Você está na página 1de 61

UNIFESSPA

Psicofarmacologia

Aula 1:
Interação fármaco-receptor
Objetivos
UNIFESSPA

1. Entender a organização dos receptores e


enzimas
2. Descrever a organização geral da sinapse
3. Enumerar e descrever os principais tipos de
receptores de fármacos
4. Analisar o processamento de sinais decorrente
de interações fármaco-receptor
A sinapse como sítio de ação
das drogas psicotrópicas UNIFESSPA

● Stahl – A psicofarmacologia moderna é essencialmente o


estudo da neurotransmissão química
– Para entender
● ...a ação das drogas no cérebro
● ...o impacto de doenças do sistema nervoso central
● ...as consequências comportamentais de drogas psicotrópicas
(médicas ou não)
– é preciso conhecer os princípios da neurotransmissão química

● Neurotransmissão organizada em “três dimensões” -


espaço, tempo, e função
Espaço – Organização
microanatômica do SNC UNIFESSPA

● O SNC é classicamente
representado como uma série de
conexões sinápticas entre neurônios

● O encéfalo, pensado
microanatomicamente, é como um
complexo diagrama de conexões,
nas quais impulsos elétricos são
conduzidos para onde a conexão
ocorre (i.e., sinapse)

● Transformação FM-AM na sinapse –


não há algo como “transmissão
sináptica”

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Espaço – Organização
química do SNC UNIFESSPA

● Mensageiros químicos provenientes de um


neurônio podem transmitir informação para o
neurônio pós-sináptico (1) ou se “esparramar”
(difundir-se) para outros locais (2). →
TRANSMISSÃO VOLUMÉTRICA

● O mensageiro químico só irá agir se tiver


afinidade pelo alvo; em (3), por exemplo, o
neurotransmissor A não age sobre o alvo c
porque não tem afinidade por ele.

● O encéfalo não é só um conjunto de conexões,


mas também uma sofisticada “sopa química”

● Relevância para a psicofarmacologia: uma


droga irá agir em qualquer lugar onde houver
receptor, não só onde esses receptores são
inervados por sinapses específicas

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Tempo – Sinais de ação rápida
vs. sinais de ação lenta UNIFESSPA

● A ação de alguns mensageiros químicos é muito rápida,


iniciando-se depois de alguns poucos milissegundos
após a ocupação do receptor pelo neurotransmissor
– Ex.: Aminoácidos – Glutamato, GABA

● Outros efeitos podem demorar de muitos milissegundos


a vários segundos
– Neuromodulação – um sinal químico de ação lenta mas
sustentada pode “dar o tom” de um neurônio, produzindo sua
ação primária e modificando a ação de um outro mensageiro
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Função –
Eventos
sinápticos
UNIFESSPA

● Eventos pré-sinápticos –
acomplamento excitação-
secreção
– Propagação do sinal
– Transdução do sinal

● Eventos pós-sinápticos
– Recepção
– Integração sináptica
– Codificação química e elétrica
– ...

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Alvos dos fármacos
UNIFESSPA


Embora mais de 100 drogas essenciais sejam utilizadas na clínica dos
transtornos mentais, existem essencialmente seis tipos de locais de ação para
essas moléculas
– Canais iônicos transmembrana (~ 1/3 dos psicotrópicos)
– Receptores transmembrana acoplados a proteínas G intracelulares (~ 1/3 dos
psicotrópicos)
– Receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos
– Receptores intracelulares, incluindo enzimas, reguladores de transcrição e proteínas
estruturais
– Enzimas extracelulares e transportadores (~ 1/3 dos psicotrópicos)
– Receptores de adesão de superfície celular


Esses alvos são chamados de receptores – “macromoléculas que, através de
sua ligação a determinado fármaco, medeiam [as] alterações bioquímicas e
fisiológicas [produzidas pelo fármaco]”
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
UNIFESSPA

Transportadores de membrana

Servier Medical Art by Servier is licensed under a Creative Commons Attribution 3.0 Unported License
Transportadores de membrana
UNIFESSPA

● Proteínas grandes que se ligam ao


neurotransmissor localizado do lado de fora da
membrana, transportando-o para o lado de
dentro
– Interrupção da transmissão e/ou reciclagem
(membrana celular)
– Armazenamento, proteção contra o metabolismo
(vesículas)
Classificação e estrutura
UNIFESSPA

