Luís - MA. Elaboração e entrega de relatórios x x x x x x x x x
parciais às Instituições do Projeto.

Análise de dados das variáveis na literatura, na amostra das MPEs industriais e

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de Prestação de Serviços em São Luís - MA. Elaboração e entrega de relatórios x x x x x x x
parciais às Instituições do Projeto.

Diagnóstico, Planejamento e Programação do Programa de Desenvolvimento


para os proprietários/gestores/empregados das MPEs industriais e de Prestação x x x
de Serviços em São Luís-MA.

Disponibilização do Programa de Desenvolvimento para proprietários/Gestores/


empregados das MPEs industriais e de Prestação de Serviços em São Luís - MA. x x
Elaboração e entrega de relatórios parciais às Instituições do projeto.

Elaboração do instrumento de avaliação geral do projeto e avaliação do


Programa de Desenvolvimento para proprietários/Gestores/ empregados das x x
MPEs industriais e de Prestação de Serviços da amostra.
Elaboração do Relatório Final do Projeto e entrega às Instituições integrantes do
x x
Projeto.
Demais formalidades do projeto entre as Instituições, Pesquisador e demais
x
participantes do projeto.

Fonte: Elaborado pelo Autor

48
Orçamento: descrever os recursos humanos, físicos, materiais e tecnológicos a serem utilizados em cada
etapa do projeto, conforme as atividades do cronograma; valores financeiros; e a fonte desses recursos. No
exemplo do projeto das MPEs, tivemos:

Recursos humanos: 01 coordenador do projeto do quadro efetivo da UEMA, sem ônus por ser uma de suas
atividades funcionais de professor; 01 aluno do curso de Administração regularmente matriculado com uma
bolsa de extensão da UEMA fixada previamente no Edital 06/2015; 01 aluno voluntário também do curso de
Administração;

Recursos físicos, materiais e tecnológicos: atividades desenvolvidas nas instalações da UEMA e na casa
do orientador; materiais e recursos tecnológicos do orientador, do bolsista e da universidade, bem como nas
atividades externas de coleta de dados do trabalho de campo;

Quando se tratar de projetos de Órgãos de Fomento, todos esses itens deverão estar
especificados e com seus respectivos valores até o teto máximo do valor a ser financiado
ao projeto, bem como as devidas diretrizes do uso dos recursos e da prestação de contas.
Além desses itens já descritos, há outros relevantes, os quais destacaram-se
nesse projeto das MPEs: os resultados esperados com a execução do projeto; e
os indicadores de impacto a nível interno e externo da UEMA.

Referências: o pesquisador poderá apresentar somente referências bibliográficas, somente bibliografia, ou


ambas (VERGARA, 2007, p. 65). De acordo com a NBR 6023 da ABNT de agosto de 2002, apenas referências.
Referências bibliográficas são a lista das obras citadas no texto. Podem vir no final do projeto ou de cada
capítulo.

Se no texto foi utilizado numeração, em vez de ano da obra, nas referências bibliográficas, deve apresentar a
lista dos autores na mesma ordem da numeração do texto, colocando a numeração. Se no corpo do trabalho

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for escrito o ano da publicação da obra, em vez da numeração, nas referências bibliográficas a lista deve
ser apresentada pelo sobrenome dos autores em ordem alfabética e sem numeração. Vejamos os exemplos
descritos por Vergara (2007, p. 65), respectivamente:

Alertar o pesquisador para a importância de se fazer ciência com consciência é o propósito de Morim¹.

Alertar o pesquisador para a importância de se fazer ciência com consciência é o propósito de Morim (1996).

Nas referências bibliográficas:

1. MORIM, Edgard. Ciência com consciência. Rio e Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.

Convém ficar atento às normas de cada Instituição e/ou Edital. No Brasil, em geral aplica-se nos trabalhos
acadêmicos de nível nacional as normas da ABNT, mas há peculiaridades nesses editais e instituições a serem
observadas, bem como mudanças das normas. Sugere ainda, trabalhar em parceria com profissionais da área
de normalização de trabalhos acadêmicos.
49
3.3 Apêndice: descrito por Vergara (2007, p. 68): “texto ou documento elaborado pelo autor, afim de
complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho” (ABNT, NBR 1474:2002).
Indicado por letra maiúscula.

3.4 Anexo: é “texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamento, comprovação e
ilustração” (ABNT, NBR 14724:2002). De acordo com a (ABNT, NBR 14724:2011), que trará de trabalhos
acadêmicos, o apêndice vem primeiro que o anexo.

