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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância - Nampula

AS CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE A FÉ CRISTÃ E ISLÂMICA

Gabriel Paulo Maciera

Nampula, Outubro de 2020


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Ensino à Distância - Nampula

AS CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE A FÉ CRISTÃ E ISLÂMICA

Gabriel Paulo Maciera - N° 708194361

Trabalho de carácter avaliativo submetido a


cadeira de Fundamentos de Teologia Católica,
Ensino de Geografia (2º ano), oferecido pelo
Instituto de Ensido à Distância – Universidade
Católica de Moçambique.

Docente:
Dr. Sitoe

Nampula, Outubro de 2020


Índice
Introdução........................................................................................................................................3

As convergências e divergência entre a fé Cristã e Islâmica...........................................................4

Pontos convergentes.....................................................................................................................4

Pontos divergentes.......................................................................................................................4

Fundamentos da Religiao Islâmica..................................................................................................5

Fontes doutrinais..........................................................................................................................5

Pilares da religião muçulmana: as 5 leis fundamentais................................................................5

A mulher muçulmana...................................................................................................................6

Fundamentos da Religiao Cristã......................................................................................................7

O culto e a fé cristã......................................................................................................................7

Principais festas religiosas...........................................................................................................8

Conclusão........................................................................................................................................9

Referências Bibliográficas.............................................................................................................10
Introdução

Este artigo é parte de um estudo em comparação teologia. É baseado no pressuposto que


podemos aprofundar e enriquecer a compreensão cristã da vida

Deus e seu plano de salvação revelado em Jesus Cristo dentro do vasto contexto da religião
pluralidade, usando as idéias de muçulmanos tradição como recurso. Em um espírito de dinâmica
compreensão contínua de cristão revelação aumentada pela Igreja viva em diferentes momentos
históricos e em diferentes contextos culturais e, ao mesmo tempo, indo além da abertura para o
religioso dimensão dos outros crentes, comparativa a teologia tenta fornecer fielmente uma
compreensão da revelação e do conteúdo de fé de uma forma que vai ao encontro do
necessidades de nosso tempo e lugar assim caracterizadas pela pluralidade religiosa.

O conceito de revelação é o mais fundamental em muitas religiões, especialmente no


Cristianismo e no Islã. Geralmente falando, a revelação é uma comunicação divina para os seres
humanos. A fenomenologia da religião usa cinco critérios diferentes de revelação: origem ou
autor, instrumento ou meios, conteúdo ou objeto, destinatários ou destinatários, efeito ou
consequência para os destinatários.
As convergências e divergências entre a fé Cristã e Islâmica

Pontos convergentes

A religião sempre uniu e dividiu a humanidade. Aqueles que compartilham da mesma religião
criam um forte vínculo de união. Entretanto, aqueles que possuem religiões diferentes, em
muitos casos, enxergam-se como dois seres completamente distintos.

O que muita gente não sabe é que em diversos momentos as religiões se cruzam, principalmente
com três das mais conhecidas mundialmente: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo.

O elemento comum fundamental sobre as religiões monoteístas é a fé e a confiança no Deus


bom, amoroso, compassivo e misericordioso. Todas as nossas religiões, judaísmo, cristianismo,
islão consideram a justiça e a paz como dons e bênçãos de Deus. Todas as nossas religiões
desaprovam a justificação religiosa da violência e das ações desumanas, nenhuma delas aprova a
violência, o terrorismo ou o mau tratamento dos seres humanos. A Declaração de Bruxelas,
infelizmente, não foi atesada e é por isso que nos reunimos aqui hoje, para dizer mais uma vez,
no espírito do judaísmo: "O que é odioso para si não faz ao seu companheiro – esta é toda a lei,
tudo o resto é comentário" O cristianismo tem a tradição de "todas as coisas que vós farias a ti,
mesmo que assim seja, por esta é a lei do Profeta."

As duas religiões compartilham a crença de que um dia o filho de Deus virá à Terra e irá trazer
consigo a verdade e o caminho para a salvação.

E é aí que elas se divergem: o Cristianismo acha que o seu Messias já veio e é Jesus Cristo,
enquanto o Islamismo acredita que o seu Messias também já veio, mas é Maomé.