● Transportadores de
membrana plasmática
– SLC1 (glutamato) – 8TM,
dependente de Na+
– SLC5 (colina) – 13TM,
dependente de Na+ e Cl-
– SLC6 (monoaminas,
GABA, glicina) – 12TM,
dependente de Na+ e Cl-
– SLC38 (glutamina) –
11TM, dependente de Na+

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Transportadores de
monoaminas UNIFESSPA

● Alta afinidade e baixa capacidade para seus substratos


específicos
– SLC6A4 – SERT ou 5-HTT (transportador de serotonina)
– SLC6A3 – NET (transportador de noradrenalina)
– SLC6A2 – DAT (transportador de dopamina)

● “Promiscuidade” do transportador – substratos falsos


(outras monoaminas, drogas) podem ser transportados
ou competir pelo substrato endógeno
– MDMA é substrato falso do SERT; D-anfetamina é substrato
falso do NET e do DAT
Transportadores de
monoaminas UNIFESSPA

● A energia necessária para o


transporte é fornecida pelo
acoplamento do transporte de
sódio a favor de seu gradiente
com o transporte da monoamina
contra seu gradiente
– Sítios de ligação para o
neurotransmissor (ortostérico) e
para dois Na+
– Sítio(s) alostérico(s)

● O gradiente de sódio é mantido


por bombas de sódio e potássio

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Estados do SERT
UNIFESSPA

(1)Sítios de ligação do Na+ não-ocupados – baixa


afinidade pela serotonina
(2)Sítios de ligação do Na+ ocupados – alta
afinidade pela serotonina
(3)Sítio ortostérico ocupado – transportador
saturado
(4)Sítio alostérico ocupado – baixa afinidade pela
serotonina
ISRSs e transportadores de
monoaminas UNIFESSPA
Dados clínicos
UNIFESSPA


Níveis diminuídos de SERT no ● 5-HTTSPR (deleção na região
cérebro de pacientes com depressão promotora) associado ao transtorno
bipolar e esquizofrenia (resultados
variam com grupo étnico)
● Polimorfismos no gene SERT
associados à depressão e
ansiedade ● SNPs noDAT associados à doença
– 5-HTT-VNTR (repetições localizadas de Parkinson, transtorno de
no íntron 2) Tourette, TDAH, e abuso de
– 5-HTTLPR (inserção na região substância
promotora)

● Aumento na expressão do DAT em


● Mutação I425V do gene SERT
TDAH e transtorno de Tourette;
contribuiu com autismo, síndrome de
Asperger, e transtorno obsessivo-
diminuição na doença de Parkinson
compulsivo com padrão familiar
Transportadores de
aminoácidos inibitórios UNIFESSPA

● Dependentes de sódio e cloreto

● SLC6A1 – GAT1: transporta GABA; principal


transportador no encéfalo
– Alvo da tiagabina, droga usada como anticonvulsivante

● SLC6A2/3 – GAT2-GAT3: transportam GABA e β-alanina

● SLC6A 4 – GAT4: transporta GABA e betaína


Transportadores de
aminoácidos inibitórios UNIFESSPA

● SLC6A9 – GlyT1
– Inibição aumenta a glicina sináptica,
potencializando a função do receptor NMDA
– Antagonistas (bitopertina, PF-03463275) em ensaio
clínico para o tratamento da esquizofrenia

● SLC6A5 - GlyT2
Transportadores de glutamato
UNIFESSPA

● Dependem de sódio e prótons


SLC1A3 – EAAT1/GLAST: localizado em astrócitos

● SLC1A2 – EAAT2/GLT-1: localizado em astrócitos e poucos neurônios

● SLC1A1 – EAAT3: localizado em todos os neurônios

● SLC1A6 – EAAT4: localizado em neurônios

● SLC1A7 – EAAT5: localizado na retina


Transportadores vesiculares
UNIFESSPA

● Dependentes de ΔΨ

● SLC18 (vMAT, vAChT) – 12TM

● SLC32 (VIAAT) – 10TM

● SLC17 (vGluT) – 10TM


Transportadores vesiculares
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
vMATs como alvo de drogas
UNIFESSPA

● Reserpina: inibe os vMATs, prevenindo o empacotamento nas vesículas.