3.5 Estudo de caso: definições, análise e usos

Estudo de caso: ou método do caso, da tradução do inglês “Case Metod”, o estudo de caso é uma técnica
de treinamento em grupo. É uma técnica de formação baseada em discussões organizadas e sistemáticas de
casos tomados da vida real. Parte de um acontecimento prático, ocorrido no âmbito empresarial, para chegar
à formulação teórica de uma solução.

As estratégias de pesquisa em Ciências Sociais (YIN, 1990), podem ser: experimental; survey (levantamento);
histórica; análise de informações de arquivos (documental) e estudo de caso, em que cada uma pode ser usada
para propósitos: exploratório; descritivo; explanatório (causal). Isto significa que o estudo de caso poderá ser
exploratório; descritivo ou explanatório (causal), sendo mais frequente os estudos de caso com propósitos
exploratório e descritivo.

A estratégia de pesquisa dependerá do tipo de questão da pesquisa; grau de controle que o investigador tem
sobre os eventos; ou o foco temporal (eventos contemporâneos x fenômenos históricos).

O Estudo de caso é preferido quando: o tipo de questão de pesquisa é da forma “como” e por quê ?; quando
o controle que o investigador tem sobre os eventos é muito reduzido; ou quando o foco temporal está em
fenômenos contemporâneos dentro do contexto de vida real.

O Estudo de Caso explanatório (causal) pode ser complementado por Estudo de Caso descritivo ou exploratório.
A necessidade de se utilizar a estratégia de pesquisa “Estudo de Caso” deve nascer do desejo de entender um
fenômeno social complexo. Geralmente, quando a pergunta de pesquisa é da forma “como?” ou “por quê? As

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estratégias poderão ser: estudo de caso, pesquisa histórica ou experimental.

Acesse o artigo científico “Estudo de caso Yin” (SAMPAIO FILHO, 2015), pelo sitehttps://
pt.slideshare.net/MiltonSampaio/estudo-de-caso-yin.

Argumentos mais comuns dos críticos do Estudo de caso: falta de rigor; influência do investigador; falsas
evidências; visões viesadas; fornece pouquíssima base para generalizações; e são muito extensos e demandam
muito tempo para serem concluídos.

50
Respostas às críticas:

Há maneiras de evidenciar a validade e a confiabilidade do estudo;

O que se procura generalizar são proposições teóricas (modelos) e não proposições sobre populações.
Nesse sentido, os Estudos de Casos Múltiplos e/ou as replicações de um Estudo de Caso com outras
amostras podem indicar o grau de generalização de proposições;

Nem sempre é necessário recorrer a técnicas de coleta de dados que consomem tanto tempo.

Além disso, a apresentação do documento não precisa ser uma enfadonha narrativa detalhada. A essência de
um Estudo de Caso, ou a tendência central de todos os tipos de Estudo de Caso é que eles tentam esclarecer
uma decisão ou um conjunto de decisões: por que elas foram tomadas ? Como elas foram implementadas? E,
quais os resultados alcançados?

Um Estudo de caso é uma pesquisa empírica que: investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu
contexto real; as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes; múltiplas fontes de
evidências são utilizadas.

Aplicações do Estudo de caso:

Explicar ligações causais em intervenções ou situações da vida real que são complexas demais para
tratamento por meio de estratégias experimentais ou de levantamento de dados;

Descrever um contexto de vida real no qual uma intervenção ocorreu;

Avaliar uma intervenção em curso e modificá-la com base em um estudo de caso ilustrativo;

Explorar aquelas situações nas quais a intervenção não tem clareza no conjunto de resultados.

Componentes do “design da pesquisa”:

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Uma questão de estudo do tipo: como? e/ou por quê?

Proposições orientadoras do estudo, enunciadas a partir de questões secundárias;

Unidade de análise: indivíduo? organização? setor?( ...);

Estabelecer a lógica que ligará os dados às proposições do estudo;

Critérios para interpretar os achados – referencial teórico e categorias.

Não se deve confundir “generalização analítica” – própria do Estudo de Caso – com “generalização estatística”.
O que se generaliza, no Estudo de Caso, são os aspectos do ‘modelo teórico encontrado’. O caso não é um
elemento amostral.

