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Edmund Gettier é um filósofo norte-americano que nasceu em 1927. Gettier tornou-se conhecido pelo facto de
ter refutado a definição tradicional de conhecimento num ensaio de apenas três páginas, publicado em 1963,
com o título - “Uma crença verdadeira justificada é conhecimento?".
Gettier sugeriu dois contraexemplos que pretendem mostram que podemos ter uma crença
verdadeira justificada sem que essa crença seja conhecimento. Se aceitarmos os seus
contraexemplos, ter uma crença verdadeira justificada não é condição suficiente para o
conhecimento.
Vamos supor que Smith e Jones se tinham candidatado a um emprego. Admitamos que
Smith acredita na informação de que é Jones quem será selecionado. Por outro lado, Smith
sabe que Jones tem 10 moedas no bolso.
Com base nesta informação podemos defender que Smith acredita que:
a) Jones é o homem que conseguirá o emprego e Jones tem dez moedas no bolso.
A explicação de Smith que suporta a) pode ser a de que o dono da empresa lhe tenha
garantido que Jones seria selecionado e a de que ele próprio tinha contado as moedas que
Jones traz no bolso.
Assim, a proposição a) implica a proposição b):
b) O homem que irá conseguir o emprego tem dez moedas no bolso.
Vamos supor que Smith acredita em a) e que reconhece que a) implica b).
Smith aceita b) com base em a) e justifica assim a sua crença de que b) é verdadeira.
Por fim vamos admitir que o homem que consegue o emprego não é Jones mas o
próprio Smith, que por acaso também tem 10 moedas no bolso mas não sabe disso.
Isso faz de b) uma proposição de facto verdadeira.
Poderemos defender que Smith estava na posse de conhecimento só porque tinha
uma crença verdadeira justificada a propósito de b)?
A opinião de Gettier:
Contudo, Gettier defende que Smith justifica b) pelos motivos errados. Apesar de
Smith estar na posse de uma crença verdadeira justificada, não está na posse de
conhecimento.