● As monoaminas restantes serão degradadas no citosol por enzimas (MAOs)

● Depleção resultante

● Utilizada, nos anos 1950, como antipsicótico, depois da demonstração de seu


efeito ‘tranquilizante’ em modelos animais

● Uso infrequente no tratamento de transtornos mentais, porque produz efeitos


depressores do SNC e extrapiramidais

● Uso menor no tratamento da hipertensão arterial


UNIFESSPA

Receptores ligados a
proteínas G (GPCRs)

Servier Medical Art by Servier is licensed under a Creative Commons Attribution 3.0 Unported License
Estrutura e função
UNIFESSPA

● 7TM em torno de um núcleo


central que contém um sítio
de ligação para um
neurotransmissor (sítio
ortostérico)

● Presença de sítios alostéricos

● Ligados de forma não-


covalente a proteínas G
heterotriméricas
intracelulares

http://proteopedia.org/wiki/index.php/G_protein-coupled_receptor
Proteínas G heterotriméricas
UNIFESSPA

● Ligação a nucleotídeos de guanina (GTP ou GDP)

● Constituída por subunidades α e βγ

● Regulam a produção de segundos mensageiros


– moléculas de sinalização que transmitem o sinal
fornecido pelo primeiro mensageiro (ligante
endógeno ou fármaco exógeno) a efetores
citoplasmáticos
O ciclo do GPCR
UNIFESSPA

GOLAN, D. E. et al. Princípios de farmacologia. A base fisiopatológica da terapêutica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2009.
Cascatas de transdução de
sinal UNIFESSPA

cinase

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Principais vias de sinalização
UNIFESSPA

Proteína G Ações
Gs Ativa canais de
Ca2+, ativa AC
Gi Ativa canais de K+,
inibe AC
Go Inibe canais de
Ca2+
Gq Ativa PLC
G12/13 Outrs interações
com
transportadores de
íons

GOLAN, D. E. et al. Princípios de farmacologia. A base fisiopatológica da terapêutica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2009.
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Curso temporal das respostas
de transdução de sinal UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
UNIFESSPA

Enzimas
Função enzimática
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Inibidores de enzimas
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Exemplo 1: iMAOs
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Exemplo 1: iMAOs
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Exemplo 1: iMAOs
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Exemplo 2: GSK
UNIFESSPA
Enzimas de metabolismo
UNIFESSPA

● Não são alvos diretos dos psicofármacos, mas, como os


metabolizam, alterar sua atividade pode provocar interações e
efeitos adversos

● Além disso, alguns psicofármacos afetam a atividade dessas


enzimas, alterando sua capacidade de metabolizar outros
substratos

● Diversas substâncias podem inibir uma enzima de metabolismo


ou podem induzir essa enzima
– Inibição leva a menos metabolismo, com mais fármaco ativo circulante
– Indução leva a mais metabolismo, com menos fármaco ativo circulante
CYP1A2
UNIFESSPA

Fumo induz 1A2,


aumentando o metabolismo
de alguns antipsicóticos
STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
CYP2D6
UNIFESSPA

● Muitos psicofármacos também são


substratos da CYP 2D6 e, portanto,
podem apresentar níveis
sanguíneos elevados quando
administradas com inibidor da CYP
2D6

● P. ex.: Se um antidepressivo
tricíclico (substrato da CYP 2D6) for
administrado concomitantemente a
um agente inibidor dessa enzima
(p. ex., paroxetina, fluoxetina), isso
provocará elevação dos níveis do
antidepressivo tricíclico, que pode
ser tóxico.

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
CYP3A4
UNIFESSPA

● A combinação de um inibidor da 3A4 com


– pimozida pode resultar em níveis plasmáticos elevados de
pimozida, com consequente prolongamento de QTc e
arritmias cardíacas perigosas
– com alprazolam ou triazolam pode produzir sedação
significativa, devido aos níveis plasmáticos elevados desses
últimos agentes.
– Com certos agentes redutores do colesterol pode aumentar
o risco de lesão muscular e rabdomiólise, devido aos níveis
plasmáticos elevados dessas estatinas.


Como a carbamazepina é um estabilizador do humor
frequentemente associado a antipsicóticos atípicos, é
possível que a carbamazepina acrescentada ao
esquema de paciente previamente estabilizado com
essas drogas reduza os níveis desses agentes no
sangue e no cérebro, exigindo aumento de sua dose

● Se a carbamazepina for interrompida em um paciente


em uso de um desses antipsicóticos atípicos, pode ser
necessário reduzir as doses desses fármacos, pq a
autoindução da 3A4 pela carbamazepina é revertida
com o tempo

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
UNIFESSPA

Canais iônicos
Canais iônicos
UNIFESSPA

● Regulam a passagem de íons e outras moléculas hidrofílicas através da


membrana plasmática
– Permeabilidade seletiva: canais de sódio, canais de cálcio, canais de cloreto, canais
de íons divalentes, &c