51
Critérios para julgar a qualidade do “design” da pesquisa por meio de testes lógicos:

Validade de constructo: estabelecer definições conceituais e operacionais dos principais termos e variáveis
do estudo para que se saiba o que se quer estudar – medir ou descrever. O teste é realizado através da busca
de múltiplas fontes de evidência para uma mesma variável;

Validade interna: estabelecer o relacionamento causal que explique que em determinadas condições
(causas) levam a outras situações (efeitos). Deve-se testar a coerência interna entre as proposições iniciais,
desenvolvimento e resultados encontrados;

Validade externa: estabelecer o domínio sobre o qual as descobertas podem ser generalizadas. Deve-se
testar a coerência entre os achados do estudo e resultados de outras investigações assemelhadas;

Confiabilidade: mostrar que o estudo pode ser repetido obtendo-se resultados assemelhados. O protocolo
do Estudo de Caso e a base de dados do estudo são fundamentais para os testes que indicam confiabilidade.

Observe: Um Estudo de Caso: situação prática vivenciada e descrita pelo Prof. Ilmar Polary.

Caracterização da empresa - GAMA Prestadora De Serviços LTDA

1 A GAMA LTDA, é uma empresa privada, de grande porte que atua a mais de duas décadas no mercado,
sendo líder do setor, com mais de 1.000 empregos diretos e 500 indiretos;

2 Trabalha com Prestação de Serviços em mercado competitivo e que exige qualidade do produto final, para
se manter na liderança de mercado em longo prazo (a partir de 2025);

3 Atualmente a GAMA LTDA, encontra-se no estágio de crescimento. Lembrem-se das fases/estágio de uma
organização (criar, manter, crescer, desenvolver e estabilizar-se);

4 O cliente interno (empregados) e externo (compradores de serviços) tem percebido e verbalizado a seguinte
visão da Estrutura, Política de Recursos Humanos-RH, cultura organizacional e imagem da GAMA LTDA:

4.1 Facilidade de conquistar os bons e melhores profissionais do setor no mercado em que atua;

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4.2 Esforço para mantê-los na GAMA LTDA, mas devido à filosofia de trabalho demonstrada de forte ênfase
em lucro financeiro e controles, tem encontrado certa resistência e perda de parte desses profissionais;

4.3 Fraca Política de Desenvolvimento e investimento dos RHs em suas áreas de trabalho (Administrativa
Financeira e Serviços) e nos três níveis hierárquicos;

4.4 Goza de capacidade financeira, porém fraca capacidade técnica no produto final, quando avaliado pelos
padrões exigidos pelo setor, em face de não prioridade nos investimentos em pesquisa e nos RHs;

4.5 Política de RH fechada, com forte ênfase em controles; disciplina rígida e certas características da Política
Paternalista; pouca clareza nos critérios de recrutamento, seleção e ambientação; inexistência de plano de
cargos e salários com remuneração abaixo da média de mercado; Benefícios Sociais a desejar; Gerenciamento
de Desempenho unilateral (chefe/subordinado burocratizado, sem diálogo e participação direta), predominância
de clima organizacional negativo e inúmeras causas na justiça do trabalho;
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4.6 No entanto, possui ótimas condições físicas (instalações, equipamentos, sistemas e métodos de trabalho,
tecnologia); Banco de Dados atualizado e eficiente para controle da empresa; Eficiência na Auditoria de RH;
quadro técnico que lida com a atividade principal da empresa automotivado (gostam do que fazem) o que
tem facilitado a sua manutenção na GAMA LTDA, porém consciente da ausência de reconhecimento pessoal-
profissional; condições adequadas de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho.

5 As lideranças intermediárias, quadro técnico e o pessoal da base operacional têm demonstrado esforço e
comprometimento pessoal-profissional para obter bons resultados e chegar ao estágio de Desenvolvimento,
inclusive com inúmeros acertos em algumas ações já desenvolvidas, mas nem sempre avalizadas e/ou
reconhecidas pela cúpula da GAMA LTDA.

Em paralelo, a alta cúpula , além de não possuir qualificação técnica exigida para gerir a atividade fim da
organização, demonstra ainda, resistência para acatar as ideias e projetos de bons profissionais, e mais,
centraliza as importantes decisões estratégicas, fato esse que limita o desenvolvimento da GAMA LTDA,
podendo ainda, comprometer a liderança até então alcançada a médio e longo prazo.

Partindo do objetivo da Gama LTDA atingir o estágio de desenvolvimento até 2025, analisem e debatam
com seus pares o Caso GAMA LTDA, e apresentem proposições para que essa prestadora de Serviços
alcance o estágio de desenvolvimento até 2025.