Pontos divergentes

A religião muçulmana é o islã ou seja, muçulmanos são os seguidores dessa religião. Embora


seja um equívoco recorrente, muçulmanos e árabes não são sinônimos! Serárabe significa
pertencer ao grupo étnico que habita principalmente o Oriente Médio e a África setentrional,
enquanto ser muçulmano significa apenas ter fé no islamismo. É fato que a maioria dos árabes é
muçulmana, mas não é uma regra, afinal o inverso não é verdadeiro: a maioria dos muçulmanos
não é de árabes, haja vista o considerável percentual de fiéis muçulmanos em gigantescas
populações asiáticas como Índia e Indonésia.

Fundamentos da Religiao Islâmica

Fontes doutrinais

A doutrina islâmica baseia-se em três fontes ou princípios fundamentais, além do Alcorão: o


suna (tradições), o ijma (consenso) e o ijtihad (pensamento individual). Suna. O conjunto de
ensinamentos e atos de Maomé, a suna, está documentado no hadith. O grupo islâmico
majoritário e considerado ortodoxo, o sunita, aceita seis coleções diferentes, que foram
compiladas durante o século IX da era cristã (III da hégira). Outro grupo importante, o xiita, tem
seu próprio hadith. Ao procurarem garantir a autenticidade desses ensinamentos e atos, os sábios
muçulmanos se detiveram menos na pureza do conteúdo do que na cadeia dos transmissores, em
sua idoneidade e na proximidade com relação ao Profeta. A investigação da autenticidade do
hadith constituiu tarefa fundamental dos estudos islâmicos. A exigência dessa garantia na
transmissão foi mais rigorosa com relação aos textos legais do que com os de mera exortação
espiritual.

Pilares da religião muçulmana: as 5 leis fundamentais

1. Proclamação de fé

Trata-se da Shahada, que é o testemunho do muçulmano de que ninguém merece ser adorado, a


não ser Allah, e que Maomé é seu mensageiro. Qualquer pessoa que fizer essa declaração se
torna muçulmana. Não é necessário que haja formalidade ou celebração

2. Oração

Ritualisticamente, os muçulmanos fazem oração, a Salah, 5 vezes ao dia. A Salah preza pela


manutenção da fé islâmica e pela reafirmação da submissão a Deus.

3. Caridade compulsória

O terceiro pilar é a Zakah, uma espécie de caridade que vai além do caráter facultativo e
beneficente que a palavra pressupõe, pois é tida como uma obrigação do muçulmano que detém
melhor condição financeira de prestar apoio aos carentes e necessitados. Tal obrigação equivale a
2,5% anuais do patrimônio individual.

4. O jejum do Ramadã

Ramadã é o nono mês do calendário islâmico e deve ser passado em jejum pelos muçulmanos
saudáveis. Sawm, o jejum, consiste na completa abstenção de comida, bebida e atividades
deleitosas (como sexo, jogos e diversões) do nascer ao pôr-do-sol.

5. Peregrinação à Meca

Entre os dias 8 e 13 do mês de Dhu al-Hijja, último do calendário islâmico, os muçulmanos


celebram o Hajj. Trata-se da peregrinação que, ao menos uma vez na vida, todo muçulmano que
goze de condições físicas e financeiras deve fazer à cidade sagrada, Meca, na Arábia Saudita. A
tradição remonta a Abraão, considerado o “pai de todos os profetas”. Todos os anos, milhões de
muçulmanos vão à Meca durante o evento.

A mulher muçulmana

Há correntes muçulmanas ultraconservadoras que entendem a mulher como um ser inferiorizado


do qual o homem faz uso e do qual deve cuidar, como mostra o versículo da surata (nome dado a
cada capítulo) do Alcorão que é intitulada “As mulheres”:
Os homens são os protetores das mulheres, porque Deus dotou uns com mais (força) do que as
outras, e pelo o seu sustento do seu pecúlio. As boas esposas são as devotas, que guardam, na
ausência (do marido), o segredo que Deus ordenou que fosse guardado. Quanto àquelas, de quem
suspeitais deslealdade, admoestai-as (na primeira vez), abandonai os seus leitos (na segunda vez)
e castigai-as (na terceira vez); porém, se vos obedecerem, não procureis meios contra elas. Sabei
que Deus é Excelso, Magnânimo. (Alcorão, surata 4.34)

Vale apontar a poligamia, união conjugal de uma pessoa com diversas outras, o que o Alcorão
permite apenas aos homens, que podem ter até 4 esposas, desde que tenham condições de mantê-
las e de tratá-las igualmente.