● Em neurônios, são responsáveis principalmente pela excitabilidade celular e


pela exocitose

GOLAN, D. E. et al. Princípios de farmacologia. A base fisiopatológica da terapêutica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2009.
Estados dos canais iônicos
UNIFESSPA

● Alguns canais parecem


assumir apenas dois
estados, aberto
(permeável) e fechado
(impermeável)

● Outros canais podem


tornar-se refratários ou
inativados; nesse estado,
a permeabilidade do canal
não pode ser alterada por
certo período de tempo
STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Estados dos canais iônicos
UNIFESSPA
Estrutura e função
UNIFESSPA

● Constituídos por várias fitas longas de aminoácidos


reunidos na forma de subunidades (α-hélices) em
torno de um poro

● Essas subunidades costumam apresentar múltiplos


sítios de ligação para diferentes substâncias
– Sítios de ligação para íons, em alguns casos
– Sítios de ligação para um neurotransmissor
– Sítios de ligação para um co-transmissor (alostérico)
– Sítios de ligação alostéricos para outros moduladores
Receptores ionotrópicos
pentaméricos UNIFESSPA

● Montados a partir de cinco


subunidades proteicas,
cada qual com quatro
regiões transmembrânicas

● Apresentam subtipos de
acordo com a composição
de subunidades; esses
subtipos diferem em
termos de afinidade por
fármacos, por exemplo

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Ligantes endógenos de alguns
receptores pentaméricos UNIFESSPA

Neurotransmissor Receptor
Acetilcolina Receptores nicotínicos
GABA Receptores GABAA e GABAρ

Glicina Receptores de glicina sensíveis à


estricnina (também modulador alostérico
do receptor NMDA)

Serotonina Receptores 5-HT3


Exemplo: Receptor GABAA
UNIFESSPA
Exemplos de subtipos de
receptores pentaméricos UNIFESSPA

Neurotransmissor Subtipo Classe farmacológica Ação terapêutica


ACh Receptores nicotínicos Agonistas parciais dos Abandono do tabagismo
α4β2 receptores nicotínicos
(vareniclina)
GABA Receptores Benzodiazepínicos Ansiolítica
benzodiazepínicos
centrais (entre
subunidades α e γ)
Sítios moduladores Barbitúricos Melhora da insônia
alostéricos positivos não- “Fármacos Z”/Hipnoticos Abuso
benzodiazepínicos Etanol
Glutamato Sítios de canais de Mg2+ Antagonistas do NMDA Redução na velocidade
para NMDA (memantina) de progressão da DA
Sítios de canais abertos PCP, cetamina Alucinógenos
para NMDA dissociativos
Serotonina 5-HT3 Antagonistas 5-HT3
(Mirtazapina)
Antieméticos
Receptores ionotrópicos
tetraméricos UNIFESSPA

● Os receptores do glutamato
usualmente são
tetraméricos: apresentam
quatro subunidades que
apresentam 3 regiões TM e
uma quarta alça reentrante

● Estrutura-padrão dos
subtipos ácido α-amino-3-
hidroxi-5-metil-4-isoxazol-
propiônico (AMPA) e N-
metil-D-aspartato (NMDA)
STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Modulação alostérica
UNIFESSPA

● Além dos ligantes endógenos e fármacos que


agem em sítios ortostéricos, outras moléculas
podem se ligar ao complexo recepto/canal
iônico e locais diferentes

● Ligantes agindo nesses sítios são


moduladores, e não neurotransmissores,
porque têm pouca ou nenhuma atividade
própria na ausência do neurotransmissor
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
UNIFESSPA

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: Base neurocientifica e aplicações práticas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
Na sinapse...
UNIFESSPA
Para a próxima aula
UNIFESSPA

● Você precisa ter ● A bibliografia será:


aprendido – GOLAN, cap. 2 (pp. 21-26)
– O que é um receptor, no – STAHL, cap. 2 (só
sentido farmacológico “receptores ligados às
– Quais são os principais proteínas G como alvos de
psicofármacos”)
alvos dos fármacos
● Quais são os principais
– STAHL, cap. 3 (“espectro
alvos dos psicofármacos agonista”, “diferentes
estados dos canais iônicos
– Como esses elementos controlados por ligantes”,
se organizam na sinapse “modulação alostérica”)

Você também pode gostar