Acesse o artigo científico “Tecnologias da Administração e Perenidade das Micro e Pequenas


Empresas – MPMEs” (POLARY, 2016), pelo site http://singep.submissao.com.br/5singep/
resultado/an_resumo.asp?cod_trabalho=511

Resumo
Na Unidade III, estudamos – O Projeto e a Prática da Pesquisa Acadêmica na Administração, é a

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consolidadação dos conteúdos trabalhados nas Unidades 1 e 2 para a elaboração de um projeto da pesquisa
que terá como resultado um trabalho acadêmico. Deparamos com diversas fases, as quais seguem uma
sequência lógica, que vai desde o título até às referências no final. Essa estrutura da organização no Brasil de
um trabalho acadêmico, é definida pela norma ABNT NBR 14724:2005, que estipula parâmetros de elaboração
e compõem-se de: elementos: pré-textuais – que antecedem o texto; textuais – compõem-se de introdução,
desenvolvimento e conclusão; e pós-textuais – que complementam o trabalho. Assim, convém iniciarmos
com a clareza três aspectos relevantes: o objeto de estudo que é a grande área; a área – que é a parte
específica do objeto de estudo; e o problema – uma questão não resolvida e para o qual se vai buscar um
resposta na pesquisa. Em geral no Projeto de Pesquisa temos os seguintes elementos que compõem a sua
estrutura: título, capa, folha de rosto, itens específicos, sumário, introdução, justificativa, problema, questões de
pesquisa e hipótese, objetivos gerais e específicos, referencial teórico, metodologia, cronograma e orçamento,
referências, apêndice e anexo. A introdução apresenta o tema e indica aos leitores a linha do trabalho e
o plano da obra, mencionando a sua importância e justifica contextual e pessoalmente a necessidade da

53
sua realização, ambientando o leitor. A justificativa deve apresentar argumentos consistentes, adequados, e
suficientes que leve a perceber a importância e valor do trabalho. Deve haver coerência entre o problema, as
questões de pesquisa e a hipótese com os objetivos; e no referencial teórico deve constar a base científica para
o desenvolvimento da pesquisa, em que serão extraídas citações diretas e indiretas de outros pesquisadores
que abordaram o problema a ser investigado. A metodologia corresponde aos métodos de abordagem e de
procedimento, técnicas, delimitação do universo, amostragem, tratamento estatístico, instrumentos de pesquisa
e bibliografia. O cronograma discrimina as etapas; e o orçamento - os recursos humanos, físicos, materiais
e tecnológicos. As referências são a lista das obras citadas no texto, que podem vir no final do projeto ou de
cada capítulo. O apêndice é o texto ou documento elaborado pelo autor, e o anexo é o texto ou documento
não elaborado pelo autor. O Estudo de Caso - ou método do caso, da tradução do inglês “Case Metod” é uma
técnica de treinamento em grupo, de formação baseada em discussões organizadas e sistemáticas de casos
tomados da vida real.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

1 Na elaboração de um projeto de pesquisa, há três aspectos relevantes que são: o objeto de estudo; a área;
e o problema. Descreva o significado de cada um desses aspectos e como é o processo de interação entre
eles na prática.

2 Apresente os principais elementos que compõem estrutura de um projeto acadêmico e descreva de forma
sucinta e objetiva cada um deles.

3 O Estudo de Caso , como técnica de dinâmica de grupo baseada em discussões organizadas e sistemáticas
de casos tomados da vida real. Em princípio, é um instrumento em que partimos de uma análise prática, para

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apresentarmos proposições teóricas da literatura, visando solucionar problemas organizacionais. Nesse
contexto, comente sobre os argumentos mais comuns dos críticos do Estudo de Caso e das respostas à
essas críticas.

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Referências

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ILMAR POLARY PEREIRA

Doutor em Administração EBAPE-FGV RJ. Mestre em Economia pela UFPE. Especializado em


Administração de Recursos Humanos pela UFMA e em Dinâmica de Grupo pelo NDHO. Bacharel
em Administração Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. Professor Adjunto e Administrador da
UEMA. Membro do Comitê Institucional de Editoração da UEMA. Sócio-Diretor do Centro de Gestão,
Desenvolvimento e Pesquisa do Maranhão-CGDP-MA. Membro do Comitê Temático Tecnologia e
Inovação do Micro Fórum Permanente Maranhense das MEs e EPPs da Secretaria da SEDINC/UEMA
e da SMPE/PR. Conselheiro e Vice-Presidente do CRA-MA. Coordenador do Núcleo de Gestão Pública
do CECGP. Especialista e Parecerista do CEE. Pesquisador nas áreas de Administração e Gestão.
Líder do Grupo de Pesquisa Administração, Gestão e Estado – AGE CNPq/UEMA. Escritor de Literatura
Administrativa. Aluno do Curso de Música Licenciatura presencial da UEMA. Aprendiz permanente.

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