Soma-se a isso a questão da punição às mulheres, pois o próprio livro sagrado da religião
islâmica corrobora a aplicação de castigo por deslealdade, o que pode ser levado em
consideração até mesmo em tribunais sob forte influência da lei islâmica.
Geralmente, em países islâmicos, há considerável restrição à liberdade em diversos aspectos, a se
destacar o que se refere aos direitos das mulheres. Podemos apontar, por exemplo,
a obrigatoriedade do uso de indumentárias que cubram a cabeça e o restrito direito ao trabalho
formal em países como Arábia Saudita, Afeganistão, Irã, Síria e Sudão, podendo resultar em
severas punições àquelas que desobedecerem.

Fundamentos da Religiao Cristã

O Cristianismo é hoje a religião com o maior número de adeptos no mundo. Estima-se que haja
cerca de 2,1 bilhões de seguidores, o que representa 33% da população de todo planeta. As
regiões que mais seguem a doutrina é a Europa, Oceania e América. 

A doutrina é uma das religiões do monoteísmo abraâmico. Ela se fundamenta na vida e


ensinamentos de Jesus de Nazaré, sendo a Bíblia o livro Sagrado que orienta a fé. Os adeptos são
denominados de cristãos. Eles e acreditam na existência de um deus único todo poderoso e em
Jesus como o salvador da humanidade. 

Esse preceito surgiu no século I e organiza a linha do tempo do mundo ocidental em antes de
Cristo (a.C) e depois de Cristo (d.C.). A doutrina começou a se espalhar durante a expansão do
Império Romano.

O culto e a fé cristã

O cristianismo tem diversas seitas e manifestações de fé. Apesar de ter sido dividida é possível
encontrar características comuns entre as doutrinas. Entre as premissas seguidas pelos adeptos de
Jesus estão:

 Deus criou o homem à sua imagem e semelhança para reinar sobre a terra;
 Deus é a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo;
 Amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como si mesmo;
 Jesus voltará no dia juízo final e os pecadores sofrerão penalidades. Os que não tiverem
pecados receberão a vida eterna. 
Principais festas religiosas

A fé cristã comemora algumas datas consideradas especiais e que estão ligadas a vida de Jesus
Cristo. As principais festas são:

Natal: a data simboliza o nascimento de Jesus Cristo e é celebrada no dia 25 de dezembro;

Quaresma: período de quarenta dias que antecede a Páscoa é celebrado principalmente pela
igreja católica;

Páscoa: é a data que comemora a ressurreição de Jesus Cristo de Nazaré que aconteceu 3 dias
após a sua morte. Sempre acontece em uma sexta-feira e o período é denominado de semana
santa;

Pentecostes: é a festa que celebra a chegada do Espirito Santo. Acontece 50 dias após a Páscoa. 
Conclusão

Analisando sem julgamento ou esforço para provar algo, nós desafiamos nós mesmos para
esclarecer nossa compreensão de Revelação cristã pela luz de ambos semelhanças e diferenças
entre as duas doutrinas sobre revelação.

Os reflexos, focando especialmente em três aspectos da revelação, trouxe-nos algumas


características que são específicas da revelação cristã: princípio encarnacional, princípio de
historicidade, princípio de “economia”, e relação inseparável entre revelação e Trindade.

Por um lado, comparando a Doutrina cristã e islâmica sobre revelação, como já fizemos, este não
qualificado centralidade de Cristo, quem é Deus revelando, Deus revelado, e o sinal de a
revelação se torna mais óbvia. No por outro lado, contrastando Jesus Cristo com o Alcorão com
base em seus papéis em suas respectivas tradições como a Palavra de Deus, estamos mais
conscientes da própria identidade da revelação cristã.

Como um estudo em teologia comparada, nós mostraram que mesmo uma modesta comparação
pode abrir novas maneiras de aprofundar a fé cristã na Palavra encarnada de Deus e, ao mesmo
tempo, ir além tolerância, para apreciar respeitosamente A fé dos muçulmanos.
Referências Bibliográficas

ARMSTRONG, Karen. Uma História de Deus: quatro milênios de busca do Judaísmo,


Cristianismo e Islamismo, Ed. Companhia das Letras, São Paulo, SP. 1994.

BINCKEL, Bruce, JANTZ, Stan Pequeno Guia sobre o Islamismo, Ed. Unidet Press, Campinas,
SP, 2003.

ELIADE, Mircea, História da Crença e das Ideias Religiosas III: De Maomé à Idade das
Reformas, Ed. Zahar, Rio de Janeiro, RJ. 2011.

FLETCHER, Richard, A Cruz e o Crescente: Cristianismo e Islã, de Maomé à Reforma, Ed.


Nova Fronteira, Rio de Janeiro, RJ. 2004.

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